Dez anos sem Joelmir Beting

Por Rodney Brocanelli

Há dez anos, o jornalismo perdia um de seus expoentes. Joelmir Beting, homem de jornal, rádio e televisão, que com sua linguagem simples procurou descomplicar os meandros da economia. Seu início de carreira foi no jornalismo esportivo, trabalhando nos jornais Diário Popular e O Esporte. Quando percebeu que não iria conciliar a paixão pelo Palmeiras com a sua área de atuação, decidiu muda de área, em 1962.

Após ter passado pela Jovem Pan e rádio e tv Gazeta, Joelmir trabalhou muitos anos na Rádio Bandeirantes, como comentarista e depois integrante do Jornal Gente (ou Jornal da Bandeirantes Gente, como José Paulo de Andrade gostava de dizer). Nesse período, ele foi fazer o antigo Jornal Bandeirantes, na TV Bandeirantes.

Em 1985, ele se transferiu para a TV Globo e se destacou como comentarista do Jornal Nacional. Paralelamente às suas aparições nos meios eletrônicos, o jornalista manteve colunas nos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Retornou ao Grupo Bandeirantes em 2004. No rádio, voltou a fazer parte da bancada do Gente e em televisão, coapresentou o Jornal da Band e comandou o Canal Livre.

O anúncio de sua morte proporcionou um dos momentos mais tocantes da história do rádio. Ele foi feito ao vivo por um de seus filhos, Mauro Beting, que estava no ar pela Rádio Bandeirantes, trabalhando como comentarista da transmissão de São Paulo 0 x 0 Universidad Católica, partida que começara no dia anterior 28 de novembro de 2012 e era válida pela Copa Sul-americana.

Corria o Terceiro Tempo da madrugada do dia 28. O programa seguia seu ritmo normal. Houve espaço até para uma série de alfinetadas entre o apresentador Milton Neves e o então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni (ouça aqui). Pouco depois, chegou a triste notícia. Mauro foi encarregado de informá-la aos ouvintes e à grande legião de fãs de Joelmir. Ouça abaixo.

Milton Neves muda roteiro de transmissão e depois irrita Claudio Zaidan

Por Rodney Brocanelli (com a colaboração de Edu Cesar, do Papo de Bola)

Milton Neves conseguiu protagonizar dois momentos para lá de constrangedores durante o fim de jogo da grande final da Libertadores 2022, envolvendo Flamengo x Atlhetico-PR. Pouco depois do apito final, o narrador Ulisses Costa permaneceu no comando da transmissão, passando a vez para o repórter Gustavo Soler quando foi possível ouvir um vazamento do som de Neves com as falas “eu mesmo”, “deu, deu” e “alô central, alô central”.

O outro repórter, Paulo do Valle, do Brasil foi acionado e deu suas informações. Ulisses iria falar de novo, mas foi interrompido por Neves, que anunciou um mini-Concentração, pré-jogo de Goiás x Corinthians, jogo programado para a mesma data pelo campeonato brasileiro “Foi a ordem”, disse. O narrador protestou: “Pera um pouco. A coordenação mandou para eu segurar aqui, Milton. Mas como você deve tá por fora…ó, tá aqui…Bruno Migliozzi…aqui ó…vou ler o que ele me mandou aqui…”segura por gentileza até a entrega da taça e depois passa pro Rogério Assis”.Mas você é muito bem-vindo, Miltão”. E completou um tanto contrariado: “Pois não, Miltão, mini-Concentração. Mengão campeão, com gol do Gabibol, o maior ídolo seu do futebol, Milton Neves”.

Em seguida, Milton Neves começou um discurso com críticas duras ao já citado atacante do Flamengo e ainda disse que o clube carioca foi favorecido pela arbitragem. “Posso tocar aqui, Ulisses, ou você quer comandar?”, perguntou. “Não, fica aí, Flamengo campeão, 1 a 0, gol do Gabigol”, respondeu Ulisses.

