Sucesso de Eric Carmen gerou desconforto e (depois) pazes entre Hélio Ribeiro e Chico Anysio

Por Rodney Brocanelli

Diversos veículos divulgaram na data de hoje (12) a morte do cantor e compositor Eric Carmen acontecida no final de semana. Ele tinha 74 anos e ao menos até agora a causa não foi divulgada. Carmen provavelmente partiu sem saber que um de seus principais hits “Ali By Myself” teve uma enorme influência na cultura pop brasileira e no rádio, por que não?

Tudo começa quando Chico Anysio, que dispensa maiores apresentações, cria e coloca no ar um personagem para o seu Chico City, humorístico semanal veiculado pela TV Globo na metade dos anos 1970.

O programa estreou em 1973 a ideia era reunir todos os personagens de Chico em uma cidade fictícia para, com isso, satirizar os acontecimentos daquela época. E como toda cidade que se preza, ela tinha uma emissora de rádio. Seu principal locutor era Roberval Taylor.

Eis a definição do site Memória Globo sobre ele: “Radialista e locutor oficial da Rádio Chico City . De olheiras profundas e voz empostada, o irresistível comunicador era um demolidor de corações femininos, com seus belos poemas, traduções de músicas românticas e sua pronúncia irretocável”.

O sucesso foi imediato. Porém, ao menos uma pessoa se sentiu incomodada com esse personagem: Hélio Ribero. Na época, ele vivia seu auge na Rádio Bandeirantes, onde já comandava o seu consagradíssimo O Poder da Mensagem.

Uma dos pontos altos da atração era a tradução de músicas estrangeiras, em geral estadunidenses. Muitos ouvintes desejavam saber o significado de suas músicas preferidas e se ligavam em Hélio.

O personagem de Chico era altamente inspirado em Hélio, especialmente na empostação da voz e na questão das traduções.

Uma delas, que chegou até a ser registrada em disco (sim, em disco) é justamente All By Myself, de Eric Carmen (achou que tivéssemos se esquecido dele?). A canção atingiu o segundo lugar na parada da Billboard, em novembro de 1975 e ganhou diversas regravações, entre as quais a de Celine Dion.

Na versão livre de Roberval, All By Myself se transformou em Tudo Eu. Em inglês, o título tem o significado de Completamente Sozinho (ou sozinha, dependendo de quem canta).

Como já dissemos, houve esse incômodo de Hélio Ribeiro com Roberval Taylor, gerando algumas falas dele no ar. No entanto, a história teve um desfecho bastante positivo, que acabou entrando para a história do rádio.

Chico Anysio foi até os estúdios antigos da Rádio Bandeirantes e concedeu uma longa entrevista a Hélio dentro do Poder da Mensagem. “Ele (Roberval) é um entre muitos que querem ser Hélio Ribeiro”, disse o comediante.

O resultado é que depois desse bate-papo, as coisas se resolveram. Chico prosseguiu interpretando sua criação e Hélio já não mais implicou com o personagem. Eric Carmen talvez nem teve conhecimento de tudo isso.

Ouça abaixo a “tradução” de Roberval Taylor

Ouça o original

E ouça abaixo o encontro entre Hélio e Chico.

Comandado por Fausto Silva, Perdidos na Noite comemora 40 anos de sua estreia

Por Rodney Brocanelli

O Brasil é mesmo um país que não tem memória. É um clichê? Sim, mas ele continua cada vez mais traduzindo a realidade deste país. O último dia 11 de fevereiro marcou os 40 anos de uma estreia que mudou o panorama da televisão nos anos seguintes. Em 1984, na citada data, estreava pela TV Gazeta o Perdidos na Noite, comandado por Fausto Silva. Sem medo de errar, é possível escrever que ninguém lembrou.

Algo curioso é que, em sua estreia, o Perdidos na Noite era um programa dentro do outro. Explicando: ele fazia parte do 23ª Hora, que ia ao ar todos sábados, à noite, na TV Gazeta, comandado e dirigido por Goulart de Andrade.

“A programação alternativa das noites de sábado, a “23ª Hora”. de Goulart de Andrde, está ampliando suas opções ou, no dizer de seu diretor, “justificando os propósitos para os quais fou criada”. A partir fde hoje, no horário das 23 horas à uma da madrugada, um pouco da dinâmica do rádio será transplantada para a televisão, num programa de variedades de nome “Perdidos na Noite”, comandado por Fausto Silva e produzido por Lucimara Parisi”.

Assim abria o texto publicado em O Estado de S. Paulo, do dia 11 de fevereiro de 1984, sem assinatura, cujo título foi “Perdidos na Noite, a dinâmica do rádio na TV”.

Para quem não sabe, o Perdidos na Noite é um derivado do Balancê, programa de rádio veiculado pela antiga Rádio Excelsior (hoje CBN) no início dos anos 1980. Um de seus períodos de maior repercussão aconteceu justamente na fase em que Fausto Silva foi seu comandante. O sucesso era tamanho que durante uma certa época, ele foi apresentado do Teatro e Palhaçaria Pimpão, que ficava no bairro da Santa Cecília (SP), próximo aos estúdios do Sistema Globo de Rádio, “dono” da Excelsior.

