O melhor dos 100 anos do derby paulista nas ondas do rádio

Por Rodney Brocanelli, atendendo a uma sugestão de Edu Cesar, do Papo de Bola

No dia 5 de maio de 1917,  portanto há 100 anos, Palestra Itália x Corinthians disputaram o primeiro jogo do derby paulista. Muitos dos que estiveram em campo talvez não tivessem ideia de que estariam iniciando uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro. Naquele primeiro confronto, o vencedor foi o Palestra (jogando em casa), pelo placar de 3 a 0. A única mudança considerável de lá pra cá foi a mudança de nome do Palestra, que passou a se chamar Palmeiras. Ainda assim, o antagonismo entre as duas agremiações se manteve intacto.

O rádio somente chegaria ao Brasil de forma oficial em 1922. As primeiras transmissões de futebol aconteceram a partir de 1931. Dessa forma, os primeiros anos da rivalidade não foram contados pelo rádio. No entanto, o veículo esteve presente no registro de vários capítulos históricos de sua história recente. Separamos alguns deles aqui neste post.

1966 – Garrincha Garrincha perde pênalti em um Corinthians x Palmeiras

No primeiro semestre de 1966, o jogador Garrincha teve uma breve passagem pelo Corinthians. Ele estava com 32 anos e já não mostrava mais o futebol que encantou o planeta nas Copas vencidas pelo Brasil em 1958 e 1962 e também pelo Botafogo. Entretanto, não deixava de ser uma atração. No dia 21 de março daquele ano, o Corinthians enfrentou o Palmeiras em partida válida pelo torneio Rio-São Paulo. Aos 43 minutos do segundo tempo, o Verdão vencia pelo placar de 2 a 1 até que foi marcado um pênalti para o Timão. Garrincha ficou encarregado da cobrança. O goleiro Valdir Joaquim de Moraes defendeu, garantindo a vitória para seu time. Ouça o registro desse momento na narração de Fiori Gigliotti e com reportagens de José Paulo de Andrade, pela Rádio Bandeirantes.

1971 – A virada histórica do Corinhians

Um dos maiores jogos da história do derby, segundo os corintianos. A equipe alvinegra terminou o primeiro tempo em desvantagem no placar: 2 a 0. O Palmeiras tinha em seu elenco nomes como Leivinha, Luis Pereira e Leão, a segunda academia. Na segunda etapa, Adãozinho fez uma partidaça e comandou a virada. Mirandinha também foi muito importante para o resultado, marcando dois gols. Ouça a narração de Joseval Peixoto, na Rádio Jovem Pan.

1974 – Palmeiras conquista título e deixa rival na fila

Depois de conquistar o campeonato paulista de 1954, o Corinthians entrou em um período sem levantar torneios oficiais (poucos se lembram – ou talvez não levem em consideração de propósito – o Rio-São Paulo de 1966, no qual o alvinegro foi declarado campeão ao lado Santos, Botafogo e Vasco). Quando chegou à final do Paulistão de 1974, a torcida achou que tinha chegado a oportunidade do encerramento daquele incômodo jejum. Entretanto, o Palmeiras não ligou muito para a atmosfera daquela decisão. Sustentou um empate pelo placar de 1 a 1 no primeiro jogo e venceu o segundo por 1 a 0. Ouça a narração de Osmar Santos, então na Rádio Jovem Pan.

1979 – Corinthians desbanca o Palmeiras favorito de Telê

Naquele ano, o Palmeiras era favorito para a conquista das competições mais importantes da época. Apesar do belo trabalho do técnico Telê Santana, o time foi eliminado do Brasileirão daquele ano ao cair diante do Internacional. Sobrava o campeonato paulista, no qual o time também foi muito bem. Entretanto, graças a uma manobra de bastidor, as suas fases decisivas foram disputadas em janeiro de 1980. Muitos apontam que a paralisação favoreceu muito mais ao Corinthians. Na semifinal, Biro- Biro fez o gol que colocou seu time na grande final. Ouça a narração de José Silvério, na Rádio Jovem Pan (note que Silvério e Wanderley Nogueira não se entendem sobre o autor do gol. No final, Wanderley estava certo).

1982 – A goleada alvinegra

Essa partida entrou para a história do derby graças ao placar final. O time da Democracia Corintiana aplicava uma goleada sobre seu maior rival. A partida se encaminhava para um empate em 1 a 1. No entanto, na parte final do segundo tempo, o Corinthians impôs seu bom futebol e Casagrande foi o autor de três gols. Ouça a narração de José Silvério, pela Rádio Jovem Pan.