Pouco depois, novamente Gustavo Soler foi acionado e devolveu para Milton, que continuou com seu discurso: “E o VARmengo joga mil vezes mais que o Zico, o VARmengo joga milhões de vezes, mais que o Pelé. É uma vergonha”, disse. Foi aí que Cláudio Zaidan interveio com um tom de voz um pouco acima do usual: “Ah, para com isso, Milton Neves, para com isso, rapaz”.

“Roubaram o Athlético”, insistiu Milton. “Você tá contando uma história, velho”, retrucou Zaidan, que completou, após o apresentador chamar o comercial: “Então fica aí falando sozinho, meu chapa. Ah, qual é meu”.

Vale destacar que o Grupo Bandeirantes mandou duplas de narradores e repórteres para Guayaquil a fim de transmitir a final da Libertadores. Ulisses Costa e Gustavo Soler pela Bandeirantes, enquanto Silva Jr e Maurício Ferreira foram os responsáveis pela cobertura na Band News FM.

Ouça abaixo:

Série sobre rádio dos canais ESPN faz rir, faz chorar e faz pensar sobre o futuro do veículo

Por Rodney Brocanelli

Graças a um acaso e a uma dica do Milton Neves via Twitter (a melhor dica que ele deu em anos), pude assistir a série de documentários dos canais ESPN sobre os 100 anos do rádio no Brasil. No último sábado (10), o ESPN Extra exibiu os cinco episódios em sequência, a partir das 14h30. Todos eles já estão disponíveis no Star+, a plataforma de vídeos oficial da Disney.

A série aborda o rádio esportivo (ou futebolístico – acho que já está na hora de debater esse termo) e cinco grandes nomes foram escolhidos para que suas histórias, que se confundem com o próprio veículo, fossem contadas: Milton Neves, José Silvério, Osmar Santos, Pedro Ernesto Denardin e José Carlos Araújo).

Um dos inúmeros pontos positivos dessa série é o fato de que eles não são louvatórios. Por exemplo, todas as qualidades, defeitos e contradições (dentro e fora do ar) de personagens como Milton Neves e José Silvério foram abordadas. No caso de Milton, a questão dos merchans não foi deixada de lado, com pelo menos um depoimento fazendo um contraponto a essa prática.

No caso de Silvério, o fato de vetar a participação de repórteres nas jornadas esportivas por episódios que ele considerava como falta de profissionalismo foi devidamente destacado, com um breve momento de autocrítica do próprio narrador.

Um dos grandes momentos do episódio com Osmar Santos foi quando lhe perguntaram se o rádio continuava a exercer o papel de informar ou se o veículo estava mais “fraquinho” no que diz respeito à informação. Em uma palavra só, um gênio definiu o estado de coisas: “fraquinho”.

Ainda sobre Osmar, todo o seu exemplo de vida é devidamente exaltado no documentário, mas há um breve espaço falar sobre o próprio rádio. Odinei Edson aparece como uma voz crítica à onda de “rádio com imagem”.

Não deixa de ser curioso ver a Rádio Guaíba e sua logomarca aparecer com tanto destaque em um programa dedicado a Pedro Ernesto, astro da Rádio Gaúcha. Explica-se: José Aldo Pinheiro e Carlos Guimarães, profissionais da concorrente deram seus depoimentos. Zé Aldo deu um depoimento pessoal e Guimarães deu uma aula sobre rádio esportivo (ou futebolístico) gaúcho para não iniciados. O amigo Marcos Garcia aponta um erro de legenda: o nome de Armindo Antonio Ranzolin foi grafado como Antonio Armindo. Falha que deveria ser sanada em uma revisão.

Pedro Ernesto, em dado momento, diz que talvez não fizesse sucesso em praças como Rio de Janeiro e São Paulo. Este radioamante discorda respeitosamente.

Além de falar da extensa carreira de José Carlos Araújo, o Garotinho, o documentário sobre ele tem o mérito de apresentar um contraponto ao tom oficialesco da comemoração dos 100 anos de rádio do Brasil. O depoimento do radialista e professor Marcus Aurélio cita as primeiras transmissões feitas antes do 7 de setembro de 1922, na cidade do Recife.

