Maria Luiza Benitez: a pioneira na reportagem de futebol no Brasil

Por Rodney Brocanelli

Maria Luiza Benitez, cantora, locutora, jornalista, apresentadora, jogadora de futebol, foi a primeira mulher a fazer reportagem de campo em transmissões de futebol. Benitez, atualmente na Rádio Guaíba, de Porto Alegre, concedeu uma entrevista ao podcast Dus 2 na última sexta (20), em que contou esses e outros detalhes de sua trajetória na comunicação e na música.

Natural de Bagé, em 1969, Benitez escrevia uma crônica para o jornal Correio do Sul, da mesma cidade. Segundo ela, houve um convite vindo da Rádio Cultura, também de Bagé, para que ela participasse do jornal apresentado ao meio dia lendo seus textos. Com o tempo, passou a desempenhar outras atividades na emissora, comandando um programa infantil, programa sobre moda e lendo os avisos tradicionais em rádios do interior.

Foi o radialista Edgar Muza que a chamou para fazer reportagem de futebol, em 1970, ainda em Bagé. Na época, a reação do público que ia aos estádios não era simpática: “Puta! Puta! Puta!”. O xingamento em uníssono não abalou Benitez: “Eu abanava, sorria, distribuía brindes como se nada estivesse acontecendo”, disse. Sua atuação era limitada apenas ao campo de jogo, não havia acesso aos vestiários.

Foi por intermédio de uma reportagem assinada Edegar Schmidt na Folha da Tarde (RS) que a história de Maria Luiza Benitez como repórter de campo ficou conhecida em todo o Rio Grande do Sul.

Um belo dia, em 1976, Benitez decidiu ir até Porto Alegre foi bater logo na porta da Rádio Gaúcha. Após esperar muito, ela fez um teste de locução, de redação e ainda teve de criar um programa feminino: ” A Hora e a Vez da Mulher”.

Da Gaúcha ela foi trabalhar na Rádio Princesa, mas já pensando em um outro salto. Ela foi ouvida por um diretor da Rádio Guaíba e chamada para fazer um teste, em que desta vez ela leu diversos textos comerciais.

Sua rotina não era fácil. Como cantava na noite, Benitez saia direto de suas apresentações para fazer a locução no período da manhã. Entre uma intervenção e outra, ela tirava um cochilo em um piano de cauda que tinha na emissora e coberta com páginas do jornal Correio do Povo. Na crise que assolou a emissora, ela pediu para sair. Voltou algum tempo tempo, como locutora dos tradicionais noticiosos.

No papo conduzido por Cristiano Silva e Geison Lisboa, Benitez também falou sobre sua carreira musical, que começou até antes de sua carreira como comunicadora. Seu nome é intimamente ligado à música nativista (saiba mais o que é clicando aqui), lançou discos, CDs e faz shows pelo interior gaúcho.

Veja a íntegra da entrevista abaixo.

Edegar Schmidt é homenageado no Arquivo Guaíba

Por Rodney Brocanelli

Neste último final de semana final de semana (15 e 16), o Arquivo Guaíba prestou uma homenagem ao comentarista esportivo Edegar Schmidt, que por muitos anos empunhou o microfone da Rádio Guaíba . O programa, com quase uma hora de duração, veiculou depoimentos de profissionais que conviveram ou trabalharam com ele. A lista conta com os nomes de Alex Bagé, Carlos Guimarães, Cristiano Silva, Gilberto Júnior, João Carlos Belmonte, Jorge Guirado, José Alberto Andrade, José Aldo Pinheiro, Jurandir Soares, Juremir Machado, Lauro Quadros, Maria Luiza Benitez, Mário Lima e Orestes de Andrade.

Schmidt morreu na última segunda (10), vítima do Covid-19, mais popularmente conhecido como Coronavírus (saiba mais aqui). Ele estava aposentado desde 2013 após sofrer um AVC.

Um dos destaques da programação da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, o Arquivo Guaíba vai ao ar em dois horários: sábado às 22h e domingo às 23h. A apresentação é de Luís Magno.

Ouça abaixo a íntegra do Arquivo Guaíba, que homenageou Edegar Schmidt.

Edegar Schmidt - Arquivo Guaíba