Haroldo de Souza diz gostar de repórter que o ajude a identificar jogadores

Por Rodney Brocanelli

Em entrevista ao podcast Dus 2, Haroldo de Souza fez uma revelação curiosa. O narrador esportivo disse que fica feliz quando os repórteres de campo chamam sua atenção quando está identificando de forma equivocada um jogador durante a transmissão de uma partida. “O repórter que é bom, ajuda”, declarou.

No entanto, nem todos os colegas têm esse espírito colaborativo, segundo Haroldo. “Tem uns repórteres que não gostam de ajudar(…) eu fico mais feliz quando me chamam a atenção do que aquele que permite que eu faça o jogo inteiro com o nome trocado, sem que me avisem. Aí eu fico realmente pê da vida e muito magoado, seja quem for esse profissional”, afirmou.

Outra coisa que Haroldo gosta em uma jornada esportiva é que o repórter esteja ligado na hora do gol para ajudar na identificação de seu autor. Em muitos casos, o narrador estica o grito porque não conseguiu ver quem empurrou a bola para o fundo da rede. Em casos assim, quem está no gramado deve ajudar. “Pode falar forte, não tem problema (…) É o mínimo que a gente espera”, falou.

Não deixa de ser curiosa essa fala de Haroldo, um narrador consagrado, que está caminhando para os 50 anos de atuação no rádio de Porto Alegre (ele chegou à cidade em 1974). Colegas seus de outras praças já não toleram intervenções, especialmente durante os lances de gol.

Ainda durante a entrevista, Haroldo se disse favorável ao off tube, quando o narrador transmite o jogo dos estúdios, acompanhando os lances pela televisão. “Quando me colocam no tubo, eu não reclamo mais. Hoje eu já sou mais favorável porque que a gente é beneficiado”, disse.

Essa mudança de opinião de deve à estrutura de alguns estádios. O locutor que hoje está na Rádio Grenal disse ter muitas dificuldades na Arena do Grêmio: “Esqueceram do rádio quando construíram os novos estádios. A Arena é dose cavalar para você fazer jogo à noite, com aquele vidro na frente. Se o narrador que falar ‘eu não erro nome de jogador’ tá mentindo, seja ele quem for, porque a gente tem dificuldades, sim”, falou.

Durante o papo com Cristiano Silva e Geison Lisboa, o locutor esportivo fez um apanhando de sua carreira, que conta com passagens pelas rádios Gaúcha, Guaíba e Bandeirantes. Sobre a passagem nesta última emissora, que durou um ano e dez meses, ele não quis entrar em detalhes: “Eu me nego a falar sobre isso porque eu tenho 62 anos de profissão e é a única vez em que fui mandado embora do serviço, sem explicação”.

Talvez essa história seja contada com maior riqueza de detalhes em um livro que Haroldo está prometendo para breve. Veja abaixo a entrevista.

Ao podcast Dus 2, Sérgio Boaz diz que foi perseguido na Rádio Gaúcha

Por Rodney Brocanelli

Em entrevista concedida ao podcast Dus 2, Sérgio Boaz contou algumas histórias de bastidores de sua saída da Rádio Gaúcha, em 2018. Provocado por Geison Lisboa, um dos anfitriões, o jornalista contou que foi perseguido dentro da emissora. Tudo começou a partir do momento em que ele passou a “contestar algumas coisas dentro da Gaúcha”, especialmente no que diz respeito ao comando de programas.

Boaz procurou Pedro Ernesto Denardin para dizer que ele deveria ocupar o espaço deixado por Silvio Benfica, assim que este deixou a emissora. Outro nome da casa fora promovido. “Quem ocupou e ocupou com muita qualidade foi o (Filipe) Gamba”, afirmou.

No entanto, o que deveria ser uma conversa profissional acabou virando, conforme Boaz, uma fofoca. “Chegou em um diretor(,,,,) e ele disse que eu estava conspirando contra um outro (diretor), que hoje está no Internacional”. Isso foi negado pelo jornalista. “Eu tou dando minha opinião, não conspiro contra ninguém”, afirmou.

