Depois do Mazembe Day (veja aqui), Rodney Brocanelli recupera a história do Elimination. Para quem não sabe ou lembra, foi uma narração de Daniel Oliveira, pela Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre para um gol do Grêmio na Copa do Brasil de 2010 que também virou notícia e foi parar na concentração do Santos. Robinho e seus companheiros torceram o nariz para o que foi dito, mas confundiram o narrador. Relembre (ou conheça essa história – até o Fabiano Baldasso, Cristiano Silva, Pedro Ernesto Denardin e Paulo Pires estavam nela também).
Nem é preciso escrever muita coisa. A goleada sofrida pelo Brasil, em casa, para a Alemanha, pelo placar de 7 a 1 completa 10 anos. E pelo jeito as lições não foram aprendidas (É um 7 a 1 todo dia, desde 2014). Ouça as principais narrações de rádio que estão disponíveis na Internet
Narração de José Silvério, pela Rádio Bandeirantes
Narração de Nilson Cesar, pela Rádio Jovem Pan
Narração de Oscar Ulisses, pela Rádio Globo (SP)
Narração de Luiz Penido, pela Rádio Globo (RJ)
Narração de Pedro Ernesto Denardin, pela Rádio Gaúcha
Narração de José Carlos Araújo, pela Rádio Transamérica (RJ)
Narração de Deva Pascovicci, pela CBN
Narração de Irismar França, pela Rádio Verdes Mares
Narração de Aroldo Costa, da Rádio Jornal
Éder Luiz narra o gol de Schürrle, pela Rede Transamérica
O público do Rio Grande do Sul notou a ausência do narrador Pedro Ernesto Denardin de suas atividades na Rádio Gaúcha neste final de semana e parte desta segunda (14). Procurada pelo Radioamantes para falar sobre o assunto, a Assessoria de Imprensa do Grupo RBS divulgou o seguinte comunicado:
O comunicador Pedro Ernesto Denardin teve um mal-estar e foi encaminhado ao hospital na sexta-feira (11) para realizar exames. Pedro teve alta ainda no domingo (13) de manhã e deverá retomar suas atividades na rádio Gaúcha nesta semana. Ele segue publicando suas colunas em GZH e Zero Hora. O Grupo RBS deseja a ele rápida e efetiva melhora.
Em uma participação para lá de especial no webprograma De Carona com o Gamba, veiculado no canal de Filipe Gamba no YouTube, o narrador Pedro Ernesto Denardin, falou (e não foi pouco) sobre o seu relacionamento profissional com o hoje aposentado comentarista Ruy Carlos Ostermann na Rádio Gaúcha.
Tudo começou em uma parte da entrevista em que Gamba perguntou a Pedro Ernesto quem ele levaria na Tia Carmen. Trata-se de uma das casas noturnas de entretenimento adulto mais populares de Porto Alegre. O jornalista listou uma série de personalidades tanto da imprensa e como do futebol e uma delas foi o professor Ruy.
O narrador não levaria o seu ex-colega de jornadas esportivas para o estabelecimento. Pedro disse que não levaria, com a seguinte justificativa: “é intelectual”. Gamba quis saber mais: “como é que foi a tua relação com o professor?”
“Péssima”, foi a resposta do locutor. Mas não ficou apenas nisso. “Brigamos dez vezes”, afirmou, embora não se saiba se isso se trata de um recurso estilístico linguístico ou o número exato de desentendimentos.
Pedro contou algumas breves histórias para ilustrar, uma delas acontecidas na final do campeonato brasileiro de 1996, envolvendo Grêmio x Portuguesa, com a conquista tricolor. Na época, o repórter Farid Germano Filho, por sugestão do narrador armou uma agitação junto aos torcedores com Paulo Sant’anna. O comentarista do Sala de Redação, então participando da jornada, puxou um grito de guerra que mexeu com a galera tricolor.
Segundo o narrador, isso teria gerado uma crise de ciúmes em Ruy que: “olha este palhaço aí”. Isso iniciou um ríspido diálogo entre os dois. “Ó professor, um artista popular, né?”, respondeu Pedro. “Sim e tu também é um artista popular, replicou o comentarista. “Sou e tenho muito prazer”, foi a resposta.
“O clima era mais ou menos esse. A gente já começava a transmissão um odiando o outro”, complementou Pedro.
Outro relato do locutor foi referente a escala de cobertura na Copa do Mundo de 1978, disputada na Argentina. Conforme o relato, Pedro estava na lista de profissionais que iriam viajar, mas Ruy o substituiu por Luis Carlos Prates. No entanto, Prates foi para a Rádio Guaíba e a vaga ficou aberta. “Ele tentou três ou quatro coisas, não conseguiu e o último que ele levou fui eu. Fui para a Copa de 78 por um milagre. Mas começou assim a nossa relação, imagine como eu gostava dele. Que amor. Um beijo, professor”, afirmou.
