Memória: Haroldo de Andrade homenageia Fernando Leite Mendes na Rádio Globo

Por Rodney Brocanelli

No dia 15 de setembro de 1980, Haroldo de Andrade iniciava seu programa na Rádio Globo (RJ) com o tradicional quadro Bom Dia. Para quem não lembra ou não sabe, era um pequeno editorial sobre algum tema escolhido por ele e sua produção ao som de Favorite Theme From Tchaikovsky’s First Piano Concerto, performada pela orquestra de Ray Connif. O Bom Dia daquela ocasião era uma homenagem a um companheiro de programa, morto dois dias antes: Fernando Leite Mendes.

Mendes foi jornalista, cronista e apresentador de televisão. No rádio, participava dos Debates Populares, um dos quadros mais relevantes do programa de Haroldo de Andrade. Em jornal, trabalhou na histórica Última Hora, cobrindo as coisas da política e anos depois passou a escrever crônicas, gênro que era muito popular em jornal, especialmente entre nas décadas de 1950 e 1970. Estudiosos dizem que ele não fazia feio diante dos grandes nomes do gênero.

Entretanto, foi nos meios eletrônicos que Mendes ganhou mais notoriedade. Além da já citada participação nos Debates Populares, em televisão, Mendes fez parte da equipe do Aqui e Agora, da TV Tupi, do Rio de Janeiro, dirigido por Wilton Franco (não confundir com o Aqui Agora, que o SBT lançou com sucesso nos anos 1990). Com a crise da emissora , migrou com a equipe de Franco para a TVS Canal 11, no programa O Povo na TV. Muito antes, nos anos 1960, fez parte da equipe de jornalismo da TV Globo.

Fernando Leite Mendes morreu em 13 de setembro de 1980, um sábado, vítima de um infarto, aos 49 anos. Foi enterrado no dia seguinte, na cidade de Salvador (BA).

O texto lido por Haroldo de Andrade em seu Bom Dia é de autoria de Áureo Ameno. Ouça abaixo.

Eraldo Leite é apresentado na Tupi e recebe conselho do Apolinho

Por Rodney Brocanelli

Pouco menos de 24 horas após ter se despedido da Rádio Globo, Eraldo Leite já anunciou oficialmente seu novo destino profissional. Conforme o Mídia de Verdade havia antecipado no último domingo (05), o comunicador vai integrar a equipe da Super Rádio Tupi. Leite será o apresentador do Bola em Jogo, programa de debates futebolísticos que vai a ar todos os domingos, sempre a partir do meio dia.

A apresentação oficial de Eraldo Leite aconteceu nesta segunda (06) dentro do Show do Apolinho. Washington Rodrigues fez as honras da casa. O narrador Luiz Penido fez uma participação especial nesta, digamos, cerimônia.

Leite fez questão de dizer que ele não será um substituto de Gilson Ricardo, antigo titular do Bola em Jogo, falecido há pouco mais de duas semanas e ainda pediu um voto de confiança aos ouvintes tradicionais do horário. “Ninguém vai ocupar o lugar do Gilson, Nem eu, nem ninguém. Eu vou apenas dar sequência a um trabalho que a Super Rádio Tupi faz de, ao meio dia, de entregar um grande produto de esportes aos amantes do futebol”, disse.

Washington Rodrigues, o Apolinho, aproveitou o momento e do alto de sua experiência deixou um conselho ao colega: “Faça o seu programa. Crie o seu programa. Monte o seu estilo de apresentar programa. Mude o que for possível ou o que você achar que deve, mas faça o seu programa”, afirmou.

Ouça abaixo os melhores momentos da apresentação de Eraldo Leite na Super Rádio Tupi.