Embora Boaz não tenha dado nomes, Cristiano Silva, o outro anfitrião do programa, revelou os personagens: “O diretor é o Cyro (Silveira Martins Filho) e quem tá no Inter é o (Rafael) Cecchin, que era coordenador (da Gaúcha) na época”.

A partir desse episódio, Boaz diz que começou a pegar escala ruim e a ser desmoralizado dentro da Gaúcha. “Eu me senti assediado moralmente(,,,) eles estavam me constrangendo”, afirmou. Ele não fez as finais da Libertadores de 2017, com a participação do Grêmio. Depois de um período de férias nos EUA e de trabalhar em mais um jogo do Internacional, seu desligamento foi comunicado.

Entretanto, não houve qualquer tipo de justificativa dos gestores da rádio para a decisão. “Eu tou esperando até agora”, disse Boaz. Mas o processo não terminou aí. O profissional foi chamado pela alta direção da empresa para conversar: Nelson Sirotsky, Duda Melzer e Claudio Toigo. Os encontros foram individuais. Boaz falou com Sirotsky e Toigo. Só não foi possível o encontro com Melzer por questões de agenda.

Ainda conforme o relato, Sirotsky perguntou a Boaz por que não fora procurado antes. “Como é que vou falar contigo se a minha paleta estava toda marcada? Eu não tinha nem como me movimentar”, foi a resposta.

Apesar desses encontros não terem a intenção de uma readmissão, Boaz pode contar tudo o que vivenciou. “Falei tudo. Depois de um tempo, eles saíram também”, afirmou.

Além de falar sobre sua saída da Rádio Gaúcha, Boaz falou sobre as coisas positivas de sua carreira e de sua atual nova fase, atuando no digital. O Dus 2 é comandado por Geison Lisboa e Cristiano Silva. Ouça abaixo.

 

Painel cai durante programa da Rádio Guaíba

Por Rodney Brocanelli

Um painel com o logotipo da Rádio Guaíba caiu durante a edição do programa Ganhando o Jogo desta segunda (18). O incidente, que não teve grande maiores consequências, aconteceu no Estúdio Cristal, panorâmico, que permite a observação dos pedestres que passam pela Esquina da Comunicação, em Porto Alegre.

Durante o debate, Ana Aguiar e Luís Magno perceberam que havia algo de errado com painel. Ambos conseguiram, cada um a seu modo, amortizar a queda. Cristiano Silva e Cristiano Oliveira riram muito. Carlos Guimarães seguiu com sua tese. Em seguida, Oliveira colocou o painel de lado. Veja tudo no vídeo abaixo.

Em 2019, um outro incidente deste tipo aconteceu no estúdio principal da Guaíba, com a então apresentadora Ananda Muller (clique abaixo).

O dia em que Orestes de Andrade e Geison Lisboa se hospedaram em um lugar bem inusitado

Por Rodney Brocanelli

Convidado do podcast Dus 2, o narrador Orestes de Andrade, atualmente empunhando o microfone da Rádio Guaíba, falou sobre aquela que talvez é uma das histórias mais divertidas de bastidores de transmissões esportivas.

Em 2015, ele e Geison Lisboa (um dos anfitriões do podcast) foram destacados para cobrir in loco uma partida entre Grêmio e Corinthians, na então recém inaugurada arena do time paulista. Dois dias antes, a área administrativa da rádio entregou passagens e o voucher com endereço do local em que a dupla iria ficar, bem próximo ao estádio.

Entretanto, algo chamou a atenção de Geison: o nome, Adrenalina. Ele chegou a questionar com a responsável o tipo de hospedagem: “Isso aqui é um motel”. Mas a resposta foi negativa. Era um hotel mesmo.

Na chegada à São Paulo, os desconfiados Geison e Orestes se dividem. O primeiro vai esperar a chegada da delegação do Grêmio, enquanto que o segundo vai direto para o hotel.