A série da ESPN traz imagens inesquecíveis, como o encontro de Osmar Santos e Milton Neves ou então o reencontro de Silvério com seus irmãos de leite. Sobre este último, não deixa de ser inquietante ver como ele está fragilizado, especialmente depois da morte de Lenice, sua esposa. Além disso, faz rir, faz chorar e faz pensar sobre o futuro do rádio.

Uma pena só que o rádio esportivo de Belo Horizonte e de cidades da região Nordeste foram deixados de lado. Há muita história para contar e personagens carismáticos para focalizar.

A série foi criada pelo núcleo de produções especiais da ESPN, com roteiro de Marcelo Gomes e Rafael Valente. 

Silvério para o rádio: “eu te decifrei e você não me devorou”

Na TV, Canal Livre celebra os 100 anos do rádio no Brasil

Canal Livre desta semana celebra os 100 anos da história do rádio no Brasil. O programa recebe a pesquisadora Magaly Prado, autora do livro “A história do rádio no Brasil”, e o radialista, jornalista e apresentador Milton Neves. Durante a atração, os convidados enumeram os momentos mais marcantes e relembram personagens emblemáticos.

A apresentação é de Rodolfo Schneider. Participa da bancada o jornalista Sérgio Gabriel.

Canal Livre vai ao ar neste domingo (14), às 23h30, na tela da Band.

Mauro Beting fala sobre a sua demissão da Rádio Bandeirantes, em 2013

Por Rodney Brocanelli

Em entrevista ao podcast Tomando Uma Com, o jornalista Mauro Beting falou bastante sobre sua demissão da Rádio Bandeirantes, acontecida em 2013, mas que não durou nem 24 horas após a enorme comoção nas redes sociais que a notícia causou e também de uma grande reviravolta, graças a uma atitude de Milton Neves.

Segundo Mauro, em agosto de 2013, ele fora chamado para uma reunião com o alto comando da Rádio Bandeirantes formado por José Carlos Carboni (já falecido) e Mario Baccei (então vice-presidente das rádios do Grupo Bandeirantes). A convocação partiu de um grande amigo seu e então colega: Sergio Patrick. Sem nada desconfiar, o comentarista até ficou animado com o convite e até pensou em dar algumas ideias para a rádio. Naquela época, Mauro já estava namorando (do ponto de vista profissional) o Fox Sports.

Assim que Mauro chegou a sede do Grupo Bandeirantes e apertou o elevador, ele recebeu uma chamada pelo telefone do locutor Walker Blaz (Primeira Hora). A ligação era, na verdade, uma despedida. Blaz havia sido demitido algumas horas antes. A ficha caiu. A reunião que iria se iniciar dali a poucos instantes não seria propriamente sobre trabalho.

“A gente te adora, você é o cara mais premiado da Rádio Bandeirantes, mas estamos sem dinheiro. É agosto, não tem dinheiro e o grupo inteiro precisa cortar 10%, e a gente está cortando (você) pelo salário”. Esse foi o resumo o discurso vindo da direção e ainda com um detalhe: “Era você ou o Neto, mas o Neto faz merchan. O Neto traz mais dinheiro e você não aceita…”

Houve ainda uma promessa de recontratação em janeiro de 2014, com a expectativa de uma entrada maior de recursos financeiros no Grupo Bandeirantes. Reunião terminada, Mauro foi para sua casa e uma das primeiras coisas que fez foi cancelar uma reforma. Depois, ele postou um texto de despedida no Facebook e desligou o celular por aproximadamente 50 minutos.

Foi exatamente o tempo para que a notícia ganhasse uma enorme dimensão. Assim que ligou novamente seu telefone, o o jornalista recebeu uma ligação do primo Erich Beting com a notícia de que ele, Mauro, havia entrando nos Trending Topics brasileiros do Twitter. A partir de então, vários veículos de comunicação passaram a entrar em contato, como por exemplo o UOL, para saber mais detalhes e buscar declarações, e de outros com convites para reuniões com possíveis convites de trabalho. Nesse meio tempo, o nome de Mauro Beting conseguiu destaque nos Trending Topics mundiais do Twitter.