1983 – Mais uma vitória corintiana em semifinal

Pelo campeonato paulista, mais um derby em semifinal. Mais uma vitória do Corinthians. Esse foi o famoso confronto em que Márcio, do Palmeiras, fez marcação pessoal em Sócrates. Não houve sucesso. O Magrão fez o gol na partida. Ouça a narração de Osmar Santos, aqui pela Rádio Globo.

1986 – Palmeiras devolve os 5 a 1

Outra partida que entrou para a história devido ao resultado final. Com uma atuação excepcional do atacante Edmar, o Palmeiras devolveu o placar de 1982. Casagrande, o carrasco de 1982, fez o gol de honra. Ouça a narração de José Silvério, pela Rádio Jovem Pan.

1986 – O troco palmeirense em semifinal

Depois de devolver a goleada, o Palmeiras conseguiria outro feito ao vencer o rival na semifinal do campeonato paulista. Desta vez, Mirandinha estava em noite de gala e fez o gol que levou a partida para a prorrogação. No tempo extra, Éder fez um gol olímpico que sacramentou a passagem para a final. Narração de Osmar Santos, na Rádio Globo.

1993 – Palmeiras sai da fila em vitória sobre o Corinthians

O tempo passou, o mundo girou e desta vez quem estava na fila era o Palmeiras. Graças a uma parceria com a Parmalat, o alviverde montou um time com reforços de peso. Na primeira tentativa, em 1992, derrota para o São Paulo. Entretanto, Evair e seus companheiros não deixariam escapar a segunda chance. Ouça o gol de pênalti marcado pelo camisa 9 palmeirense com a narração de Oscar Ulisses, da Rádio Globo.

1994 – Decisão em nível nacional

Depois de muitos anos decidindo títulos em âmbito estadual, chegou a vez de um confronto por uma conquista em nível  nacional. Na verdade, esse duelo era para ter acontecido no ano anterior, mas o Corinthians caiu diante do Vitória. No ano seguinte, chegou a vez da decisão tão esperada. No primeiro jogo, triunfo palmeirense no Pacaembu. No segundo jogo, no mesmo estádio, o empate que garantiu o título. Narração de Ennio Rodrigues, pela Rádio Gazeta.

1995 – Em Ribeirão Preto, o Corinthians leva o Paulistão

Foram dois jogos fora da cidade de São Paulo. No primeiro, empate pelo placar de 1 a 1. No segundo, o Palmeiras saiu na frente com gol de Nilson. O empate corintiano veio com uma cobrança de de falta bem executada por Marcelinho Carioca. O gol do título veio com um heroi improvável: Elivelton. Ouça seu gol com a narração de José Silvério, na Rádio Jovem Pan.

1999 – O jogo das embaixadinhas

Mais uma decisão de Paulistão reunindo as duas equipes. O Palmeiras estava com a cabeça no título da Libertadores conquistado dias antes e já tinha desclassificado o rival na fase do mata-mata. No primeiro jogo, vitória corintiana pelo placar de 3 a 0. Na volta, o Palmeiras até que conseguiu dois gols, marcados por Evair. No final do jogo, veio a provocação de Edilson, com as embaixadinhas, e uma briga quase generalizada. Ouça a narração de José Silvério, ainda na Rádio Jovem Pan.

2000 – O Derby cresce e chega à América

O ponto alto da história do Derby. Um duelo para chegar à final da Copa Libertadores. Dois jogos históricos e com placares elasticos: na ida, vitória corintiana por 4 a 3. Na volta, o Palmeiras venceria pelo placar de 3 a 2 e com um gol heroico de Galeano. A vaga seria disputada nas cobranças dos tiros livres. Marcos ratificaria a imagem de santo milagreiro ao defender a cobrança de Marcelinho Carioca. Ouça a narração de José Silvério, pela Jovem Pan (sim, só dá ele nessa seleção).

2005 – O fator Tevez

Naquele ano, o Corinthians foi o campeão brasileiro, com um super time montado pela MSI. O destaque vai para o argentino Tevez, que fez um belo gol na partida contra o Palmeiras, válida pelo campeonato brasileiro. Narração de José Silvério, agora na Rádio Bandeirantes.

2008 – O chororô de Valdivia

O futebol do atleta chileno deslanchou nesta temporada, com direito a um gol um clássico contra o Corinthians, válido pelo campeonato paulista e comemoração com chororô. Narração de Nilson Cesar, pela Rádio Jovem Pan.

