Morre Edson Rodrigues

Por Rodney Brocanelli (colaborou Edu Cesar, do site Papo de Bola)

Edson Rodrigues, um dos grandes narradores brasileiros e um dos maiores do centro-oeste, morreu nesta quinta (26), devido a uma complicação ocasionada por um tumor no intestino descoberto há cerca de um mês. Velório e enterro estavam previstos para acontecer ainda nesta quinta no Cemitério Parque Memorial de Goiânia. Ele tinha 79 anos.

Rodrigues começou sua carreira e Araguari, interior de Minas Gerais. Depois, se transferiu para Belo Horizonte, passando por várias emissoras, entre elas a Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, participando da cobertura da Copa do Mundo realizada no México, em 1970. Depois, se transferiu para Goiás onde, baseado em Goiânia, se transformou em uma referência no estado.

Narrou jogos de Atlético-GO, Goiás e Vila Nova em emissoras diferentes, entre as quais podemos destacar Anhanguera, Brasil Central, Difusora, Rádio Clube, Rádio K do Brasil, Jornal 820, Sagres, Bandeirantes e Band News FM. É bom lembrar que as rádios Clube, K do Brasil e Sagres foram de donos diferentes, mas operando na mesma frequência (730Khz), em diferentes momentos da história. O mesmo vale para Jonal 820 e Bandeirantes (820Khz).

A última transmissão de Edson Rodrigues aconteceu no último dia 19 de novembro, pela Rádio Bandeirantes, na partida Vila Nova x Payssandu, final da Copa Verde 2022. O Vila abriu o placar, mas o bicolor empatou. A decisão ficou para a cobrança dos tiros livres e o time de Belém levou a melhor. acompanhe abaixo.

Ouça a narração de Edson Rodrigues para o fim de jogo da partida Brasil 0 x 3 França, final da Copa de 1998.

Ouça a narração de Edson Rodrigues para o gol de Lino, que definiu o título de campeão goiano para o Atlético-GO, em 2014.

Ouça o gol de bicicleta de Fernandão para o Goiás na partida contra o Bahia, em 1999.

Ouça também a narração da vitória do Vila Nova sobre o Flamengo em amistoso de 2017.

Decepção do Brasil faz com que craques da narração tenham um vazio em seus currículos

Por Rodney Brocanelli

Oscar Ulisses, da CBN, e Nilson Cesar, da Rádio Jovem Pan, craques da narração esportiva, seguem sem narrar um título brasileiro de campeão mundial. Um grande vazio em seus gloriosos currículos. Mais uma vez a culpa não é deles. A seleção brasileira que decepcionou novamente, ao ser desclassificada pelos croatas nas cobranças de tiros livres da marca do pênalti.

Por ocasião da Copa da Rússia, em 2018, o blog Radioamantes fez um levantamento sobre o momento que cada um vivia na carreira em suas respectivas emissoras, por ocasião dos mundiais, a partir de um alerta feito pelo jornalista Celso Luís Gallo. Clique no link abaixo para ler.

Outras anotações sobre a cobertura do rádio na Copa do Mundo

Por Rodney Brocanelli

Pedro Ernesto Denardin voltou a narrar um jogo do Brasil nesta Copa. Ele comandou a transmissão da goleada contra a Coreia do Sul pelo placar de 4 a 1 pela Rádio Gaúcha. No último jogo da fase de grupos, Marcelo de Bona transmitiu a derrota para Camarões. Pedrão esteve com a voz firme e forte.

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Plantão do revezamento: narraram este jogo do Brasil nas quartas Domenico Gatto, pela Energia 97 e José Carlos Araújo, pela Super Rádio Tupi.

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Quem surpreendeu foi a Itatiaia. Mario Caixa fez dois jogos seguidos da seleção brasileira: contra os camaroneses e contra os coreanos. Ênio Lima transmitiu o jogo contra a Tunísia.

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Por falar em Itatiaia, a emissora mineira foi a que mandou a maior quantade de profissionais ao Catar: 20 ao todo. No entanto, isso não significa a transmissão de uma grande quantidade de jogos. Japão x Croácia, partida que interessava muito ao torcedor brasileiro, foi deixada de lado e em seu lugar entrou uma edição do Rádio Esportes.

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A Nova FM, do Rio de Janeiro estava entrando em cadeia com a Super Rádio Tupi para a transmissão dos jogos do Brasil. E as transmissões da dupla Garotinho-Penido também podem ser ouvidas pela Rádio Central, de Campinas.

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Pelo tom de voz que adota nas jornadas esportivas, Eduardo Gabardo, da Rádio Gaúcha, pode ser chamado de “repórter João Gilberto”. Algo diferente.

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Eduardo Castro, que apresenta o principal telejornal da Band News TV, atuou em várias transmissões da Rádio Bandeirantes como comentarista, especialmente nas partidas das seleções africanas. O jornalista morou muitos anos em Moçambique e de lá acompanhou as grandes competições do futebol no continente africano.

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Informa o sempre solerte Edu Cesar, do Papo de Bola: Renan Moura, da CBN/Globo, do Rio, foi o 41º narrador a transmitir um jogo nesta competição. Ele transmitiu a vitória da França sobre a Polônia.

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Zé Henrique narrou pela Energia 97 a partida entre Holanda x Estados Unidos. Talvez pelo nome, poucos lembrem de quem se trata. Ele é o Zé Mistério, que por muitos anos narrou jogos do Palmeiras na Web Rádio Verdão. Mais um bom exemplo de quem surgiu no rádio web e agora está mostrando seu talento no rádio dial.

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No post passado, falamos aqui de revezamentos históricos de narradores ao longo das Copas do Mundo. Então lá vai mais uma pitadinha histórica. Em 1978, na Rádio Gazeta, de São Paulo, Jota Jr. narrou a decisão do terceiro lugar do Mundial na Argentina, envolvendo Brasil e Itália. José Italiano havia feito todos os jogos da seleção brasileira até então. O Garganta de Aço foi deslocado para transmitir a grande final Alemanha x Argentina.