Milton Neves, que dispensa maiores apresentações, conseguiu ligar para Mauro “Que sacanagem, ô..”, disse. No papo, o apresentador soube quanto o colega ganhava na Rádio Bandeirantes e fez uma proposta: a de separar a verba de um de seus patrocinadores para pagar seu salário e fazer com que o comentarista continuasse na emissora.

A ideia de Milton foi aceita pela emissora e a demissão conseguiu ser revertida. Mauro desmarcou as reuniões para ouvir propostas de outros veículos e iria acertar as coisas em uma nova reunião para o dia seguinte. Entretanto, a indignação dos internautas com a notícia inicial só aumentava com a divulgação da informação de que houve uma opção entre Mauro e Neto. Fustigado pelas redes sociais, o ex-jogador respondeu à altura e até chegou a colocar à disposição a sua condição de comentarista da Rádio Bandeirantes.

Todas essas questões foram contornadas. Mauro ficou. Neto também ficou (não sem quase ser demitido de fato).

Mauro Beting relata que recebeu uma ligação de Johnny Saad presidente do Grupo Bandeirantes, que havia ficado insatisfeito com a saída de seu funcionário, até por todo a relação histórica da família Beting com a empresa. Nunca é demais lembrar que Joelmir Beting, pai de Mauro, trabalhou na empresa por dois períodos: de 1974 a 1985 e de 2003 a 2012. “Que bela jogada de marketing”, disse Johnny em tom de brincadeira. “Alguém aqui fez”, respondeu Mauro.

Aproximadamente um mês depois, houve a cerimônia de entrega do Prêmio Comunique-se, que premia profissionais da imprensa nas mídias escrita e falada. Mauro concorria na duas e acabou levando os dois troféus. Para completar a noite, o José Silvério conquistou o troféu na categoria de melhor narrador. Silvério perdera a sua primeira esposa havia poucas semanas. Esse fato mais a demissão/retorno de Mauro fez com que a noite fosse de muita emoção.

No discurso, Mauro foi polido e agradeceu à equipe técnica da emissora. Entretanto, ao podcast ele disse ter pensado em dizer algo forte sobre a situação que vivera na Rádio Bandeirantes. “É a primeira vez que eu vou dizer: o diabinho chegou e ‘fala logo, fala logo pro teu chefe que te demitiu, que ele tava te demitindo e (depois) ganhou o Prêmio Comunique-se’. Não falei. Agradeci como sempre(…) E tou falando agora: ‘não vou falar'”.

Mesmo assim, sobrou uma farpa: “então vice-presidente da Rádio Bandeirantes, eu entendo que você tinha de cortar, acho que você poderia ter feito de outro jeito, mas enfim, mas aí cortou e tal. Mas assim, também não vou falar que agora “chupa”(…), mas no fundo, acho que Dalai Lama naquela hora falaria ‘chupa'(…) Essa é a grande conquista da minha vida”, disse.

Mauro Beting ficou na Rádio Bandeirantes por aproximadamente mais dois anos; Em 2015, ele deixou a emissora, a pedido, por causa de sua atuação na Fox Sports. Naquele mesmo ano, acertou com a Rádio Jovem Pan, emissora de rádio onde está até hoje.

Gol de Rincón entrou para a história do rádio esportivo mundial

Por Rodney Brocanelli

Freddy Rincón é autor de um dos gols que entrou para a história do rádio esportivo mundial. Copa da Itália, 1990. Colômbia e Alemanha jogavam pela última rodada do Grupo D daquela competição. Com duas vitórias, os alemães já estavam garantidos para a próxima fase. No entanto havia uma esperança para a seleção cafeteira: um empate seria o passaporte para o mata-mata.