Eraldo Leite se despede do Futebol Globo/CBN

Por Rodney Brocanelli

A transmissão de Fluminense x Audax, neste domingo (5), partida válida pelo campeonato carioca de 2023, marcou a despedida de Eraldo Leite da equipe do Futebol Globo/CBN no Rio de Janeiro. Após 26 anos na emissora, ele se transfere para Super Rádio Tupi, conforme informações do perfil Mìda de Verdade. A ideia é que ele comande o Bola em Jogo, programa de debates que tinha como apresentador titular Gilson Ricardo, morto há duas semanas.

“Surgiu agora a oportunidade de encarar um novo desafio quando parecia que o fim do túnel estava próximo”, disse o radialista, com 46 anos de carreira, em sua manifestação derradeira ao microfone da Rádio Globo.

Ouça abaixo a despedida de Eraldo Leite da Rádio Globo. Ancoragem de Francisco Aiello.

Anotações derradeiras da cobertura da Copa do Mundo pelo rádio

Por Rodney Brocanelli

Podemos fazer uma subdivisão na cobertura das emissoras de rádio que adquiriram direitos da Copa do Mundo entre aquelas que investiram e não investiram na cobertura.

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Na primeira categoria, podemos destacar as emissoras do Grupo Bandeirantes, Gaúcha, Itatiaia, Transamérica e Jornal, que enviaram profissionais ao Catar e, uma vez lá, espalharam-nos nos estádios, zonas mistas, entrevistas coletivas e outros lugares onde a notícia estava acontecendo.

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Outras emissoras preferiram fazer a Copa dos estúdios. E desse lado estão incluídas emissoras com enorme tradição, como Globo/CBN, Jovem Pan e Super Rádio Tupi, além da Energia 97, estreante em coberturas desse tipo.

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A Energia 97 apostou no carisma de seus profissionais, consagrados pelo sucesso de anos do Estádio 97, e na linguagem bem humorada. Se deu bem. Ajudou a consolidar seu projeto de transmissões esportivas.

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Domenico Gatto foi o narrador da grande final (e bota grande nisso) envolvendo Argentina x França pela já citada Energia 97.

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Luiz Penido transmitiu a final na Tupi. Por sua vez, José Carlos Araújo narrou a decisão do 3º lugar envolvendo Croácia x Marrocos. Será uma preparação para um futuro próximo?

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No mais, todas as outras emissoras escalaram seus narradores principais para a decisão do título.

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Alguém aí sabe o nome do estádio que foi palco da disputa do terceiro lugar? O Marcos Bertoncello, da Rádio Gaúcha, tem a resposta para você.

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Não sei se já estava nos planos, mas foi uma boa sacada a Gaúcha ter mantido o Pedro Ernesto Denardin na cobertura da Copa após a desclassificação do Brasil. Ele saiu de seu habitat natural (jogos da dupla Grenal e seleção brasileira) e deu vazão a um lado, digamos, internacional (nada a ver com o Colorado). Transmitiu França x Inglaterra, Argentina x Croácia, além da grande final. Claro que houve uma escorregada aqui e ali (ele demorou para se acostumar – ou reacostumar – com o nome do Mbappé), mas foi uma grande sequência de narrações.

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Pedrão ainda fez uma gracinha com Phil Foden, craque inglês, que é mais conhecido aqui no Brasil pela fonética de seu sobrenome.

Uma ausência sentida: uma final como a que tivemos neste domingo (18) merecia ter a narração de José Silvério.

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Leia as outras anotações sobre a cobertura desta Copa nos links abaixo.

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Até a próxima Copa.

Eli Corrêa diz que Cléber Machado questionou músicas de Dalto e Ritchie

Por Rodney Brocanelli

Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda., o comunicador Eli Corrêa, atualmente na Rádio Capital, revelou uma história curiosa envolvendo o hoje narrador Cléber Machado, que está participando da cobertura da Copa do Mundo do Catar pela TV Globo com grande sucesso. De acordo com o relato do apresentador, Cléber, ocupando um cargo de gestão na Rádio Globo AM, de São Paulo, começou questionar algumas músicas, digamos, modernas, que Eli tocava em seus programas. “Quando eu toquei Dalto, ‘Muito Estranho’, e toquei o Ritchie com ‘Menina Veneno’, ele chegou para mim e falou assim: ‘você não acha que essas músicas não são condizentes com seu programa?’ Ele era o coordenador da rádio, era um garotão ainda”, disse.