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Um aviso ao pessoal de rádio: está bem que alguns jogos da Copa são aborrecidos, mas não dá para deixar de lado a bola rolando e ficar passando o tempo com o estoque de curiosidades de histórias de almanaque. Neste domingo, o Radioamantes ouviu a transmissão de Inglaterra x Senenal. Em um determinado momento da segunda etapa, o narrador (um grande profissional, por sinal) passou a falar sobre dados históricos da seleção inglesa enquanto o jogo corria solto. E quem não está vendo o jogo por algum motivo e só tem o rádio, como fica? Tem um monte de gente que está no trânsito, nas estradas e não tem acesso às imagens da televisão. E mais. Existem muitos deficientes visuais que tem apenas na narração do rádio uma forma de poder acompanhar partidas de futebol. Tem que se pensar neles também.

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Força Pelé! Fique bem logo.

Outras anotações sobre a cobertura da Copa do Mundo pelo rádio

Por Rodney Brocanelli

Pedro Ernesto Denardin não narrou o terceiro compromisso da seleção brasileira nesta fase de grupos da Copa do Mundo do Catar. Marcelo de Bona foi escalado para essa transmissão. No final do pós-jogo, Balanço Final, Pedro fez uma breve participação e disse que estava “entupido”. Pouco depois, ele comandou uma edição especial do Sala de Redação.

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E segue o rodízio de narradores nos jogos do Brasil na Energia 97. Fernando Camargo (ex-Bradesco Esportes) foi o titular de Camarões x Brasil. Domenico Gatto fez a estreia, contra a Sérvia. Por sua vez, Luiz Claudio de Paula transmitiu o jogo contra a Suíça.

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Luiz Penido irradiou o jogo do Brasil pela Super Rádio Tupi. E Mario Caixa levou as emoções da mesma partida pela Itatiaia. Ambos também estão no esquema de revezamento em suas emissoras. Espera-se que a seleção brasileira faça os sete jogos para conseguir administrar tantos narradores.

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Todos os citados narraram a derrota do Brasil para a seleção de Camarões: 0 x 1.

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Sem medo de errar, escrevo que o revezamento é a grande novidade do rádio esportivo brasileiro em termos de Copa do Mundo.

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Pitadinha histórica, nos anos 1970, Fiori Gigliotti era o narrador principal da Rádio Bandeirantes. Nos mundiais de 1974 e 1978, respecitvamente, o Brasil participou da disputa do terceiro lugar e Flávio Araújo irradiou esses jogos.

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Por sua vez, em 1978, José Silvério fez jornada dupla: a decisão do terceiro lugar, envolvendo Brasil e Itália no sábado, e Argentina x Holanda, a final, no domingo. Tudo definido pelo Seu Tuta, o dono da Rádio Jovem Pan. Aquele final de semana foi complicado parao locutor porque ele teve um grave problema de saúde, com uma úlcera estourada. Silvério teve que ir para o sacrifício e com mais um agravante: o segundo narrador já havia rumado para o Brasil.

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Em 1990, na Copa da Itália, Haroldo de Souza só conseguiu transmitir um jogo do Brasil naquela competição (contra a Costa Rica) porque ele foi falar com Nara, esposa de Nelson Sirotsky.

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Instituição no rádio esportivo do Rio Grande do Sul, a Rádio Gaúcha apelou para o duplex, ou, traduzindo, a transmissão simultânea de dois jogos. Isso foi útil porque os jogos da terceira rodada foram no mesmo horário para evitar possíveis marmeladas. O blog Radioamantes acompanhou a definição do grupo E que teve Gustavo Manhago em Espanha x Japão, e André Silva com Alemanha x Costa Rica.

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Homenageando o grande e saudoso Joelmir Beting. Para pensar na cama: será que um dia vamos ter duplex nos rádios esportivos do Rio e de São Paulo?

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A Rádio Bandeirantes interrompeu uma tradição que vinha das duas últimas copas anteriores. Ela não chamou ninguém de sua filial de Porto Alegre para a cobertura desta edição de 2022, pelo menos nesta primeira fase. Em 2014, Daniel Oliveira e Luiz Carlos Reche transmitiram Holanda x Austrália. Quatro anos depois, em 2018, Marco Antônio Pereira e Claudio Duarte foram convocados para a partida Uruguai x Arábia Saudita.

Marcelo do Ó vem se destacando não apenas pelas suas transmissões na Band News FM, mas por sempre procurar mostrar detalhes de bastidores de cobertura em suas redes sociais. Em muitas das postagens, ele sempre lembra de sua trajetória e de quanto ralou para chegar a um grande evento como a Copa.

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Outro destaque é Luciano Potter, da Rádio Gaúcha. Ele tem participado das transmissões dos jogos de outras seleções, sempre como repórter (ou Repotter) nos estádios e conseguiu registrar declarações de estrelas internacionais do futebol. O craque francês não escapou do microfone de Potter, mas ele se limitou apenas a dizer um “thank you”. Bom, já é alguma coisa.

Mais algumas anotações sobre a cobertura da Copa pelo rádio brasileiro

Por Rodney Brocanelli

Novidade na lista de rádios autorizadas a transmitir esta Copa do Mundo, a Energia 97 está revezando seus narradores nos jogos do Brasil. Luis Claudio de Paula (ex-Bradesco Esportes) narrou Brasil x Suíça. Domenico Gatto irradiou a estreia da seleção brasileira.

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E por falar em revezamento, José Carlos Araújo, o Garotinho, narrou Brasil x Suíça na Super Rádio Tupi.

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Mais uma de revezamento: na Itatiaia, Ênio Lima fez Brasil x Suiça. Por sua vez, Mario Henrique, o Caixa, esteve presente na estreia brasileira.

