Climão: Leonadro Meneghetti é impedido de se despedir da Band RS; Ribeiro Neto enaltece o ex-colega

Por Rodney Brocanelli

A crise na filial gaúcha do Grupo Bandeirantes de Comunicação ganhou mais um capítulo na última sexta. Leonardo Meneghetti, que comandava a versão local de Os Donos da Bola na TV Bandeirantes e outra na Rádio Bandeirantes, foi impedido de se despedir dos ouvintes da atração radiofônica. Ribeiro Neto ficou em seu lugar.

Meneghetti havia acertado sua saída do Grupo e a data de sua despedida ficou marcada para o dia 6 de outubro. No entanto, houve uma mudança nos planos e o profissional já foi afastado na última sexta (29). Ele fez a edição televisiva normalmente e recebeu a comunicação na parte da tarde. Com isso, não pode estar nos estúdios da rádio.

Além do jornalista, Fabiano Baldasso e João Batista Filho também decidiram sair. Uma nova equipe liderada por Filipe Gamba começa na tevê já no próximo dia 2. Além de Gamba estarão na tela plana Farid Germano Filho, Lucas Collar e Alexandre Ernest.

A decisão, é claro, não pegou bem. Em um gesto de coragem, Ribeiro Neto não deixou de abordar o tema no ar. “Hoje é um dia triste para mim porque três colegas estão deixando a emissora”, disse.

Ribeiro pediu licença a João Batista e a Baldasso para homegear Meneghetti. “Além de ser colega, é um amigo, um irmão. E ao vê-lo sair e especialmente sem se despedir me tocou na obrigação de dizer algumas palavras sobre isso, sobre o quanto ele é importante , o quanto seu legado permanece para essa emissora”, afirmou.

O apresentador lembrou do histórico de Meneghetti como gestor, se estabelecendo dentro de um mercado que já tinha Gaúcha e Guaíba como gigantes: “ele começa uma caminhada de gestão absolutamente brilhante, (ele é) um cara que ajudou a essa emissora simplesmente a se estabelecer no mercado como uma referência. A Bandeirantes se tornou uma escola”.

“São os ouvintes, são os seguidores, são os telespectadores, são os seus colegas. Os seus amigos que vão reverenciar o legado do teu trabalho nesta emissora. Quero dizer para ti, Meneghetti, o que um dia tu me dissestes quando lá atrás tu saíste daqui para comandar a Band Paulista, novamente com excelência: ‘cara, eu também te amo’. Tu faz parte da minha vida pessoal, mas acima de tudo profissional”, falou.

Neste sábado, pelas redes sociais, Meneghetti fez sua manifestação: ” Eu não preciso criticar a direção local da Band porque não deixou eu me despedir do Donos. A atitude diz muito sobre a pessoa que decidiu isso; e não diz nada sobre a minha trajetória. Não posso dar importância se ficaram incomodados porque decidi sair da Band depois de 30 anos, 23 deles como gestor. Ou porque perderam o rumo quando o JB Filho e o Baldasso decidiram me acompanhar. Isso que aconteceu ontem reforça a minha decisão. Chega um momento em que temos que ter a coragem de partir. E chegou! Comuniquei os motivos à direção em SP. Eles entenderam que preciso estar em ambientes saudáveis” (leia clicando aqui).

Leonardo Meneghetti chegou ao Grupo Bandeirantes, de Porto Alegre em 1994. Ocupou os mais variados cargos tanto no rádio como na televisão. Foi diretor geral em duas oportunidades, de 2005 a 2017 e de 2017 até 2022. Entre 2017 e 2019 comandou a Band Paulista, regional sediada em São José do Rio Preto.

Em uma entrevista ao canal O Bairrista (veja aqui), Meneghetti disse que foi convidado novamente pela Bandeirantes para ocupar um cargo de gestão em São Paulo, mas preferiu ficar em Porto Alegre. Com isso, ele passou a ser apenas apresentador das versões radiofônica e televisiva de Os Donos da Bola. Há uma certa especulação sobre o seu futuro, mas convém esperar.

O Grupo Bandeirantes, de Porto Alegre, tem vivido dias turbulentos. Em junho deste ano registramos aqui a saída de Thaigor Janke, que era repórter e coordenador de esportes da rádio, após desgastes com a alta direção. Matheus D’Avila também deixou o grupo, em solidariedade ao colega.