Certa vez, Goulart de Andrade foi até a fim de fazer uma reportagem para seu programa e notou que Fausto e sua turma faziam um programa de rádio na televisão. Contamos essa história aqui mesmo no Radioamantes (e até por isso mesmo que esse registro da história de outro veículo é feito aqui em um site sobre rádio).

Ao tradicional jornal situado na margem do Rio Tietê, Fausto disse que o Perdidos “é uma opção para quem não aguenta tanto filme nas outras emissoras. Vamos brincar com o telespectador, fazendo-o participar , ao mesmo tempo em que desvendaremos os bastidores da televisão”. Aliás, o texto do Estadão informa um apelido pelo qual ele era conhecido: Pipa (Pipa?).

O programa contou com a presença da cantora Fafá de Belém, que segundo o jornal, falaria “sem a pressa obrigatória dos outros canais”. Os então jogadores Serginho, então defendendo o Santos, e Luis Pereira, atuando pelo Palmeiras, participaram falando sobre Copa do Mundo. Outra participação musical: a do Trio Los Angeles, cujos integrantes prometiam esclarecer a história de que estariam dublando a banda The Fevers na música de abertura da novela Transas & Caretas, da Rede Globo (alguém lembra dessa situação?).

O Perdidos na Noite se notabilizou pela divulgação do teatro. No seu primeiro programa, Silney Siqueira e Mauro Chaves, nomes conhecidos deste universo, estiveram presentes. Uma outra atração foi o músico Vidal França.

Um cardápio de atrações bem variado para duas horas de duração.

Não faltaram também as intervenções humorísticas de Carlos Roberto Escova e Nélson Tatá Alexandre, “o único quadro permanente do programa”, segundo o jornal. A sonoplastia contou com o talento de João Antônio de Souza, o Johnny Black.

Assim como o Balançê, o Perdidos na Noite foi um programa de auditório. Em seus primórdios, ele era gravado no Teatro Brigadeiro, na av. Brigadeiro Luiz Antônio, 884, no bairro da Bela Vista, também em São Paulo. O local hoje é ocupado pelo Teatro Nissi.

Em maio de 1984, Goulart de Andrade se transferiu para a TV Record levando o Perdidos na Noite. Dois meses depois, devido a questões financeiras, a equipe deixou o guarda-chuva do apresentador e a própria emissora acabou “ficando” com a atração, mantendo-a nas noites de sábado. Houve uma acomodação na grade e o programa de Goulart entrava logo depois, a partir da 01h.

Em pouco menos de um ano, o programa já apresentava bons índices de audiência. Segundo reportagem do Jornal do Brasil, publicada em 18 de janeiro de 1985, assinada por Mirian Lage , “em São Paulo, a média de audiência fica em torno de 10% e, no Rio 4%”. Números que deixavam para trás outra tradicional atração dos fins de noite da Record: o Clube dos Esportistas (exibida às terças). O “pandemônio visual a auditivo onde não acontece nada”, conforme palavras da jornalista, ficava na casa dos 4% em São Paulo e 2% no Rio de Janeiro.

Outro dado importante trazido pelo bom, velho e saudoso JB: de julho a outubro (1984), a audiência cresceu 88% em São Paulo. Com o vento a favor, a direção da Record decidiu, em agosto de 1985 antecipar o horário do Perdidos. Ele entraria no ar a partir das 22h30. Já em novembro, sem divulgação prévia, houve uma nova alteração, desta vez para as 22h.

Ao mesmo tempo em que o sucesso crescia, a Censura Federal, que ainda estava atuante naquele período, reforçou a sua vigilância, proibindo os palavrões que eram falados por Fausto, a dupla Tatá e Escova, e alguns de seus convidados. Volta e meia um sinal sonoro (o famoso piii) entrava por cima de alguma fala.

Em 1985, Miriam Lage, no Jornal do Brasil, incluiu o Perdidos na Noite em sua lista dos dez melhores programas de televisão daquele ano, ao lado da novela Roque Santeiro e da minissérie Grande Sertão: Veredas, ambas da Globo, os documentários Xingu, da Manchete, e Furacão Elis, da Bandeirantes, entre outros. “A irreverência bem-humorada do gordote (sic) Fausto Silva lhe assegurou um bom ano de audiência e a irrestrita simpatia do público. O programa mostra, sem pudores, o avesso da televisão arrumadinha, com uma espontaneidade cada vez mais rara”, escreveu a jornalista.

Em 1986, em uma publicação sem o dia e mês facilmente localizáveis (provavelmente seja das primeiras semanas daquele ano), a mesma Miriam (do JB) anunciava o namoro de Fausto Silva com a Bandeirantes. “Só não dará em casamento se a Record insistir para que ele cumpra o contrato em vigor até junho”, registrou.