Até os 43 minutos da primeira etapa, as seleções empatavam sem abertura de contagem, resultado ideal para a seleção colombiana. Entretanto, Littbarski deu a vantagem aos alemães no placar. Tristeza para o torcedor colombiano, transformada em palavras por Edegar Perea, narrador da Rádio Caracol. Entre outras lamentações, ele disse que aquele gol fora uma punhalada em sua alma.

Já nos acréscimos, aconteceu o que poucos esperavam. De forma tranquila, até, a Colômbia chegou ao empate. A defesa conseguiu parar um ataque dos alemães e foi tocando a bola até o meio campo. Destaque para a participação de Valderrama que se comportou como um maestro no meio campo. Ele prendeu a bola durante o tempo necessário, fez duas tabelas por dentro com companheiros que estavam próximos dele e tocou para o lado direito, por onde entrava Rincón.

O camisa 19 avançou e tocou no meio das pernas do goleiro IIgner. Era o empate redentor. Perea passou da tristeza profunda à euforia absoluta. “Gol”, Colômbia”, foram as palavras que o narrador mais repetiu após a bola ultrapassar a linha. “Gol de Rincón para minha pátria querda”, complementou.

Na ocasião, essa narração foi divulgada praticamente em tempo real aqui no Brasil por Milton Neves, então na Rádio Jovem Pan. Os estúdios da emissora brasileira ficavam ao lado dos que a Rádio Caracol ocupava. Após o apito final, Milton conseguiu uma cópia do áudio e rodou no Terceiro Tempo, encantando os ouvintes brasileiros. Esse registro virou um marco do rádio esportivo internacional e volta e meia ele é divulgado no YouTube com comentários elogiosos e emocionados.

Edegar Perea enveredou pelos caminhos políticos. Elegeu-se senador em 1998, foi embaixador colombiano na África do Sul. Morreu em 2016, aos 81 anos

Freddy Rincón morreu nesta quinta (14) dias após um acidente de trânsito. O carro onde ele estava foi atingido por um ônibus, na cidade de Cali (COL). Tinha 55 anos.

Veja abaixo o gol de Rincón e a narração de Perea.

Joseval Peixoto revela que quis voltar ao rádio após aposentadoria em 2018

Por Rodney Brocanelli

Dois meses depois de se aposentar, Joseval Peixoto, um dos nomes mais importantes da história do rádio, teve vontade de retornar ao veículo. A revelação foi feita neste domingo (30) durante uma entrevista ao Domingo Esportivo Bandeirantes, comandado por Milton Neves, e da qual participou também Salomão Ésper.

Recém-saido da Jovem Pan, Joseval ensaiou um retorno à Rádio Bandeirantes. Para isso, ele decidiu procurar Salomão. No entanto, ele foi surpreendido pela aposentadoria do colega.

“Eu tive uma grande frustração porque eu parei com rádio, me aposentei, porque eu queria, sei lá, ler meus livros, eu não vou ter vida pra ler tudo. Só que eu fiquei dois meses aqui, eu não aguentei e falei ‘puta que pariu, e agora? Eu me despedi da Pan, como é que eu faço?’ Eu falei: ‘vou ligar pro Salomão para ele me ajudar a volta pra Bandeirantes’. Quando eu pensei isso você (Salomão) tinha encerrado (risos). Eu ia lá pedir emprego”, disse Joseval.

Salomão respondeu: “com certeza, se estivesse ao meu alcance, não precisaria de adivinhar o seu pensamento. Tenha absoluta certeza disso”.

Em dezembro 2018, Joseval Peixoto se despediu dos microfones da Rádio Jovem Pan, ganhando homenagens de seus colegas das equipes de jornalismo e de esportes (veja abaixo).

