Narradores de futebol viram caçadores de curtidas

Por Rodney Brocanelli

Nos últimos tempos, muitas emissoras de rádio passaram a veicular suas jornadas esportivas em sites como o Facebook e o YouTube. Essa é uma forma de procurar atingir a um público maior, além dos já tradicionais aparelhos receptores. Essas transmissões são popularmente conhecidas como lives, na linguagem da Internet. Elas servem também para divulgar seus respectivos perfis ao público que as prestigiam. O grande problema acontece quando os narradores deixam de lado o jogo para ficar pedindo por likes.

Pois é, verdadeiras feras da narração de futebol simplesmente abandonam a partida de futebol que está acontecendo e ficam pedindo repetidas vezes para que espectadores e ouvintes curtam os perfis das emissoras nos já citados sites. A briga não é mais por audiência, mas por número de curtidas.

Aliás, fala-se em curtida ou mesmo em like. No entanto, essas expressões designam nada mais que uma assinatura do internauta. No YouTube, ainda tem um outro recurso que é chamado de “sininho”. Clicando nele, o assinante passa a receber notificações de transmissões em geral ao vivo.

Nada contra esse tipo de divulgação. Afinal, para usar um clichê surrado, propaganda é a alma do negócio. No entanto, trocar as emoções da bola rolando em uma partida de futebol  para chamar likes, curtidas ou algo nessa linha de forma exagerada acaba por gerar aborrecimentos a quem apenas quer se informar sobre o que acontece dentro e fora das quatro linhas.

Nomes e emissoras não serão citados aqui para não ferir suscetibilidades. O Radioamantes já flagrou essa prática em pelo menos duas grandes rádios de São Paulo e vinda de narradores com larga experiência no ofício.