Os veículos do Grupo Bandeirantes vão veicular, durante este fim de semana, um extenso material levantado pelo Centro de Documentação e Memória da Rádio Bandeirantes (CEDOM) sobre eleições passadas.
A pesquisa, liderada pelo jornalista Milton Parron, ressalta a credibilidade do Grupo ao longo de décadas de cobertura eleitoral. Uma das sonoras, raríssima, mostra um trecho do comício do brigadeiro Eduardo Gomes que, em 1945, saiu na frente na campanha presidencial, a primeira depois da ditadura Vargas. Outro áudio traz Getúlio Vargas perdendo as estribeiras em uma praça pública em Bauru, no interior de São Paulo, em 1950.
Nos arquivos ainda consta uma entrevista com Silvio Santos em frente à casa dele, no bairro do Morumbi, onde o apresentador e empresário confirma que estará presente no debate da TV Bandeirantes após anunciar sua candidatura à presidência da República em 1989 pelo Partido Municipalista Brasileiro (PMB). Em novembro daquele mesmo ano, o Tribunal Superior Eleitoral considerou a legenda ilegal, impedindo que ele concorresse ao cargo. Clique aqui e ouça alguns áudios históricos que são mantidos no acervo do CEDOM.
Sobre o CEDOM
O Centro de Documentação e Memória da Rádio Bandeirantes (CEDOM), comandado pelo jornalista Milton Parron, mantém arquivadas gravações que retratam, com precisão, boa parte da história dos 85 anos da Rádio Bandeirantes. São documentos sonoros em quantidade – e qualidade – que colocam o acervo da rádio, seguramente, entre os mais ricos entre todas as emissoras brasileiras com quase sete mil horas de gravações, 3.500 já digitalizadas e muitas outras devidamente salvas, em processo de edição.
A Rádio Bandeirantes vai dar início às ações editoriais alusivas aos 85 anos, que serão completados em 6 de maio.
A contagem regressiva começa já nesta quinta-feira (10), com a reapresentação de alguns dos momentos mais marcantes da história da rádio. São pílulas que vão trazer trechos de entrevistas com grandes personalidades do Brasil e do mundo, além de fatos históricos retratados nos microfones da emissora nessas mais de oito décadas.
Esporte, política, economia, comportamento, música, conflitos bélicos. De John Wayne a Luís Gonzaga, do ataque às Torres Gêmeas à permanente tensão no Oriente Médio, de Pelé à poesia de Cartola. Depoimentos, gols, músicas e fatos. Todo material foi selecionado pelo jornalista Milton Parron, a partir do arquivo do Centro de Documentação e Memória da Rádio Bandeirantes, o Cedom.
A veiculação ocorrerá em diversas faixas da programação, todos os dias, e também nas mídias sociais da Rádio Bandeirantes. O conteúdo das pílulas também vai virar um podcast produzido e apresentado por Danilo Gobatto.
Em 1984, Gil Gomes, um dos principais astros da Rádio Globo (SP) se transferiu para a concorrente Rádio Record. A alta cúpula global decidiu manter um programa policial na faixa das 08h às 10h da manhã e fez uma investida na concorrência para colocar em prática esse projeto. Tirou José Nello Marques, da Rádio Bandeirantes, e Milton Parron, da Rádio Jovem Pan para transforma-los em apresentadores de São Paulo Contra o Crime. E para promover a nova atração, a Rede Globo passou a veicular no horário nobre uma chamada de 30 segundos. Tempo generoso para qualquer tipo de anúncio. Além de divulgar o programa, esse spot tinha um caráter de utilidade pública com a informação do número do Centro de Operações da Polícia Militar, o 190. As imagens mostram os apresentadores em ação, além de imagens da cidade de São Paulo. A voz ouvida neste comercial é de Humberto Marçal.
