Memória: As transmissões esportivas da Rádio Difusora (SP) em 960Khz

Neste vídeo, Rodney Brocanelli volta a falar sobre rádio esportivo, desta vez destacando a Rádio Diufusora, de São Paulo, que operava em 960Khz e pertencia aos Diários Associados. No início da década de 1960, a emissora tinha uma forte cobertura esportiva. A equipe contava com nomes que fariam história na crônica esportiva como Luis Noriega, José Italiano, José Goés, Gerdy Gomes, Milton Camargo, Haroldo Fernandes entre outros.

A Difusora não ficava apenas no futebol e também levava as emoções do boxe ao seus ouvintes com profissionais do porte de Ávila Machado e Ralph Zumbano, que anos mais tarde viria a ser treinador de Adilson Maguila Rodrigues.

Em 1963, com a chegada de Pedro Luiz, o esporte passou para a co-irmã Rádio Tupi (SP). A Difusora passou a ser uma rádio musical e fez história com a sua fase Jet Music. Ainda assim, nos ano 1970, ela serviu para colocar em prática o Futebol 2000. Algumas transmissões, lideradas por Dirceu Maravilha e Vitor Moran, foram deslocadas para essa faixa para servir como uma linha auxiliar da Tupi.

Veja mais abaixo.

A passagem do New York Cosmos pelo Brasil em 1980 (e a cobertura do rádio)

Rodney Brocanelli relembra a passagem do New York Cosmos pelo Brasil em março de 1980 para três amistosos em cidades diferentes, duas delas fora dos grandes eixos do futebol brasileiro. Os adversários foram Fast Club, Santos e Uberlândia. Nessa ocasião, o rei Pelé era relações públicas do clube. Não poderia deixar de faltar sobre como o rádio cobriu essa passagem (tem até um bônus de televisão).

Relembrando a Rádio Baré (Manaus)

Rodney Brocanelli hoje relembra a Rádio Baré, emissora de Manaus que já fez parte dos Diários Associados. Neste vídeo é lembrada a equipe esportiva que fazia a cobertura do futebol local, com clubes como Fast Club e Nacional e São Raimundo atuando nos campeonatos local e brasileiro. Além disso, é feito um passeio por grade de programação e programas. Clique e veja.

Relembre as escalas das transmissões de futebol da Rádio Bandeirantes nos anos 1960

Rodney Brocanelli fecha a trilogia das escalas de transmissão da Rádio Bandeirantes. O foco deste vídeo é a década de 1960, auge do rádio esportivo no Brasil (casado com o auge do futebol). Veja no vídeo abaixo.

Assista aos outros vídeos nos respectivos links.

Relembre as escalas das transmissões de futebol da Rádio Bandeirantes nos anos 1970 – https://youtu.be/HB9DUs0mM8Q

Relembre as escalas das transmissões de futebol da Rádio Bandeirantes nos anos 1980 – https://youtu.be/xFuhh07O97c

Relembre as escalas das transmissões de futebol da Rádio Bandeirantes nos anos 1980

Em mais um passeio por arquivos de jornal, Rodney Brocanelli relembra algumas escalas de transmissões esportivas da Rádio Bandeirantes entre os anos de 1980 e 1984. Clique e veja.

Transamérica Campinas investe no esporte sob a liderança de Maurício Camargo

A Rádio Transamérica de Campinas FM 97,7 oficializou a contratação do jornalista, radialista e docente em comunicação Maurício Camargo para comandar e liderar a nova equipe esportiva, a Equipe Classe “A” que já está no mercado de rádio e tv na região há cerca de 15 anos.


A nova programação teve início na última segunda-feira (03), com o programa Papo de Craque Regional, apresentado diariamente das 18h às 19h, com tudo o que rola no esporte das regiões de Campinas, Bragança Paulista e Piracicaba.


As transmissões esportivas começam nesse final de semana, e não ficarão restritas aos times de futebol de Campinas, terá também os times da região como Red Bull Bragantino, Rio Branco de Americana, Inter de Limeira, XV de Piracicaba, Capivariano, Primavera de Indaiatuba, Amparo AC e Itapirense. São algumas das cidades onde a emissora é sintonizada com som local. Além disso, outras modalidades esportivas como vôlei, basquete e futsal também terão destaque.

Daniel Lobinho, CEO da emissora local, afirma: “É uma equipe referência no jornalismo esportivo. Essa contratação reforça, junto aos ouvintes e grandes marcas parceiras, nosso compromisso em oferecer o melhor conteúdo esportivo na nossa programação regional. Isso agregado ao conteúdo produzido pela Rede Transamérica, certamente será uma nova e bem-sucedida etapa da Rádio Transamérica Campinas”.