2009 – Ronaldo derruba o alambrado

O primeiro gol de Ronaldo com a camisa do Corinthians foi em um derby disputado em Presidente Prudente, válido pelo campeonato paulista. Diego Souza abriu o placar para o Palmeiras. Porém, em jogada de escanteio, a bola foi para o segundo pau e o Fenômeno subiu para marcar de cabeça. Na festa que se seguiu depois, o atacante subiu no alambrado para comemorar com a torcida. Este não aguentou muito tempo e cedeu.  Um incidente sem gravidade. Ouça a narração de José Silvério, pela Rádio Bandeirantes.

2009 – Obina faz seu hat-trick

Os puristas que me perdoem, mas Obina entrou para a história do clássico ao fazer um hat-trick. O terceiro foi um presentaço de Cleiton Xavier. Ronaldo, não brilhou desta vez, sendo substituído por uma contusão no pulso. O atacante palmeirense ainda faria mais um gol, só que corretamente anulado. Essa partida valeu pelo campeonato brasileiro e foi disputada também na cidade de Presidente Prudente.  Ouça a narração de Oscar Ulisses, pela Rádio Globo.

2011 – Mais uma semifinal

E mais uma decisão nos tiros livres indiretos. João Vitor, do Palmeiras, se transformaria no vilão palmeirense ao ter sua cobrança defendida por Julio Cesar. Ouça José Silvério narrando pela Bandeirantes (obs. o vídeo não está sincronizado com o áudio, mas o registro é que vale).

2014 – A era das arenas

A partir de 2014, começava a era das novas arenas na história do Derby. Após anos atuando em campos neutros (Morumbi e Pacaembu), as duas equipes passaram a mandar os jogos em seus respectivos estádios. No primeiro jogo da Arena Corinthians, vitória do time da casa pelo placar de 2 a 0. Ouça a narração de Oscar Ulisses, da Rádio Globo.

2015 – Vitória na estreia da arena do rival

No ano seguinte, foi a vez do Allianz Parque receber o primeiro derby. E a vitória foi do visitante Corinthians pelo placar de 1 a 0, gol de Danilo. Narração de Sidney Botelho, pela Premium Esportes.

2015 – Deu Palmeiras, nos pênaltis

Em mais uma semifinal de Paulistão, desta vez foi a vez do Palmeiras vencer nos pênaltis o arqui-rival. A partida foi na Arena Corinthians e Fernando Prass começava a cavar um lugar na galeria de ídolos do Verdão. Ouça a narração de Eder Luiz, da Rádio Transamérica.

2016 – Desta vez, deu Palmeiras no Allianz

Pelo campeonato brasileiro, o Palmeiras venceu o Corinthians em casa. Gol de Cleiton Xavier. Foi a última partida de Tite pelo Timão. Pouco depois, o técnico aceitaria o chamado para comandar a seleção brasileira. Ouça a narração de Diguinho Coruja pela Rádio Capital.

2016 – A dancinha do Mina

No segundo turno do Brasileirão, nova vitória palmeirense. Destaque para o gol de Yerry Mina, com direito a sua dancinha característica. Este gol elevou o zagueiro colombiano a categoria de ídolo. Não é para menos: naquela temporada, ele fez gols contra os principais rivais do Palmeiras em São Paulo, incluindo o Timão. Narração de Edmar Ferreira, pela Premium Esportes.

2017 – Vitória corintiana e polêmica

O derby que marcou os 100 anos de rivalidade foi marcada pela expulsão injusta do volante Gabriel, que não fez a falta no atacante Keno. O autor da falta foi o zagueiro Pablo. Mesmo com a vantagem númerica, o Palmeiras não conseguiu se impor diante do adversário e levou um gol de contra ataque, marcado pelo atacante Jô. Ouça a narração de Nilson Cesar, pela Rádio Jovem Pan.

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Memória: “Quem perde no Ibope, apela no auto falante”

Por Rodney Brocanelli

Em 1983, a Rádio Globo liderava a audiência nas transmissões de futebol com a equipe esportiva comandada por Osmar Santos. A segunda colocada da ocasião, a Rádio Bandeirantes, tentava de todas as formas recuperar o terreno perdido. E o sistema de auto falantes do estádio do Morumbi à época foi usado como parte dessa estratégia. Em dias de jogos, sempre quando o serviço iria divulgar alguma informação relevante para os espectadores, uma vinheta era executada antes: uma variação do logotom do Escrete do Rádio. Aquilo procurava funcionar como uma mensagem subliminar para fazer com que o ouvinte se lembrasse da Bandeirantes e mudasse de estação. Isso irritava Osmar, que sempre dava um jeito de alfinetar a estratégia do concorrente. Isto aconteceu na final do campeonato paulista de 1983, disputada por Corinthians x São Paulo. Ouça.