Enquanto estava fazendo seu trabalho, entrevistando os jogadores do Grêmio, Geison recebe uma ligação de Orestes com o veredito: “Garotinho, isso aqui é um motel!!!”.

“Quando cheguei, vi que a entrada era de motel, e eu digo ‘tô roubado’. (…) Daí, eu peguei, fui pro quarto e quando abri a porta era luz negra para tudo quanto era lado, azulzinha, vermelhinha…”, disse Orestes durante a entrevista.

Depois disso, Orestes resolveu ligar a tevê. “Nunca esqueço. Tinha 24 canais e tinha 23 de pornografia. Só tinha um (aberto) que era a Globo”, afirmou.

As camas, pelo menos eram separadas. Assim que Geison Lisboa chegou, ele percebeu outro detalhe do quarto: tinha um globo de luz no teto. Na hora de dormir, Orestes apaga as luzes e Geison se vira para pegar no sono. Entretanto, ele nem conseguiu fechar os olhos. Orestes fica admirado com a iluminação emitida pelo globo: “Meu Deus do céu!”. Depois dessa, a dupla não se contém e passa a rir desenfreadamente. Assim que recuperam o fôlego, teve mais: eles ouvem uma movimentação bem característica vinda de outro quarto.

No dia do jogo, a dupla resolve dar um passeio pelas redondezas. Ao sair e passar pela recepção, eles observam um casal que havia acabado de chegar e ouvem uma parte do diálogo: “só uma hora, amor?”

A hospedagem em um lugar tão inusitado tem uma explicação: o local fora usado em 2014 como hotel, digamos, normal do período de Copa do Mundo. “Foi uma bela experiência, inesquecível”, disse Geison.

Além dessa história, Orestes fez um apanhado sobre sua carreira de narrador, iniciada em Santo Ângelo, sua cidade natal. Tempos depois, ele foi para a Rádio Progresso, de Ijuí. Trabalhou em outras emissoras do interior até chegar à Rádio Guaíba em 1995. O podcast inclusive veiculou a primeira narração dele na emissora. Não faltaram outras histórias interessantes, envolvendo ex-craques da seleção brasileira de futebol como Roberto Carlos e Romário.

O Dus 2 é apresentado por Geison Lisboa e Cristiano Silva. Ouça abaixo.

Maria Luiza Benitez: a pioneira na reportagem de futebol no Brasil

Por Rodney Brocanelli

Maria Luiza Benitez, cantora, locutora, jornalista, apresentadora, jogadora de futebol, foi a primeira mulher a fazer reportagem de campo em transmissões de futebol. Benitez, atualmente na Rádio Guaíba, de Porto Alegre, concedeu uma entrevista ao podcast Dus 2 na última sexta (20), em que contou esses e outros detalhes de sua trajetória na comunicação e na música.

Natural de Bagé, em 1969, Benitez escrevia uma crônica para o jornal Correio do Sul, da mesma cidade. Segundo ela, houve um convite vindo da Rádio Cultura, também de Bagé, para que ela participasse do jornal apresentado ao meio dia lendo seus textos. Com o tempo, passou a desempenhar outras atividades na emissora, comandando um programa infantil, programa sobre moda e lendo os avisos tradicionais em rádios do interior.

Foi o radialista Edgar Muza que a chamou para fazer reportagem de futebol, em 1970, ainda em Bagé. Na época, a reação do público que ia aos estádios não era simpática: “Puta! Puta! Puta!”. O xingamento em uníssono não abalou Benitez: “Eu abanava, sorria, distribuía brindes como se nada estivesse acontecendo”, disse. Sua atuação era limitada apenas ao campo de jogo, não havia acesso aos vestiários.

Foi por intermédio de uma reportagem assinada Edegar Schmidt na Folha da Tarde (RS) que a história de Maria Luiza Benitez como repórter de campo ficou conhecida em todo o Rio Grande do Sul.