E mais um dos desentendimentos relatados foi em Copa do Mundo, desta vez a de 2010, na África do Sul. E tudo começou com as críticas de Pedro ao então árbitro brasileiro Carlos Eugênio Simon: “o Simon fazia um monte de cagada quando era juíz, ele foi três vezes à Copa do Mundo porque ele transa bem (N. do R.: atenção quinta série, o termo aqui não tem aquele sentindo que vocês conhecem), agita bem com os chefes e tal”.
Durante um jantar com a participação de diretores do Grupo RBS, o narrador estava fazendo críticas ao árbitro quando Ruy fez um corte bravo: “para de falar do Carlos Simon”. Pedro respondeu também no mesmo tom e complementou: “se precisar, vou dar em ti”.
“Depois passa”, afirmou Pedro.
Ruy Carlos Ostermann hoje está aposentado. É esperado o lançamento de sua biografia, escrita por Carlos Guimarães, comentarista da Rádio Guaíba.
O webprograma
Funciona assim: ele é dividido em duas partes. Na primeira, Filipe Gamba pega seu convidado, o coloca em um carro e faz um passeio pelas ruas de Porto Alegre. Nesse meio tempo, o jornalista conudz (ops!) uma breve entrevista. Um formato ágil.
Em seguida, todos chegam a um lugar que seja significativo na história do entrevistado. No caso de Pedro Ernesto, ele foi levado à casa da Tia Carmen. A própria dona do local participou do programa e ambos bateram um papo. O estabelecimento chegou a ser patrocinador de um dos programas de Pedro na Gaúcha, o Show dos Esportes
Quem quiser conhecer mais desta personagem que agita as noites de Porto Alegre, pode assistir a uma entrevista que ela concedeu ao podcast Dus 2 (clique aqui).
E não deixe de assistir ao episódio completo com Pedro Ernesto Denardin clicando no player abaixo (tire as crianças da sala, especialmente na parte da Mulher Lagarto).
Em 2012, logo após deixar a Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, Haroldo de Souza quase voltou para a Rádio Gaúcha. Hoje na Rádio Grenal, o narrador contou essa passagem de sua carreira em uma entrevista ao canal de Duda Garbi, no You Tube.
“Fui pedir emprego ao Nelson”, disse Haroldo, referindo-se a Nelson Sirotsky, atual presidente do Conselho de Administração do Grupo RBS que, entre outros veículos, controla a Gaúcha.
Durante a entrevista, o narrador fez questão de dizer que não sabia que naquela ocasião Pedro Ernesto Denardin, narrador titular da Gaúcha, estava passando por problemas de saúde e, conforme as palavras de Haroldo, houve o risco de Pedrão, como é carinhosamente chamado, não desempenhar mais sua atividade principal.
Ainda segundo o depoimento, Nelson aceitou a solicitação de seu antigo funcionário (Haroldo trabalhou na Gaúcha entre 1974 e 1991). “Ficou mais ou menos certo que eu estaria voltando”, disse. Entretanto, o retorno não se consumou. “Graças a Deus, o Pedro se recuperou e voltou para a rádio e aí a minha volta pra lá…”, declarou, fazendo depois um gesto negativo com os braços.
Ainda assim, Haroldo teve um benefício: ele recebeu salário do Grupo RBS durante um ano, mesmo trabalhando na Rádio Grenal, emissora em que estreou no dia 21 de outubro de 2012.
Apesar de tecer palavras elogiosas a Nelson, o locutor esportivo ainda faz questão de dizer que alguém da Rádio Gaúcha tem algo contra ele e dá como exemplo o fato de que muitos registros de gols foram apagados do arquivo.
E para terminar fica o registro de que o bom Duda Garbi se surpreendeu ao saber que a partida Grêmio x Hamburgo, decisão do Mundial (ou qualquer outro nome que os leitores queiram dar) de 1983 foi narrado por Haroldo na Gaúcha. “Eu só ouço as narrações do (Armindo Antonio) Ranzolin como se fossem na Gaúcha”, afirmou o youtuber. “O Ranzolin narrou na Guaíba”, respondeu Haroldo.
De fato, Haroldo de Souza narrou aquela histórica partida na Gaúcha, enquanto que Armindo Antonio Ranzolin fez sua transmissão pela Guaíba. O que talvez Duda não saiba é que ambas as emissoras fizeram um raro acordo no passado e trocaram seus áudios, como duas crianças trocam figurinhas.