Eli questionou o motivo e teve como resposta que elas eram muito modernas. Mesmo assim o Homem Sorriso do Rádio decidiu mantê-las no playlist.

Ainda nessa mesma entrevista, Eli Corrêa contou também sobre como começou a tocar Mamonas Assassinas. Segundo ele, o divulgador da então gravadora do conjunto levou o trabalho deles, mas disse que era apenas para curtir em casa. Elio ouviu, gostou e mandou colocar em seu programa a música Vira Vira. Isso provocou a reação de um colega, Paulo Barboza, que até fez uma enquete com os ouvintes para saber o que eles acharam da música. A resposta foi positiva.

Veja o trecho abaixo.

Mais algumas anotações sobre a cobertura da Copa pelo rádio brasileiro

Por Rodney Brocanelli

Novidade na lista de rádios autorizadas a transmitir esta Copa do Mundo, a Energia 97 está revezando seus narradores nos jogos do Brasil. Luis Claudio de Paula (ex-Bradesco Esportes) narrou Brasil x Suíça. Domenico Gatto irradiou a estreia da seleção brasileira.

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E por falar em revezamento, José Carlos Araújo, o Garotinho, narrou Brasil x Suíça na Super Rádio Tupi.

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Mais uma de revezamento: na Itatiaia, Ênio Lima fez Brasil x Suiça. Por sua vez, Mario Henrique, o Caixa, esteve presente na estreia brasileira.

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Orgulho da Região Nordeste, a Rádio Jornal, de Recife, contou com a narração de Aroldo Costa para este segundo compromisso do escrete canarinho.

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Já recuperado de um problema na voz, Nilson Cesar transmitiu o segundo jogo do Brasil pela Jovem Pan.

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José Luiz Datena foi um dos comentaristas de Brasil x Suiça na Rádio Bandeirantes. Se a seleção brasileira vive a Neymardependência, o Grupo Bandeirantes tem a sua Datenodependência.

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Foi só elogiar. No post anterior, o Radioamantes destacou que a Rádio Gaúcha havia transmitido todos os jogos desta Copa, incluindo aqueles que se iniciam às 07 da manhã (aliás, sobre esses jogos falarei mais adiante). Na última sexta, a emissora deixou de lado Gales x Irã e no dia seguinte, um sábado ignorou Tunísia x Austrália.

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CBN/Globo (RJ) e CBN (SP) transmitem os jogos da Copa com equipes regionalizadas. Uma exceção se deu neste último final de semana quando houve a formação de rede Hugo Lago transmitiu Canadá x Croácia. Por sua vez, Vinicius Moura foi o responsável pelas emoções de Bélgica x Marrocos.

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Por falar em CBN, três registros positivos 1) Edson Mauro pela primeira vez em sua carreira como titular dos jogos do Brasil, no Rio de Janeiro, 2) a sobriedade de Oscar Ulisses e 3) a presença de Eraldo Leite no Catar.

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Aliás, um grande abraço ao Eraldo Leite.

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As emissoras de rádio estão agradecendo pelo fim dos jogos iniciados às 07 de manhã. Como já registramos (clique aqui para ver), muitas emissoras abriram mão da transmissão dessas partidas. Está certo que o cardápio apresentado nesse horário não foi o mais convidativo. Argentina x Arábia Saudita foi a exceção. Não deixa de ser estranha essa opção. Afinal, o preço pago pelos diretos de transmissão não foi barato. E tem rádio que está investindo mais, colocando seus profissionais no estádio. Sabe-se que o período matinal é o considerado horário nobre do rádio, que tem maior audiência e correspondente procura de patrocinadores. Agora, se existe um evento especial não seria o caso de negociar com aqueles que já anunciam na programação normal? Uma semana a mais de veiculação após o fim do contrato de veículação não faz mais a ninguém.