Um belo dia, em 1976, Benitez decidiu ir até Porto Alegre foi bater logo na porta da Rádio Gaúcha. Após esperar muito, ela fez um teste de locução, de redação e ainda teve de criar um programa feminino: ” A Hora e a Vez da Mulher”.

Da Gaúcha ela foi trabalhar na Rádio Princesa, mas já pensando em um outro salto. Ela foi ouvida por um diretor da Rádio Guaíba e chamada para fazer um teste, em que desta vez ela leu diversos textos comerciais.

Sua rotina não era fácil. Como cantava na noite, Benitez saia direto de suas apresentações para fazer a locução no período da manhã. Entre uma intervenção e outra, ela tirava um cochilo em um piano de cauda que tinha na emissora e coberta com páginas do jornal Correio do Povo. Na crise que assolou a emissora, ela pediu para sair. Voltou algum tempo tempo, como locutora dos tradicionais noticiosos.

No papo conduzido por Cristiano Silva e Geison Lisboa, Benitez também falou sobre sua carreira musical, que começou até antes de sua carreira como comunicadora. Seu nome é intimamente ligado à música nativista (saiba mais o que é clicando aqui), lançou discos, CDs e faz shows pelo interior gaúcho.

Veja a íntegra da entrevista abaixo.

Cláudio Cabral é relembrado na Rádio Guaíba

Por Rodney Brocanelli

Na última quinta-feira (14), o programa Esperando o Futebol, da Rádio Guaíba, dedicou alguns minutos para relembrar o comentarista Cláudio Cabral. Não foi por acaso. A data marcava os dez anos de sua morte. Cristiano Silva e Carlos Guimarães falaram sobre a convivência com o Mestre Cabral, como ele era chamado pelos companheiros.

Durante a lembrança, foi rodado o trecho de uma homenagem feita na ocasião pela Rádio Bandeirantes, onde Cláudio Cabral trabalhava. No programa pós-jogo de Internacional x Cerâmica, partida válida pelo campeonato gaúcho de 2012, deu-se um jeito para que as notas dos jogadores do Inter fossem divulgadas pelo próprio Cabral.

Carlos Guimarães, que foi o âncora de toda a cobertura da morte de Cláudio Cabral pela Bandeirantes, em 2012, ficou comovido com a recuperação desse registro (ouça outros no post abaixo).

Cristiano Silva compartilha perda (e localização) de cartão de banco com ouvinte da Guaíba

Por Rodney Brocanelli

Neste sábado (09), o apresentador Cristiano Silva passou por momentos de fortes emoções durante o Vestiário, pós-jogo da Rádio Guaíba ao dar por falta de seu cartão de banco. No entanto, não sua preocupação não durou muito tempo. Tudo isso devidamente compartilhado com os ouvintes da emissora. Ouça abaixo.

José Aldo Pinheiro conta histórias e elege Osmar Santos como o grande narrador da história

Por Rodney Brocanelli

Em entrevista ao podcast Dus 2, o narrador esportivo José Aldo Pinheiro, atualmente empunhando o microfone da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, teceu fortes elogios a um colega que marcou história no rádio esportivo brasileiro: Osmar Santos. “Se nós podemos dizer que tem um narrador que alcançou um nível de perfeição na narração, este narrador é o Osmar Santos. Ele tinha dicção, ele tinha carisma, ele tinha improviso, ele tinha voz e ele tinha criatividade. Então, o Osmar tinha uma linguagem universal. O Osmar foi o grande narrador de todos os tempos”, afirmou.

Mesmo colocando Osmar no topo, ainda houve espaço para que outros grandes locutores fossem citados por Zé Aldo: “Nós temos um outro que desenvolveu com com perfeição a técnica da narração esportiva que é o (Armindo Antônio) Ranzolin, mas ele era um narrador com linguagem clássica, mas com característica de um comunicador regional. Não era tão universal como o Osmar Santos. Então, ele era um narrador mais conservador, atingia um público mais maduro”, disse.