Com isso, enquanto Haroldo esteve na Guaíba, os ouvintes ouviam a sua narração daquela decisão, enquanto que os ouvintes da Gaúcha escutavam a narração de Ranzolin. Isso valeu para outros áudios.
Há 50 anos, Pedro Ernesto Denardin “é demóóóis”. Marca registrada do comunicador, a história dele com o Grupo RBS se iniciou no final de 1972 quando ele viu a oportunidade de entrar na empresa por meio de um concurso promovido pela Gaúcha para encontrar talentos para narração dos jogos. De lá pra cá, construiu uma história repleta de emoções, acontecimentos e marcos. Para simbolizar este momento, nesta sexta-feira (10), os veículos da RBS irão divulgar conteúdos especiais sobre a carreira do comunicador.
A trajetória de Pedro está sendo valorizada com caderno digital em GZH, conteúdo especial no Jornal do Almoço com participação do comunicador no estúdio, e reportagem no Globo Esporte. À noite, o programa Hoje nos Esportes e a Confraria do Pedro serão transmitidos na rádio Gaúcha direto da festa organizada pelo comunicador para celebrar a data com amigos e parceiros.
Pedro soma 12 Copas do Mundo, 101 narrações de clássico Gre-Nal, títulos nacionais, continentais e mundiais da Dupla e tudo o que de mais importante aconteceu no esporte gaúcho e brasileiro. Dos jogos marcantes que conduziu no rádio, destaca a Batalha dos Aflitos, o gol do Luan na partida entre Grêmio e Lanús no tricampeonato da Libertadores, o duelo entre Internacional e São Paulo na final da Libertadores de 2006, o gol do Gabiru no Mundial de Clubes do Inter e o gol do Ronaldo na final da Copa de 2002 (ouça e veja abaixo).
Na Gaúcha, Pedro começou como segundo narrador, assumindo em definitivo a posição em 1995, com a saída de Armindo Antônio Ranzolin. Mas nem sempre Pedro esteve à frente das narrações. O comunicador já atuou como repórter e chegou a cobrir dois mundiais na função. Ao longo dos 50 anos, teve breves passagens pelas rádios Sucesso e Difusora.
– Tenho uma carreira extensa em uma rádio que tem o reconhecimento das pessoas e que hoje é, sem dúvidas, a melhor rádio do Brasil no departamento de esportes. Estou muito feliz com este marco! – afirma Pedro.
Hoje, além das narrações, Pedro é responsável por ancorar o Sala de Redação, principal espaço de debate esportivo no rádio do Rio Grande do Sul, e comandar a Confraria do Pedro Ernesto, espaço em que recebe convidados e discute temas relativos ao futebol e a sociedade gaúcha ao lado de Luciano Périco e Diori Vasconcelos. Além das posições da rádio, participa do Jornal do Almoço, da RBS TV, e escreve colunas para GZH e Zero Hora sobre a Dupla Gre-Nal.
Em entrevista concedida ao podcast Dus 2, Sérgio Boaz contou algumas histórias de bastidores de sua saída da Rádio Gaúcha, em 2018. Provocado por Geison Lisboa, um dos anfitriões, o jornalista contou que foi perseguido dentro da emissora. Tudo começou a partir do momento em que ele passou a “contestar algumas coisas dentro da Gaúcha”, especialmente no que diz respeito ao comando de programas.
Boaz procurou Pedro Ernesto Denardin para dizer que ele deveria ocupar o espaço deixado por Silvio Benfica, assim que este deixou a emissora. Outro nome da casa fora promovido. “Quem ocupou e ocupou com muita qualidade foi o (Filipe) Gamba”, afirmou.
No entanto, o que deveria ser uma conversa profissional acabou virando, conforme Boaz, uma fofoca. “Chegou em um diretor(…) e ele disse que eu estava conspirando contra um outro (diretor), que hoje está no Internacional”. Isso foi negado pelo jornalista. “Eu tou dando minha opinião, não conspiro contra ninguém”, afirmou.
Embora Boaz não tenha dado nomes, Cristiano Silva, o outro anfitrião do programa, revelou os personagens: “O diretor é o Cyro (Silveira Martins Filho) e quem tá no Inter é o (Rafael) Cecchin, que era coordenador (da Gaúcha) na época”.
A partir desse episódio, Boaz diz que começou a pegar escala ruim e a ser desmoralizado dentro da Gaúcha. “Eu me senti assediado moralmente(…) eles estavam me constrangendo”, afirmou. Ele não fez as finais da Libertadores de 2017, com a participação do Grêmio. Depois de um período de férias nos EUA e de trabalhar em mais um jogo do Internacional, seu desligamento foi comunicado.