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Orgulho da Região Nordeste, a Rádio Jornal, de Recife, contou com a narração de Aroldo Costa para este segundo compromisso do escrete canarinho.

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Já recuperado de um problema na voz, Nilson Cesar transmitiu o segundo jogo do Brasil pela Jovem Pan.

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José Luiz Datena foi um dos comentaristas de Brasil x Suiça na Rádio Bandeirantes. Se a seleção brasileira vive a Neymardependência, o Grupo Bandeirantes tem a sua Datenodependência.

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Foi só elogiar. No post anterior, o Radioamantes destacou que a Rádio Gaúcha havia transmitido todos os jogos desta Copa, incluindo aqueles que se iniciam às 07 da manhã (aliás, sobre esses jogos falarei mais adiante). Na última sexta, a emissora deixou de lado Gales x Irã e no dia seguinte, um sábado ignorou Tunísia x Austrália.

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CBN/Globo (RJ) e CBN (SP) transmitem os jogos da Copa com equipes regionalizadas. Uma exceção se deu neste último final de semana quando houve a formação de rede Hugo Lago transmitiu Canadá x Croácia. Por sua vez, Vinicius Moura foi o responsável pelas emoções de Bélgica x Marrocos.

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Por falar em CBN, três registros positivos 1) Edson Mauro pela primeira vez em sua carreira como titular dos jogos do Brasil, no Rio de Janeiro, 2) a sobriedade de Oscar Ulisses e 3) a presença de Eraldo Leite no Catar.

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Aliás, um grande abraço ao Eraldo Leite.

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As emissoras de rádio estão agradecendo pelo fim dos jogos iniciados às 07 de manhã. Como já registramos (clique aqui para ver), muitas emissoras abriram mão da transmissão dessas partidas. Está certo que o cardápio apresentado nesse horário não foi o mais convidativo. Argentina x Arábia Saudita foi a exceção. Não deixa de ser estranha essa opção. Afinal, o preço pago pelos diretos de transmissão não foi barato. E tem rádio que está investindo mais, colocando seus profissionais no estádio. Sabe-se que o período matinal é o considerado horário nobre do rádio, que tem maior audiência e correspondente procura de patrocinadores. Agora, se existe um evento especial não seria o caso de negociar com aqueles que já anunciam na programação normal? Uma semana a mais de veiculação após o fim do contrato de veículação não faz mais a ninguém.

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O Radioamantes ouviu dois jogos em uma mesma rádio: a estreia do Brasil e o parto da montanha que foi a vitória da Argentina sobre o México. Chamou a atenção o excesso de abraços, muitos deles mandados durante a bola rolando. Após um aviso do sempre solerte Edu Cesar, percebeu-se que as saudações foram endereçadas a diretores, presidentes e “cabeças coroadas” dos patrocinadores. É uma forma de driblar a proibição dos foguetes publicitários durante os jogos. Até aí, tudo bem. O grande problema começa quando os abraços são enviados a políticos, muitos deles deputados estaduais.

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Enquanto escrevo este texto, ouço pela Rádio Oriental, de Montevidéu, a partida entre Portugal x Uruguai. Narração de Javier Máximo Goñi. Os patrocinadores de emissora são divulgados durante a partida sem qualquer tipo de problema. Um locutor destacado especialmente para isso lê os textos do estúdio.

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Como já deve ser de conhecimento geral, a Globo não detém mais a exclusividade total da Copa do Mundo. Ela vai apenas transmitir a próxima edição, em 2026, sem a possiblidade de revender direitos a outros veículos. Ou seja, a negociação deverá ser feita diretamente com a Fifa. Vamos aguardar para saber se a entidade máxima do futebol mundial deverá mais flexível ou não, especialmente com o meio rádio.

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Aguarem pelas próximas anotações. Mais uma vez, o Radioamantes agradece a Edu Cesar. Ouça abaixo a narração de Aroldo Costa para o gol de Casimiro, que livrou o Brasil do sufoco.

Galvão Bueno cita Osmar Santos e José Silvério em golaço de Richarlison

Por Rodney Brocanelli

Merecidamente, o golaço de Richarlison, o segundo do Brasil na vitória contra a Sérvia, é o assunto desta Copa do Mundo. Um lance de rara beleza. E ele ocasionou um grande momento de Galvão Bueno na transmissão da TV Globo, inconscientemente ou não. O narrador acabou usando bordões de dois gênios do rádio esportivo brasileiro. Primeiro, ele diz ” e que gol”, de Osmar Santos, e logo em seguida “e que golaço”, de José Silvério. Será que foi homenagem? Ainda não sabemos, mas está valendo. Veja e ouça abaixo (enquanto os donos do espetáculo deixarem).

Anotações sobre a transmissão da Copa do Mundo pelo rádio brasileiro

Por Rodney Brocanelli

Como o Radioamantes já registrou, as rádio Bandeirantes e Band News FM estão fazendo coberturas separadas desta Copa do Mundo sediada no Catar. Hoje, no jogo da seleção brasileira, pode-se dizer que houve uma subdivisão dessa divisão. Explicando. A Band FM entrou em rede com a Bandeirantes. Enquanto isso, a Nativa FM veiculou o sinal da Band News FM. No entanto, ao menos uma rádio do Grupo Bandeirantes ficou de fora. A Play FM manteve sua programaçao normal durante a bola rolando.

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Luis Penido narrou Brasil x Catar pela Super Rádio Tupi. A expectativa é que ele e José Carlos Araújo se revezem nos jogos dos comandados de Tite. Fica no ar a grande dúvida: por que não fazer com que os dois narrem esses jogos, como Waldir Amaral e Jorge Curi na época áurea da Rádio Globo?

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José Manoel de Barros narrou a estreia do Brasil pela Rádio Jovem Pan. Nilson Cesar até chegou a fazer a abertura da transmissão, mas ficou sem voz depois que a bola rolou. Espera-se que não seja um problema grave e que nos próximos dias ele retorne à cobertura.