Na ocasião, comentamos aqui que era apenas Meneghetti que conseguia comandar a Bandeirantes sem que os problemas ultrapassassem os limites dos corredores (veja abaixo).

Veja abaixo o desabafo de Ribeiro Neto.

Desgaste com a direção provocou saída de profissional da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre

Por Rodney Brocanelli

Começando com um clichê: os bastidores da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, estão mais vibrantes e fervilhantes que a própria programação diária. Tudo começou com a saída de Thaigor Janke, repórter e coordenador da equipe esportiva. Logo em seguida, outro profissional pediu para sair: Matheus D’Avila, também repórter. As duas baixas davam a entender que algo não estava indo bem pelos lados do Morro Santo Antônio, bairro que abriga a sede do Grupo Bandeirantes na capital dos gaúchos.

No canal de vídeos A Dupla, mantido no YouTube, provocado por um internauta que mandou um Superchat, Thaigor deu alguns detalhes. “Houve uma sequencia de desentendimentos”, respondeu. O marco inicial aconteceu em fevereiro quando ele e Ribeiro Neto, gerente de esportes, foram sugerir a contratação de um profissional para a ancoragem das jornadas esportivas.

O nome já estava na mesa: Cristiano Silva, que hoje exerce essa função (acumulando com a de repórter) na Rádio Guaíba. O que parecia ser algo simples, independente do encaminhamento, transformou-se em um atrito. Ele começa no fato de que Silva já processou (com sucesso) a filial gaúcha do Grupo Bandeirantes devido à questões trabalhistas.

Havia a avaliação de que não haveria problemas na volta de Silva porque, conforme o relato de Thaigor, outros profissionais que já acionaram a Bandeirantes na Justiça voltaram a trabalhar lá sem problemas. “Entre essas pessoas a atual diretora da empresa”, afirmou.

A ideia foi considerada absurda pela diretora. Thaigor disse que caiu na besteira de afirmar que o argumento não fazia sentido e fez questão de lembrar da situação vivida por outros profissionais que foram buscar seus direitos. “Isso não agradou a ela. Ela se sentiu ofendida(…) Ela disse que fui ofensivo. Ela disse que isso era um assunto proibido na empresa”, falou.

Thaigor questionou o motivo da proibição e a resposta da diretora, segundo seu relato, foi “porque estou proibindo”. O jornalista foi mais longe e disse: “então é proibido a partir de agora, dois minutos, quando eu falei não era”.

A partir disso, o ambiente piorou. “De alguma forma eu me senti marcado por ela. Em vários momentos, deixou isso claro para outras pessoas”. falou Thaigor.

A coisa piorava nas reuniões. “Existiram episódios em que ela excessivamente contestava situações nossas”, disse Thaigor que citou o exemplo da retomada das viagens dos repórteres para os jogos de futebol, graças a um acordo de patrocínio. “A gente conseguiu a verba para esse projeto com lucro para a Band, com orçamento diminuto para a gente viajar”, complementou.

No dia da reunião em que esse projeto foi apresentado, essa diretora disse que os orçamentos de viagens feitos pela equipe de esportes estavam errados. Um exemplo dado foi de uma passagem para Belém (PA), cujo preço ficou orçado em R$ 1700. Porém o diretor financeiro da empresa disse que a passagem ficaria em R$ 9300.

Thiagor diz ter entrado em choque com essa informação, trazida à tona em uma reunião com aproximadamente 15 pessoas, imaginando que tivesse cometido algum erro. Enquanto isso, a diretora deitava falação. Porém, o próprio diretor comercial percebeu que a falha era dele próprio, que fez um orçamento para uma viagem até Belém, mas em Portugal.

Vale um parêntese aqui: isso lembra um pouco a Rádio Camanducaia, quadro humorístico criado pelo genial Odayr Baptista. Um de seus personagens, o locutor esportivo Alberto Neto, sempre ia para o estádio errado a fim de transmitir uma partida de futebol.

Mesmo com a questão de Belém resolvida, outras discordâncias aconteceram neste projeto de viagens. A diretora quis cortar alguns deslocamentos. Por outro lado, Thaigor defendia a ideia inicial. “Eu sei que sou um cara incisivo nas minhas contestações”, reconheceu.