Ouça abaixo o trecho da participação de Joseval Peixoto no Domingo Esportivo Bandeirantes

Milton Neves e Osmar Santos tomam vacina contra o Covid-19

Por Rodney Brocanelli

Dois grandes nomes da crônica esportiva foram vacinados contra o Covid-19 nas últimas 48 horas. No sábado (27), Milton Neves, apresentador da Rádio e TV Bandeirantes tomou a primeira dose e até fez careta para a foto. “Deu uma ‘duída’ na hora, mas já vacinado na primeira dose! Na rua Ibiapinópolis, ao lado do Clube “A Hebraica”. Obrigado a todos os enfermeiros e enfermeiras”, escreveu ele no Twitter (veja aqui).

No dia anterior foi a vez de Osmar Santos, simplesmente o Pai da Matéria. Ele foi levado pelo filho Vitor a um posto drive-trhu localizado na Zona Oeste de São Paulo. Animado, ele fez menção à campanha “Vacina Sim”, realizada pelo consórcio de imprensa dedicado à cobertura e conscientização sobre o combate a essa nefasta pandemia. Veja mais aqui.

A prefeitura de São Paulo começou a vacinar idosos de 69 a 71 anos.

Faça como eles e outros tantos que já registramos aqui no blog (veja aqui): não deixe para trás a sua oportunidade de se vacinar.

Miltada: Milton Neves não ouve ninguém em abertura de programa

Por Rodney Brocanelli

A abertura do Concentração, da Rádio Bandeirantes, da última quarta (17) foi um tanto problemática para Milton Neves. O apresentador, em home office,  não conseguiu ouvir as participações de João Paulo Cappellanes e Alexandre Praetzel, que iriam transmitir a partida entre Salgueiro x Corinthians, válida pela Copa do Brasil 2021. No entanto, a dupla foi escutada por quem estava acompanhando a transmissão, seja no rádio ou pela Internet. Depois que Milton pediu ajuda para a equipe de retaguarda, o problema foi solucionado. O tempo passa e as miltadas seguem as mesmas. Ouça abaixo.

Memória: em 1982, Mané Garrincha analisa futebol da seleção brasileira na Jovem Pan

Por Rodney Brocanelli

Agosto de 1982. Cinco meses antes de sua morte, Mané Garrincha esteve nos estúdios da Rádio Jovem Pan, em São Paulo,  participando do programa Plantão de Domingo, apresentado por Milton Neves. Na entrevista, ele falou sobre diversos assuntos particulares e relacionados à sua carreira (clique aqui para ver). Não deixou de falar sobre futebol também destacando os assuntos do momento. Um deles era a recente desclassificação da seleção brasileira na Copa de 1982, disputada na Espanha.

Mesmo apresentando algumas dificuldades em sua fala, Garrincha mostrou-se bastante lúcido em sua análise. Disse que acompanhou todos os jogos das outras seleções que disputaram aquela Copa. Aproveitou até para relembrar que ele, enquanto jogador da seleção brasileira, acompanhava os jogos de possíveis adversários.

Sobre partida contra a Itália, que marcou a desclassificação do Brasil, Garrincha falou em “erro técnico”. E justificou dizendo que a seleção treinada por Telê Santana deveria jogar com a defesa plantada e partir para os contra-ataques. “Eles (os italianos) tinham que ganhar aquele jogo. Eles tinham que fazer o gol. Se eles fizessem o gol, o Brasil tinha que ir para frente, tudo bem. Fizesse o gol, volta normalmente a retranca e ficaria 1 a 1”.

Garrincha prosseguiu: “Quando empatamos, falei ‘agora o Telê vai plantar o time na defesa’, mas foi o contrário. Todos os jogadores queriam ir para a frente e fazer o gol, que foi um erro”.

Nessa manifestação, o ex-jogador citou dois titulares daquela seleção e reclamou do posicionamento: “Eu vi o Leandro jogar na frente do Júnior, do lado esquerdo. Nunca vi isso na minha vida. Só com o Telê que aconteceu isso. Eu acho que o Telê tinha que tomar providências naquele instante”.

No seu comentário, Garrincha não levou em consideração alguns detalhes da partida. A Itália fez  seu segundo gol numa falha em saída de de bola. O terceiro surgiu depois de uma jogada de escanteio. Entretanto, ele tem razão ao afirmar que faltou um cuidado defensivo maior para aquela seleção.