O enlace foi registrado pelo periódico em março do mesmo ano pelo Informe JB, assinado por Ancelmo Góis: “Perdidos na Noite, agora pior que antes: esse será o novo slogan que o apresentador Fausto Silva vai usar em seu programa a partir do dia 19, às 22h, quando estreia na TV Bandeirantes”.

A estreia se deu em 19 de abril de 1986. Ou seja, a Record não jogou duro no que diz respeito ao contrato. Uma das vantagens da mudança de emissora é que a Bandeirantes já naquela época tinha um grande número de emissoras afiliadas espalhadas pelo Brasil. A Record ficava limitada apenas ao eixo Rio-SP e outras poucas estações de televisão.

Curioso que ao olhar a grade de programação da Bandeirantes daquela época, o Perdidos começava as 22h e a partir da meia noite entrava no ar o Plantão da Madrugada, comandado por…Goulart de Andrade.

Em outra publicação, ainda de 1986, a jornalista Marilia Martins, do JB (obrigado Arquivo Nacional) fez um breve balanço dos primeiros meses de Faustão em sua primeira passagem pela Band: “Perdeu muito do antigo charme brega e ganhou um ar mais competente, a começar pela apresentação. Resultado: em menos de um mês, já bateu o índices do Clube do Bolinha, o campeão da emissora. Um sucesso mais do que merecido para aquele que renovou a velha fórmula dos programas de auditório e ressuscitou um tipo de humor que se baseia, em grande parte no improviso da hora da gravação”.

O programa tinha fãs ilustres. Um deles era Caetano Veloso. Em uma reportagem do JB sobre as opções de programação da televisão no fim de noite e madrugada adentro, e seus fãs, ele disse: “Aos sábados, começo vendo os programas do Faustão, aquele gordo de São Paulo”.

Em julho de 1988, uma nota publicada na prestigiada coluna de Zózimo Barroso do Amaral já indicava o futuro de Fausto Silva na televisão: “Se ainda não conversou, a TV Globo vai conversar com o animador Fausto Silva, estrela das noites de sábado do programa Perdidos na Noite. Fausto será sondado sobre a possibilidade de vir a protagonizar um programa de variedades e distribuição de prêmios nas tardes de domingo. Com a morte do insubstituível Chacrinha, a emissora está sem um grande comunicador. Sabe-se, aliás, que a ideia é ocupar o espaço aberto nas tardes de sábado com uma programação esportiva, basicamente dirigida ao público masculino”.

Apesar do tom cuidadoso e até mesmo nonsense (“Se ainda não conversou, a TV Globo vai conversar…”), Zózimo acertou na mosca em relação as informações sobre o animador. Em março do ano seguinte, Fausto iria comandar um programa exatamente com as características citadas na emissora de maior audiência do país: o Domingão do Faustão.

O colunista não citou, mas pouco tempo antes, a Globo havia tirado Gugu Liberato do SBT. Ainda na fase de pré-produção e pilotos, Silvio Santos, com problemas na voz e temendo pelo futuro de seu programa e de sua emissora, foi diretamente até Roberto Marinho pedir a recontratação de seu pupilo. Contrariando as expectativas, o dono da Globo aquiesceu. Esse evento teve enorme influência para o que aconteceria depois.

Fausto teve uma carreira longeva na Globo. O Domingão foi ao ar de março de 1989 até junho de 2021. Em janeiro de 2022, ele se transferiu para a Bandeirantes, mas desta vez para estrelar o Faustão na Band até julho de 2023. Atualmente, o apresentador está afastado da televisão, em recuperação de um transplante de rim. realizado em janeiro de 2024. Pouco tempo antes, ele fez outro transplante, de coração.

Lucimara Parisi trabalhou com Faustão até 2009, quando ambos estavam na Rede Globo. No ano seguinte, foi trabalhar com outro comunicador: Ratinho. Essa parceria durou até 2022. Lucimara também foi para a frente das câmeras, apresentando um programa na RBTV.

Após o fim do Perdidos, Nélson Tatá Alexandre e Carlos Roberto Escova não foram trabalhar no Domingão do Fasutão. Tatá passou por diversas rádios desde então e integrava a equipe do Show de Rádio na Rádio Bandeirantes quando teve um aneurisma cerebral que o impediu de trabalhar.

Escova também seguiu sua carreira no rádio, mudando-se para Porto Alegre, onde trabalhou nas rádios Atlântida e Ipanema. Depois, ele voltou para São Paulo, indo para a Jovem Pan FM onde participou de vários quadros de humor. Nova mudança de endereço e ele foi viver em Miami (EUA). Retornou ao Brasil e ele foi morar na cidade de Ourinhos. Nesta cidade, atuou nas rádios Clube e Melodia. Morreu em 20 de dezembro de 2015.

João Antonio de Souza, o Johnny Black, também não foi levado por Faustão para a Globo. Seguiu sua carreira como operador de áudio, trabalhando nas emissoras do Sistema Globo de Rádio. Morreu em 4 de setembro de 1996.