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E agora, espaço para uma análise. Já é de conhecimento público as mudanças na Rádio Globo, que vai dispensar seu cast de apresentadores, produtores e repórteres para se dedicar apenas à música. Existem cerca de 999.999 razões para o fracasso do plano de reposicionamento da emissora. Deixo aqui mais uma. Sabe-se lá por qual motivo, as emissoras de tevê do Grupo Globo não divulgaram a nova Rádio Globo, como acontecia na década de 1980. Lembro de que em 1983, um outro anúncio também veiculado em horário nobre, divulgava os três principais comunicadores da emissora: Franco Carlos, Eli Corrêa e Altieris Barbieiro. Lembro que a trilha sonora era um trecho dessa versão aqui para “Can’t Take My Eyes Off You”, do Boys Town Gang. (Aliás, foi essa música que eu pedi certa vez, ao vivo, em um programa do Pedro Di Alcântara, na Rádio Bandeirantes, lá pelos idos de 1983 – eu era garotinho – e ele tocou).
Voltando à análise, depois dessa reminiscência: não lembro de ter visto qualquer anúncio de algum programa da Rádio Globo na Globo News, que é o canal que eu mais assisto. Dava muito bem pra ter um spot, ainda que de 15 segundos, do Café das Seis, por exemplo. Apurei com pessoas que veem mais a TV Globo que também não foram veiculadas chamadas dos programas da rádio. A Maju Coutinho, que é um dos nomes principais do Jornal Nacional na atualidade, comanda um programa na grade da emissora que é o Papo de Almoço. Não era o caso de ter uma chamadinha dessa atração na tevê? Isso vale também para o No Ar, de Otaviano Costa, entre outros exemplos. Essa questão se torna mais grave se lembrarmos que a ideia para alavancar a Rádio Globo era usar os nomes da televisão. No entanto, faltou usar mais a própria televisão para ajudar a alavancar esse projeto.
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Ah, o vídeo que está no final deste post foi postado originalmente pelo canal de Pedro Janov, no YouTube. Espero que seu dono não fique chateado com esse recorte que eu fiz para relembrar um fato importante da história do rádio.
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UPDATE (01/06/2019 – 13h40) – Como escrevi na postagem original, usei muitas informações vindas da memória. O Milton Parron mandou uma mensagem para esclarecer uma imprecisão que eu cometi. Na verdade, o São Paulo Contra o Crime entrou para preencher um vazio deixado pela saída de Gil Gomes para a Rádio Record. Afanázio Jazadi já estava na Capital nesta época. A abertura deste texto, como puderam notar, já foi corrigida. Veja abaixo a mensagem de Parron.
O Memória, da Rádio Bandeirantes, tem feito uma série de programas especiais sobre a emissora e seus grandes personagens. Na edição do último sábado, foi a vez de José Paulo de Andrade ganhar destaque (e merecido). Além de diversos áudios históricos, Milton Parron fez uma entrevista com o apresentador do Pulo do Gato e do Jornal Gente. Parron perguntou a Zé Paulo qual era sua avaliação sobre a evolução do rádio e da Bandeirantes, em especial. O entrevistado se mostrou pessimista e disse que o veículo rádio está perdendo espaço, sendo devorado pelas novas mídias. Ainda há espaço para recuperação, segundo ele, só que isso tem de ser feito de forma urgente. Zé Paulo aproveitou para explicar uma frase que ele tem dito repetidas vezes no ar: ” a Bandeirantes quando era a Bandeirantes”. Ele disse que hoje em dia não há mais condições para fazer um grande investimento para uma equipe de jornalismo e citou um exemplo de quando era possível ter setoristas em pontos estratégicos como o Aeroporto de Congonhas. Ouça abaixo.
Nesta terça-feira, Milton Parron se despediu dos microfones da Rádio Bandeirantes. No entanto, ele permanecerá na empresa, coordenando o Centro de Documentação e Memória da emissora, segundo a assessoria de imprensa da emissora. A despedida, sútil, se deu na edição do programa Ciranda da Cidade, na hora da passagem para o Jornal em Três Tempos. Emocionado, Parron não fez o bate bola habitual com o apresentador Paulo Galvão e disse que não queria repetir Roberto Figueiredo, o último apresentador do Repórter Esso, que não conseguiu terminar a apresentação da edição derradeira do tradicional programa jornalístico do rádio brasileiro. Ouça abaixo.
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