Por Rodney Brocanelli
Prestes a comemorar 92 anos na próxima terça (26), Salomão Ésper participou de uma entrevista ao programa Do Bom e Do Melhor, comandado por Danilo Gobatto, da Rádio Bandeirantes neste sábado (26). Foi uma grande oportunidade para que ele colocasse em retrospectiva seus quase 70 anos de carreira dedicados ao rádio, inicados em Pirassuninga, na Rádio Difusora, e depois na capital nas rádios Cruzeiro do Sul, América (que nessa época já pertencia à João Saad) e Bandeirantes. A história de Salomão praticamente se confunde com a história do rádio paulista.
Não faltaram relatos curiosos. Um deles foi ainda na Cruzeiro do Sul. A emissora transmitia as missas dominicais diretamente do Mosteiro de São Bento, em São Paulo. Dois de seus celebrantes, o Padre Calazans e o Padre Godinho acabaram envederando para a política. O primeiro se elegeu ao Senado, enquanto que o segundo conseguiu uma cadeira na Câmara dos Deputados. Padre Godinho é conhecido também por gerações mais novas pelas suas participações no Record em Notícias, da TV Record, o famoso “Jornal da Tosse”. O jornalista atuava nessas transmissões como um “repórter clerical”, descrevendo todos os atos das celebrações. Em uma dessas ocasiões, ele disse no ar: “aproxima-se a parte principal da missa. A Vítima Divina vai ser imolada sobre o altar”.
A passagem pela Rádio América foi marcante porque nela ele conheceu um profissional com que iria fazer uma parceria profissional de grande sucesso por aproximadamente 50 anos: José Paulo de Andrade.
O programa veiculou trechos históricos de Salomão não apenas na Rádio Bandeirantes, mas no grupo como um todos. Ele foi o mestre de cerimônia da inauguração da TV Bandeirantes, em 1967. Outro destaque foi dado à sua atuação na cobertura da missão Apolo XI, voo espacial tripulado por astronautas estadunidenses que chegou à lua. Nesse dia, a Bandeirantes sofria um momento dramático, com o incêndio em suas instalações.
Não faltaram também detalhes sobre a estreia do Jornal Gente (ou Jornal da Bandeirantes Gente) e todo o contexto em que ele foi colocado no ar, em 1978 para substituir O Trabuco, descontinuado com a morte de Vicente Leporace.
Salomão contou passagens com grandes personalidades do rádio e da música: Manoel da Nóbrega e Orlando Silva (que ele conheceu na Cruzeiro do Sul) e a dupla Tonico e Tinoco (já astros da Bandeirantes). Houve espaço até para que ele soltasse a voz cantando jingles políticos e publicitários.
Ouça abaixo a entrevista com Salomão Ésper, que voltou aos estúdios da Rádio Bandeirantes, local que não frequenta regularmente desde 2019.