Existem no YouTube vários registros do Perdidos na Noite tanto na Record como na Bandeirantes. A dúvida fica sobre o paradeiro das gravações da primeira fase, quando a atração estava ligada a Goulart de Andrade, seja na Gazeta ou na própria Record. A esperança é que elas estejam dentro do acervo de Goulart que foi doado à Cinemateca Brasileira.

Que os amantes da memória da televisão cruzem os dedos: em julho de 2021, a sede da Cinemateca sofreu um incêndio. Até hoje, fala-se que parte das fitas cedidas pelo jornalista foram danificadas, mas sem qualquer tipo de confirmação oficial.

Uma última nota sobre o 11 de fevereiro de 1984: naquele mesmo dia, dentro do 23ª Hora, estreava um outro quadro por alguém que também iria fazer uma carreira bem consistente na televisão, Silvio Lancellotti. Conhecido por sua ligação com o futebol italiano nos anos que se seguiram, ele comandava o Santa Ceia, que trazia o melhor dos restaurantes de São Paulo, com direito a receitas, e entrevistas com seus donos e chefes de cozinha.

A fotos que ilustram este post foram gentilmente cedidas pelo Felipe Martinelli Braga, que é autor de uma dissertação de mestrado sobre o Balancê, da Rádio Excelsior. Já falamos sobre esse trabalho aqui no Radioamantes.

E quase que sobrou para o rádio…

Por Rodney Brocanelli

No começo desta semana, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) baixou um novo protocolo de imprensa determinando que as emissoras de televisão que não detém os direitos de transmissão das competições organizadas pela entidade não possam transmitir imagens dos estádios onde acontecem os jogos, antes e depois dos jogos, por qualquer meio (tevê e internet).

Conforme o jornalista Rodrigo Mattos, do UOL, essa determinação atende a uma solicitação da Rede Globo. A emissora, segundo ele, acredita que seus contratos de direitos de transmissão estariam sendo desrespeitados pela concorrência. Os canais esportivos da tevê por assinatura costumam mostrar imagens dos estádios antes e depois dos jogos, como parte da cobertura eminentemente jornalística, ainda que não mostrem detalhes da bola rolando (veja mais aqui).

No entanto, quase que as emissoras de rádio entram nesta dança. Muitas delas transmitem as imagens de seus profissionais na cabine em outras plataformas de internet, como o YouTube ou o próprio Facebook.

Veja abaixo o exemplo da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte. As câmeras da emissora estavam focadas em seus narradores Osvaldo Reis e Alberto Rodrigues durante a partida entre Cruzeiro x Remo, válida pela Copa do Brasil.

Nota divulgada pela ACEB (Associação de Cronistas Esportivos do Brasil) informa que a ideia foi cogitada, mas posteriormente descartada. Conforme a entidade, “havia denúncias de que alguns veículos estariam burlando a norma, mostrando trechos do jogo, mas ficou claro que são casos fortuitos e que podem ser fiscalizados e coibidos” (saiba mais aqui).

A ACEB não informa, mas provavelmente essa irregularidade deva partir dos veículos exclusivamente de internet. Não foi divulgado como será a fiscalização daqui por diante.

Rádio Itatiaia manda profissionais à São Januário e não cai em erro da televisão

Por Rodney Brocanelli

A essa altura já foi amplamente divulgado o erro da equipe de transmissão da TV Globo que levou à divulgação da vitória parcial do Vasco sobre o Cruzeiro pelo placar de de 2 a 1 (saiba mais lendo aqui). No entanto, a Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, não embarcou no equívoco. Seus profissionais estavam em São Januário para a transmissão da partida válida pelo campeonato brasileiro da série B. O narrador Alberto Rodrigues, conhecido como o Mais Vibrante, e o repórter Samuel Venâncio, sempre em cima dos lances, informaram tudo corretamente aos ouvintes da emissora e não foram surpreendidos com o desfecho da partida. Ouça tudo abaixo.

Acordo entre Palmeiras e Globo coloca fim à breve “era do rádio”

Por Rodney Brocanelli

Após semanas de tratativas, Palmeiras e Rede Globo chegaram a um acordo para a transmissão dos jogos do clube alviverde em tv aberta e no paw per view. Em nota oficial (leia mais aqui), o clube anunciou que o novo contrato terá validade por seis anos. Esse acerto colocou fim à breve era do rádio proporcionada pelo impasse nas negociações.

Desde o momento em que ambas as partes enfrentaram um impasse que fez demorar uma conclusão para essa negociação, parte considerável do torcedor palmeirense teve de recorrer ao rádio para se informar a respeito de pelo menos dois jogos de seu clube: CSA x Palmeiras e Atlético-MG x Palmeiras. Como o clube paulista havia fechado acordo apenas com a TNT/EI, apenas os jogos contra times que fecharam com o mesmo canal (Athletico, Fortaleza, Inter e Santos) poderiam ser transmitidos pela tv. CSA e Atlético-MG têm contratos com a Globo.