O radialista/jornalista Maurício Camargo, que possui mais de 40 anos de experiência na área da comunicação, onde atua desde 1984. Maurício formou-se como radialista pelo Senac de Campinas, no ano de 1985, a partir daí seguiu sua carreira no meio da comunicação, logo em seguida também ingressou na faculdade de jornalismo, se formando em 1990, na PUC-Campinas. Trabalhou em diversas rádios de Campinas, como a Rádio Brasil, Rádio Cultura, Rádio Princesa, Rádio Educadora, Rádio Bandeirantes, Rádio Central, Rádio Jovem Pan News, entre outras.

Já trabalhou também em rádios de outras grandes cidades, como Rádio Tri FM de Santos, Rádio Jornal e Rádio Azul de Americana, Rádio Nova Sumaré, além de trabalhos em rádios de São Paulo/SP, como na Rádio Record, Rádio Capital e Super Rádio. Maurício também possui experiência em televisão, tendo trabalho em grandes emissoras da região, como Canal 25 de Jundiaí e Canal 08 de Campinas (tv fechada), Rede QDM no streaming e atualmente na TV Artes, afiliada da TV Cultura na Região Metropolitana de Campinas. Foi docente de jornalismo, radialismo, comunicação e artes do Senac Campinas por 12 anos e hoje atua na mesma função na Confraria do Ensino.


A estreia de Maurício Camargo na Transamérica Campinas, em jornadas esportivas, será na transmissão de Ponte Preta x Guarani, o Dérbi Campineiro, neste domingo (09), a partir das 15h. “É uma honra esse desafio de levar ao torcedor da região a emoção dos seus jogos nesta temporada em um microfone tão tradicional e representativo do interior que é a Transamérica Campinas, onde manteremos o DNA da Rede, liderada pelo Eder Luís. Fui muito bem recebido na nova casa pela diretoria, pelos novos colegas de equipe e chego com minha com toda a minha equipe com o propósito de somar e elevar ainda mais, com a ajuda de todos o som da emoção mais forte do esporte, com a mesma emoção de sempre”, comentou o novo narrador, apresentador e diretor de jornalismo esportivo da Transamérica Campinas.


Para a transmissão de Ponte Preta x Guarani, a equipe Classe “A” da Transamérica Campinas será formada da seguinte forma:
Narrador: Maurício Camargo
Repórteres: André Luis e Carlos Mucin
Comentaristas: Carlos Grigolon e Tiago Caetano
Âncora/Plantão Esportivo: Daverson Cardoso
Produção: André Martins e Mahyla Siqueira
Técnica Interna: Rodrigo Dreyer
Redes Sociais: Mahyla Siqueira

A Equipe Classe A da Transamérica Campinas ainda conta com os comunicadores: Moacir Mainardi e Gustavo Barbudo (narradores), Álvaro Ribeiro, Edson Magalhães, Márcio Gesuelli, Paulo Filé e Sérgio Assalin (comentaristas), Antonio Carlos, Fábio Caetano, Henrique Francisco, Vinicius Barel e Luís Carlos (repórteres).

O programa Papo de Craque Regional é transmitido pela Rádio Transamérica de Campinas 97,7 1 FM) de segunda a sexta, das 18h às 19h.


Você pode acompanhar também pelo app da Rede Transamérica, bastando apenas escolher o som de Campinas ou ainda pelas redes sociais Youtube e Facebook, Transamérica Campinas, Esportes Transamérica Campinas.

Rádio Nacional inicia temporada de transmissões esportivas em 2025 com o Campeonato Carioca

Rádio Nacional faz uma cobertura especial e apresenta ao ouvinte as emoções do Campeonato Carioca de 2025 a partir deste sábado (11). A emissora pública começa as jornadas esportivas do futebol brasileiro este ano com as principais partidas da disputa estadual do Rio de Janeiro, considerada uma das mais charmosas competições do país.

A audiência pode ouvir as emoções dos jogos na faixa Show de Bola Nacional pelo dial, no app Rádios EBC e também por streaming no site da emissora. As transmissões esportivas ganham destaque para parte da rede em AM e OC, além do FM no Rio de Janeiro e no Alto Solimões. A Nacional FM nas demais praças segue com a programação musical.

O primeiro duelo com transmissão da Rádio Nacional na temporada é Botafogo x Maricá, confronto que marca o início do Cariocão. A partida de abertura do campeonato será neste sábado (11), às 16h, no Engenhão. A equipe de esportes da emissora entra no ar mais cedo, a partir das 15h30, para a cobertura do pré-jogo, com um panorama sobre a competição. O time reúne o narrador André Marques, além de Rachel Motta nos comentários e Brenda Balbi na reportagem. Luiz Ferreira faz o plantão da informação.

Já no domingo (12), a Rádio Nacional acompanha o jogo Flamengo x Boavista que será disputado na Arena Batistão, em Aracaju, capital sergipana. A bola rola às 16h, mas a transmissão da emissora inicia às 15h30. Atual campeão estadual, o rubro-negro entra em campo com um elenco formado majoritariamente por atletas sub-23 enquanto os titulares fazem pré-temporada nos Estados Unidos. O jogo tem narração de André Luiz Mendes. Waldir Luiz comenta o embate e Bruno Mendes traz as notícias.