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Até aqui, a Rádio Gaúcha é a única emissora que transmitiu todos os jogos da Copa do Mundo. O grande problema é que muitos jogos começam às 07h em horário brasileiro e são poucas as emissoras que não abrem mão de seu “horário nobre”, com os tradicionais noticiosos, casos da Jovem Pan e da Bandeirantes. Para outras rádios, deve ser difícil convencer o comunicador do horário a abrir mão para os jogos do futebol (e olha que ele até participou do revezamento da tocha olímpica em 2016, lembram?) Agora, convenhamos, é melhor ouvir Marrocos e Croácia no rádio do que as análises do Claudio Humberto.

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A Transamérica teve problemas com o som direto do Catar no jogo do Brasil. Bruno Cantarelli, estava de sobreaviso e narrou até que a transmissão fosse estabilizada. Aliás, a emissora está usando nomes de sua rede para a transmissão dos jogos da Copa. Edilson de Souza e o já citado Cantarelli estão narrando jogos ao lado de Éder Luiz, Oswado Maciel e Guilherme Lage.

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Não sei se foi intencional, mas Galvão Bueno mandou um “e que golaço” logo após o segundo gol brasileiro, marcado por Richarlison. Era uma frase usada por José Silvério, a grande ausência desta Copa. Segundos antes, Galvão disse “e que gol”, bordão de Osmar Santos. Homenagem? (veja abaixo enquanto os donos do espetáculo deixarem).

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Voltaremos com mais anotações sobre as transmissões dos jogos da Copa. Este post não seria possível sem a colaboração preciosa de Edu Cesar, o homem do Papo de Bola. Ouça abaixo a narração de Pedro Ernesto Denardin para os gols do Brasil na vitória sober a Sérvia pelo placar de 2 a 0.

Relembre as onze finais de Copa do Mundo narradas por José Silvério

Por Rodney Brocanelli

Faltando uma semana para o começo da Copa de 2022, como não há perspectivas de mudanças aos 45 minutos do segundo tempo, podemos dizer que infelizmente José Silvério não vai participar desta cobertura como narrador. Seria a décima-segunda, em uma tradição iniciada na Copa da Argentina, em 1978. Em todas essas ocasiões, Silvério foi protagonista, narrando pelas rádios Jovem Pan e Bandeirantes. Mais que um lamento, vamos relembrar nesta postagem a bela história escrita por um dos principais narradores brasileiros na maior competição do futebol de seleções, destacando a sua participação nas finais.

1978/Argentina – Foi a primeira Copa de Silvério pela Rádio Jovem Pan, na Argentina. Em outubro de 1977, ele substituiu Osmar Santos, que havia se transferido pela Rádio Globo. Seu prestígio na emissora era tamanho, que ele foi escalado pelo Seu Tuta para fazer a decisão do terceiro lugar, envolvendo Brasil x Itália e a grande final, entre os donos da casa e a Holanda. O que ninguém imaginava é que uma úlcera fosse atrapalhar a transmissão. “Eu narrei a final sangrando, literalmente”, disse. Infelizmente, a Pan não tem o registro da narração de Silvério para a final de 78, cujo placar foi 3 a 1 para a Argentina. Deixamos aqui um depoimento que ele deu ao programa Sofá Bandeirantes.

1982/Espanha – Era uma final em que o Brasil deveria estar. Pelo menos essa era a expectativa de quase 120 milhões e outros milhares de admiradores do futebol. A seleção comandada por Telê Santana, apesar de alguns defeitos, encantou a todos. Só não estava no script a eliminação na partida contra Itália. Bastava apenas um empate, mas o talento de Paolo Rossi e a disciplina tática dos outros jogadores da Azzurra acabaram com o sonho brasileiro. Depois de eliminar a Polôna na semifinal, os italianos se classificaram para a grande final com a Alemanha. Silvério esteve lá pela Jovem Pan e sem incidentes. Placar final: 3 a 1 Itália. Ouça abaixo.

1986/México – Telê Santana novamente comandou a seleção brasileira, com remanescentes da Copa anterior e uma nova geração que surgiu neste período de quatro anos. O começo da campanha não empolgou muito, mas o Brasil avançou para a fase de mata-mata, que voltou a ser implantada após uma pausa em 1974. Nas quartas-de-final, a seleção brasileira foi eliminada nos pênaltis pela seleção francesa. Enquanto isso, um personagem emergia: Maradona. Com gol de mão, gol de placa e uma técnica acima da média, ele colocou a Argentina na final. Por outro lado, a Alemanha também chegou para a disputa do título, repetindo 1982. Placar final: Argentina 3 a 2. Ouça abaixo.

1990/Itália – A Copa marcada pelo início da Era Dunga. Sob o comando de Sebastião Lazzaroni, a seleção brasileira apresentou um futebol que não despertou suspiros. Para piorar, houve problemas com dinheiro de patrocinador, o que fez com que os jogadores convocados não contassem com muita simpatia, sendo considerados mercenários. Mais uma vez quem brilhou foi Maradona. Na partida eliminatória da Argentina contra o Brasil, mesmo cercado por três jogadores, o camisa 10 argentino conseguiu dar um passe para Caniggia fazer o gol da classificação. Os argentinos ainda desclassificaram os donos da casa e chegaram à final. Do outro lado, adivinhem, a Alemanha. Depois de dois revezes, havia chegado a hora dos alemães ficarem com o título. Placar final: 1 a 0. Ouça abaixo.