Entretanto, não houve qualquer tipo de justificativa dos gestores da rádio para a decisão. “Eu tou esperando até agora”, disse Boaz. Mas o processo não terminou aí. O profissional foi chamado pela alta direção da empresa para conversar: Nelson Sirotsky, Duda Melzer e Claudio Toigo. Os encontros foram individuais. Boaz falou com Sirotsky e Toigo. Só não foi possível o encontro com Melzer por questões de agenda.
Ainda conforme o relato, Sirotsky perguntou a Boaz por que não fora procurado antes. “Como é que vou falar contigo se a minha paleta estava toda marcada? Eu não tinha nem como me movimentar”, foi a resposta.
Apesar desses encontros não terem a intenção de uma readmissão, Boaz pode contar tudo o que vivenciou. “Falei tudo. Depois de um tempo, eles saíram também”, afirmou.
Além de falar sobre sua saída da Rádio Gaúcha, Boaz falou sobre as coisas positivas de sua carreira e de sua atual nova fase, atuando no digital. O Dus 2 é comandado por Geison Lisboa e Cristiano Silva. Ouça abaixo.
Podemos fazer uma subdivisão na cobertura das emissoras de rádio que adquiriram direitos da Copa do Mundo entre aquelas que investiram e não investiram na cobertura.
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Na primeira categoria, podemos destacar as emissoras do Grupo Bandeirantes, Gaúcha, Itatiaia, Transamérica e Jornal, que enviaram profissionais ao Catar e, uma vez lá, espalharam-nos nos estádios, zonas mistas, entrevistas coletivas e outros lugares onde a notícia estava acontecendo.
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Outras emissoras preferiram fazer a Copa dos estúdios. E desse lado estão incluídas emissoras com enorme tradição, como Globo/CBN, Jovem Pan e Super Rádio Tupi, além da Energia 97, estreante em coberturas desse tipo.
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A Energia 97 apostou no carisma de seus profissionais, consagrados pelo sucesso de anos do Estádio 97, e na linguagem bem humorada. Se deu bem. Ajudou a consolidar seu projeto de transmissões esportivas.
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Domenico Gatto foi o narrador da grande final (e bota grande nisso) envolvendo Argentina x França pela já citada Energia 97.
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Luiz Penido transmitiu a final na Tupi. Por sua vez, José Carlos Araújo narrou a decisão do 3º lugar envolvendo Croácia x Marrocos. Será uma preparação para um futuro próximo?
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No mais, todas as outras emissoras escalaram seus narradores principais para a decisão do título.
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Alguém aí sabe o nome do estádio que foi palco da disputa do terceiro lugar? O Marcos Bertoncello, da Rádio Gaúcha, tem a resposta para você.
Não sei se já estava nos planos, mas foi uma boa sacada a Gaúcha ter mantido o Pedro Ernesto Denardin na cobertura da Copa após a desclassificação do Brasil. Ele saiu de seu habitat natural (jogos da dupla Grenal e seleção brasileira) e deu vazão a um lado, digamos, internacional (nada a ver com o Colorado). Transmitiu França x Inglaterra, Argentina x Croácia, além da grande final. Claro que houve uma escorregada aqui e ali (ele demorou para se acostumar – ou reacostumar – com o nome do Mbappé), mas foi uma grande sequência de narrações.
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Pedrão ainda fez uma gracinha com Phil Foden, craque inglês, que é mais conhecido aqui no Brasil pela fonética de seu sobrenome.
Algo que incomoda muito em algumas transmissões futebolísticas, em rádio ou tevê, é tentar prever o que vai acontecer. Com o 1 a 0, já tinha narrador chamando plantão para informar que o Brasil iria pegar Argentina ou Holanda, sem colocar nada no condicional. Tinha gente até dizendo que iria deixar de ir ao cinema (as salas do Catar são de qualidade?). Pouco depois, a seleção brasileira levava o gol de empate. O resto o amigo leitor já sabe. Antes, esses profissionais tivessem bola de cristal para prever o futuro. Seriam milionários e aposto que não estariam no Catar e sim em uma ilha paradisíaca tomando um solzinho e uma birita. O jeito vai ser assistir ao filme do Pelé.
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E teve abraço para político durante a transmissão de Brasil x Holanda. Desta vez, foi para prefeito de capital. Não teve saudação para o presidente eleito, por que será?
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O sempre alerta Edu Cesar fez uma observação importante: resta ver como rádios como Bandeirantes, Gaúcha e Itatiaia (e acrescento a Band News) deverão se comportar após a desclassificação do Brasil. Certamente, muitos profissionais dessas emissoras citadas que estão no Catar já deverão estar arrumando as malas a fim de voltar pra casa. O Edu imagina que seja uma debandada em massa e que pouquíssimos profissionais permaneçam no país. Eu espero que não, mas entendo. Trata-se de um país muito caro.