Sempre é bom ouvir Garrincha. Clique no player abaixo.

Garrincha

Memória: relembre a Rádio Camanducaia na Bandeirantes, em 2010

Por Rodney Brocanelli

Em 2009, a edição de quarta-feira do Terceiro Tempo (que sempre avançava até a alta madrugada da quinta), comandada por Milton Neves passou a reapresentar alguns aúdios com esquetes da Rádio Camanducaia, genial criação de Odayr Baptista, que foram veiculados pela Rádio Bandeirantes, dentro do Show de Rádio na segunda passagem do programa, entre os anos de 1996 e 1997. A repercussão junto aos ouvintes foi tão boa que no ano seguinte, Baptista recebeu um convite para produzir quadros novos, que foram veiculados dentro do Domingo Esportivo Bandeirantes, apresentado também por Neves.

Para quem não lembra, Odayr Baptista criou a Rádio Camanducaia na década de 1970 quando ele integrou a equipe do Show de Rádio, que na época era apresentado pela Rádio Jovem Pan.

A emissora metalinguística era uma paródia a muitas emissoras de rádio do interior e as dificuldades que elas enfrentam para sobreviver. Outra característica marcante eram os trocadilhos referentes aos fictícios estabelecimentos comerciais que são os patrocinadores da emissora. Talvez não fosse algo consciente, mas a Camanducaia também era um retrato bem-humorado da vida do interior.

Um dos principais nomes da Camanducaia era o locutor Alberto Júnior, que com sua voz grave lia os testemunhais e anúncios e era um pouco atrapalhado. A estação tinha um narrador esportivo chamado Alberto Neto, que sempre ia  para o estádio errado a fim de irradiar uma partida de futebol. O quadro teve grande aceitação junto aos ouvintes e fez história no rádio paulistano.

Odyar Bapitsta morreu em julho de 2019, aos 83 anos.  Saiba mais sobre ele clicando aqui.

O Radioamantes recupera dois quadros que foram apresentados naquela época e que podem ser ouvidos nos players abaixo.

Odayr Baptista

Futebol à Manivela deixa grade da Rádio Globo (ou não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje)

Por Rodney Brocanelli

Não deixe para amanhã algo que você pode fazer hoje. Nunca essa frase encaixou tanto como agora. Desde o começo do ano, eu estava para mandar uma carta (sim, uma carta) ao programa Futebol à Manivela, da Rádio Globo, apresentado pelo Maurício Bastos, pedindo para relembrar gols que fizeram parte de minha memória afetiva como entusiasta do futebol e amante do rádio.

Na verdade, seria a segunda vez que eu mandaria uma carta. Em 2017, enviei pelo Correio uma correspondência para o antigo endereço da Rua do Russel com algumas solicitações e fui atendido. Queria repetir a experiência. Não houve tempo, com a correria do dia-a-dia. Infelizmente, não terei mais essa outra oportunidade. Neste sábado (29) foi ao ar a última edição do programa, decisão tomada pela alta direção dentro de um pacote (mais um) de mudanças da emissora.

Uma pena que não houve possibilidade de encaixá-lo na nova grade que vai contemplar as transmissões de futebol. Lamento a decisão. Sempre gostei de propostas de resgate da história e essa atração combinava duas coisas de que gosto: rádio e futebol.

Vale destacar que aqui em São Paulo, as três grandes rádios, em diferentes momentos, abriram seus arquivos de transmissões de futebol. A Bandeirantes fez isso certa época com o seu Domingo Esportivo Bandeirantes, apresentado pelo Milton Neves. Por sua vez, a Jovem Pan presenteou seus ouvintes com o Memória do Plantão, apresentado pelo Vander Luiz. Agora foi a vez da Globo também abrir seus arquivos. Que outras emissoras, com tradição histórica, possam fazer o mesmo. E que as já citadas aqui não fiquem apenas nessas experiências.