Na partida contra o CSA, pelo menos duas emissoras de rádio aproveitaram essa situação e se mobilizaram para enviar profissionais até Maceió a fim de transmitir a partida: Transamérica e Bandeirantes. No jogo contra o Atlético-MG, o número de emissoras dobrou: 105, Transamérica, Bandeirantes e Globo. Algumas enviaram equipe completa, com narrador, comentarista, repórter e operador de áudio. Outras, apenas não mandaram comentarista.

Essa iniciativa fez com que a transmissão de futebol pelo rádio, ainda que por algum tempo, voltasse a chamar a atenção de uma grande parcela do público e da imprensa. Não faltaram coleguinhas que aproveitaram o momento para reclamar via redes socais da gratuidade das transmissões pelo veículo. Não precisa ser bidu para saber que se um dia o rádio tiver de pagar para transmitir os jogos das competições interclubes do continente, a situação que já não é boa, passaria a ser desesperadora.

Por outro lado, foi interessante ver que outros tipos  veículos de comunicação, como o jornal impresso, que pouco dá espaço ao rádio em seu noticiário, resolveu abrir espaço a ele, como O Estado de S. Paulo, entrevistando os principais narradores esportivos de São Paulo a fim de abordar esse momento (leia mais aqui).

Depois do acerto entre Palmeiras e Globo, as coisas no rádio esportivo de São Paulo deverão voltar ao normal. O impasse contratual de ambas as partes, infelizmente, não deverá deixar qualquer tipo de legado. O tubão (ou geladão), quando as emissoras fazem seus profissionais transmitirem os jogos assistindo a uma tela de tv (ou de computador, caso o jogo seja transmitido pela DAZN), vai prosseguir.

Se ainda estivesse na ativa, o grande Haroldo Fernandes, narrador histórico da antiga Rádio Tupi, de São Paulo diria a respeito desse estado de coisas: “Quem viajou, viajou. Quem não viajou, não viaja mais”.

palmeiras globo

Narrador Flávio Araújo contesta fatos apresentados em minissérie sobre Éder Jofre

Por Flávio Araújo, especial para o jornal O Imparcial, de Presidente Prudente (*)

UMA MINISSÉRIE PRÁ LÁ DE MENTIROSA

A Rede Globo exibiu há poucos dias, ente 8 e 11 últimos em quatro capítulos, de terça a sexta-feira, uma minissérie tendo por base a carreira de EDER JOFRE, o maior pugilista brasileiro de todos os tempos e o melhor peso-galo da história do boxe em todo o planeta na opinião oficial dos pesquisadores norte americanos. Infelizmente o que o público brasileiro viu está longe de refletir com justiça e mesmo no aspecto moral o que foi a trajetória desse grande atleta. É preciso, antes de tudo, realçar que o boxe hoje perdeu aquela condição de ser a chamada “nobre arte” que tinha no passado. O boxe era um esporte que, se não podia deixar de lado o seu teor de violência, tinha uma visão artística inegável com os bailarinos no tablado como o próprio Eder, ou em escala maior os norte-americanos Cassius Clay ou “Sugar” Robinson, os meus eleitos na vanguarda da beleza desse esporte. A violência das lutas de hoje desse MMA mataram o boxe. Mas, o que se vê nessas disputas onde o Brasil ainda tanto se destaca não pode na minha ótica ser considerado como um esporte no sentido olímpico do termo.

A MINISSÉRIE DA GLOBO

Bem, devo dizer que fui convidado pela empresa que fez o longa metragem e a minissérie para participar dos mesmos e não pude atender o convite. Foi exatamente no período em que minha mulher, Yvette Pinheiro de Araújo, estava hospitalizada e veio a falecer. Morava então em São José dos Campos e hoje gozo as delícias do ar puro e clima agradável de Poços de Caldas mesmo no verão que esturrica o país. Assinei então uma concordância em que usassem minhas narrações para constar da produção e sei que não se pode falar na carreira desse artista dos ringues (Eder era também um desenhista de belíssimos traços em nanquim) sem mencionar a minha presença já que narrei a maioria de suas lutas como também, segundo o Milton Neves, fui o locutor que mais transmitiu os gols de Pelé. Desculpem a ausência de modéstia de quem começou irradiando os jogos de Corinthians e Prudentina na então PRI-5 de minha cidade natal que amo e que, mesmo lá não residindo, está sempre presente em meu coração prudentino. Muito me orgulho do imerecido título de “cidadão benemérito” de minha terra. Deixa isso prá lá e vamos em frente. Sei muito da trajetória de Eder. O porquê? Quando Pedro Luiz e Mário Moraes deixaram a Bandeirantes e senti que poderia ser também o locutor titular de boxe fui procurar Kid Jofre na sua Academia, na rua Santa Efigênia e que era patrocinada pelo São Paulo F.C.. Subi ao ringue e fiz um treinamento de aprendizado com o próprio Eder.