1994/EUA – Temos aqui a sequência da Era Dunga, com remanescentes da copa anterior. Apesar da desconfiança que surgiu no período das eliminatórias, a seleção brasileira foi crescendo na hora certa (e vale o clichê aqui). Carlos Alberto Parreira talvez tenha feito o seu melhor trabalho como técnico. Romário foi um dos destaques. Outro foi justamente Dunga, execrado após o fracasso na Itália. E por falar no país da Bota (sdds. Silvio Lancellotti), a seleção brasileira enfrentou a seleção italiana na grande final. Uma repetição da decisão de 1970. Silvério estava lá. Pena que o jogo em si não tenha sido a altura de tanta tradição e de tanta coisa envolvida. Mesmo assim, não deixou de ser um marco histórico para o narrador. Ouça abaixo a decisão por tiros livres da marca do pênalti,

1998/França – O período de antecedeu esta Copa foi marcado pela ascensão de Ronaldo. Jogando no futebol europeu, ele se transformou em fenômeno com seus gols impressionantes. Isso fez com que ele se transformasse em uma referência para a seleção brasileira. O time treinado por Zagallo tinha atletas das duas campanhas anteriores e jogadores que já mereciam estar no elenco de 1994. A campanha em si teve altos e baixos, com uma derrota para a Noruega na fase de grupos. Parecia que faltava alguma coisa na seleção brasileira. Mas isso não impediu a chegada em sua segunda final seguida. O adversário era a dona da casa, que tinha uma seleção bem montada. Além da derrota do Brasil para a França, ficou marcado todo o bastidor envolvendo Ronaldo, que passara mal horas antes da final. Até hoje ninguém tem uma explicação definitiva para o que aconteceu. Zidane, que não teve nada a ver com isso, fez dois gols de cabeça. Placar final: 3 a 0. Ouça abaixo.

2002 Coreia-Japão – Mais uma vez a seleção brasileira vive quatro anos de trancos e barrancos. Wanderley Luxemburgo, que começou o ciclo, não permaneceu e foi sucedido por mais dois profissionais (Candinho por um jogo só e Émerson Leão) até a chegada de Luiz Felipe Scolari. Enquanto isso, Ronaldo enfrentava seus problemas. Uma lesão patelar deixou em dúvida até mesmo a sua continuidade no futebol. No entanto, ele se recuperou a tempo e as coisas deram certo na hora certa. De contestado, ele passou à heroi. O Brasil cresceu na competição (olha aí o clichê de novo) e chegou à final sem ser derrotado ou empatar alguma partida. O oponente seria a Alemanha. José Silvério acabara de passar por uma mudança radical em sua carreira. Aproximadamente dois anos antes, ele trocou a Jovem Pan pela concorrente Rádio Bandeirantes. Mal sabia ele que havia feito uma boa escolha. A Pan decidiu não transmitir aquele mundial e fazer uma cobertura alternativa. Silvério esteve presente em todos os jogos do Brasil e pode enfileirar uma série de narrações inesquecíveis diretmanete dos estádios. Placar final: 2 a 0. Ouça abaixo.

2006 – Alemanha – Essa aqui foi a Copa do oba oba para a seleção brasileira. Muitos craques, mas pouquíssimo foco, em especial no período de treinamento. Havia uma nova geração pedindo passagem, mas o que fazer com os craques que vinham dando tão certo nos anos anteriores? Carlos Alberto Parreira não conseguiu solucionar essa questão e o Brasil caiu ainda nas oitavas para a França em uma noite inspiradíssima de Zidane. Silvério fez a sua segunda Copa pela Bandeirantes e ele começava a viver um drama pessoal, com a doença de sua primeira esposa, Sebastiana de Andrade. No ano anterior, o Grupo Bandeirantes colocava no ar a Band News FM, emissora com 24 horas de notícias. A caçula entrou em rede com a Bandeirantes e com isso, as irradiações de Silvério foram mais longe, com outras emissoras que compunham a rede. Itália e França disputaram a grande final, que passou à história não pelo título (mais um) da Azzurra, mas pela cabeçada de Zidane em Materazzi.

2010 – África do Sul – Depois da bagunça, a quase ditadura. A CBF resolveu inovar e alçou ao comando da seleção brasileira o ex-jogador Dunga. A ideia até que era interessante, mas o temperamento do agora treinador não ajudou em nada. Apesar dos títulos na Copa América e da Copa das Confederações, a campanha no Mundial não mostrou qualquer brilho. Para piorar, a indisposição de Dunga com parte da imprensa serviu para que ele angariasse ainda mais antipatia. O Brasil caiu nas quartas com a derrota para a Holanda, que chegaria a final 32 anos após ser batida pela Argentina, em 1978. Do outro lado estava a sensação Espanha. Os espanhóis venceram na prorrogação. Mais uma vez a parceria com a Band News foi repetida. Aquela foi uma Copa fria, não pelos jogos em si, mas pelo fato de seu período de competição coincidir com uma fase de baixíssimas temperaturas naquele país. Isso não afetou Silvério que esteve presente na decisão. Placar final: 1 a 0. Ouça abaixo.

2014/Brasil – Sediar uma Copa do Mundo quase virou um pesadelo para o país do futebol. Um ano antes, às vésperas da Copa das Confederações, protestos começaram a pipocar por diversas partes. A Fifa ficou preocupada por muito pouco o torneio não aconteceu em outro lugar. A seleção brasileira chegou a esta competição sob comando duplo: Luiz Felipe Scolari como treinador e Carlos Alberto Parreira como coordenador. Eles chegaram para substituir Mano Menezes, que fizera um trabalho irregular. À medida em que os jogos aconteciam, a tensão aumentava entre os jogadores brasileiros. Não por fatores externos, mas porque, conforme o jornalista Paulo Vinícius Coelho, ninguém queria cometer erros que pudessem tirar a seleção dos trilhos. Isso ficou mais visível na partida contra o Chile, na qual a classificação só veio na disputa dos tiros livres. Para piorar as coisas, uma grave contusão afastou Neymar na parida das oitavas contra a Colômbia. Não foi uma Copa fácil para Silvério. Durante a transmissão da partida contra Colômbia, ele ficou sem voz e teve de dar lugar a Ulisses Costa. E depois, já recuperado, ele irradiou a derrota para a Alemanha na semifinal pelo placar de 7 a 1, talvez o maior desastre brasileiro na história das Copas. Na outra perna, a Argentina, de Messi, foi tirando de cena os oponentes para chegar à grande final no Maracanã. Quem brilhou foi um jovem atleta, Mario Götze, que fez o gol solitário daquela partida. Placar final: 1 a 0. Ouça abaixo.