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O Radioamantes ouviu dois jogos em uma mesma rádio: a estreia do Brasil e o parto da montanha que foi a vitória da Argentina sobre o México. Chamou a atenção o excesso de abraços, muitos deles mandados durante a bola rolando. Após um aviso do sempre solerte Edu Cesar, percebeu-se que as saudações foram endereçadas a diretores, presidentes e “cabeças coroadas” dos patrocinadores. É uma forma de driblar a proibição dos foguetes publicitários durante os jogos. Até aí, tudo bem. O grande problema começa quando os abraços são enviados a políticos, muitos deles deputados estaduais.

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Enquanto escrevo este texto, ouço pela Rádio Oriental, de Montevidéu, a partida entre Portugal x Uruguai. Narração de Javier Máximo Goñi. Os patrocinadores de emissora são divulgados durante a partida sem qualquer tipo de problema. Um locutor destacado especialmente para isso lê os textos do estúdio.

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Como já deve ser de conhecimento geral, a Globo não detém mais a exclusividade total da Copa do Mundo. Ela vai apenas transmitir a próxima edição, em 2026, sem a possiblidade de revender direitos a outros veículos. Ou seja, a negociação deverá ser feita diretamente com a Fifa. Vamos aguardar para saber se a entidade máxima do futebol mundial deverá mais flexível ou não, especialmente com o meio rádio.

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Aguarem pelas próximas anotações. Mais uma vez, o Radioamantes agradece a Edu Cesar. Ouça abaixo a narração de Aroldo Costa para o gol de Casimiro, que livrou o Brasil do sufoco.

Paulo Lopes diz que não volta mais ao rádio

Por Rodney Brocanelli

Em vídeo divulgado nesta segunda (21), Paulo Lopes informou que não volta mais ao rádio. Ele estava afastado do veículo desde julho deste ano, quando deixou a Rádio Capital para se lançar candidato a deputado estadual pelo PL. Com pouco mais de 6 mil votos (cerca de 0,03%), ele não conseguiu ser eleito. Havia uma grande expectativa por seu retorno ao microfone, uma vez que o radialista anunciou que voltaria logo após o período eleitoral, qualquer que fosse o resultado (saiba mais aqui).

“O rádio para mim, não é mais aquilo que eu imaginei, que eu trabalhei. Não é mais o mesmo rádio”, disse ele no vídeo. Um dos motivos para esse desencanto é o excesso de anúncios publicitários. “Muito comercial, muito venda disso, venda daquilo, você fala duas coisas e vende três. É o tempo todo”, afirmou.

Além disso, ele se queixou da falta de liberdade, mas sem falar de casos específicos: “Você não pode falar tudo o que você gosta. Eu trabalhei com muita liberdade nos lugares por onde eu passei”.

Por último, ele reclamou dos salários. “O rádio pagava melhor e hoje não paga mais”, falou. Uma lembrança: Lopes migrou do Rio para São Paulo em 1987 em busca de uma melhor remuneração.

Ao apresentar um quadro totalmente diferente da época em que viveu o auge no veículo, Lopes preferiu não apontar responsabilidades: “A culpa não é de ninguém. É da essência do rádio. O rádio mudou e eu não quero fazer parte dessa história do rádio, principalmente essa história que se apresenta hoje”.

Em 55 anos de carreira, Paulo Lopes começou sua carreira em Juiz de Fora (MG). Logo se transferiu para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na Super Rádio Tupi e na Rádio Bandeirantes. Em São Paulo, comandou horários nas rádios Globo e Capital. Ele também teve uma breve passagem pela Massa FM, de Londrina.