EDER JOFRE NASCEU NUMA ACADEMIA DE BOXE

Agrego que Eder nasceu na primeira academia dirigida por seu pai e que ficava na rua do Seminário, no centro de São Paulo. A partir do que narro nos tornamos grandes amigos e durante muitos anos, praticamente todos os meses, ficávamos um largo tempo ao telefone. Eu telefonava num mês no outro ele me procurava. Eder recorria ao velho Flávio para recordar muita coisa que já não estava por último em sua memória e que para mim é algo como se os vivesse agora. Mesmo com o peso de tantos anos tenho uma memória de elefante. Era o prenúncio do mal que o acomete no presente. Uma encefalopatia traumática e que no passado era conhecida como demência pugilística. Não se trata de Alzheimer segundo a família. Milton Rosa, Fernando Barreto e Paulo de Jesus, grandes pugilistas brasileiros nas décadas de 1960/70 sofreram desse mal. Está muito em voga nos Estados Unidos por estar vitimando jogadores do futebol americano. E também aqui no Brasil pelos choques cabeça-cabeça entre os profissionais de nossos gramados. Bellini o grande capitão do primeiro mundial da FIFA que o Brasil conquistou deixou em testamento seu cérebro para estudos na medicina da USP. Mas, voltando ao programa da Rede Globo este foi construído em cima de sucessivas mentiras. As lutas ali exibidas, contra Medel e contra Legra são figurações com sósias dos lutadores de então. E a narração que consta nos créditos como sendo minhas e do Pedro Luiz não são de nenhum dos dois. O locutor que as profere, de boa qualidade, deve ter escrito as minhas narrativas e decorado ou lido na hora do trabalho. Usa também as minhas frases e minha inflexão. Do Pedro Luiz, que considero o maior locutor esportivo do Brasil em todos os tempos não tem absolutamente nada. Pedro nos deixou há muito tempo.

KID JOFRE JAMAIS FOI AGRESSIVO COM EDER

Aristides Jofre jamais foi um carrasco para Eder como no filme é mostrado. Tinha, sim, seus momentos de azedume, mas era um admirador do filho e um homem de bom trato. Como Eder, era um gozador e piadista inveterado e jamais trataria um pupilo, ainda mais sangue do seu sangue e sua maior esperança de sucesso como técnico de boxe e de ganhar um título mundial. Kid Jofre, antes de vir para o Brasil ordenhava vacas leiteiras em San Justo, ao sul de Buenos Aires. Os empresários de Eder jamais foram malandros como o filme quer exibir e o grego/americano George Parnassus jamais teria declarado que só pagaria 10% da bolsa combinada se Eder, na luta contra Medel, caísse antes do 5º assalto e não houve em momento algum aquela ironia dos jornalistas norte-americanos menosprezando o lutador brasileiro, chamando-o de gorila principalmente por parte de Parnassus, que já tinha vindo ao Brasil para vê-lo em ação e sabia de seu valor. Pura exploração de um desenfreado sensacionalismo.

O ABSURDO DOS ABSURDOS!

E pasmem! Absurdo dos absurdos. Eder não ganhou o título mundial dos galos na luta contra Medel como insinuam os filmes. O campeão era Joe Becerra, também mexicano e estava acertado que Eder e Medel competiriam para saber quem teria o direito de desafia-lo. Acontece que Becerra nesse Ínterim perdeu o título mundial para o desconhecido Eloy Sanchez, outro mexicano e tiveram que reformular a ordem geral e a luta entre Eder Jofre e Joe Medel classificaria um dos dois para lutar contra Eloy Sanchez, o que aconteceu no dia 18 de novembro de 1960 no Olympic Auditorium, de Los Angeles, onde também Eder nocauteara Medel, ambos os duelos presenciados por 10 mil mexicanos entusiasmados e por meia dúzia de brasileiros que para lá viajaram. No filme e na minissérie Eder é anunciado pelo locutor como desafiante quando o que havia em seguida seria um duelo classificatório para que o vencedor realmente adquirisse condição de desafiar depois o campeão. Considero que a minissérie não fez justiça a grande família dos Jofre/Zumbano, a maior dinastia do boxe que o Brasil já teve e que nenhum país do mundo jamais terá e se dou esse testemunho nestes escritos é para que as gerações atuais que sequer conheceram Pelé e muito menos a Eder Jofre saibam que houve um dia em nossas plagas um craque vestindo luvas e esgrimindo no tablado como um Nijinski, Nureyev ou Baryshnikov. Irradiei também as lutas desse gênio da então nobre arte no Japão em 1965 e 66 e a primeira é até hoje o recorde brasileiro de audiência numa única transmissão esportiva. Eder era um peso galo com “pegada” de peso médio e que depois em 1973, já com 37 anos, conquistou ainda o título mundial dos penas em combate histórico travado em Brasília diante do cubano naturalizado espanhol, José Legra, também um fora de série, mas que foi vencido de forma inexorável pelo talento de nosso maior craque dos ringues de ontem, hoje e amanhã.