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Rio de Janeiro (RJ), 15/01/2024 – Equipe de esporte da Rádio Nacional: Rodrigo Ricardo, Felipe Rangel, Rodrigo Campos, Waldir Luiz, Luiz Ferreira, André Marques. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Rádio Nacional e as transmissões de futebol em São Paulo

Por Rodney Brocanelli

Algo que chama a atenção na Rádio Nacional aqui de São Paulo, que opera em 87,1 Mhz, (FMe), é a irregularidade das transmissões de futebol. A matriz tem uma equipe esportiva que, embora não tenha mais o peso de seus anos de ouro, é bastante ativa.

Muitos jogos acabam não chegando para a praça de São Paulo. Os jogos da seleção brasileira nas eliminatórias da Copa de 2026 realizados na semana que passou são um exemplo disso. A divulgação oficial publicada pelo Radioamantes informou que a partida entre Brasil x Equador poderia ser ouvida no Rio de Janeiro, Amazonas e Alto Solimões. Veja abaixo.

Uma breve escuta dos 87,1Mhz naquele dia confirmou a informação. Importante destacar que as emissoras de Recife e São Luís também não veicularam essa partida.

O blog procurou a assessoria de imprensa da EBC, que cuida da Rádio Nacional, para tratar mais particularmente da praça de São Paulo. Além do caso já citado da seleção brasileira, algumas partidas de times paulistas, mesmo indo para rede, não chegam até os receptores de rádio localizados na capital dos paulistas.

A EBC diz que “por uma estratégia de programação, as transmissões das partidas de futebol seguem critérios regionais. No caso da Rádio Nacional de São Paulo, são transmitidos apenas jogos com times paulistas. Nossas transmissões esportivas são geradas 100% para a Nacional do Rio, que conta com equipe de esporte e tem o futebol com uma das marcas de sua programação. Algumas partidas são retransmitidas por Brasília e por emissoras parceiras da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP)”.

No último sábado (14), a partida entre Botafogo x Corinthians foi veiculada normalmente pelos 87,1Mhz.

O Radioamantes perguntou também se existe algum projeto de transmissões regionalizadas de futebol para São Paulo, mas não houve resposta. Vamos seguir acompanhando essa questão.

Rádio Nacional transmite jogos de diversos torneios essa semana

Rádio Nacional acompanha ao vivo as emoções de duelos válidos pelo Campeonato CariocaCopa Libertadores e Recopa Sul-Americana, na terça (20), quarta (21) e quinta-feira (22), respectivamente, às 21h30. A jornada esportiva da emissora pública tem início 15 minutos antes dos confrontos.

Na terça, a disputa entre Flamengo e Boavista, pela nona rodada do Carioca, acontece no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. A partida tem narração de André Luiz Mendes e comentários de Waldir Luiz. Quem faz as reportagens e o plantão da informação é Bruno Mendes.

Para o jogo Aurora x Botafogo pela Libertadores – realizado quarta no estádio Felix Caprilles, em Cochabamba, na Bolívia -, a Nacional escalou novamente o narrador André Luiz Mendes e o comentarista Waldir Luiz. As reportagens ficam a cargo de Bruno Mendes, que também comanda o plantão.

O duelo de ida entre as equipes LDU e Fluminense, que vale pela Recopa Sul-Americana, será na quinta-feira no estádio Casa Blanca, em Quito, no Equador. A cobertura da emissora pública para o confronto conta com André Marques na locução e Mario Silva nos comentários. O time da Nacional tem ainda Rodrigo Campos nas reportagens e no plantão da informação.

Fórmula de disputa do Campeonato Carioca

O Campeonato Carioca mantém o mesmo regulamento pelo quarto ano consecutivo. A competição reúne 12 times que se enfrentam em turno único com 11 partidas. A disputa envolve os quatro grandes clubes do Rio: Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo. A equipe que fizer mais pontos conquista a Taça Guanabara.

Os quatro clubes com melhor posição na tabela garantem vaga nas semifinais com disputas em jogos eliminatórios de ida e volta. Os ganhadores decidem a final do Campeonato Carioca, também em formato de ida e volta. Já os times classificados entre o quinto e o oitavo lugar da primeira fase concorrem ao título de campeão da Taça Rio. O lanterna da Taça Guanabara sofre o rebaixamento para a Série A2.