2018/Rússia – Mais uma mudança no comando técnico. Dunga era trazido de volta pela CBF. Se em 2010 era uma inovação, o ato foi conservador, desta vez. Mas infelizmente, a jogada não deu certo. O futebol apresentado era paupérrimo, especialmente nas eliminatórias, apesar da continuidade do protagonismo de Neymar. Houve uma mudança de rumo e Tite veio para ajustar as coisas. Se o Brasil deu esperança aos torcedores durante o período pré-Copa, na competição em si novamente o futebol, mais uma vez, não empolgou. Alguns jogadores renderem aquém do esperado. Neymar ficou marcado por suas simulações espalhafatosas, que foram ridicularizadas nas redes sociais. Enquanto Brasil ficava pelo caminho, a França, de Mbappé, e a Croácia, de Modric, chegavam à decisão. Era a décima-primeira Copa de José Silvério, um recorde pessoal. Diferente das outras, a partida final foi empolgante, com seis gols. Os frances conquistaram seu segundo título. Pouco depois do apito final, emocionado, ele disse “cumpri”. Antes de passar o comando da jornada para Milton Neves, ele complementou: “são onze Copas do Mundo transmitidas na final do estádio. Um marco. Obrigado, você ajudou muito. Tchau”. Placar final: 4 a 2. Ouça abaixo.

Dois anos depois, durante a pandemia, a Rádio Bandeirantes resolveu antecipar o fim de contrato com o locutor. Ele até ensaiou um retorno ao rádio, pela Capital, mas o projeto não durou muito, infelizmente. Em entrevistas recentes, ele tem deixado claro que se aposentou. Uma pena que sem fazer ao menos mais uma Copa. Condições para isso existiam, como ele demonstrou. Perde o rádio.

Na Band News, Tite diz que duelo com Argentina antes da Copa é “grande prejuízo para o Brasil”

Tite diz que enfrentar a Argentina na última data disponível antes da Copa do Mundo traz prejuízo grande para o Brasil. A FIFA determinou que os times devem entrar em campo no mês de setembro para tornar válida a 6ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo. 

Nesta terça-feira (28), em entrevista exclusiva aos apresentadores do Alinne FanelliBruno Camarão e Fábio França, da BandNews FM, o treinador da Seleção Brasileira afirmou que esse confronto ainda é uma incógnita e que não há nenhum benefício ao disputá-lo. “É um jogo a 61 dias do início Copa do Mundo, correndo risco de ter um atleta expulso ou que tome um cartão e fique fora da estreia. Traz um prejuízo bastante grande e considerável nesse aspecto”, afirmou o técnico. 

Até por essa indefinição, o comandante do Brasil não confirmou que o clássico será na Neo Química Arena como o original de setembro de 2021 – a comissão técnica, aliás, não previa ter que voltar ao país antes da Copa. 

Tite também comentou sobre a importância da formação e evolução de um jogador na Seleção, citando o exemplo do volante Danilo, do Palmeiras, convocado pela primeira vez em junho e que não entrou em campo. “O atleta chega e precisa da naturalidade dos movimentos, porque é diferente de jogar em um clube, e precisa de um período de adaptação. Quando o Danilo veio, nós falamos com ele da função, o César [Sampaio, auxiliar] mostrou o trabalho em vídeos, os movimentos defensivos dentro do conceito, conversamos, ouvimos. Então, é preciso um período de desenvolvimento, de formação. O Alisson [goleiro] não chegou pronto, por exemplo”, explicou. 

Segundo o auxiliar Cléber Xavier, que também participou da entrevista, a Itália deve ser o local de preparação do Brasil antes da Copa, com apresentação dos jogadores no dia 14 de novembro e viagem a Doha no fim do dia 18 ou no próprio dia 19, data limite para a chegada da delegação brasileira. Ele ainda pontuou que o time segue para o Mundial de 2022 com uma experiência maior da comissão técnica de já ter vivido a competição quatro anos atrás. “A gente chega com a oportunidade de fazer um ciclo completo, conhecer mais os atletas com prazo maior e trabalhando mais alternativas de jogo, com iniciações diferentes e construções distintas”, declarou Cléber. Assista aqui à entrevista na íntegra.

Diálogo no ar entre José Silvério e Olivério Jr. antecipou problemas no futebol da Rádio Capital

Por Rodney Brocanelli

Um bate papo entre José Silvério e Olivério Jr. durante a transmissão de Brasil x Peru, na Rádio Capital, deixou transparecer os problemas que a atual equipe esportiva vinha enfrentando na emissora. Quase próximo ao final da partida, Olivério fez uma breve lembrança do jornalista Roberto Avallone, que foi seu chefe na TV Gazeta. Disse que na época em que esteve lá, ganhou três aumentos seguidos. Depois dessa lembrança, Silvério disse que nunca teve um chefe assim. Em tom de brincadeira, Olivério questionou: “é uma indireta?”

Interrompido após um lance de perigo da seleção brasileira, o diálogo foi logo retomado. “Eu fiz uma pergunta pra você se é uma indireta para mim que nunca lhe deu três aumentos”, questionou Olivério. “Não, você é o diretor, você é o chefe supremo. Aliás, eu soube que você já estáva preparando um aumento para mim. Você não teve tempo de me dar um aumento. Uma pena”, afirmou Silvério. “Já tava no prognóstico”, falou Olivério. “Já tava no esquema, mas não teve tempo porque eu já tou indo embora. E se eu voltar depois, que é aquela conversa que tivemos hoje aí você dá o aumento”, disse o narrador.