Ainda na mesma resposta, Zé Aldo fez uma comparação entre Ranzolin e Osmar: “O Osmar pegava todos os públicos. Ele (Osmar) pegava o povão, mas ele pegava também a elite intelectual que se identificava com a linguagem dele”.

Outro profissional elogiado foi José Carlos Araújo, o Garotinho: “ele tem uma narração que não se desatualiza, que não envelhece porque ele é à frente do tempo dele. Ele nos anos 90 já narrava numa linguagem dos anos 2000. Ele cata na linguagem das pessoas das ruas os seus bordões. Essa linguagem do povo, toca no povo”, falou.

Mas a entrevista não ficou apenas nessa questão dos narradores. José Aldo Pinheiro falou sobre aspectos de sua carreira, iniciada precocemente, em São Luis Gonzaga. Ainda houve espaço para uma importante história de bastidores: ele foi convidado por Leonardo Meneghetti, diretor geral do Grupo Bandeirantes, em Porto Alegre, para voltar à Rádio Bandeirantes local, para um projeto em que narradores e outros integrantes da equipe de transmissão seriam identificados com os times locais.

O time que Zé Aldo iria acompanhar não foi revelado. Essa ideia seria igual ao que já faz a Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, que tem uma equipe engajada transmitindo os jogos do Atlético-MG e outra cobrindo as partidas do Cruzeiro.

Como se nota pelo estilo de transmissão adotado pela Bandeirantes porto-alegrense, a medida não foi adotada, ao menos até agora.

Outra questão colocada na mesa foi a saída de Zé Aldo da Rádio Gaúcha. Embora ele tenha usado um tom comedido para abordar o tema, fica claro que a saída não foi amistosa.

O Dus 2 é comandado por Cristiano Silva e Geison Lisboa. Ouça e veja a íntegra abaixo.

Cristiano Silva e Geison Lisboa se unem e lançam o podcast Dus2

Por Rodney Brocanelli

Nomes de destaque da imprensa esportiva do Rio Grande do Sul, Cristiano Silva e Geison Lisboa se uniram para lançar um novo projeto exclusivo na Internet: o Dus2 Podcast. A nova atração terá periodicidade semanal, com os episódios entrando no ar toda sexta-feira no YouTube. Chama a atenção o grau de profissionalismo da empreitada. A dupla formou uma parceira com o Prohub Estúdio, que dá todo o suporte necessário para as gravações.

O primeiro episódio, divulgado na última sexta (17), foi bastante divertido, com história de bastidores das coberturas que a dupla fez. Cristiano falou sobre a célebre entrevista que fez com o Marcinho, então lateral do Grêmio, que ao ser substituído em uma partida da Copa do Brasil disse sem pudores que estava debilitado e “cagando pura água” (ouça aqui).

Por sua vez, Geison falou sobre uma viagem que ele e o narrador Orestes de Andrade fizeram à São Paulo para a cobertura de uma partida entre Corinthians x Grêmio. O local de hospedagem era até estratégico, próximo à Arena Corinthians. O que não estava previsto era uma certa adaptação feita antes da Copa de 2014.

Conforme informações de outros sites, o Dus2 Podcast terá assuntos diversos, além do futebol. E deverá contar com a presença de convidados. Odair Helmann, treinador de futebol, com passagem pelo Internacional, estará na segunda edição.

Veja abaixo a íntegra da primeira edição.

Memória: o dia em que Cristiano Silva participou do Lar Doce Lar, no Caldeirão do Huck

Por Rodney Brocanelli

Talvez poucos se lembrem, mas Cristiano Silva, hoje apresentador e repórter da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, já apareceu com grande destaque na tela da Globo, mais precisamente no  Lar Doce Lar, apresentado dentro do programa Caldeirão do Huck. Para quem não sabe, a finalidade desse quadro é promover uma reforma completa na casa de quem participa dele. A mãe de Cristiano, Dona Luzia, foi escolhida para ser a protagonista de uma de suas edições, a partir de uma carta escrita por uma de suas filhas, que também se chama Luiza. 

