José Paulo de Andrade começou sua trajetória na Bandeirantes como repórter e narrador de futebol

Por Rodney Brocanelli

José Paulo de Andrade teve parte de sua carreira no rádio ligada ao futebol. Em 1960, ele começou a trabalhar na Rádio América, então pertencente ao Grupo Bandeirantes, como rádio escuta. Três anos depois, ingressou na Rádio Bandeirantes, contratado por Pedro Luiz para a equipe de esportes. A convivência foi curta. Pouco tempo depois, Pedro iria se transferir para a Rádio Tupi, de São Paulo.

Zé Paulo permaneceu no Escrete do Rádio, com Fiori Gigliotti na linha de frente, e se desenvolveu como como repórter esportivo e narrador, atividades que desempenhou por 14 anos. Em 1977, pouco depois de ver seu primeiro filho nascer, decidiu ficar apenas no jornalismo geral por entender que não haveria mais espaço para ele. “Eu não era nem o terceiro locutor esportivo da Bandeirantes. Aí fiz uma reflexão e pensei consigo mesmo ‘eu não iria ser revelação aos 40’ e eu não queria mais continuar no esporte”.

Na década de 1990, de certa forma, José Paulo de Andrade voltou ao mundo esportivo quando conciliou suas atividades na Bandeirantes com a de assessor de imprensa do São Paulo Futebol Clube.

José Paulo de Andrade morreu na madrugada desta sexta (17) aos 78 anos. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein desde o dia 7 de julho e foi diagnosticado com o Covid-19, mais popularmente conhecido como Coronavírus.

Vamos resgatar dois de seus registros no esporte da Rádio Bandeirantes. Abaixo, ele fala sobre o gol polêmico de Leivinha, do Palmeiras, na final do campeonato paulista de 1971. O lance foi anulado pelo árbitro Armando Marques após enxergar um toque de mão do atacante palmeirense. Não foi apenas Marques que viu isso.

Ouça a narração de José Paulo de Andrade para a partida Guarani 3 x 1 Santos, válida pelo Torneio Governador do Estado de 1976. O repórter é João Zanforlin.  Por volta de 1min53s é possível ouvir uma entrada do Sargento Ranulfo, atento aos acontecimentos das estradas.

Zé Paulo de Andrade

Memória: em 1982, Ataliba, então no Corinhtians, é entrevistado por João Zanforlin

Por Rodney Brocanelli

Ataliba foi um dos grandes jogadores do futebol paulista. Começou sua carreira pelo Juventus e foi um dos destaques do Moleque Travesso no final da década de 1970. Depois, se transferiu para o Corinthians, clube com o qual foi bicampeão paulista em 1982 e 1983. No ano seguinte, foi para o Santos e, mesmo na reserva, conquistou mais um título paulista, coincidentemente numa final contra o Corinthians. Suas qualidades como ponta direita eram inquestionáveis. Aliás, Ataliba teria um grande espaço no futebol de hoje, atuando pelo lado do campo. No entanto, ele tinha um problema, nada grave, mas um problema: era gago. Isso fazia com que não fosse procurado pelos repórteres de rádio antes ou depois dos jogos. Porém, em 1982, João Zanforlin, então no Escrete do Rádio, da Bandeirantes, quebrou essa regra e chamou o então jogador para uma entrevista, antes de uma decisão contra o São Paulo. Ataliba não fugiu do microfone e em pouco mais de um minuto deu seu recado da maneira que pode. Ao final, Fiori Gigliotti não se conteve: “entrevistar o Ataliba é sadismo”. Hoje, o ex-atleta trabalha como treinador e volta e meia é convidado para participar dos Donos da Bola, na TV Bandeirantes. João Zanforlin exerce a carreira de advogado, por vezes defendendo clubes de futebol ou jogadores nos tribunais de Justiça Esportiva. Ouça abaixo.

Ataliba e João Zanforlin

Relembre uma chamada da Rádio Bandeirantes para a transmissão das semifinais da Copa de 1982

Por Rodney Brocanelli

O Radioamantes apresenta mais uma relíquia do rádio: uma chamada veiculada na programação da Rádio Bandeirantes, em julho de 1982 anunciando a transmissão dos jogos da semifinal da Copa da Espanha, aquela mesma que trouxe muita decepção para o torcedor brasileiro. No dia 8 de julho, uma quinta-feira, a voz grave e marcante de Walker Blaz era um instrumento para a convocação dos ouvintes para duas jornadas esportivas. As 11h55 da manhã começaria a partida Polônia x Itália, partida que teria narração de Fiori Gigliotti, comentários de Dalmo Pessoa e reportagens de Flavio Adauto e João Zanforlin (um parêntese: era para o Brasil estar nessa semi). E as 16h, França e Alemanha fariam o outro jogo, com transmissão de Oscar Ulisses, comentários de Luiz Augusto Maltoni e reportagens de Sergio Carvalho. Áudio extraído dos arquivos de Onofre Favotto, que estão disponíveis na Internet. Ouça no player abaixo.

1982-1