Serviço
Flamengo x Boavista (Campeonato Carioca) – terça-feira, dia 20/02, às 21h30, na Rádio Nacional RJ, AM, OC e AS
Aurora x Botafogo (Libertadores) – quarta-feira, dia 21/02, às 21h30, na Rádio Nacional RJ, AM, OC e AS
LDU x Fluminense (Recopa Sul-Americana) – quinta-feira, dia 22/02, às 21h30, na Rádio Nacional RJ

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Amazônia: 11.780KHz e 6.180KHz OC
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Restrição ao trabalho de radialistas em PE expõe racha em entidades de cronistas esportivos

Por Rodney Brocanelli

2024 mal começou e o rádio esportivo já é obrigado a conviver com medidas de restrição. Para piorar as coisas, entidades que deveriam andar juntas na defesa dos interesses dos cronistas esportivos, aparentam estar rechadas.

No último dia 20 de janeiro, o clássico pernambucano Sport x Santa Cruz foi disputado sem a presença dos repórteres atrás dos gols ou mesmo nas proximidades do gramado. Tal medida foi comemorada por Evandro Carvalho, advogado e presente da Federação Pernambucana de Futebol.

Carvalho publicou um artigo no site O Poder comentando sobre essa decisão: “Ontem foi um dia histórico para o futebol brasileiro. Quebramos , pela primeira vez, na história secular do nosso futebol, esse absurdo privilégio das emissoras de rádio, de abusarem do direito de atuar no entorno do gramado e até dentro do campo de jogo. Isso sem qualquer pagamento em favor dos clubes que fornecem o conteúdo – o espetáculo”. (o restante pode ser lido aqui).

Ainda em seu breve texto, o cartola espera pela cobrança dos direitos de transmissão por parte das emissoras de rádio: ” Espero que, brevemente, o STJ, em recurso do Estado do Paraná , ratifique a decisão quanto ao direito dos clubes de cobrarem das emissoras de rádio as transmissões dos seus jogos. Assim poderemos definir a questão do direito ao uso das cabines. Mas o jogo de ontem já é um passo gigantesco. Informei o sucesso ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Tentarei, em Pernambuco, ampliar a iniciativa para a Copa do Nordeste e o Campeonato Brasileiro”.

Seu interesse no assunto tem justificativa. Em uma entrevista ao Jornal do Comércio divulgada em 2020, ele fez um diagnóstico preciso sobre o momento da entidade na ocasião: “Nosso problema é apenas falta de dinheiro” (leia mais aqui).

A Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), em nota, marcou seu posicionamento a respeito da posição de Carvalho: ”A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT) apoia a manifestação da Associação das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambucano (ASSERPE) que, em nota oficial, lamentou as declarações do presidente da Federação Pernambuco de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, de tratar como “histórica” a decisão de vetar o acesso dos repórteres das emissoras de rádio ao estádio para transmissão de jogos de futebol ( https://www.instagram.com/p/C2XkGFAuOA1/?igsh=MXd3Z3lhdXNhZmM1Zg==). A ABERT lembra que, em outubro de 2023, decisão semelhante de cobrar das emissoras de rádio pela transmissão de jogos já foi derrubada no Paraná. A tentativa de proibir o acesso dos repórteres de rádio aos estádios de futebol é mais uma afronta à legislação e à boa-fé que sempre norteou a relação entre clubes e emissoras, desconsiderando a tradição legislativa e jurisprudencial sobre o direito de arena. A ABERT continuará atenta aos desdobramentos de tais iniciativas e não poupará esforços para garantir o cumprimento da lei”.

O racha

Dias depois do clássico, Evandro reuniu-se com representantes da Asserpe (Associação de Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco), Sejope (Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão de Pernambuco) e Abrace (Associação Brasileira de Cronistas Esportivos). 

Uma das duas entidades nacionais que defendem os interesses dos cronistas esportivos, a Abrace divulgou nota com declarações menos incisivas do dirigente. Leia aqui. O mesmo tom foi registrado pelo portal Futebol Interior: “Eu respeito e admiro o cronista esportivo e o rádio, que é uma ferramenta de divulgação do futebol. Não faremos qualquer restrição, apenas em jogos que terão transmissão “ao vivo” e em televisão aberta, por conta de contrato, que não poderão ter repórter no gramado. Apenas isso”, disse. Atualmente, a Rede Globo é que detém os direitos de transmissão do campeonato pernambucano em tevê aberta.

A nota do portal FI expõe também o que parece ser uma divisão entre entidades de cronistas esportivos: ”A Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco (ACDP) não realizou qualquer movimentação, omitindo-se até ao problema que poderia ter se estabelecido, inclusive recusando a dar qualquer informação à imprensa. ‘Existe uma orientação do Jurídico para não falar nada e apenas agir’, disse André Luiz Cabral, que sequer soube dizer o nome do advogado que representa a ACDP. O Portal Futebol Interior obteve informações de que a Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco (ACDP) está irregular há alguns anos, inclusive com dificuldades de fazer qualquer movimentação em demandas judiciais”.