Olivério prosseguiu: “Já tá no cardápio. Você não tem que reclamar comigo, você tem que reclamar com quem tirou o projeto”. Silvério arrematou: “Pra ser bem sincero com você, eu tou tão feliz aqui que não ia alterar nada se eu tivesse aumento ou se não tivesse aumento”.

Dias depois deste descontraído diálogo, Milton Neves, que dispensa apresentações, divulgou em suas redes sociais o término da parceria entre Olivério Jr e a Rádio Capital (saiba mais aqui). Segundo Neves, domingo aconteceria a última transmissão. No entanto, não seria uma surpresa se a despedida acontecesse no entre Corinthians x Palmeiras, partida válida pelo campeonato brasileiro, marcada para o começo da noite do sábado (25).

Veja abaixo o papo entre Silvério e Olivério

Globo e CBN chegam na reta final e transmitem competições dos Jogos Olímpicos de Tóquio

Por Rodney Brocanelli

Nesta reta final dos Jogos Olímpicos de Tóquio, as rádios Globo e CBN resolveram transmitir algumas competições. A Globo, cujo sinal no dial está limitado apenas ao Rio de Janeiro, levou aos seus ouvintes a semifinal do torneio de futebol masculino envolvendo Brasil e México, na última terça (03), com a narração de Hugo Lago. Neste sábado (07), a emissora repetiu a dose programando a cobetura da decisão da medalha de ouro, que colocou em campo Brasil e Espanha. Esta partida teve a narração de Edson Mauro.

Por sua vez, a CBN também transmitiu a grande decisão para grande parte de sua rede, com a narração de Vinicuis Moura.

Na madrugada deste domingo, o mesmo Vinicius está escalado para narrar pelas duas emissoras as emoções da final do vôlei feminino, que vai colocar em lados opostos Brasil x Estados Unidos. Ou Zé Roberto x Karch Kiraly, como quiserem.

Até então, a Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, reinava soberana na cobertura radiofônica dos jogos de Tóquio, como destacamos aqui no Radioamantes.

(ATUALIZADO – 13H45 07/08) – Na lista de emissoras autorizadas pelo Comitê Olímpico Internacional, os nomes de Rádio Excelsior e Rádio Globo Eldorado, razões sociais de CBN e Globo respectivamente, apareceram recentemente na parte dedicada ao rádio, somando-se à Gaúcha e uma certa Rádio Band. (veja aqui). No dia 22 de julho, o Radioamantes informou que apenas apenas a emissora de Porto Alegre e tal Rádio Band estavam naquela listagem (veja aqui). Isso dá a impressão de que um acerto de última hora fez com que as rádios do Grupo Globo participassem dessa cobertura.

Ouça abaixo a narração de Edson Mauro para o ouro do Brasil no futebol.

Memória: ouça grandes lances de Maradona em narrações do rádio esportivo brasileiro

Por Rodney Brocanelli

O mundo perdeu hoje uma de suas maiores referências: Diego Maradona. Ele teve uma parada cardiorrespiratória em sua residência. Apesar do socorro de seis ambulâncias, não foi possível reanimá-lo. O mundo do futebol está de luto e a Argentina em estado de choque. Ele tinha 60 anos. Ainda não foram divulgadas informações sobre velório e enterro. 

Vamos relembrar aqui alguns momentos de Maradona no mundo do futebol registrados pelo rádio brasileiro.

Não poderíamos começar com outro registro que não fosse o gol de mão que ele marcou na partida entre Argentina x Inglaterra, válida pela fase de quartas-de-final da Copa do Mundo de 1986. Um gol marcado com “la mano de Dios”. Narração de Éder Luiz e reportagens de Roberto Silva, pela Rádio Bandeirantes.

O segundo gol de Maradona naquela partida foi uma pintura. Ouça a descrição de Samuel de Souza Santos, pela Rádio Guaíba.

Haroldo de Souza transmitiu este histórico jogo pela Rádio Gaúcha.

O último gol de Maradona em Copas aconteceu no mundial dos EUA, em 1994. Um belo chute de média distância com o pé esquerdo. Entretanto, pouco depois, ele foi excluido da competição, por ser pego no exame antidoping. Ouça a narração de Alberto Cesar e reportagens de Marcelo di Lallo, pela Rádio Gazeta.

Ouça esse mesmo lance com a narração de Jota Santiago, da Super Rádio Tupi.

Outro lance histórico de Maradona não foi exatamente um gol, mas sim um passe que ele deu para Caniggia fazer o gol da vitória da Argentina sobre o Brasil. Diego veio com a bola dominada no meio campo, conseguiu se livrar da marcação de Dunga e, mesmo cercado por pelo menos dois outros jogadores brasileiros, passou a bola para que seu companheiro saísse livre, de frente para o gol.

Só mesmo um lance genial de Maradona para fazer Fiori Gigiotti falar um palavrão no ar. Ouça abaixo e saiba mais clicando aqui.

Ouça o mesmo lance com a narração de José Silvério, então pela Rádio Jovem Pan.

E ainda, a narração de Marco Antonio Pereira, pela Rádio Guaíba.

 

 

Rádio Bandeirantes transmite a final da Copa de 2002 neste domingo

Nesse domingo (7), a Rádio Bandeirantes transmite uma das grandes conquistas do futebol, a final da Copa do Mundo Japão/Coréia 2002. A Jornada Esportiva terá a participação de alguns protagonistas desse título: Roberto Carlos, Rivaldo e Denílson irão contar a emoção de levantar a taça do pentacampeonato mundial.

A transmissão de Brasil e Alemanha começa às 15h com narração de Ulisses Costa, comentários de Bernardo Ramos e reportagens de João Paulo Cappellanes.