Veja abaixo a manifestação de Paulo Lopes.

https://www.facebook.com/reel/3246390285583992/?s=single_unit

Fifa atualiza lista de rádios que vão transmitir a Copa de 2022

Por Rodney Brocanelli

A Fifa atualizou nesta terça (25) o documento que traz a lista de todos os veículos autorizados a transmitir a Copa do Mundo de 2022, que será disputada no Catar . No que diz respeito ao Brasil, não ocorreram grandes novidades, a não ser a confirmação de que a Super Rádio Tupi e que as emissoras Sistema Globo de Rádio (Globo e CBN) vão transmitir a competição. Em julho, registramos aqui a chamada veiculada pela CBN anunciando sua cobertura (clique aqui pra ver). Por sua vez, a Tupi fez a sua divulgação em setembro, com toda pompa e circunstância, durante sua programação esportiva (veja aqui). Os jogos começam no dia 20 de novembro.

Bandeirantes, Energia 97, Jovem Pan, Transamérica, de São Paulo, Gaúcha, de Porto Alegre, Itatiaia, de Belo Horizonte e Jornal, de Recife são as outras emissoras que levarão as emoções da Copa aos seus ouvintes. Este blog ainda sente a ausência de outras grandes cidades do país e que tem clubes de futebol nas principais divisões do campeonato brasileiro: Goiânia, Salvador e Fortaleza.

Veja abaixo a lista atualizada pela Fifa ou clique aqui.

Batalha do Sarriá completa 40 anos; ouça narrações de rádio

Por Rodney Brocanelli (*)

O dia 5 de julho marcou uma das datas mais tristes na história da seleção brasileira de futebol. Jogando no estádio Sarriá, em Barcelona, os comandados de Telê Santana perdiam para a Itália pelo placar de 3 a 2 e davam adeus à Copa que no ano de 1982 era disputada na Espanha. Mesmo com as conquistas de 1994 e 2002, torcedores e jornalistas se perguntam até hoje sobre o que deu errado naquele dia. Bastava apenas um empate para que o Brasil chegasse às semifinais. Mas a Squadra Azurra apareceu pelo caminho. Além de adiar o sonho da conquista do título mundial, aquele resultado serviu para sepultar de vez a prática do futebol arte. Desde então, tivemos apenas alguns lampejos que apareciam de forma individual, graças ao talento de Romário e Ronaldo, cada um em sua época.

O blog Radioamantes leva você de volta ao dia 5 de julho de 1982. A nossa máquina do tempo é o rádio.

O quinto sinal da Rádio Bandeirantes marcava pontualmente 12h15, 16h15, horário local. Fiori Gigliotti anuncia o início da partida.

Para espanto geral, a Itáia saia na frente, logo aos 4 minutos de partida. Defesa brasileira vacilou. Paolo Rossi marcava, de cabeça. José Silvério estava na Jovem Pan.

A resposta brasileira não tardou. Sócrates recebeu um belo lançamento de Zico e avançou até entrar na área. O goleiro Dino Zoff tentou fechar o ângulo. Mas o Doutor, com o sangue frio que lhe era pecuilar, mandou para o gol. Osmar Santos narrou esse lance na Rádio Globo.

Mas Paolo Rossi se aproveitava mais uma vez de uma falha da defesa brasileira para marcar o segundo gol da Itália. O lance pegou muita gente desprevenida. José Silvério narrou esse lance na Jovem Pan.

No segundo tempo, o Brasil veio com tudo para tentar ao menos o empate. Falcão, na época o Rei de Roma, mandou um belo chute de média distância. E um detalhe que a televisão não mostrou: Cerezo, um dos responsáveis pelo lance que originou o segundo gol da Itália, chorou de emoção. José Silvério observou bem esse detalhe na Pan.

Armindo Antônio Ranzolin traduziu na Rádio Guaíba todo o orgulho pelo gol do “compatriota” Falcão.

E mais: a emoção de Willy Gonser, enaltecendo o corta luz de Cerezo, pela Rádio Itatiaia.

Mas aquela não era a tarde do Brasil. Em um escanteio aparentemente inofensivo, a Itália chegaria ao seu terceiro gol. Mais uma vez, Paolo Rossi. Flávio Araújo, então na Rádio Gazeta (SP) não escondeu a decepção.