(*) Texto publicado no blog Radioamantes a pedido de seu autor

flávio araújo eder jofre

Mistura nada original combina O Pulo do Gato com Jornal Nacional em programa de rádio no interior do Ceará

Por Rodney Brocanelli

Um programa de rádio no Ceará usa o nome de uma outra atração consagrada em São Paulo e, ainda por cima, utiliza a trilha sonora de um dos telejornais mais tradicionais da televisão. Essa nada original mistura acontece na Rádio X (também conhecida como Monte Mor), de Pacajus.

O programa em questão se chama O Pulo do Gato, de caráter jornalistico. A Rádio Bandeirantes, de São Paulo, usa esse nome há 45 anos para batizar uma de suas principais atrações matinais. E a trilha sonora é a do Jornal Nacional, da Rede Globo, em sua versão atual. Inclusive, deram um jeito de incluir uma parte cantada no final do tema musical, aumentando a bizarrice da situação.

Por enquanto, não é possível precisar há quanto tempo, o nome O Pulo do Gato é usado na atração da Rádio X, de Pacajus.  Numa rápida pesquisa, foi encontrada uma notícia de 2012, publicada em veículos como o Estado de S. Paulo e a Tribuna do Ceará dando conta de que a emissora foi suspensa pela Justiça Eleitoral por propaganda política irregular (saiba mais clicando aqui).

Em julho deste ano, o Grupo Bandeirantes notificou extrajudicialmente a RDC TV, de Porto Alegre pelo uso do nome Pulo do Gato em uma de suas atrações voltada ao público infantil (veja mais aqui).

(Agradecimentos ao leitor Alex Lekinho pela dica).

rádio

 

Transparência sobre pesquisas de audiência poderia ser estendida aos levantamentos sobre rádio

Por Rodney Brocanelli

No último domingo, o Fantástico, da Rede Globo, apresentou uma longa reportagem mostrando como são feitas as pesquisas eleitorais pelo Datafolha e Ibope. A equipe do de repórteres acompanhou parte da rotina dos profissionais contratados pelos institutos. Além disso, o programa dominical trouxe a palavra de Mauro Paulino e Marcia Cavallari, seus respectivos diretores. Salvo engano, essa é a primeira vez que esse tema é abordado de forma tão transparente em um programa de televisão.

O Radioamantes não vai no mérito da exibição específica dessa reportagem, mas vai deixar um outro aspecto para reflexão. Tão polêmica quanto a pesquisa eleitoral é a pesquisa de audiência do rádio, que é feita apenas pelo Ibope Kantar Media, uma empresa que, apesar do nome, já foi do Ibope. O método é quase parecido. Um pesquisador vai às ruas com uma  questão que é mais ou menos assim: “que emissora de rádio você ouviu nas últimas 24 horas?” Com base nas respostas, é feito o ranking de audiência.

Assim como as pesquisas eleitoras, os resultados da pesquisa de rádio também são amplamente contestados. É histórica a briga de seu Tuta, da Rádio Jovem Pan, com o Ibope. Em uma entrevista ao jornalista Anderson Cheni, ele disse que os números apresentados pelo instituto são mentirosos (clique aqui). Outras reclamações do tipo são feitas, só que nos bastidores.

Então, uma vez que o Ibope permitiu que a equipe do Fantástico fizesse uma reportagem tão transparente a respeito das pesquisas de intenção de voto,  o Ibope Kantar Media poderia fazer o mesmo com a pesquisa de rádio.  O próprio Anderson Cheni tentou fazer isso, mas não conseguiu, conforme ele contou em uma entrevista ao Radioamantes no Ar, em setembro de 2013 (ouça aqui).  Como agora os tempos são outros, essa transparência apresentada no Fantástico poderá ser estendida. Evitaria a mesma desconfiança que se tem atualmente com a pesquisa eleitoral.

Veja abaixo a reportagem do Fantástico.

Pesquisa

Declarações de Juninho Pernambucano sobre setoristas pecam pela generalização e preguiça

Por Rodney Brocanelli

” Fui censurado na Globo por denunciar que tinha setorista vendido, que se envolve com sacanagem. É o setorista que pauta o noticiário, porque cobre de perto os jogos e treinamentos. Quando ele se prostitui, fode o ambiente no clube”. 

As declarações acima estão registradas na entrevista do ex-jogador Juninho Pernambucano à versão regional do El País (clique aqui). Segundo o site, foi a primeira vez que ele falou desde sua tumultuada saída da Rede Globo. As declarações de Juninho foram bastante elogiadas nas redes sociais (e concordo com ele em muitos pontos), mas não dá para deixar de apontar alguns defeitos.

Em uma das declarações mais fortes, a que abre este post, Juninho infelizmente cai no pecado da generalização ao falar dos setoristas.

Antes de seguir, é bom explicar o que significa essa palavra. No jornalismo, ela designa o profissional que faz uma cobertura extensiva e com dedicação exclusiva de um determinado assunto ou local. Na política, por exemplo, temos os setoristas do Palácio do Planalto, que cobrem o dia-a-dia do presidente da República.