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Bandeirantes lança “Resenha, Futebol e Humor” para substituir o “Na Geral”

Por Rodney Brocanelli

A Rádio Bandeirantes resolveu não esperar pelo mês de novembro e já fez alterações na sua programação do final de tarde. O “Na Geral” teve a sua última edição na quarta-feira e hoje já entrou no ar o “Resenha, Futebol e Humor”. O programa será comandado por Émerson França (da Band FM/Hora do Ronco), Roman Laurito e Guilherme Palesi (estes da Bradesco Esportes FM). A atração será veiculada entre 19h e 20h nos 90,9Mhz, que por efeito de liminar não retransmite a Voz do Brasil.

Na estreia, chamou a atenção um quadro que de forma bem humorada recria como foi formada a equipe do programa. No começo, é citado o Balancê, que por muitos anos foi veiculado pela Rádio Excelsior  (hoje CBN).  Osmar Santos, Juarez Soares, Carlos Roberto Escova, Nelson Tatá Alexandre e Fausto Silva tiveram seus nomes lembrados, alguns  com direito a áudios. Alguém que seja mais antigo pode questionar, e com razão, o fato de não lembrarem do Show do Rádio, que mesmo sendo criado na Jovem Pan,  por alguns anos teve veiculação na própria Bandeirantes.  Além do mais, se a ideia era fazer uma linha evolutiva e fugir da sombra do “Na Geral”, a realização não foi bem sucedida por um detalhe: O Balancê era muito mais um programa de variedades do que uma atração que combinasse futebol com humor.

O “Na Geral” também foi citado nesta abertura, mas sobrou uma alfinetada para os antigos ocupantes do horário, especialmente na  hora em que foi citado o nome “O Mesmo”, divulgado durante alguns dias como o da atração substituta. Ouça mais abaixo.

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Memória: como uma reportagem de Goulart de Andrade mudou a vida de Fausto Silva

Por Rodney Brocanelli

Morreu na madrugada desta terça feira, Goulart de Andrade, jornalista e apresentador de tv. Ele estava internado no Hospital Sancta Maggiore havia duas semanas devido a problemas respiratórios. Embora seu nome esteja mais ligado à televisão, Goulart apresentou programas de rádio. Um deles foi o São Paulo Zero Hora, pela Rádio Globo, de São Paulo. Segundo o site Memória Globo era um “programa jornalístico que serviria de embrião para o Plantão da Madrugada. Uma equipe de cinco repórteres, equipados com rádios de frequência modulada, ia para a rua em pontos variados da cidade, dispostos a levar o ouvinte para a agitada vida noturna paulista. Goulart de Andrade comandava a equipe do estúdio, na companhia de convidados. A partir dessa fórmula, Goulart de Andrade criou o Plantão da Madrugada (para a TV Globo) e começou a apresentá-lo durante as madrugadas dos finais de semana”.

Em suas reportagens para a televisão, Goulart sempre destacou o rádio. E ao menos uma delas mudou para sempre a vida de um repórter esportivo de rádio.

No ano de 1984, ainda pela TV Gazeta, o apresentador visitou os bastidores de do programa Balancê, da Rádio Excelsior (hoje CBN). Para quem não conhece a história do rádio, vai uma breve descrição: a atração tinha como comandante Fausto Silva, que acumulava essa função com a de repórter da equipe esportiva de Osmar Santos. Era transmitida de segunda a sexta diretamente do hoje extinto Teatro e Palhacaria Pimpão, no bairro da Santa Cecília, em São Paulo. O Balancê era um programa de variedades de grande sucesso, que contava com os esquetes humorísticos da dupla Nelson Tatá Alexandre e Carlos Roberto Escova. Outro destaque era o sonoplasta Johnny Black. A produção ficava a cargo de Lucimara Parisi. Um verdadeiro “time dos sonhos” do rádio brasileiro.