Na Rádio Nacional, o garotinho ligeiro José Carlos Araújo ficou de queixo caído com o gol de Rossi.

O Brasil quase conseguiu o empate em uma cabeçada do zagueiro Oscar. O goleiro Dino Zoff operou um verdadeiro milagre. José Carlos Araújo, na Rádio Nacional, viu essa bola no gol.

Não teve jeito para o Brasil. O árbitro israelense (o Wikipedia diz que ele tem também nacionalidade romena) Abraham Klein apitou o fim de jogo. A perplexidade tomava conta da torcida brasileira. Fiori Gigliotti traduzia bem esse sentimento na Rádio Bandeirantes.

Passado o impacto da derrota, nada melhor que uma avaliação fria para se concluir em que a seleção brasileira errou. Eis a palavra de João Saldanha, então na Rádio Tupi. A metáfora do macaquinho é impagável.

(*) post atualizado e republicado. O original foi divulgado há dez anos (veja aqui). Estamos mesmo ficando velhos.

Globo e CBN chegam na reta final e transmitem competições dos Jogos Olímpicos de Tóquio

Por Rodney Brocanelli

Nesta reta final dos Jogos Olímpicos de Tóquio, as rádios Globo e CBN resolveram transmitir algumas competições. A Globo, cujo sinal no dial está limitado apenas ao Rio de Janeiro, levou aos seus ouvintes a semifinal do torneio de futebol masculino envolvendo Brasil e México, na última terça (03), com a narração de Hugo Lago. Neste sábado (07), a emissora repetiu a dose programando a cobetura da decisão da medalha de ouro, que colocou em campo Brasil e Espanha. Esta partida teve a narração de Edson Mauro.

Por sua vez, a CBN também transmitiu a grande decisão para grande parte de sua rede, com a narração de Vinicuis Moura.

Na madrugada deste domingo, o mesmo Vinicius está escalado para narrar pelas duas emissoras as emoções da final do vôlei feminino, que vai colocar em lados opostos Brasil x Estados Unidos. Ou Zé Roberto x Karch Kiraly, como quiserem.

Até então, a Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, reinava soberana na cobertura radiofônica dos jogos de Tóquio, como destacamos aqui no Radioamantes.

(ATUALIZADO – 13H45 07/08) – Na lista de emissoras autorizadas pelo Comitê Olímpico Internacional, os nomes de Rádio Excelsior e Rádio Globo Eldorado, razões sociais de CBN e Globo respectivamente, apareceram recentemente na parte dedicada ao rádio, somando-se à Gaúcha e uma certa Rádio Band. (veja aqui). No dia 22 de julho, o Radioamantes informou que apenas apenas a emissora de Porto Alegre e tal Rádio Band estavam naquela listagem (veja aqui). Isso dá a impressão de que um acerto de última hora fez com que as rádios do Grupo Globo participassem dessa cobertura.

Ouça abaixo a narração de Edson Mauro para o ouro do Brasil no futebol.

Morre Roberto Figueiredo, último apresentador do Repórter Esso no rádio

Por Rodney Brocanelli

Morreu na manhã desta terça (27), no Rio de Janeiro, o radialista Roberto Figueiredo. Segundo o G1, ele morreu em casa, pouco depois de ser internado no Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro, devido ao Covid-19, popularmente conhecido como Coronavírus. Entretanto, a causa da morte não foi divulgada. Ele tinha 87 anos.

Figueiredo trabalhou nas rádios Nacional, Tupi e Globo. Foi nesta última em que ele marcou história como o apresentador da última edição radiofônica do Reporter Esso, veiculada em 31 de dezembro de 1968. Ele não conseguiu conter a emoção durante a leitura de uma retrospectiva das principais notícias divulgadas pelo noticioso. Um dos motivos foi o fato de que não houve pompa nem circunstância pra um final de ciclo. Durante a leitura, o locutor teve de ser substituído por Plácido Ribeiro durante alguns instantes.