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Outra questão a ser observada é o revezamento, que foi algo constante em muitas emissoras que transmitiram os jogos da Copa. Luiz Penido, da Super Rádio Tupi, e Luis Claudio de Paula, da Energia 97, narraram a desclassificação do Brasil (ou o triunfo da Croácia, dependendo do ponto de vista, é claro).
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José Carlos Araújo, também da Tupi, narrou Argentina x Holanda.
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Ausência sentida na transmissão de Brasil x Coreia do Sul, Washington Rodrigues, o Apolinho, voltou à cobertura da Copa pela Super Rádio Tupi na transmissão da partida entre Brasil x Croácia.
Luciano Potter, comunicador do Grupo RBS, deu sequência ao seu lado “repotter”, foi almoçar no mesmo restaurante em que é servida a tal “carne de ouro” e fez uma bela descrição da experiência no Show do Esporte, da Rádio Gaúcha. Ouça aqui.
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Esta coluna volta após a grande final da Copa do Mundo ou antes, em edição extraordinária.
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Ouça abaixo a narração de Pedro Ernesto Denardin para (mais uma) desclassificação do Brasil.
Pedro Ernesto Denardin voltou a narrar um jogo do Brasil nesta Copa. Ele comandou a transmissão da goleada contra a Coreia do Sul pelo placar de 4 a 1 pela Rádio Gaúcha. No último jogo da fase de grupos, Marcelo de Bona transmitiu a derrota para Camarões. Pedrão esteve com a voz firme e forte.
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Plantão do revezamento: narraram este jogo do Brasil nas quartas Domenico Gatto, pela Energia 97 e José Carlos Araújo, pela Super Rádio Tupi.
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Quem surpreendeu foi a Itatiaia. Mario Caixa fez dois jogos seguidos da seleção brasileira: contra os camaroneses e contra os coreanos. Ênio Lima transmitiu o jogo contra a Tunísia.
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Por falar em Itatiaia, a emissora mineira foi a que mandou a maior quantade de profissionais ao Catar: 20 ao todo. No entanto, isso não significa a transmissão de uma grande quantidade de jogos. Japão x Croácia, partida que interessava muito ao torcedor brasileiro, foi deixada de lado e em seu lugar entrou uma edição do Rádio Esportes.
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A Nova FM, do Rio de Janeiro estava entrando em cadeia com a Super Rádio Tupi para a transmissão dos jogos do Brasil. E as transmissões da dupla Garotinho-Penido também podem ser ouvidas pela Rádio Central, de Campinas.
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Pelo tom de voz que adota nas jornadas esportivas, Eduardo Gabardo, da Rádio Gaúcha, pode ser chamado de “repórter João Gilberto”. Algo diferente.
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Eduardo Castro, que apresenta o principal telejornal da Band News TV, atuou em várias transmissões da Rádio Bandeirantes como comentarista, especialmente nas partidas das seleções africanas. O jornalista morou muitos anos em Moçambique e de lá acompanhou as grandes competições do futebol no continente africano.
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Informa o sempre solerte Edu Cesar, do Papo de Bola: Renan Moura, da CBN/Globo, do Rio, foi o 41º narrador a transmitir um jogo nesta competição. Ele transmitiu a vitória da França sobre a Polônia.
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Zé Henrique narrou pela Energia 97 a partida entre Holanda x Estados Unidos. Talvez pelo nome, poucos lembrem de quem se trata. Ele é o Zé Mistério, que por muitos anos narrou jogos do Palmeiras na Web Rádio Verdão. Mais um bom exemplo de quem surgiu no rádio web e agora está mostrando seu talento no rádio dial.
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No post passado, falamos aqui de revezamentos históricos de narradores ao longo das Copas do Mundo. Então lá vai mais uma pitadinha histórica. Em 1978, na Rádio Gazeta, de São Paulo, Jota Jr. narrou a decisão do terceiro lugar do Mundial na Argentina, envolvendo Brasil e Itália. José Italiano havia feito todos os jogos da seleção brasileira até então. O Garganta de Aço foi deslocado para transmitir a grande final Alemanha x Argentina.
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Um aviso ao pessoal de rádio: está bem que alguns jogos da Copa são aborrecidos, mas não dá para deixar de lado a bola rolando e ficar passando o tempo com o estoque de curiosidades de histórias de almanaque. Neste domingo, o Radioamantes ouviu a transmissão de Inglaterra x Senenal. Em um determinado momento da segunda etapa, o narrador (um grande profissional, por sinal) passou a falar sobre dados históricos da seleção inglesa enquanto o jogo corria solto. E quem não está vendo o jogo por algum motivo e só tem o rádio, como fica? Tem um monte de gente que está no trânsito, nas estradas e não tem acesso às imagens da televisão. E mais. Existem muitos deficientes visuais que tem apenas na narração do rádio uma forma de poder acompanhar partidas de futebol. Tem que se pensar neles também.