No entanto, conforme as regras da atração, para conseguir a reforma, todos os integrantes da família tem que participar de uma espécie de gincana bolada pela produção do programa. E Cristiano não ficou de fora.

Em uma entrevista ao canal do jornalista Darci Filho, veiculada em agosto do ano passado, Cristiano relembrou dessa história.  No Natal de 2006, família reunida na casa da mãe, ele resolve fazer um discurso, depois de uns champagnes a mais, prometendo uma reforma, mais do que necessária. A questão é que não havia dinheiro para isso. “Eu não tinha dinheiro nem para reformar o banheiro, que dirá a casa toda. Mas é discurso de Natal, tá valendo”, contou.

Nessa confraternização, Cristiano percebeu que sua irmã Luzia, quem tem o mesmo nome da mãe, vale lembrar, estava tirando fotos e mais fotos da casa. Isso chamou a sua atenção, uma vez que não eram os tradicionais registros familiares característicos dessas reuniões. 

No ano seguinte, próximo do dia das mães, em maio,  o jornalista combinou de passar na casa da mãe e leva-la para comprar um presente. Chegando lá, é avisado por Dona Luzia que ela não poderia sair. “A tua irmã disse que vem gente importante ver a casa”, explicou. Detalhe: Cristiano estava de bota e bombacha, vestimentas típicas do Rio Grande do Sul. Pouco depois, tocam a campanha, ele vai atender e vê duas vans estacionadas e com equipes de tevê filmando tudo.

A irmã de Cristiano, que estava com eles explica: “Esse pessoal é do Lar Doce Lar, do Caldeirão do Huck, eles estão filmando tudo e vamos participar”. Na época, trabalhando na Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, o jornalista se viu em um dilema, resolvido rapidamente: “Das duas uma: ou os caras não reformam a casa ou eu ficaria desempregado. Não tive dúvidas, eu pediria demissão na hora”, afirmou. 

Cristiano chamou a atenção da produção durante essa primeira visita. Ele até tentou se esquivar, dizendo que não morava naquela casa, mas logo descobriu o motivo: a forma como estava vestido no dia. “É o case ideal: Rio Grande do Sul. Um maluco de bota e bombacha. Na cidade. É isso que eles queriam”, afirmou.

Em agosto, Luciano Huck desembarca na cidade para as gravações do Lar Doce Lar na casa da mãe de Cristiano. Ele estava cumprindo mais um dia de expediente normal na Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, quando seu telefone tocou e ficou sabendo da movimentação. O repórter parou tudo o que estava fazendo e falou com seu superior: “O negócio é o seguinte: eu recebi uma ligação do Luciano Huck, ele tá no quarto da minha mãe, com a minha mãe e estou indo pra casa dela agora. Eu estou no Lar Doce Lar. Se vocês quiserem me demitir, façam agora, eu passo no RH e assino tudo, porque essa boca aí eu não vou perder”.

Em resumo, a participação da família de Cristiano foi bem sucedida (veja abaixo). Eles tomaram parte de uma prova organizada no pedalinho da Redenção, um dos parques mais tradicionais de Porto Alegre. Com isso, ganharam o direto de reforma prometida pelo programa. “Eles baixaram a casa e fizeram uma nova, móveis da Tok Stok. Eu para mim, foi um milagre. Se o pessoal não acredita em milagre, eu sou testemunha. Isso que aconteceu foi um milagre”, afirmou o jornalista.

Aproximadamente 15 anos depois, Dona Luzia, segue morando na casa reformada com outra de suas filhas, chamada Joana. A que escreveu a carta, (também Luiza, vale repetir), hoje mora em Florianópolis. “Claro que teve alguns consertos, mas ela é a mesma casa”, disse Cristiano.