“Aquilo me chocou porque eu gostaria que ali tivesse (no estúdio) todo o estado-maior da Esso, da McCann Erickson (empresa de publicidade responsável pelo programa), da rádio. Estávamos eu, o operador, o locutor do horário, mais o contrarregra, quatro pessoas. Aquilo me deixou…’puxa vida, como algo importante, no momento em que ele desaparece não tem ninguém aqui’. Mas tinha o público ouvindo e se emocionado também, e telefonando, me parabenizando”, disse ele em uma entrevista concedida à TV Gama, da Universidade Gama Filho (veja aqui).

Ouça abaixo a última edição do Repóter Esso.

Morre Zora Yonara

Por Rodney Brocanelli

Morreu na tarde desta sexta-feira (11) a astróloga Zora Yonara. Segundo o site da Super Rádio Tupi, ela estava internada havia 10 dias em um hospital devido a uma pneumonia. Essa foi a causa da morte. Sabe-se que ela estava sob cuidados especiais devido a complicações oriundas do Mal de Alzheimer. Com isso, suas participações no Show do Antonio Carlos eram gravadas, sempre usando material de arquivo. Ela tinha 86 anos. Não foram divulgadas informações sobre velório e enterro.

Seu nome verdadeiro era Creusa Gramacho Carosella. Nasceu em Vitória (ES) e começou sua carreira como radioatriz em seu estado natal. Depois, se transferiu para o Rio de Janeiro, trabalhando na Rádio Globo.O diretor Mario Luiz pediu para que ela lesse o horóscopo do dia. Nunca mais parou. E foi na Globo que ela ganhou seu nome artístico, uma criação de Luiz. Zora veio do grego (significa força e coragem). Yonara era uma homenagem a Yoná Magalhães (dizem que o chefão da Globo na época gostava muito da atriz).

Depois dessa experiência, Zora dedicou-se aos estudo de astrologia e se transformou em uma referência no tema.

Zora chegou a trabalhar com Silvio Santos, sendo um dos primeiros nomes da TVS (hoje SBT) no Rio de Janeiro. Ainda em tevê, integrou a equipe do TV Mulher, da Rede Globo.  Nos últimos anos, vinha trabalhando com o Antonio Carlos, antes na Rádio Globo e a agora na  Super Rádio Tupi. O comunicador manteve a astróloga em sua equipe mesmo depois do agravamento de seus problemas de saúde.

Ouça abaixo Zora Yonara em ação.

ATUALIZAÇÃO (13/12 -18h40) – A primeira versão deste texto trouxe uma informação incorreta. Zora morreu com 86 anos e não com 91, como foi publicado. Feita a correção. Saiba mais aqui. 

Nova narradora do Grupo Globo, Renata Silveira já foi a Garota da Voz na Rádio Globo

Por Rodney Brocanelli

Nesta segunda (07) o Grupo Globo anunciou que Renata Silveira será a primeira mulher a narrar eventos esportivos nos canais da emissora (para quem ainda não sabe TV Globo, Sportv e Premiere). Uma esperada quebra de paradigma. Canais concorrentes, sejam na tv fechada (Fox Sports e ESPN) e aberta (SBT -acredite – e Bandeirantes) já tiveram ou tem no momento profissionais do sexo feminino soltando a voz nas narrações.

A trajetória de Renata Silveira começou no rádio. Ela se inscreveu em um concurso da Rádio Globo chamado Garota da Voz que buscava encontrar um talento feminino para narrar um jogo da Copa do Mundo de 2014. Ela concorreu com outras 77 mulheres e foi conquistando etapas até chegar entre as três finalistas. O teste final foi a narração da partida do Flamengo e a escolha se deu pela combinação do voto popular e dos então integrantes da equipe esportiva da emissora.