Pedro Ernesto Denardin não narrou o terceiro compromisso da seleção brasileira nesta fase de grupos da Copa do Mundo do Catar. Marcelo de Bona foi escalado para essa transmissão. No final do pós-jogo, Balanço Final, Pedro fez uma breve participação e disse que estava “entupido”. Pouco depois, ele comandou uma edição especial do Sala de Redação.
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E segue o rodízio de narradores nos jogos do Brasil na Energia 97. Fernando Camargo (ex-Bradesco Esportes) foi o titular de Camarões x Brasil. Domenico Gatto fez a estreia, contra a Sérvia. Por sua vez, Luiz Claudio de Paula transmitiu o jogo contra a Suíça.
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Luiz Penido irradiou o jogo do Brasil pela Super Rádio Tupi. E Mario Caixa levou as emoções da mesma partida pela Itatiaia. Ambos também estão no esquema de revezamento em suas emissoras. Espera-se que a seleção brasileira faça os sete jogos para conseguir administrar tantos narradores.
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Todos os citados narraram a derrota do Brasil para a seleção de Camarões: 0 x 1.
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Sem medo de errar, escrevo que o revezamento, antes pontual, é a grande novidade do rádio esportivo brasileiro em termos de Copa do Mundo.
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Pitadinha histórica, nos anos 1970, Fiori Gigliotti era o narrador principal da Rádio Bandeirantes. Nos mundiais de 1974 e 1978, respecitvamente, o Brasil participou da disputa do terceiro lugar e Flávio Araújo irradiou esses jogos.
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Por sua vez, em 1978, José Silvério fez jornada dupla: a decisão do terceiro lugar, envolvendo Brasil e Itália no sábado, e Argentina x Holanda, a final, no domingo. Tudo definido pelo Seu Tuta, o dono da Rádio Jovem Pan. Aquele final de semana foi complicado parao locutor porque ele teve um grave problema de saúde, com uma úlcera estourada. Silvério foi para o sacrifício e com mais um agravante: o segundo narrador já havia rumado para o Brasil.
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Em 1990, na Copa da Itália, Haroldo de Souza só conseguiu transmitir um jogo do Brasil naquela competição (contra a Costa Rica) porque ele foi falar com Nara, esposa de Nelson Sirotsky.
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Instituição no rádio esportivo do Rio Grande do Sul, a Rádio Gaúcha apelou para o duplex, ou, traduzindo, a transmissão simultânea de dois jogos. Isso foi útil porque os jogos da terceira rodada foram no mesmo horário para evitar possíveis marmeladas. O blog Radioamantes acompanhou a definição do grupo E que teve Gustavo Manhago em Espanha x Japão, e André Silva com Alemanha x Costa Rica.
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Homenageando o grande e saudoso Joelmir Beting. Para pensar na cama: será que um dia vamos ter duplex nos rádios esportivos do Rio e de São Paulo?
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A Rádio Bandeirantes interrompeu uma tradição que vinha das duas últimas copas anteriores. Ela não chamou ninguém de sua filial de Porto Alegre para a cobertura desta edição de 2022, pelo menos nesta primeira fase. Em 2014, Daniel Oliveira e Luiz Carlos Reche transmitiram Holanda x Austrália. Quatro anos depois, em 2018, Marco Antônio Pereira e Claudio Duarte foram convocados para a partida Uruguai x Arábia Saudita.
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Marcelo do Ó vem se destacando não apenas pelas suas transmissões na Band News FM, mas por sempre procurar mostrar detalhes de bastidores de cobertura em suas redes sociais. Em muitas das postagens, ele sempre lembra de sua trajetória e de quanto ralou para chegar a um grande evento como a Copa.
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Outro destaque é Luciano Potter, da Rádio Gaúcha. Ele tem participado das transmissões dos jogos de outras seleções, sempre como repórter (ou Repotter) nos estádios e conseguiu registrar declarações de estrelas internacionais do futebol. O craque francês não escapou do microfone de Potter, mas ele se limitou apenas a dizer um “thank you”. Bom, já é alguma coisa.
Como o Radioamantes já registrou, as rádio Bandeirantes e Band News FM estão fazendo coberturas separadas desta Copa do Mundo sediada no Catar. Hoje, no jogo da seleção brasileira, pode-se dizer que houve uma subdivisão dessa divisão. Explicando. A Band FM entrou em rede com a Bandeirantes. Enquanto isso, a Nativa FM veiculou o sinal da Band News FM. No entanto, ao menos uma rádio do Grupo Bandeirantes ficou de fora. A Play FM manteve sua programaçao normal durante a bola rolando.