Por sua vez, a Associação dos Cronistas Desportivos de Pernambuco (ACDP) divulgou uma nota em que diz desconhecer a ação da Abrace: “A ACDP ainda informa, que enquanto representante da crônica em Pernambuco, em nenhum momento foi procurada pela gestão atual da ABRACE, que se diga de passagem, além de vir perseguindo e desprezando os cronistas pernambucanos nos últimos anos, tem também tomado decisões que apenas prejudicam o crescimento da imprensa esportiva do nosso estado. A postura da atual gestão da ABRACE, através da nota divulgada pela incompetente Federação Pernambucana de Futebol (FPF), soa como uma atitude apócrifa e distante da realidade defendida pelos nossos profissionais.”

Segue a nota: “Reiteramos que, diferentemente da ABRACE, a Associação de Cronistas Esportivos do Brasil (ACEB) , na pessoa do vice-presidente, Sr Eraldo Leite, procurou a ACDP para tentar ajudar a solucionar todas as dificuldades criadas contra os nossos profissionais. Por fim, lembramos que a ACDP é uma das fundadoras da ABRACE e que nosso posicionamento não é contra a entidade nacional, mas contra o posicionamento tomado pela catastrófica atual gestão, que tem sido danosa aos cronistas. A ACDP está pronta para defender os interesses dos cronistas e não de dirigentes de federação de futebol”. Quem assina é André Luiz Cabral. A íntegra pode ser lida aqui.

  

Abert e Aerp obtém mais uma vitória na batalha contra Athletico-PR pelos direitos de transmissão

Por Rodney Brocanelli

Na última terça (10), a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) divulgou nota informando que conseguiu obter decisão judicial visando suspender a cobrança para a transmissão de jogos por parte das emissoras de rádio.

Em julho deste ano, 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná  acolheu um recurso impetrado pelo Athletico-PR, que batalha desde 2008 para que as emissoras de rádio paguem pelos direitos de transmissão dos jogos sediados em seu estádio.

Após uma ação da da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e a Associação das Emissoras de Radiodifusão do Paraná (Aerp – que também é parte interesada), a 1ª Vice-Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJ-PR) suspendeu o acórdão proferido pela 7ª Câmara Cível do TJ-PR em favor do clube paranaense.

O Radioamantes vem acompanhando esse caso . Clique abaixo para ler os dois últimos posts a respeito.

A nota divulgada pela Abert destacou as declarações de seu atual presidente, Flávio Lara Resende. Para ele a decisão, “restabelece a segurança jurídica, na medida em que o acórdão anterior afronta diretamente a legislação e a boa-fé que sempre norteou a relação entre clubes e emissoras de rádio, desconsiderando uma longa tradição legislativa e jurisprudencial sobre o direito de arena” (clique aqui para ler na íntegra).

Por sua vez, o Athletico-PR não fez até agora qualquer pronunciamento desde que a decisão favorecendo as entidades foi divulgada. Em junho, quando obteve o ganho de causa, o clube divulgou uma nota comemorando e justificando sua intenção, mas desde então não houve qualquer definição sobre valores e regras para o processo de negociação.

A Abert também publicou a íntegra da decisão proferida na 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná. Chama a atenção o termo “efeito suspensivo”. Conforme a definição que está na página do Conselho Nacional do Ministério Público (veja aqui), trata-se da “Suspensão dos efeitos da decisão de um juiz ou tribunal, até que o tribunal tome a decisão final sobre um recurso”. Ou seja, a disputa ainda não tenha terminado.

Banda B dispensa profissionais e cobertura de futebol passa para a Internet

Por Rodney Brocanelli

A partir da próxima semana, a cobertura de futebol da Rádio Banda B, de Curitiba, vai passar por profundas reformulações. Toda a programação dedicada ao tema, que era veiculada em 550Khz e 79,3Mhz deixa o dial e será veiculada apenas na Internet, exclusivamente no YouTube. Entretanto, essa alteração não será tão simples assim. O número de profissionais será reduzido: de 16 para apenas 4. As alterações foram comunicadas à equipe na noite da última sexta (01).

O blog Radioamantes apurou que tudo isso se deve ao fato de que a cobertura esportiva não estava se pagando. Some-se a isso o fato do dono da emissora, o ex-deputado Luiz Carlos Martins, não gostar do esporte bretão que consagrou Pelé. Martins é um dos astros da emissora, comandando um programa diário no período da manhã.

A Banda B começou a se dedicar às transmissões de futebol em 1997. Desde então, ela substituiu a antiga Rádio Clube Paranaense como referência neste tipo de cobertura. Esteve presente em Copas do Mundo, sendo a última em 2010, na África do Sul.

Ao final da transmissão da partida Athlético-PR x Atlético-MG, o narrador Marcelo Ortiz falou brevemente sobre essa nova fase do futebol na Banda B. Disse que durante a semana, as novidades seriam anunciadas, mas já antecipando a migração para o meio digital.