No Mundial, Renata foi escalada para transmitir a partida entre Uruguai x Costa Rica. Como registramos aqui no Radioamantes (veja aqui), a estreia não poderia ter acontecido em uma melhor ocasião. Primeiro porque foi um jogo de muitos gols. Depois, pelo fator surpresa: o placar final foi favorável aos costarriquenhos: 3 a 1 para cima da Celeste Olímpica. Um resultado que poucos esperavam.

Ainda nesta competição, ela foi escalada para outro jogo: Croácia 1 x 3 México. Entretanto, sua experiência na Rádio Globo ficou apenas nisso. Renata passou a narrar pela web rádio Ultra. Quatro anos depois, ela voltaria a se inscrever em um concurso de talentos, desta vez no Fox Sports, que buscava narradoras para uma cobertura alternativa da Copa do Mundo da Rússia em seu segundo canal.

Uma vez aprovada, ela permaneceu na Fox Sports. Mesmo depois da compra dos canais 1 e 2 pela Disney, ela foi aproveitada até pela ESPN Brasil na transmissão das partidas do campeonato brasileiro feminino de futebol. No último domingo (06) ela comandou a cobertura de Corinthians 4 x 2 Avaí Kindermann, partida válida pela grande final.

Ouça abaixo a narração de Renata Silveira para Uruguai 1 x 3 Costa Rica.

 

 

Morre Romeu Cesar

Por Rodney Brocanelli

Morreu na madrugada desta terça (11) o radialista Romeu César, vítima do Covid-19, mais conhecido como Coronavírus. Ele estava internado na Santa Casa de Valinhos havia 20 dias. Romeu se internou juntamente com a esposa, que também estava com os sintomas dessa doença. No entanto, a situação dele foi se agravando com o passar do tempo, chegando a ser entubado. Seu corpo foi cremado em uma cerimônia realizada na manhã de hoje na cidade de Piracicaba.  Ele tinha 59 anos.

Romeu César começou sua carreira na cidade de Franca, onde nasceu, trabalhando na Rádio Difusora. Foi para Campinas, onde trabalhou na Rádio Brasil. Em seguida, transferiu-se para a Rádio Globo, atuando por cerca de 20 anos  como repórter nas jornadas esportivas da equipe comandada por Osmar Santos. Deixou a emissora em 2007 e voltou para sua terra natal, trabalhando como representante comercial e assessor político.

Enquanto mais e mais pessoas morrem devido à esta nefasta doença, certas autoridades insistem em minimizar seu impacto.

Ouça Romeu César em ação, pela Rádio Globo.

 

 

Morre Xênia Bier

Por Rodney Brocanelli

Morreu nesta segunda (24) a apresentador Xênia Bier. A causa da sua morte não foi divulgada pela família, mas sabe-se que ela estava internada em um hospital havia 15 dias e ela sofria do Mal de Alzheimer. Tinha 85 anos. Seu corpo será cremado em uma cerimônia íntima no crematório da Vila Alpina, conforme informação divulgada pelo colunista Fefito, do UOL.

Xênia fez carreira na televisão, comandando programas na TV Cultura (ainda de propriedade dos Diários Associados). Depois, se transferiu para a TV Bandeirantes, onde apresentou na década de 1970 o “Xênia e Você”, grande sucesso da faixa diurna da emissora, que já contava com o Revista Feminina, que teve Maria Teresa Gregori à frente.

Com a reformulação promovida por Walter Clark, no começo dos anos 1980, Xênia deixou a Bandeirantes. Teve passagem pela Rede Globo, dentro do programa TV Mulher. No final dessa mesma década, esteve na Rede Manchete. Anos depois, teve uma curta e marcante passagem pela TV Gazeta, onde teve um quadro no programa Mulheres.

Em dois períodos curtos, Xênia apresentou seu programa nas rádios Globo e Capital.

Nos últimos anos, dedicou-se à imprensa escrita, assinando colunas em revistas da Editora Abril.

Não temos registros de Xênia atuando em rádio. Relembre uma de suas participações em televisão.