Narrador Marcos Couto relembra bastidores da Batalha dos Aflitos

Por Rodney Brocanelli

Nesta semana, o torcedor gremista comemorou os 15 anos de uma página heroica de sua história: a Batalha dos Aflitos. Marca com a qual ficou conhecia a partida entre Náutico x Grêmio, disputada em 26 de novembro de 2005, válida pela série B do campeonato brasileiro. A importância daquele jogo se resume ao fato de que seu vencedor garantiria a passagem para a primeira divisão no ano seguinte. Quem perdesse, amargaria mais um ano na divisão de acesso. Tudo o que o torcedor do tricolor gaúcho não queria que acontecesse. Entretanto, os acontecimentos verificados em seu desenrolar transformaram aquele jogo em um acontecimento épico. Um resumo de tudo o que houve poder ser lido aqui.

O rádio esportivo de Porto Alegre ajudou muito na transformação da Batalha dos Aflitos em algo para lá de especial. Na ocasião, as quatro principais emissoras da cidade enviaram suas equipes até Recife. Naquela época, os narradores ainda viajavam para a transmissão das partidas de futebol. Pela Rádio Bandeirantes local, foram destacados o locutor Marcos Couto e o repórter Ribeiro Neto. 15 anos depois, Marcão, como é conhecido concedeu uma breve entrevista ao programa Esporte e Noticia em que relembrou alguns bastidores.

Durante o papo, Marcos Couto contou que foi a jornada em que ele passou mais tempo em um estádio. Ele chegou aos Aflitos às 09h e só saiu de lá às 21h. A decisão de ir cedo aconteceu em uma conversa com o repórter Ribeiro Neto. Chegando lá, ele percebeu que o local em que iria ficar era diferente do que foi mostrado pela administração no dia anterior, “um espaço aberto, isolado, junto as cadeiras numeradas da área coberta”, disse ele.

Naquele dia, ele se alimentou apenas das maçãs que levou durante todo o tempo. Claro que não poderiam faltas garrafas de água. Foram oito, segundo ele.

Porém, Marcão não deixou de passar por alguns apuros durante a cobertura. Um deles foi justamente o fato de sua posição de transmissão ser atingida por um copo de cerveja jogado por algum torcedor. Isso fez com que ele perdesse os textos comerciais, anotações das escalações, lembretes, enfim, coisas que ele usou e usaria na transmissão. Outras coisas foram jogadas nele. A saída encontrada para não se desconcentrar foi narrar o mais alto que podia.

Algo que foi marcante em sua narração foi lembrar de uma fala do comentarista Claudio Cabral dizendo que não confiava em batedor de pênaltis canhoto, apenas Rivelino e Maradona. Isso porque em um determinado momento, foi marcado uma infração dentro da área para o Náutico. O jogador Ademar foi escalado para a cobrança e de pé esquerdo. Galatto, o goleiro gremista da ocasião, defendeu. A premonição de Marcão, se é que se pode dizer assim, deu certo.

Em seguida, o meia  Anderson, do tricolor gaúcho, partiu em velocidade e conseguiu o inimaginável: o gol que garantiu a vitória dos gaúchos. “”E realmente foi (um bólido), o Andershow tu não via os pézinhos dele na grama, ele voou em direção ao gol do Náutico”, afirmou Marcos Couto. O lance deixou a torcida local atônita com o que acontecera. “”Silencio, silencio absoluto no estádio. E a reação era o povo querer a abertura do estádio (para ir embora”, afirmou.

Apenas na volta para casa é que foi percebida a repercussão daquela transmissão. “Eu só fui me dar conta (que a narração do gol foi marcante) quando eu e o Ribeiro Neto desembarcamos em Porto Alegre, e as pessoas começaram a comentar”, disse. Sem dúvida, um dos grandes momentos do narrador na emissora em que está até hoje e pelo qual ele se sente muito grato: “Me sinto muito feliz por esse momento e por poder continuar na Bandeirantes relembrando sempre esse momento”, falou.

Ouça abaixo a entrevista concedida por Marcos Couto à equipe do Esporte e Notícia: Sergio Boaz, Paulo Pires e João Batista Filho.

 

Memória: relembre Hugo Botelho narrando na Bandeirantes em 2005

Por Rodney Brocanelli

Em 2005, a Rádio Bandeirantes vivia um momento de transição da sua equipe esportiva, com as saída de diversos profissionais que foram para outras emissoras. O narrador Dirceu Maravilha foi um deles. Ele se transferiu para a Rádio Record, que tinha um departamento de esportes ativo. Nesse período, a Bandeirantes usou bastantes os profissionais que já estavam na casa, José Silvério e José Maia, enquanto que Odinei Edson, a voz da Fórmula 1, narrou alguns jogos de futebol.

Nesse meio tempo, a Bandeirantes convidou Hugo Botelho para transmitir uma partida do campeonato brasileiro daquele ano.  E a partida não poderia ser melhor para um narrador: um empate por 3 a 3 entre o Atlético-PR (vamos respeitar a grafia da época) e o Santos, então líder do campeonato brasileiro daquele ano. O então meia santista Ricardinho (hoje comentarista no Sportv) foi destaque da partida, marcando os três gols de sua equipe. O alvinegro esteve na frente do placar em duas ocasiões, mas acabou por ceder a igualdade no placar (saiba mais sobre esse jogo, clicando aqui)

Outro destaque daquele confronto foi o atacante Schumacher, do Atlético-PR, autor de um dos gols da sua equipe. A transmissão da Bandeirantes explorou bastante o fato dele ser homônimo de Michael Schumacher, piloto profissional de Fórmula 1, que vivia o auge da sua carreira, pilotando um carro da Ferrari.

Estevan Ciccone foi o repórter daquela transmissão. Ao contrário do que acontece hoje em dia no rádio esportivo, ele esteve na Arena da Baixada. Não foi possível recuperar o comentarista que foi escalado naquela transmissão (quem souber, pode deixar mensagem no sistema de comentários).

Pouco tempo depois, a Bandeirantes contrataria o narrador Ulisses Costa, que até então estava na Rádio Globo

Hugo Botelho, por sua vez, acabou acertando com a 105 FM, emissora na qual ocupou ocupando de narrador titular. Ele, no entanto, voltaria a narrar jogos na emissora por ocasião da Copa do Mundo de 2006, na Alemanha, “emprestado” pela 105 FM.

Em 2012, Botelho iria tomar parte de um importante projeto do Grupo Bandeirantes que foi a Rádio Bradesco Esportes FM. Ficou na emissora até agosto de 2013. Depois, narrou jogos pela Rádio Estadão/ESPN. Com o fim do projeto de rádio  da ESPN, ficou apenas no canal de tv por assinatura, onde está até hoje. Nesse meio tempo, integrou equipes das rádios Capital e Bandeirantes, de Campinas.

Atenção: no registro abaixo, temos apenas os cinco primeiros gols da partida.  Não temos o gol de empate do Atlético-PR.

Hugo Botelho na Bandeirantes

2005: Em entrevista ao Pânico, Luciano do Valle relembra de gafes no rádio

Por Rodney Brocanelli

Em 2005, o narrador Luciano do Valle concedeu uma longa entrevista ao programa Pânico, da Rádio Jovem Pan. Dentro do clima descontraído (e até anárquico) da atração, ele contou duas de suas gafes quando ainda trabalhava no rádio. Ouça no player abaixo, mas dá para adiantar que ambas envolvem os ex-jogadores Givanildo e Fedato. Áudio cedido por Marcelo de Senna.

Ouça abaixo a íntegra da entrevista

Luciano do Valle 2