“Mais uma vez, muito obrigado a você que esteve conosco desde o dia 1º de setembro de 1997, quando pela primeira vez a Banda B abre seu microfone e fala de esporte. Em 99 , uma transformação com o comando de Luiz Carlos Martins e passou a ser uma rádio líder em audiência durante todo esse período. E agora, passaremos a uma nova transformação, que você saberá durante a semana”, disse Ortiz.

Não faltaram palavras aos que estão saindo, misturadas com mensagens aos ouvintes: “(…) a todos os companheiros de trabalho, aos amigos que estiveram neste caminho junto conosco, aqueles que partem, aqueles que continuam, muito obrigado de coração. Que Deus abençoe a todos, especialmente a você, ouvinte da Banda B. Estaremos juntos em todos os momentos. Nunca é um adeus. É um até breve para alguns” (veja abaixo).

Athletico-PR obtém vitória na guerra para impor a cobrança dos direitos de transmissão das emissoras de rádio

Por Rodney Brocanelli

O Athletico-PR, clube de futebol que disputa a série A do campeonato brasileiro, obteve uma importante vitória na guerra que trava contra as emissoras de rádio para impor a cobrança dos direitos de transmissão das suas partidas.

Na última terça (25), a 7ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná acolheu um recurso do clube em um processo que vem desde 2008. Caso não ocorra qualquer alteração nos próximos dias, a cobrança poderá ser feita a partir de 15 de agosto, data em que o time paraense recebe em casa o Cuiabá. A rigor, a cobrança só deverá ser feita para jogos em que o Athlético-PR for o mandante.

Para quem quiser acompanhar o processo em todos os detalhes, seu número é 0001164-98.2008.8.16.0001/1 e foi movido pela Aerp (Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado do Paraná) e Abert (Associação Brasileiras das Emissoras de Rádio e Televisão) em maio de 2008, pouco tempo depois em que o clube de futebol manifestou seu desejo de faturar em cima das rádios pela primeira vez. (saiba mais clicando nos três links abaixo e ainda nas imagens abaixo).

https://t.co/ljY9DgrQSf

https://t.co/Y0V5183UaH

https://t.co/b80eJUy3Pj

Apesar da sessão ter ocorrido há quatro dias, a informação foi divulgada de forma oficial exclusivamente pelo clube neste sábado (29) em suas redes sociais. Leia abaixo.

A Abert divulgou uma nota ainda este sábado disse que “a decisão da 7ª. Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná afronta diretamente a legislação brasileira e a boa-fé objetiva que sempre norteou a relação entre clubes e emissoras de rádio”. Além disso , a entidade informa que vai recorrer aos Tribunais Superiores, “na confiança do pleno e imediato restabelecimento da ordem jurídica e da correta interpretação da lei”. Leia a íntegra clicando no link abaixo.

https://www.abert.org.br/web/notmenu/nota-de-esclarecimento.html

Até a publicação deste texto, as associações de cronistas esportivos sejam regionais ou nacionais não divulgaram seu respetivos posicionamentos sobre este tema delicado para a categoria dos jornalistas.

Em seu blog no UOL, o jornalista e advogado Andrei Kampff ouviu advogados especialistas em direito esportivo que citam a recém-aprovada Lei Geral do Esporte, que manteve o que a antiga Lei Pelé já regulava, apenas a regulação comercial de imagens e não de sons. (leia aqui).

O clube diz em um trecho de sua nota que o “futebol encareceu”. É verdade, e isso aconteceu por incompetência dos cartolas. Alguns deles, contrataram dois, três técnicos numa mesma temporada e ficaram pagando salários. Isso sem falar em altos salários para jogadores que em muitos casos chegam como apostas, mas que no fim das contas produzem muito pouco. São incontáveis os casos assim.

Resta saber se esse possível dinheiro das rádios será bem utilizado ou se esse processo de encarecimento do futebol será radicalizado (e com esse encarecimento, a elitização).

A posição do Radioamantes em casos como esse não muda. Reproduzimos aqui trechos de um texto de 2019, quando esse tema da cobrança voltou a ser assunto:

A opinião a respeito desse tema é apenas a repetição de várias outras que já foram explanadas aqui e em outros espaços. No que diz respeito ao rádio, não deverá ser cobrado um valor que seja compatível com a realidade atual do mercado. Vale destacar a iniciativa do Athletico-PR (que na época ainda se chamava Atlético) em 2008 (veja mais aqui).

Além do mais, corre-se o risco de existir novamente um monopólio dos direitos, como já se observa na televisão. Um grande grupo poderá adquirir esses direitos de forma exclusiva e exercer a possibilidade de sublicenciamento apenas com veículos parceiros. Emissoras de rádio de pequeno e médio porte, além de grupos independentes (vamos colocar assim) correm o risco de ficar de fora.