Vale destacar que a Rádio Bandeirantes transmitiu toda aquela Copa do Mundo e os jogos do Brasil tiveram a narração de José Silvério. Relembre abaixo a narração dele para os dois gols de Ronaldo, que garantiram o título ao Brasil (Rodney Brocanelli).

Memória: paulistas ouviram narração de Pedro Carneiro Pereira na Copa de 1970

Por Rodney Brocanelli

Neste final de semana, a Rádio Guaíba colocou no ar mais dois jogos históricos de seu arquivo, desta vez, envolvendo a seleção brasileira de futebol. No sábado (9), a emissora rodou a gravação de Brasil x Zaire, partida válida pela Copa do Mundo de 1974, na Alemanha, com narração  de Armindo Antonio Ranzolin, Neste domingo (10), foi veiculada a reprise de Brasil x Tchecoslováquia, estreia das duas seleções na Copa de 1970, no México. É desse segundo jogo, que o Radioamantes vai destacar algumas curiosidades.

Primeiro que a transmissão partida disputada no Estádio Jalisco, em Guadalajara foi transmitida em pool. Diferente do que ocorreu na Copa seguinte, quando cobriu aquela competição sozinha, a Guaíba se uniu à extinta Rádio Continental para a transmissão dos jogos daquela competição. Profissionais das duas emissoras se dividiram  para irradiar emoção aos rádios tanto de Porto Alegre, como do Rio de Janeiro.

Pela Guaíba, estiveram transmitiram os jogos Pedro Carneiro Pereira (narrador), Ruy Carlos Ostermann (comentarista) e João Carlos Belmonte (repórter). Pela Continental, Clóvis Filho (narrador), Carlos Marcondes (comentarista) e Luís Fernando (repórter). Cada narrador comandava a transmissão em um tempo da partida. Os outros profissionais participavam juntos e intervinham sempre que necessário.

Pedro Carneiro Pereira narrou a primeira etapa de Brasil x Tchecoslováquia. E justamente aqui que temos as curiosidades mais saborosas. Como se sabe, a transmissão da Copa do México foi dividida em diversos pools (entenda mais aqui). Um deles, o de São Paulo, que envolveu as rádios Jovem Pan, Bandeirantes e Nacional (hoje Globo) enfrentou dificuldades técnicas logo de cara. A saída para essas emissoras foi usar o áudio da Guaíba-Continental, que chegava sem problemas ao Brasil. Com isso a transmissão  de Pedro Carneiro, um dos maiores narradores do Rio Grande do Sul, foi ouvida pelos paulistanos. Em vários trechos de sua narração, ele informa os problemas técnicos vividos pelos paulistanos e anuncia o nome das rádios.

O pool de São Paulo só conseguiu entrar no ar aos 8 minutos do segundo tempo, com  Joseval Peixoto, representando a Jovem Pan, saudando os ouvintes e passando o comando para Fiori Giglotti, da Bandeirantes. “Ninguém pode imaginar o drama e o sacrifício que vivemos, que experimentamos até agora para que nosso som chegasse ao Brasil”, disse o locutor da torcida brasileira. Fiori e Joseval fatiaram a transmissão do que restou daquele segundo tempo (ouça aqui o áudio disponibilizado pelo jornalista Thiago Uberreich).

A transmissão do pool Guaíba-Continental seguiu normal para as duas rádios, com Clóvis Filho assumindo a narração. Aliás, essa reprise veiculada pela rádio porto-alegrense serviu também para resgatar um a memória da  Continental, que operava nos 1030Khz no Rio de Janeiro e era uma das grandes audiências locais durante o futebol.

Pedro Carneiro Pereira foi diretor do departamento de esportes da Rádio Guaíba. Além disso, sua outra paixão era pela pilotagem. Ele morreu em 1973, aos 35 anos, em um acidente durante a 4ª etapa do campeonato gaúcho de carros turismo, no autódromo de Tarumã, em Porto Alegre.

Ouça no link abaixo a íntegra de Brasil x Tchecoslováquia.

https://www.facebook.com/613005798713948/videos/853548625138549/

Pedro Carneiro Pereira

Memória: ouça os lances importantes do Brasil x Inglaterra (Copa de 70) no pool de rádios paulistanos

Por Rodney Brocanelli

Para você que vai assistir ou já assistiu a reprise de Brasil x Inglaterra, vamos relembrar aqui os principais lances dessa eletrizante partida da Copa do Mundo de 1970 com a narração do rádio. Mais precisamente do pool de rádios de São Paulo, que uniu em uma só cobertura Bandeirantes, Jovem Pan e Nacional (depois Globo).

Para quem não conhece a história, como não havia circuitos suficientes para a transmissão em rádio, a saída para muitas emissoras foi a de formarem redes para essa transmissão. Além do já citado pool de rádios paulistanos, tivemos também o pool que uniu as rádios Globo e Nacional, do Rio de Janeiro e Gaúcha, de Porto Alegre, o que reuniu as rádios Continental, do Rio de Janeiro e a Guaíba, de Porto Alegre, o que unificou as emissoras dos Diários Associados (Tupi do Rio e de São Paulo, entre outras e mais outros que juntou as rádios Mauá, do Rio de Janeiro, e Itatiaia, de Belo Horizonte.

No pool de São Paulo, a narração ficou a cargo de Pedro Luiz (Nacional) e Fiori Gligliotti. Coube a Pedro narrar dois lances importantes e histórico de Brasil x Inglaterra. O primeiro foi a grande defesa de Gordon Banks depois da cabeça de Pelé, ainda na primeira etapa. Ouça abaixo.

Ainda no primeiro tempo, o outro lance histórico do primeiro tempo foi a defesa de Félix para a cabeçada do atacante Lee.

O gol que deu a vitória ao Brasil saiu na segunda etapa, marcado por Jairzinho. Ouça a narração de Fiori Gigliotti.