Futebol à Manivela

Milton Neves confunde nacionalidade do Atlético Junior, finalista da Sul-americana

Por Rodney Brocanelli (com a colaboração de Edu Cesar, do Papo de Bola)

Durante a edição do programa De Primeira (Rádio Bandeirantes), desta quarta (5), Milton Neves conseguiu a proeza de trocar de lugar o Atlético Junior,  um dos finalistas da Copa Sul-Americana (o outro é o Atlético-PR). Saiba mais clicando no player abaixo.

 

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Milton Neves entrevista Jair Bolsonaro no Domingo Esportivo Bandeirantes

Jair Bolsonaro afirma que o risco de corrupção diminui com a presença de militares no governo. O presidente eleito foi entrevistado com exclusividade, hoje, na Rádio Bandeirantes. Ele tinha acabado de chegar em São Paulo e seguia do Aeroporto de Congonhas para o estádio do Palmeiras.

Bolsonaro foi convidado pela diretoria do clube para assistir ao jogo de entrega de taça de campeão brasileiro contra o Vitória. Falando ao programa “Domingo Esportivo Bandeirantes”, apresentado por Milton Neves, ressaltou que as escolhas dele para o ministério provam que acabou o ‘toma lá, dá cá’ com os partidos.

Ouça a entrevista clicando aqui.

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Jovem Pan x Milton Neves: TST dá ganho de causa à emissora

Com informações da Secretaria de Comunicação Social do TST

A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou o exame do recurso de embargos do radialista Milton Neves contra decisão que havia indeferido seu pedido de indenização da Rádio Panamericana S. A. (Jovem Pan) em decorrência de mudanças na grade de programação. Segundo a SDI-1, os embargos não preenchiam os pressupostos processuais de admissibilidade.

Geladeira

Na reclamação trabalhista, ajuizada em 2007, o radialista alegava ter sofrido dano moral por ter sido afastado de suas atividades pelo método conhecido popularmente como “geladeira”. Segundo o processo, a emissora havia alterado a grade de programação e a escala de profissionais no ar.

Nas mudanças, Neves saiu do comando do programa Plantão de Domingo e foi remanejado para outro em horário com menor audiência e, consequentemente, teve significativa redução em suas receitas comerciais. Por isso, pretendia a condenação da rádio no valor de R$ 3,5 milhões a título de dano moral.

Prejuízo patrimonial

A indenização foi deferida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), mas a Oitava Turma do TST, no exame de recurso de revista da Jovem Pan, julgou o pedido improcedente. No entendimento da Turma, as alterações podem ter causado prejuízo patrimonial ao empregado, que, na condição de empresário, mantinha longa e bem-sucedida parceria de natureza civil com a empresa. No entanto, a situação não caracerizaria assédio moral.

Agravo

Como seu recurso de embargos não foi admitido, a defesa de Neves interpôs agravo alegando que o assédio moral estaria caracterizado pela adoção do “método geladeira”, com esvaziamento de suas funções e ausência de atribuições ou atividades. No entanto, a SDI-1 concluiu que a Súmula 126, apontada no agravo como contrariada, não havia sido mencionada nos embargos e que as decisões apresentadas para demonstrar divergência de teses entre as Turmas do TST também não traziam os mesmos elementos discutidos no caso. A ausência desses dois pressupostos inviabiliza o exame dos embargos.

Por unanimidade, a SDI-1 negou provimento ao agravo.

(MC/CF)

Processo: Ag-E-ED-ED-RR-50500-70.2007.5.02.0058

Leia mais:

4/9/2014 – Jovem Pan é absolvida de pagar R$ 3,5 mi a Milton Neves por assédio moral

A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, composta de 14 ministros, é o órgão revisor das decisões das Turmas e unificador da jurisprudência do TST. O quorum mínimo é de oito ministros para o julgamento de agravos, agravos regimentais e recursos de embargos contra decisões divergentes das Turmas ou destas que divirjam de entendimento da Seção de Dissídios Individuais, de Orientação Jurisprudencial ou de Súmula.
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