Na cobertura do futebol, temos os setoristas que ficam lotados nos clubes, com a responsabilidade de trazer as informações daquilo que acontece de forma pública (treinos, entrevistas coletivas, etc) e bastidores. No rádio, foco deste blog, essa prática de destacar setoristas é bastante comum.  Sites e jornais também se utilizam deste tipo de recurso.

“Setoristas vendidos”, disse Juninho. Só que faltou a ele apontar nomes e situações. Ao não ser transparente, além de generalizar, o ex-atleta também comete outro pecado comum a muitos jornalistas: a preguiça. Além das declarações,  evidências de que ocorrem relações promíscuas deveriam ser apresentadas. Fazendo isso, sua contribuição seria muito maior.

O jornalismo, assim como em outras atividades, não é uma ilha de excelência. Ele tem problemas graves que poderiam ser evidenciados e, quem sabe, resolvidos, se  declarações como as de Juninho fossem mais consistentes.

A versão nacional do El País poderia também contribuir mais e melhor para o desenvolvimento do assunto, se o contraponto fosse feito de forma incisiva e educada. O veículo acabou se transformando em palco para uma acusação grave, mas vazia, uma vez que generalizada.

Juninho Pernambucano

 

Narrador da Rádio Bandeirantes aparece na tela da TV Globo

Por Rodney Brocanelli

Pouca gente deve ter percebido, mas Ulisses Costa, narrador da Rádio Bandeirantes, pintou na tela da TV Globo. Foi durante o pré-jogo de Sérvia x Brasil, partida válida pela Copa do Mundo 2018. Ele aparece nas arquibancadas do estádio do Spartak confraternizando com a torcida. Veja abaixo.

Ulisses Costa na Globo from ferasdoradio on Vimeo.

Ulisses Costa

Memória: reportagem sobre rádios piratas na Globo na década de 1990

Por Rodney Brocanelli

Há alguns posts abaixo, publicamos aqui uma reportagem da TV Cultura na metade da década de 1990. Agora é a vez de trazermos aqui neste espaço uma matéria veiculada na Rede Globo, cuja autoria é do repórter Marco Antônio Uchôa (precocemente morto em 2005). Nela, são mostradas emissoras que na época operavam em lugares distantes da periferia de São Paulo. Em muitos dos casos, elas até se transformavam na voz da comunidade. Outro aspecto abordado é a relação comercial. A reportagem mostra o exemplo de uma emissora em que o programador tinha de pagar pelo horário a ser ocupado na grade de programação. A exemplo do anterior, esse vídeo tem problemas de sincronia com o áudio, mas novamente nada que prejudique a compreensão. Agradeço novamente ao dexista Sergio Partamian por mais esse registro precioso.

uchoa

Rádio Guaíba fora da Copa das Confederações? Será que fica fora da Copa do Mundo também?

Por Rodney Brocanelli

No último domingo ganhou grande destaque a manifestação de Luis Carlos Reche pelo Facebook a respeito da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, estar fora da transmissão dos jogos da Copa das Confederações. Em seu texto, ele diz que a emissora foi impedida pela Rede Globo de comprar os direitos. Além disso, Reche informa que o jurídico da Record (atual dona da Rádio Guaíba) preferiu não entrar na Justiça para tentar resolver essa questão. A íntegra do texto pode ser lida no link abaixo, do Papo de Bola:

http://www.papodebola.com.br/papodemidia/coluna/20130616.htm

Embora ainda exista tempo hábil para um acerto, ainda não foi acertada a compra pela Guaíba dos direitos da Copa do Mundo. E fica a grande incógnita no ar: a Globo irá manter essa mesma postura? Em se confirmando isso, uma das mais tradicionais emissoras do país ficaria de fora da cobertura de uma Copa importante, uma vez que ela acontecerá em território brasileiro. A história da emissora porto-alegrense é muito rica, marcando presença em momentos históricos da competição. Segundo a Wikipédia, desde 1958 a Guaíba está presente em Copas. E se a emissora tem as condições de comprar os direitos da Copa no Brasil, seria uma tremenda injustiça que ela fique de fora por causa de picuinhas entre concorrentes.

No player abaixo, é possível ouvir a narração de Mendes Ribeiro para um gol de Zagallo na Copa de 1962.

Em 1994, Haroldo de Souza irradiou o gol de Bebeto, que grantiu a vitória do Brasil sobre os EUA, donos da casa.

guaibeiro

Cronista esportivo também é noveleiro

Por Rodney Brocanelli

Pouco antes da bola rolar para Grêmio x São Paulo, o narrador Daniel Oliveira, da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, mostra que é um grande fã da novela Passione, da Rede Globo de Televisão. O comentarista João Garcia também é, mas diz que assiste só para cornetar depois. Já o repórter Sergio Couto afirma que, para ele, já basta a novela da vida real. Acompanhe no player abaixo.