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Luis Penido narrou Brasil x Catar pela Super Rádio Tupi. A expectativa é que ele e José Carlos Araújo se revezem nos jogos dos comandados de Tite. Fica no ar a grande dúvida: por que não fazer com que os dois narrem esses jogos, como Waldir Amaral e Jorge Curi na época áurea da Rádio Globo?
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José Manoel de Barros narrou a estreia do Brasil pela Rádio Jovem Pan. Nilson Cesar até chegou a fazer a abertura da transmissão, mas ficou sem voz depois que a bola rolou. Espera-se que não seja um problema grave e que nos próximos dias ele retorne à cobertura.
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Até aqui, a Rádio Gaúcha é a única emissora que transmitiu todos os jogos da Copa do Mundo. O grande problema é que muitos jogos começam às 07h em horário brasileiro e são poucas as emissoras que não abrem mão de seu “horário nobre”, com os tradicionais noticiosos, casos da Jovem Pan e da Bandeirantes. Para outras rádios, deve ser difícil convencer o comunicador do horário a abrir mão para os jogos do futebol (e olha que ele até participou do revezamento da tocha olímpica em 2016, lembram?) Agora, convenhamos, é melhor ouvir Marrocos e Croácia no rádio do que as análises do Claudio Humberto.
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A Transamérica teve problemas com o som direto do Catar no jogo do Brasil. Bruno Cantarelli, estava de sobreaviso e narrou até que a transmissão fosse estabilizada. Aliás, a emissora está usando nomes de sua rede para a transmissão dos jogos da Copa. Edilson de Souza e o já citado Cantarelli estão narrando jogos ao lado de Éder Luiz, Oswado Maciel e Guilherme Lage.
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Não sei se foi intencional, mas Galvão Bueno mandou um “e que golaço” logo após o segundo gol brasileiro, marcado por Richarlison. Era uma frase usada por José Silvério, a grande ausência desta Copa. Segundos antes, Galvão disse “e que gol”, bordão de Osmar Santos. Homenagem? (veja abaixo enquanto os donos do espetáculo deixarem).
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Voltaremos com mais anotações sobre as transmissões dos jogos da Copa. Este post não seria possível sem a colaboração preciosa de Edu Cesar, o homem do Papo de Bola. Ouça abaixo a narração de Pedro Ernesto Denardin para os gols do Brasil na vitória sober a Sérvia pelo placar de 2 a 0.
Graças a um acaso e a uma dica do Milton Neves via Twitter (a melhor dica que ele deu em anos), pude assistir a série de documentários dos canais ESPN sobre os 100 anos do rádio no Brasil. No último sábado (10), o ESPN Extra exibiu os cinco episódios em sequência, a partir das 14h30. Todos eles já estão disponíveis no Star+, a plataforma de vídeos oficial da Disney.
A série aborda o rádio esportivo (ou futebolístico – acho que já está na hora de debater esse termo) e cinco grandes nomes foram escolhidos para que suas histórias, que se confundem com o próprio veículo, fossem contadas: Milton Neves, José Silvério, Osmar Santos, Pedro Ernesto Denardin e José Carlos Araújo).
Um dos inúmeros pontos positivos dessa série é o fato de que eles não são louvatórios. Por exemplo, todas as qualidades, defeitos e contradições (dentro e fora do ar) de personagens como Milton Neves e José Silvério foram abordadas. No caso de Milton, a questão dos merchans não foi deixada de lado, com pelo menos um depoimento fazendo um contraponto a essa prática.
No caso de Silvério, o fato de vetar a participação de repórteres nas jornadas esportivas por episódios que ele considerava como falta de profissionalismo foi devidamente destacado, com um breve momento de autocrítica do próprio narrador.
Um dos grandes momentos do episódio com Osmar Santos foi quando lhe perguntaram se o rádio continuava a exercer o papel de informar ou se o veículo estava mais “fraquinho” no que diz respeito à informação. Em uma palavra só, um gênio definiu o estado de coisas: “fraquinho”.
Ainda sobre Osmar, todo o seu exemplo de vida é devidamente exaltado no documentário, mas há um breve espaço falar sobre o próprio rádio. Odinei Edson aparece como uma voz crítica à onda de “rádio com imagem”.
Não deixa de ser curioso ver a Rádio Guaíba e sua logomarca aparecer com tanto destaque em um programa dedicado a Pedro Ernesto, astro da Rádio Gaúcha. Explica-se: José Aldo Pinheiro e Carlos Guimarães, profissionais da concorrente deram seus depoimentos. Zé Aldo deu um depoimento pessoal e Guimarães deu uma aula sobre rádio esportivo (ou futebolístico) gaúcho para não iniciados. O amigo Marcos Garcia aponta um erro de legenda: o nome de Armindo Antonio Ranzolin foi grafado como Antonio Armindo. Falha que deveria ser sanada em uma revisão.