“Isso tudo gerou um desgaste de merda e que eu entendo também, na visão dela, ficou insustentável dela…dela me demitir. Houve outros episódios também até a demissão que aconteceu”, disse Thaigor.

Vai e vem das gestões

Embora o jornalista não tenha citado diretamente o nome desta diretora, o site Torcedores informa que trata-se de Lisiane Russo (clique aqui para ver). Conforme o site Making Off, ela foi diretora-comercial do próprio Grupo Bandeirantes em Porto Alegre (clique aqui para ver). Russo substituiu Leonardo Meneghetti, que ocupava o cargo de diretor geral pela segunda vez, desta vez desde setembro de 2019 (a primeira começou em 2005 e durou quase 12 anos).

Em uma entrevista ao canal O Bairrista (veja aqui), Meneghetti disse que foi convidado novamente pela Bandeirantes para ocupar um cargo de gestão em São Paulo, mas preferiu ficar em Porto Alegre. Com isso, ele passou a ser apenas apresentador das versões radiofônica e televisiva de Os Donos da Bola. O jornalista já esteve à frente da regional de São José do Rio Preto entre 2017 e 2019.

Essa informação acima sobre Menghetti é importante destacar porque pelo jeito é somente ele que consegue comandar a praça de Porto Alegre sem que problemas ultrapassem os limites dos corredores. Enquanto esteve fora, o gestor que ocupou seu lugar (Sérgio Cossio) não deixou muitas saudades, a julgar por declarações dadas em uma edição de Os Donos da Bola, veiculada em setembro de 2021 (veja abaixo).

Veja abaixo o trecho em que Thaigor Janke fala de sua saída do Grupo Bandeirantes.

Chegada de cartola ao Grêmio provoca comparações com momento vivido pelo Grupo Bandeirantes no RS

Por Rodney Brocanelli, com a colaboração de Edu Cesar, do Papo de Bola

O ouvinte mais atento que acompanhou a edição da última quinta feira (14) da versão gaúcha de Os Donos da Bola, da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, pode perceber uma série de indiretas a gestão anterior da filial gaúcha do Grupo Bandeirantes (veja abaixo). Explicando: um dos temas debatidos pelo programa era a chegada do cartola Denis Abrahão para cuidar do departamento de futebol do Grêmio nesta reta final de campeonato brasileiro, que luta para fugir da zona do rebaixamento ou a zona da confusão, como gosta de dizer Wanderley Luxemburgo.

A certa altura, o âncora Thaigor Janke um pouco mais do perfil de Abrahão. “Eu não conheço tão bem quanto vocês e o Baldasso conhece muito, o Cesar conhece muito a figura do Denio Abrahão e como ele vai fazer…”, disse. Fabiano Baldasso, hoje influencer ligado às coisas do Internacional, e que também participava da atração, interveio: “O Abrahão é o Meneghetti”, citando Leonardo Meneghuetti, atual diretor geral da Grupo Bandeirantes no Rio Grande do Sul. “O Denis Abrahão tem o mesmo perfil do Meneghetti: explosivo, sanguíneo”, complementou.

Cesar Cidade Dias, outro integrante da mesa e identificado com o Grêmio se animou com a comparação e lembrou de um momento vivido pelo próprio Grupo Bandeirantes: “Então nós saímos (referindo-se ao clube de futebol). Porque o Meneghetti botou o pézinho aqui e deu certo. E nós estávamos perto da zona do rebaixamento (aqui falando sobre a empresa)”, disse. Paulo Pires, decano do esporte na Rádio Bandeirantes, concordou: “muito próximos”.

Esse diálogo remete ao período compreendido entre os anos de 2017 e 2019. Neste último ano, a empresa teve de fazer uma série de demissões tanto na emissora de rádio como na de televisão. Leonardo Meneghetti, que já havia ocupado cargo de direção na filial gaúcha entre 2005 e 2017, retornou ao posto, fazendo uma série de investimentos em pessoal e na criação de novos programas, entre os quais se destaca o próprio Donos da Bola, que tem edições exclusivas na tevê e no rádio, retransmitidas via YouTube e com importante engajamento de público nessa plataforma. A partir dessas alterações, os veículos da Bandeirantes voltaram a ter relevância no mercado local.