Na ocasião, o sucesso do programa chamou a atenção de Goulart, que resolveu fazer uma reportagem com o programa. Ao final das gravações, ele chegou a uma conclusão: “vocês estão fazendo tv no rádio”. Com isso, surgia o convite para que Fausto e sua equipe migrassem de veículo. Nascia assim, o Perdidos na Noite, que veio a ser apresentado na TV Gazeta, sob direção de Goulart. A repercussão foi imediata e depois o programa passou a ser exibido na TV Record e, mais tarde, na TV Bandeirantes. Até que em um belo dia, veio um convite da TV Globo para que Faustão fosse um adversário de peso para Silvio Santos na guerra da audiência dos domingos. O resto é de conhecimento público.

Por tudo isso, é possível afirmar sem exagero que uma reportagem de Goulart de Andrade mudou para sempre (e talvez, para melhor) a vida de Fausto Silva.

Com informações extraídas deste post.

No player abaixo é possível ver trechos dessa reportagem.

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Radioamantes no Ar fala sobre a crise da Rádio Tupi (RJ)

Nesta semana, o Radioamantes no Ar falou sobre a crise da Rádio Tupi (RJ) que parece não ter mais fim. Somente na semana que passou, vários profissionais foram demitidos. A situação lembra muito o que aconteceu com as emissoras de tv dos Diários Associados no começo da década de 1980. Outros assuntos: os jogos olímpicos pelo rádio e o registro dos aniversários de nomes históricos do rádio esportivo: Osmar Santos e Flávio Araújo. O Radioamantes no Ar é veiculado todas as sextas, sempre a partir das 09h pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin e Flávio Ashcar.

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Editor do Radioamantes fala à Rádio Progresso, de Ijuí (RS)

Por Rodney Brocanelli

Na última segunda-feira, tive a oportunidade de conceder uma entrevista ao camarada Fabiano Bernardes, dentro do programa Viva Mais, da Rádio Progresso, de Ijuí (RS). Pude falar bastante sobre a minha experiência com o blog Radioamantes, sobre rádio (obviamente) e de três personalidades do rádio esportivo: José Silvério, Osmar Santos e Haroldo de Souza.  De público, quero agradecer pelo espaço. A íntegra da entrevista pode ser ouvida no link abaixo.

[Entrevista – Rodney Brocanelli](https://clyp.it/yyfby3kd)

Ouça também pelo player abaixo.

Rádio Progresso

Radioamantes no Ar relembra a equipe esportiva da Rádio Mulher formada só por mulheres em um papo com Zuleide Ranieri

Nesta semana, o Radioamantes no Ar entrevistou Zuleide Ranieri. Ela foi narradora esportiva da Rádio Mulher em meados dos anos 1970. Neste bate-papo, ela contou histórias sobre  a experiência de uma equipe esportiva formada apenas por mulheres. Na verdade, a Rádio Mulher era uma emissora cujas profissionais do sexo feminino. Zuleide conta que seu estilo de narração estava bem próximo ao de Fiori Gigliotti, enquanto que Claudete Troiano, sua companheira neste projeto, ia em uma linha mais para a escola de Osmar Santos. Essas e outras histórias são contadas neste bate papo. O Radioamantes no Ar vai ao ar toda a segunda, a partir das 09h, pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin, Flavio Aschar e Paulo Ramalho.

Adendo: Zuleide Ranieri morreu no dia 14/10/2016. Veja link abaixo:

https://radioamantes.wordpress.com/2016/10/14/morre-zuleide-ranieri-ex-narradora-de-futebol-da-radio-mulher/

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Memória: Osmar Santos narra o GP da Argentina de 1978

Por Rodney Brocanelli

O mês de Janeiro do ano de 1978 marcava o início de mais uma temporada da Fórmula 1. O autódromo Oscar Gálvez, em Buenos Aires, era o palco da prova de abertura. Nas pistas, um desfile de pilotos excepcionais como Mario Andretti, Nikki Lauda, Ronnie Peterson, entre outros. Para o Brasil, a grande expectativa era em relação ao desempenho da equipe Coopersucar, de Émerson Fittipaldi. O rádio não poderia faltar na cobertura de todos os acontecimentos daquele ano. A Jovem Pan se fazia presente com a cobertura já tradicional do barão Wilson Fittipaldi. A grande novidade era a participação da Rádio Globo-Nacional. Osmar Santos, que no final do ano anterior, tinha trocado a Pan pela Globo, se fez presente nas duas primeiras provas daquele ano: Argentina e Brasil. Trazemos aqui o registro dos primeiros instantes do GP da Argentina com a narração de Osmar. Ele levou uma equipe considerável para o autódromo: além dele, participaram desta transmissão o comentarista Castilho de Andrade e o repórter Roberto Carmona. Ouça um trecho daquela transmissão. Áudio extraído dos arquivos de Onofre Favotto e que estão disponíveis na Internet.