Pedro Ernesto, em dado momento, diz que talvez não fizesse sucesso em praças como Rio de Janeiro e São Paulo. Este radioamante discorda respeitosamente.
Além de falar da extensa carreira de José Carlos Araújo, o Garotinho, o documentário sobre ele tem o mérito de apresentar um contraponto ao tom oficialesco da comemoração dos 100 anos de rádio do Brasil. O depoimento do radialista e professor Marcus Aurélio cita as primeiras transmissões feitas antes do 7 de setembro de 1922, na cidade do Recife.
A série da ESPN traz imagens inesquecíveis, como o encontro de Osmar Santos e Milton Neves ou então o reencontro de Silvério com seus irmãos de leite. Sobre Neves, não deixa de ser inquietante ver como ele está fragilizado, especialmente depois da morte de Lenice, sua esposa. Além disso, a obra faz rir, faz chorar e faz pensar sobre o futuro do rádio.
Uma pena só que o rádio esportivo de Belo Horizonte e de cidades da região Nordeste foram deixados de lado. Há muita história para contar e personagens carismáticos para focalizar.
A série foi criada pelo núcleo de produções especiais da ESPN, com roteiro de Marcelo Gomes e Rafael Valente.
Silvério para o rádio: “eu te decifrei e você não me devorou”
A partir da próxima segunda-feira (8), o Sala de Redação passa a jogar junto com os ouvintes em um formato repaginado. Companhia diária dos gaúchos desde 1971 e um dos mais prestigiados programas de esporte do país, a atração ganhará mais 30 minutos, no ar das 13h às 15h. Apostando na conversa com os ouvintes, os apresentadores terão mais tempo para os debates intensos, que são a marca do programa.
O Sala também contará com reforços no time: dois repórteres irão trazer informações sobre a dupla Gre-Nal, além de atualizar os ouvintes sobre o placar das partidas, os jogos do dia e a classificação dos times brasileiros nas competições. Além dessas novidades, a live do programa, transmitida no YouTube de GZH, ganha mais interatividade e design reformulado.
Com média de 82,8 mil ouvintes por minuto na Grande Porto Alegre, o Sala de Redação é o maior espaço de debate esportivo do rádio gaúcho e sempre em evolução. Em alguns dias da semana, a audiência ultrapassa 90 mil pessoas por minuto. O sucesso da atração é reflexo das vozes que comandam o programa, passando pela apresentação de Pedro Ernesto Dernardin, e um time formado por Adroaldo Guerra Filho, Maurício Saraiva, Diogo Olivier, Leonardo Oliveira, Luciano Potter e Alex Bagé.
— O Sala terá mais debate, mais informação, mais contexto e mais atrações. Com a mudança, atendemos a uma demanda da nossa audiência, que acompanha o Sala em diferentes plataformas, e dos nossos parceiros comerciais — diz Carlos Etchichury, gerente-executivo de Esporte da Gaúcha, Zero Hora, GZH e Diário Gaúcho.
Para acompanhar o Sala de Redação, os ouvintes podem sintonizar no FM 93.7 (Porto Alegre), 105.7 (Santa Maria), 102.1 (sul do Estado) e 102.7 (Serra), de segunda a sexta. Também é possível ouvir por meio do site ou app de GZH, disponível para os sistemas IOS e Android.
Depois de usar o rádio para divulgar as suas transmissões da Copa Libertadores da América, o SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) voltou a usar o veículo para desta vez anunciar que também vai levar aos seus telespectadores as emoções da Uefa Champions League, a maior competição interclubes da Europa.
Téo José é mais uma vez o astro deste comercial, com 30 segundos de duração. Ele é bem diferente do spot sobre a Libertadores usado na semana passada. Este é mais formal, praticamente um comunicado (saiba mais aqui).
Desta vez, para informar sobre a Champions, usou-se um outro tom, mais adequado a um anúncio publicitário. O narrador pede para o ouvinte pegar uma caneta e anotar a data da primeira transmissão, 17 de agosto. Esse recurso lembra a estética de programas populares de rádio e seus testemunhais publicitários. Ouça no player abaixo.
O anúncio já está em alta rotação nos intervalos de emissoras espalhadas pelo país. Mais uma vez, a Rádio Gaúcha faz parte do esquema publicitário, como informa Edu Cesar, do Papo de Bola. Aguardemos pelo comentário de Pedro Ernesto Denardin.