Havendo esse monopólio ou falta de condições financeiras para o pagamento, emissoras com muitos anos ativas na cobertura esportiva deverão abrir mão dessa tradição. Resultado: (muito mais) profissionais desempregados. Quem fala em “farra do rádio” deveria pensar nessa possibilidade.

Leia na íntegra clicando no link abaixo:

A sessão do TJ-PR que definiu essa vitória ao Athletico-PR foi transmitida pelo YouTube. Acompanhe abaixo.

ATUALIZAÇÃO (30/07 – 12h00) – A ACEB (Associação dos Cronistas Esportivos do Brasil) divulgou nota a respeito da vitória conquistada pelo Athletico-PR na Justiça do Paraná. Clique abaixo para ler.

Palmeiras x Flamengo e Grêmio x Botafogo têm transmissão na Rádio Nacional

A Rádio Nacional transmite ao vivo, neste fim de semana, os confrontos Palmeiras x Flamengo e Grêmio x Botafogo, válidos pela 14a rodada da Série A do Campeonato Brasileiro. Durante o Show de Bola Nacional, jornada esportiva da emissora pública, os ouvintes poderão conferir todos os detalhes e emoções das partidas.

A cobertura da Nacional para os jogos é atração para parte da rede em AM e OC, além do FM no Rio de Janeiro e no Alto Solimões. A Nacional FM nas demais praças segue com a programação musical.

No sábado (8), a jornada esportiva da emissora para o duelo entre Palmeiras e Flamengo – realizado no Allianz Parque, em São Paulo – começa às 20h45. A locução ficará por conta de André Luiz Mendes, com comentários de Mario Silva. Estão ainda no time da Rádio Nacional os repórteres Rafael Monteiro e Rodrigo Campos. Rodrigo também atua no plantão da informação.

Já no domingo (9), a transmissão da disputa entre Grêmio e Botafogo – que acontece na Arena do Grêmio, em Porto Alegre – tem início às 18h15. A cobertura da emissora pública terá André Luiz Mendes na locução, Waldir Luiz nos comentários, Rafael Monteiro e Bruno Mendes na reportagem. Bruno Mendes responde ainda pelo plantão da informação.

O Botafogo segue na liderança da competição, totalizando 33 pontos. Na segunda posição da tabela está o Grêmio com 26 pontos, seguido do Flamengo, em terceiro com 25 pontos, e do Palmeiras, que ocupa a quarta colocação somando 23 pontos.

Serviço
Palmeiras x Flamengo – sábado, dia 08/07, às 20h45, na Rádio Nacional AM / OC / RJ / AS
Grêmio x Botafogo – domingo, dia 09/07, às 18h15, na Rádio Nacional AM / OC / RJ / AS

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Mais uma contribuição para o debate sobre os direitos de transmissão para o radio esportivo

Por Rodney Brocanelli

O jornalista Carlos Guimarães, comentarista e coordenador de esportes da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, publicou na semana passada um importante artigo sobre os possíveis impactos da nova Lei Geral do Esporte para o rádio esportivo. Além de viver o dia-a-dia do veículo, Guimarães também é bastante ativo no meio acadêmico: ele é doutorando em Comunicação, tem mestrado em Comunicação e Informação e especialização em Jornalismo Esportivo.

Guima, como é conhecido, acha que não será desta vez que o rádio deverá pagar para transmitir partidas de futebol ou de qualquer outro esporte. “Entretanto, estamos na contagem regressiva para que isto aconteça”, afimra.

O texto é bastante feliz ao incluir essa medida dentro do processo de elitização do futebol brasileiro, simbolizado pela construção das novas arenas, febre que se iniciou na esteira da nomeação do Brasil como sede da Copa do Mundo em 2014.

Em seguida, Guimarães escreve, em resumo, que o rádio não se modernizou: “Com tanto tempo de existência, da mesma forma que o rádio consolidou uma popularidade, ele não se renovou. Apegou-se numa tradição em que parece feio ou moderninho demais buscar algo novo nesse meio”.

Esse apego, conforme o jornalista, vem dos próprios profissionais: “O rádio rejeita o moderninho porque ele tem um limite para se renovar. É como se a tradição compusesse o seu ethos, a sua razão de existir. Vou dar um exemplo disso. Convivo com pesquisadores e radialistas cotidianamente. Sabe o que mais encanta os meus colegas? A narração de um gol em 1975, uma cobertura internacional de 1968, uma entrevista de 1982, uma vinheta de 1991. O rádio, quando olha para si, olha para trás, nunca para a frente”.

Aqui reside a primeira discordância. Quando se olha para o passado do rádio, isso nada mais é que uma forma de chamar a atenção para as novas gerações que o veículo fazia questão de estar presente em todos os acontecimentos. Quando se cultua a narração de um gol de 1975, é porque certamente narrador, repórter e comentarista estavam no estádio, independente da distância.