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TV Gazeta reapresenta reportagem de Goulart de Andrade que mudou a vida de Fausto Silva

Por Rodney Brocanelli

Neste domingo, o programa Vem Comigo, comandado por Goulart de Andrade (o gênio, o mito) irá veicular um programa com o tema rádio. O destaque vai para a reapresentação de uma reportagem exibida em 1984, em que Goulart visita os bastidores do programa Balancê, da Rádio Excelsior (hoje CBN).

Para quem não  conhece a história do rádio, vai uma breve descrição: a atração tinha como comandante Fausto Silva, que acumulava essa função com a de repórter da equipe esportiva de Osmar Santos. Era transmitida de segunda a sexta diretamente do hoje extindo Teatro e Palhacaria Pimpão, no bairro da Santa Cecília, em São Paulo. O Balancê era um programa de variedades de grande sucesso, que contava com os esquetes humorísticos da dupla Nelson Tatá Alexandre e Carlos Roberto Escova. Outro destaque era o sonoplasta Johnny Black. A produção ficava a cargo de Lucimara Parisi. Um verdadeiro “time dos sonhos” do rádio brasileiro.

Na ocasião, o sucesso do programa chamou a atenção de Goulart, que resolveu fazer uma reportagem com o programa. Ao final das gravações, ele chegou a uma conclusão: “vocês estão fazendo tv no rádio”. Com isso, surgia o convite para Fausto e sua equipe. Nascia assim, o Perdidos na Noite, que veio a ser apresentado na TV Gazeta. A repercussão foi imediata e depois o programa passou a ser exibido na TV Record e, mais tarde, na TV Bandeirantes. Até que em um belo dia, veio um convite da TV Globo para que Faustão fosse um adversário de peso na guerra da audiência dos domingos.

Por tudo isso, é possível dizer que a reportagem de Goulart de Andrade mudou a vida de Fausto Silva. O Vem Comigo vai ao ar neste domingo, as 23h30, pela TV Gazeta.

 

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Radioamantes no Ar, fala da Gorduchinha, a homenagem a Osmar Santos que finalmente virou bola de futebol

O Radioamantes no Ar desta semana entrevistou o publicitário Delen Bueno, um dos principais responsáveis pela campanha Gorduchinha 2014. Homenageando Osmar Santos, sua intenção era a de ser a bola da Copa do Mundo. A empresa responsável por isso descartou a ideia. No entanto, a Penalty, fabricante brasileiro de material esportivo, encampou o projeto e transformou o sonho em realidade. O nome veio de um dos eternos bordões do narrador esportivo: “Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha”, usado para descrever jogadas de perigo na grande área. O Radioamantes no Ar vai ao ar todos os sábados pela web rádio Showtime (http://www.showtimeradio.com.br/) Entrevista à Rodney Brocanelli. Participação de João Alkmin e Flavio Ashcar.

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Homenagem a Osmar Santos, bola Gorduchinha vira realidade

Por Rodney Brocanelli

A Penalty, empresa brasileira de material esportivo, anunciou nesta terça-feira que irá produzir e comercializar a bola Gorduchinha. Mais do que uma concorrente à bola Brazuca (da Adidas), que será a utilizada nos jogos da Copa do Mundo, a iniciativa é uma homenagem merecida a um dos grandes nomes da história da narração esportiva: Osmar Santos.

A ideia nasceu em 2010, numa iniciativa do publicitário Delen Bueno. Sua intenção era que Gorduchinha fosse o nome da bola oficial da Copa do Mundo no Brasil. A campanha para isso ganhou grande repercussão. Entretanto, a empresa alemã de material esportivo não se sensibilizou com os apelos e preferiu utilizar outras opções, até chegar em Brazuca.

Osmar Santos foi um dos revolucionários do rádio esportivo no Brasil. Seu estilo de narração dos jogos de futebol, muito mais informal, cheio de frases de efeito,  conquistou o público de São Paulo a partir da década de 1970, em emissoras como Jovem Pan e Globo. Em meados dos anos 1980, Osmar passou a atuar também na televisão, e, com isso, ganhou projeção nacional.

O nome Gorduchinha nasceu de um dos célebres jargões de Osmar: “Ripa na chulipa, pimba na gorducinha”, usado sempre para descrever jogadas de perigo dentro da grande área.