Veja abaixo a entrevista de Cristiano Silva concedida ao colega Darci Filho.

Veja abaixo a participação da família de Cristiano Silva no Lar Doce Lar. São duas partes.

Edegar Schmidt é homenageado no Arquivo Guaíba

Por Rodney Brocanelli

Neste último final de semana final de semana (15 e 16), o Arquivo Guaíba prestou uma homenagem ao comentarista esportivo Edegar Schmidt, que por muitos anos empunhou o microfone da Rádio Guaíba . O programa, com quase uma hora de duração, veiculou depoimentos de profissionais que conviveram ou trabalharam com ele. A lista conta com os nomes de Alex Bagé, Carlos Guimarães, Cristiano Silva, Gilberto Júnior, João Carlos Belmonte, Jorge Guirado, José Alberto Andrade, José Aldo Pinheiro, Jurandir Soares, Juremir Machado, Lauro Quadros, Maria Luiza Benitez, Mário Lima e Orestes de Andrade.

Schmidt morreu na última segunda (10), vítima do Covid-19, mais popularmente conhecido como Coronavírus (saiba mais aqui). Ele estava aposentado desde 2013 após sofrer um AVC.

Um dos destaques da programação da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, o Arquivo Guaíba vai ao ar em dois horários: sábado às 22h e domingo às 23h. A apresentação é de Luís Magno.

Ouça abaixo a íntegra do Arquivo Guaíba, que homenageou Edegar Schmidt.

Edegar Schmidt - Arquivo Guaíba

 

Programa Raio-X traz histórias saborosas e hilariantes de bastidores da imprensa esportiva gaúcha

Por Rodney Brocanelli

Em tempos de pandemia, aumentou muito a oferta de lives com entrevistas  bate-papos. Aliás, para quem ainda não sabe, live é o nome dado às transmissões ao vivo feitas seja nas redes sociais ou mesmo no YouTube. O Radioamantes destaca aqui o Programa Raio-X, que conta com nomes consagrados da imprensa esportiva de Porto Alegre (a partir do segundo parágrafo, informamos quem são). Nas suas duas edições mais recentes, seus integrantes estiveram dedicados a contar histórias saborosas e hilariantes de bastidores vividas por eles ou pessoas próximas. A diversão é garantida.

A equipe do Raio-X é composta por Daniel Oliveira, âncora deste programa, narrador esportivo com passagem pela Bandeirantes e na Guaíba, emissora onde atuou como repórter.  Além dele, participam Diogo Rímoli, que atuou por diversas emissoras porto-alegrenses e hoje mora em Roma. Além de compartilhar suas experiências como repórter, Rímoli não deixa de contar casos de sua atuação como dirigente do São José, o popular Zequinha, clube de futebol importante, mas não tão badalado (infelizmente) em uma cidade que já conta com Grêmio e Internacional. Quem também tem contado suas histórias é Sergio Couto, outro profissional com larga experiência em rádio. Para fechar a equipe, Cristiano Silva, que hoje atua como repórter na Rádio Guaíba.

O Programa Raio-X sempre é veiculado às quartas-feiras, a partir das 21h, no canal de Daniel Oliveira no YouTube (clique aqui para ver). Veja abaixo a edição que foi levada ao ar no último dia 2 de julho.

Programa Raio-X

Cristina Ranzolin agradece à Rádio Guaíba por veicular narrações do pai, Armindo Ranzolin

Por Rodney Brocanelli

Cristina Ranzolin, apresentadora do Jornal do Almoço, na RBS TV, fez questão de entrar no ar na Rádio Guaíba, neste domingo (26), para agradecer a homenagem indireta feita a seu pai, o narrador Armindo Antônio Ranzolin. A emissora gaúcha reapresentou neste final de semana dois jogos históricos de seu acervo sonoro, com narração dele.

