Radioamantes no Ar fala sobre Barros de Alencar, Franco Neto e da nova Rádio Globo

Na edição desta semana, o Radioamantes no Ar falou sobre as perdas de Barros de Alencar e Franco Neto, da nova programação da Rádio Globo, que já está na Internet, destacando os programas da Mariana Godoy e Mentor Neto e o de Otaviano Costa. Além disso, o programa informou como cada rádio se virou para transmitir o amistoso entre Brasil e Argentina, disputado na manhã desta sexta. O Radioamantes no Ar é veiculado todas as sextas, sempre a partir das 09h pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli e João Alckmin.

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Morre Franco Neto

Por Rodney Brocanelli

Morreu na manhã deste sábado o locutor e apresentador Franco Neto, nome artístico de Omar Borges Franco, voz marcante da Rádio Jovem Pan. Segundo o site da emissora, ele estava intenado no hospital Hotal Core devido a uma crise de insuficiência cardiorrespiratória. Ele tinha 79 anos. O velório será no cemitério do Araçá, a partir das 13h deste sábado até as 09h do domingo. O enterro acontecerá na cidade de Campinas.

Franco trabalhou nas rádios Tupi e Bandeirantes e nas tvs  Record, Bandeirantes e Gazeta. Na TV Bandeirantes, ele foi um dos primeiros profissionais a aparecer no vídeo, ao lado da atriz Débora Duarte, ainda na fase experimental da emissora: “Nós entrávamos no ar e pedíamos que os telespectadores ligassem ou escrevessem para comunicar como estavam recebendo a imagem e o som da emissora. Quando a TV Bandeirantes entrou definitivamente no ar, em 1967, comecei a apresentar o telejornal, trabalho realizado de 1967 a 1970. Fui o primeiro apresentador da emissora”, contou ele em entrevista ao livro “Jovem Pan, 50 anos”, de Alvaro Alves de Faria.

Na Jovem Pan, ele entrou em 1973 para fazer o Jornal da Manhã. No livro “Jovem Pan, a Voz do Rádio”, também de Alvaro Alves de Faria, o locutor como foi a conversa com o então diretor de jornalismo Fernando Vieira de Melo que resultou no posterior convite:  “Você é capaz de fazer o Jornal da Manhã, perguntou Fernando. “Sou, desde que eu mude meu horário de dormir e passe a dormir à noite”, respondeu Franco. “Tá bom, então começa amanhã”, disse o diretor.

Uma vez na Jovem Pan, Franco passou a fazer outros trabalhos. Um deles foi a leitura da crônica de Nelson Rodrigues. O texto era lido pelo próprio escritor, mas ele ficou impossibilitado de cumprir essa tarefa devido a um AVC. Fernando Vieira de Melo consultou Franco que respondeu: “Desde que você me deixe gravar umas quatro ou cinco vezes, eu respondo”. O locutor fez quatro tentativas. Na quarta, notou que o trabalho tinha ficado bom.  Fernando quis saber como tinha ficado o resultado. “Tá bom, quer ouvir?”, perguntou Franco. “Não, manda pôr para o ar”, respondeu o diretor. E assim, o quadro “A Vida Como Ela É” teve sua sequência garantida no “Show da Manhã”.

Na entrevista concedida para o livro, Franco falou sobre as diferenças de um texto bom e de um texto ruim para o rádio: “O texto bom é aquele que dá para o locutor tomar partido, interpretar, provocar inflexões. Texto ruim é aquele que você tem dificuldade para ler. Eu acho que todo redator tinha que ser locutor, na verdade, para fazer um texto realmente legal. O (Alexandre) Kadunc escrevia um noticiário para mim. Ele dizia ‘O Franco faz a pontuação!’ Eu fazia a minha pontuação e o produto final era muito bom”

No final do anos 1980, Franco trabalhou em um de seus programas preferidos na Pan: o Emoções. ‘É a minha menina dos olhos, sem, evidentemente, esquecer os demais trabalhos que realizo na emissora. Eu me identifico com o texto e com o tipo de música que o ‘Emoções’ apresenta. O clima romântico me favorece muito porque eu gosto de romantismo exatamente em que romantismo é quase um pecado imperdoável”, disse. Os textos deste programa eram escritos por Alvaro Alves de Faria.

Nos últimos anos, Franco Neto estava apresentando a edição noturna do Pan News, a partir das 21h. Não foi uma tarefa fácil para seus companheiros de Jovem Pan dar uma notícia tão triste. Oliveira Junior conseguiu terminar a nota de falecimento, mas não segurou a emoção. Ouça abaixo.

Ouça uma crônica lida por Franco Neto em homenagem ao craque Garrincha. Texto de Antônio Garini.

Franco Neto