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Leia abaixo um dos primeiros textos publicados sobre a Gorduchinha:

http://www.laboratoriopop.com.br/geral/campanha-virtual-pretende-batizar-bola-oficial-de-2014-como-gorduchinha/440

ATUALIZAÇÃO (13.03 – 16:15) Seguem informações importantes sobre a bola,  divulgadas pela assessoria da Rádio Globo:

Osmar Santos, o “Pai da Matéria”, Oscar Ulisses, narrador titular de futebol em São Paulo, e representantes do Timaço de jornalistas esportivos da Rádio Globo estiveram presentes hoje no lançamento da “Gorduchinha”, bola de futebol desenvolvida e lançada pela marca Penalty e cujo nome foi inspirado em um dos muitos bordões consagrados pelo garotinho Osmar: “Pimba na gorduchinha!”. Um bar no bairro da Vila Madalena foi o palco do lançamento, que reuniu ainda boa parte da imprensa esportiva paulistana, publicitários, radialistas e executivos da Penalty. Aprovada pela Fifa, a “Gorduchinha” já estará no campo hoje, logo mais, durante as partidas semi-finais da Copa do Nordeste, e ainda foi adotada por torneios estaduais nas 5 regiões do país e, pela CBF, como a bola do Brasileirão na segunda e na terceira divisão.

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Memória: Oswaldo Maciel narrando na Rádio Excelsior em 1980

Por Rodney Brocanelli

Nos anos 1980, a Rádio Excelsior AM 780 Khz (hoje CBN) exercia um importante papel no esquema das transmissões de futebol do Sistema Globo de Rádio. Enquanto a Rádio Globo transmitia o principal jogo da rodada dos campeonatos em andamento, a Excelsior transmitia o que poderia ser chamado de segundo jogo em importância. Quando não havia a concidência de dois jogos, as duas emissoras entravam em cadeia. Esse esquema simples garantiu por muito tempo a liderança da equipe que então era comandada por Osmar Santos. Dessa época, destacamos uma narração de Oswaldo Maciel para a partida entre Noroeste (Bauru) e São Paulo. Vitória do tricolor pelo placar de 3 a 0. Ouça o terceiro gol, marcado por Valtinho. O jazz ouvido no fundo é cortesia do sonoplasta (talvez o Johnny Black) que rodou os gols em uma edição do Balancê. Áudio extraído dos arquivos sonoros de Onofre Favotto, que estão disponíveis na Internet.

 

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Histórico: Fiori Gigliotti e Osmar Santos juntos em entrevista dos anos 1980

Por Rodney Brocanelli

O blog Radioamantes comemora hoje o seu terceiro aniversário. Para marcar esta data, nada melhor que um presente ao seu leitor. No dia 29 de setembro de 1982, Fiori Gigliotti e Osmar Santos estiveram nos estúdios da antiga Rádio Eldorado FM (SP) para conceder uma entrevista ao programa Galeria. Com apresentação de Flávio Guimarães, a atração ia ao ar aos domingos, a partir das 19h. Trinta anos depois, os melhores momentos deste agradável bate-papo estão de volta.

Bloco 1 – Vinheta de apresentação, com a voz de Dedê Gomes. Saudações iniciais. Fiori Gigliotti dizia que pensava em se aposentar. Já tinha até arrumado uma data para a aposentadoria: o final do ano de 1983. Osmar Santos até brincou, dizendo que se eles trabalhassem juntos, quem sabe Fiori não mudaria de ideia. Infelizmente, a reunião de dois grandes nome do rádio esportivo nunca chegou a acontecer. E como é de conhecimento geral, a promessa da retirada não se cumpriu. Fiori Gigliotti trabalhou praticamente até a véspera de sua morte, em 2006.

Bloco 2 – Osmar Santos é convidado a falar sobre sua evolução como narrador esportivo. Revela que era fã de Fiori e até tentou imita-lo. Diz ainda que não estava com vontade de vir para São Paulo a fim de prosseguir a carreira de narrador esportivo iniciada no interior. Curioso notar o carinho que demonstra com a Rádio Jovem Pan. Na emissora, ele teve liberdade para criar. “Eles não devem ter saudade de mim, mas eu tenho muita saudade deles, afirma.

