Nesta semana, o Radioamantes no Ar falou sobre a morte de J. Hawilla, dos 60 anos da Rádio Nacional, de Brasília, e das novidades esportivas das rádios de Paulo Abreu, a saber: as estreias do Na Geral na Kiss FM e de um novo programa esportivo na Top FM. O Radioamantes no Ar é veiculado todas as sextas-feiras, sempre a partir das 09h pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin, Flavio Aschar e Rogério Alcântara.
Tag: J. Hawílla
Morre J. Hawilla
Por Rodney Brocanelli
Morreu nesta sexta feira J. Hawilla, empresário e ex-jornalista esportivo. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, devido a problemas respiratórios Segundo o jornal Folha de S. Paulo, Hawilla teve também um câncer na garganta. Ele foi autorizado pela Justiça norte-americana a retornar ao país. Vale lembrar que o empresário colaborou no caso conhecido como Fifa Gate, que escancarou a corrupção na entidade que controla o futebol mundial.
José Hawilla era seu nome verdadeiro. Começou sua carreira em rádio no ano de 1958, em São José do Rio Preto, sua cidade natal. Veio para São Paulo em 1967 a fim de trabalhar na Rádio Bandeirantes, integrando o Scrach (ou Escrete) do Rádio. Em meados dos anos 1970, trabalhou na TV Globo, em São Paulo. A greve de jornalistas deflagrada em 1979 foi um fator determinante para que ele pensasse em mudar de ares. Acabou demitido da emissora, por ter cargo de confiança. Foi recontratado depois, mas não exerceu a mesma função anterior.
Ao mesmo tempo em que recuperou o emprego na Globo, Hawilla fundou uma empresa de publicidade e pouco depois comprou a Traffic, que comercializava anúncios em pontos de ônibus. Fez a empresa crescer e passou a atuar vendendo espaços nas placas de publicidade. Com o passar do anos, os negócios foram diversificando e logo o empresário passou a comercializar direitos de transmissão de grandes eventos esportivos. Por algum tempo, ela controlou o departamento de esportes da TV Bandeirantes, no final da década de 1990.
Em uma determinada época, a Traffic passou até a investir financeiramente em clubes de futebol, como o Palmeiras.
O empresário Virou dono de televisão ao adquirir a TV TEM, que é afiliada da TV Globo e opera nos municípios de São José do Rio Preto, Bauru, Itapetininga e Sorocaba. Lançou também a rede de jornais Bom Dia.
Hawilla chegou a ser apontado, ao lado de Fausto Silva, como exemplo de repórter esportivo que obteve um grande sucesso longe dos gramados de futebol.
Em 2013, ele foi preso pelo FBI e passou a colaborar com as autoridades, além de prometer pagar uma multa de cerca de US$ 150 milhões. O El País Brasil informou que desse acordo, foram devolvidos apenas US$ 21 milhões. O julgamento de Hawilla estava previsto para acontecer em 2 de outubro.
Agora só resta a J. Hawilla o julgamento da história.
Ouça J. Hawilla como repórter da Rádio Bandeirantes neste registro da final da Copa de 1970, que envolveu Brasil e Itália. Não é áudio da transmissão original. Trata-se de um material gravado por ele e Ênnio Rodrigues para um disco comemorativo lançado pela emissora. Logo no começo, Hawilla anuncia as escalações.
Em 1974, Hawilla atuou como repórter na transmissão de um célebre Palmeiras x Portuguesa, partida em que o árbitro Dulcídio Wanderley Boschila fez com que uma penalidade máxima fosse cobrada por três vezes devido a irregularidades cometidas por Émerson Leão.
Ainda do mesmo ano de 1974, uma entrevista conduzida por Hawilla com Clodoaldo, falando de seu corte da seleção brasileira, que iria disputar a Copa daquele ano.
Memória: ouça o gol que fez um único apostador ganhar na Loteria Esportiva, em 1972
Por Rodney Brocanelli
Onde você estava em 29 de abril de 1972? Eu estava me preparando para completar mais um aniversário (só não digo qual). Naquele dia, Corinthians e Juvenuts jogariam no Pacaembu, partida válida pelo campeonato paulista. Quem saiu vencedor foi o simpático Moleque Travesso, graças a um gol de Brecha, um meia habilidoso que atuou por diversos clubes do futebol brasileiro, entre eles o Santos.
Graças ao resultado, pelo menos um apostador acertou os 13 pontos da Loteria Esportiva e levou sozinho o prêmio, um bom dinheiro para a época. Nos anos 1970, a Loteca, como era conhecida, mobilizava muita gente. Hoje em dia, esse interesse foi transferido para as loterias de números (Mega Sena e afins). Para atender à demanda por informação dos jogos que entravam na Loteria, as emissoras de rádio mandavam profissionais para acompanhar essas partidas in loco, mesmo que elas fossem válidas por campeonatos de outros estados. No mesmo dia dessa partida, a Rádio Bandeirantes destacou o narrador Borghi Junior para ficar de olho em Caldense x Atlético-MG. O jogo-comando, com transmissão integral, foi Corinthians x Juventus.
Na ocasião, o anúncio da Rádio Bandeirantes publicado em O Estado de S. Paulo informa que o hoje poderoso J. Hawilla estava escalado para reportar aquela partida pela Rádio Bandeirantes (alías, pouca gente sabe que Hawílla começou sua carreira como repórter antes de se transformar em empresário atuante no mundo do futebol). Entretanto, na narração que está disponível, a voz que se ouve na reportagem é de Roberto Silva. A narração foi de Ênnio Rodrigues, que não deixou de mandar seu tradicional bordão: “o que vale é bola na rede”. Ouça abaixo