No sábado, foi reprisado a vitória do Grêmio sobre o Hamburgo na final da Copa Intercontinental (ou Mundial de Clubes, como queiram), em 1983. No dia seguinte, a Guaíba veiculou a partida que marcou  primeiro título brasileiro do Internacional, em 1975, com vitória sobre o Cruzeiro pelo placar de 1 a 0.

“Vocês não sabem o meu estado. Eu estou muito emocionada ao ouvir essa narração”, disse ao entrar no ar pelo telefone para conversar com o apresentador Cristiano Silva. “Eu sempre fui muito fã dele, acabei virando jornalista por causa dele”, complementou.

Mas não foi apenas esse o fator de emoção para Cristina. Ela é assumidamente torcedora do Internacional. Além disso, seu atual marido, o ex-jogador, depois técnico e comentarista de televisão,  Paulo Roberto Falcão, esteve em campo nessa final. “Fiquei a tarde inteira emocionada ligada no rádio com a narração dele (Ranzolin) e depois com meu marido em campo ainda, em 75, muito colorada, ia ao estádio, então foi um momento muito lindo de recordar”, disse.

Cristiana foi perguntada a respeito da saúde de seu pai. “Meu pai está bastante limitado, infelizmente. Ele está adoentado há muito tempo. Agora ele está mais acamado. Ele está bastante debilitado. Tá indo, sabe? Ele é muito forte. Segue aqui com a gente, mas ele está, infelizmente,  numa situação difícil”, afirmou. Ela informou ainda que não pode estar próximo a ele nos últimos dias devido à pandemia do Covid-19, mais conhecido como  Coronavírus.

Logo depois, Paulo Roberto Falcão, deu um breve depoimento sobre a final de 1975. O apresentador Cristiano Silva informou que foi a própria Cristina que manifestou a vontade de entrar no ar pela Guaíba. Ela fez contato com o gerente geral da emissora, Nando Gross, que depois viabilizou sua participação nessa jornada esportiva especial. Ouça abaixo.

Cristina Ranzolin e Armindo Ranzolin

Bastidores do rádio: conheça a história do talco no México

Por Rodney Brocanelli

Bastidores de coberturas jornalísticas muitas vezes rendem ótimas histórias. Durante a edição da última quinta (19) do programa Esperando o Futebol, da Rádio Guaíba, o repórter Geison Lisboa contou sobre uma experiência emocionante, digamos assim,no México, logo que desembarcou. Assim que sua bagagem apareceu na esteira, ele verificou que havia um cachorro bem próximo dela, acompanhado de uma policial. Em seguida, ele foi orientado a levar a mala com seus pertences para uma sala da Polícia Federal local. Seguiram-se momentos de tensão, até que se descobriu que era apenas a tampa do recipiente de talco que havia aberto de forma involuntário e se espalhado grande parte de seu conteúdo por dentro da mala.  A história divertiu o comentarista Nando Gross e o apresentador Cristiano Silva. Ouça abaixo.

Talco no México

A origem (origem?) do Dia do Cronista Esportivo

Por Rodney Brocanelli

Dia 8 de dezembro é comemorado o Dia do Cronista Esportivo. Durante o programa Esperando o Futebol, da Rádio Guaíba, o apresentador Cristiano Silva recorreu a um texto de José Roberto Torero, publicado em 8 de dezembro de 1998 (clique aqui pra ler), contando a história (provavelmente fictícia) de Aulus Lépidus jornalista do Acta Diurna, considerado o primeiro jornal da história, colado nas paredes da Roma antiga. Lépidus, segundo o texto de Torero, teria introduzido a seção de Esportes no periódico, escrevendo sobre a tardes no Coliseu em que os cristãos primitivos eram devorados por leões. O jornalista (?) teve problemas quando ele se envolveu com uma mulher que era esposa de quem alimentava os leões e acabou sendo devorado por um deles. Com sua morte, teria começado a ser comemorado o Dia do Cronista Esportivo. Dia 8 de dezembro é comemorado o Dia do Cronista Esportivo.  O narrador Luís Magno ouviu atentamente o relato do colega.