Bloco 3 – O apresentador Flávio Guimarães pergunta a Fiori como ele conseguia se manter frio durante a narração das emoções de uma partida de futebol. “O narrador tem que fazer o jogo, senão ele está mandando o ouvinte embora”, diz. Osmar vai mais fundo e diz: “você transmite um espetáculo (o futebol) e está fazendo um outro espetáculo: o rádio, independente do futebol em si”.

Bloco 4 – Flávio pergunta a Fiori como ele se sente ouvindo uma de suas narrações depois de tantos anos. A resposta é uma aula. Ele diz que gosta de se ouvir para corrigir e aperfeiçoar. Osmar também se auto-avalia.

Bloco 5 – Direto de Londres, o então jogador Paulo Roberto Falcão pergunta sobre cobranças de torcedores relacionadas à paixão clubística. Osmar Santos diz que o fato dele ser considerado um torcedor do Palmeiras se deveu à boa fase do time nos anos 1970, quando ele chegou a São Paulo. Uma surpresa: Osmar disse que era santista quando ainda estava no interior. Fiori, por sua vez, disse que o seu time é o “Escrete do Rádio”. Falcão volta para perguntas sobre problemas enfrentados durante uma narração esportiva.

 

 

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José Silvério é imitado por narrador esportivo de São José dos Campos

Por Rodney Brocanelli

Este é um dos posts mais complicados da história do blog Radioamantes.  Quem nos acompanha sabe que a proposta aqui é enaltecer o rádio e seus profissionais, mesmo quando eles cometem a suas gafes. Para que fique bem claro, a partir de agora, o que será dito não tem a intenção de derrubar ninguém, mas sim fazer a crítica que possa servir como crescimento pessoal e profissional.

Na tarde de hoje, alertado por um colega, ouvi a transmissão da Rádio Eldorado de São José dos Campos (afiliada à Rádio Estadão)  para a partida entre o time da casa e o São Francisco (vitória dos visitantes por 3 a 1). Até aí tudo bem, não fosse o profissional que narrou o jogo pela emissora: Marcos Valério. Ele deve ser um grande fã de José Silvério, a ponto de imitar sem floreios ou subterfúgios seu jeito de narrar, além de seus bordões.

A imitação até que é natural para narradores que estão em começo de carreira. A tendência é que, com o passar do tempo, muitos deles busquem uma identidade para tentar fugir das comparações e, dessa forma, conseguir espaços em grandes prefixos.

Espera-se que Valério possa ponderar sobre isso, evoluir e não cair no ridículo. A ajuda de amigos e profissionais mais experientes também é fundamental para que ele possa se livrar dessas amarras e crescer profissionalmente.

No player abaixo, é possível ouvir trechos da narração de Marcos Valério.

O Edu Cesar, do Papo de Bola, também registrou trechos da narração de Marcos Valério para seu site.

Os sons de 1977

Por Rodney Brocanelli

Todo 13 de outubro é dia de relembrar o título paulista de 1977 vencido pelo Corinthians. Para o torcedor, este dia tem um significado importante, pois se trata do fim de um longo jejum que vinha desde 1954 (a história é conhecida). A partir dessa data, o Timão não parou mais de colecionar conquistas. Se hoje, o time do povo está às portas da disputa do Mundial de Clubes da Fifa, é porque Basílio pegou de primeira um rebote e acertou o gol, há 35 anos.

O Radioamantes traz de volta até você os registros que o rádio fez daquele grande momento. Começamos com Fiori Gigliotti, então na Rádio Bandeirantes.

Abaixo, um registro mais raro. José Italiano, então na Rádio Gazeta (SP), narrou e vibrou com o gol de seu time do coração. Geraldo Blota, outro corinthiano, era o repórter-meta da ocasião.

José Silvério estava entrando numa gelada. Sua missão naquela noite era complicada: substituir Osmar Santos, como narrador titular da Jovem Pan. Osmar estava se transferindo para a Rádio Globo. Com o gol de Basílio, Silvério passou pelo seu batismo de fogo.

Por sua vez, Osmar Santos começava uma nova fase em sua carreira. A fase de maior sucesso, pela Globo.  Naquele dia 13, ele acordou com problemas na garganta. Mas graças ao seu talento, poucos perceberam a dificuldade. Oswaldo Maciel narrou alguns minutos daquele jogos. Mas na hora do grande momento, Osmar retomou o microfone e também entrou para a história.

(Este post é uma homenagem a Marco Ribeiro, apresentador do programa Rádio Base Urgente, da Rádio USP, e corinthiano. Ele tem um poster do Basílio na parede de seu quarto).

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