O mesmo vale para a cobertura internacional de 1968. O rádio marcava sua presença. Não se fazia uma cobertura à distância, algo que é muito comum nos dias de hoje.

A Rádio Guaíba tem um excelente programa de resgate de sua memória chamado Arquivo Guaíba. Pelo menos duas de suas edições trouxeram exemplos ricos disso, protagonizados pelo jornalista Flavio Alcaraz Gomes.

Em 1969, Gomes esteve em Cabo Canaveral para informar em tempo real sobre a partida da missão Apolo XI, famosa por colocar o homem na lua. Anos mais tarde, o mesmo profissional foi deslocado para o Oriente Médio a fim de acompanhar o conflito (mais um) entre árabes e israelenses naquela que ficou conhecida como a Guerra do Yon Kippur.

Reiterando: quando se cultua os grandes feitos do rádio, isso não quer dizer que seja um apego excessivo ao passado, aquele saudosismo do tipo “na minha época que era melhor”. É uma forma de mostrar o que o rádio já fez. Além disso, é um recado para chamar a atenção de que o veículo pode prosseguir fazendo isso, basta que existam recursos (abordo isso daqui a pouco).

Guima fala muito da linguagem do podcast, mas que na verdade ele nada mais é que um programa de rádio, divulgado em uma outra plataforma. O texto cita o recente sucesso do podcast A Casa da Mulher Abandonada, divulgado pelo jornal (ironia, não?) Folha de S. Paulo. Fica a pergunta: por que nenhuma rádio resolve investir nessa ideia?

Algumas respostas. Primeira é porque ela demanda tempo e na atual configuração das redações de rádio não existem recursos humanos disponíveis para investir em reportagens que deem um certo tipo de trabalho e cuja base não seja apenas feita de entrevistas por telefone ou outros meios. Depois, temos a questão do custo. Se render algum gasto que seja com combustível, por exemplo, a ideia é deixada de lado.

Outro ponto abordado por Gumarães é a linguagem da jornada esportiva. Ele destaca que houve uma evolução ao longos dos anos, apontando que as transmissões de hoje são melhores do que há 50 anos. Ela é “mais humana, menos robotizada, menos engessada, mais coloquial, mais conversada, mais próxima ao ouvinte”. Sem contestações quanto a isso, entretanto, hoje em dia ela é mais afastada das próprias partidas de futebol. Hoje em dia é muito comum a transmissão off tube, em que narrador, comentarista e repórter estão olhando o jogo na tela da tv em vez de ter a visão do estádio. Guma até fala sobre isso, mas como consequência, sem analisar de forma mais profunda a causa.

Vou dar um exemplo pessoal. Entre os anos 1980 e 1990, quando eu abaixava o som da tevê e aumentava o do rádio, eu estava em busca de algo que a imagem não me mostrasse. E digo que em 99% eu conseguia ter isso como consumidor, graças ao talento de profissionais como José Silvério, Wanderley Nogueira, entre tantos outros. Hoje é algo mais difícil de se conseguir devido a questões técnicas, mas ainda é possível.

Guima não esquece da precarização do rádio esportivo: “(…) reduziu-se o efetivo das redações com o profissional multimídia, aquele que cobra o escanteio e chega à área para cabecear. Menos gente fazendo mais coisas pelo mesmo salário. A baixa remuneração também impactou na qualidade dos profissionais. É mais fácil optar por uma outra atividade do que permanecer no rádio, ainda que se tenha paixão pelo meio. A prioridade da vida é pagar os boletos em dia”.

E aí surge a grande pergunta que eu me fiz a partir da leitura do texto: será que estaríamos falando de tudo isso caso as verbas de publicidade não fossem tão ínfimas para o meio rádio? Na última sexta-feira, Nando Gross disse ao podcast Dus 2 que o maior problema do rádio hoje é a questão financeira. “A verba sumiu”, disse ele. “Não temos mais os patrocinadores de R$ 100 mil por mês, como tínhamos nas jornadas. Isso acabou”, completou. (veja aqui). Gross fala com conhecimento de causa, de quem já foi gerente da Rádio Guaíba entre 2014 e 2020.

O rádio até que tem dado alguns passos no sentido de atrair mais verbas. Para isso, a Internet é usada como uma aliada fundamental. O que era antes um programa apenas sonoro, hoje virou visual. E os departamentos de publicidade esperam aquele filme (ainda se diz filme?) de 30 segundos para enriquecer o intervalo da live.

Como diz a letra de Rock Europeu, hit da banda Fellini, um dos expoentes do rock independente brasileiro dos anos 1980: “tudo foi sempre uma mera questão de dinheiro”.

Para quem quiser ler na íntegra o instigante texto de Carlos Guimarães, basta clicar no link abaixo.

https://csguimaraes.medium.com/%C3%A9-o-fim-do-r%C3%A1dio-ou-o-que-vem-por-a%C3%AD-732c696993ba