Musical FM poderá ser comprada por Ratinho nos 20 anos de virada que marcou sua história

Por Rodney Brocanelli

O site Tudo Rádio publicou nesta terça uma notícia a respeito do interesse de Carlos Massa, o Ratinho da televisão, na Musical FM (105,7Mhz). A frequência onde opera hoje a rádio de orientação evangélica seria o porto seguro para entrada da Massa FM em São Paulo, sonho antigo do empresário. Luiz Benite, diretor executivo da Massa FM, confirmou que Ratinho manifestou interesse na Musical FM, mas sem entrar em outros detalhes (clique aqui para ler a reportagem complete e aproveite para prestigiar o Tudo Rádio).

Talvez Ratinho não saiba, mas ele poderá (repetindo: poderá) fechar negócio para a aquisição da frequência dos 105,7Mhz bem no ano em que se completam 20 anos da virada que marcou a história da Musical FM. Em 1999, ela deixou de ser uma rádio dedicada à MPB e passou a abrigar uma programação 100% evangélica. Na ocasião, essa mudança de perfil causou grande comoção entre os tradicionais ouvintes da emissora. Em 2009, ano que marcou os dez anos da mudança, publiquei um texto em outro blog relembrando esse fato. Clique no link abaixo para ler.

https://radiobaseurgente.blogspot.com/2009/02/ha-10-anos-musical-fm-abandonava-mpb.html

Ratinho

Análise: a sucessão de Ricardo Boechat na Band News FM

Por Rodney Brocanelli

Passado o impacto inicial da morte de Ricardo Boechat, muita gente passou a levantar em grupos de Facebook e Whatsapp nomes de um substituto para ele no principal jornal da Band News FM. Três deles são mais citados (sem ordem de importância): Sidney Resende, William Waack e Roberto Canázio. Antes de mais nada, é bom dizer que a sucessão de Boechat deve necessariamente passar pela resolução dos problemas internos do Grupo Bandeirantes. Como noticiado nos últimos dias, há uma briga entre a famíla Saad pelo controle acionário do grupo. Marcia e Leonor Saad querem tirar João Carlos, o Johnny, do comando da empresa (saiba mais aqui).

Resolvida essa questão, o outro desafio é encontrar um nome que vista tanto a camisa do Grupo como Ricardo Boechat vestiu nesses últimos anos. No UOL, o colunista Ricardo Feltrin conta que em dezembro último, o jornalista renovou contrato com a Bandeirantes por mais um ano, mesmo com o assédio da CNN Brasil. Segundo Feltrin, Boechat não queria deixar o Grupo. Sua saída agravaria ainda mais a situação da empresa, assim como a de seus funcionários (saiba mais aqui). Será que algum grande nome disponível no mercado estaria disposto a isso?

Caso a Band News não queria chamar alguém de fora nesse momento, ela pode optar por duas soluções caseiras. Uma, ortodoxa, é manter a mesma equipe que estava no programa com Boechat: Eduardo Barão, Carla Bigatto e pelo menos mais um nome da redação. A outra, heterodoxa, é chamar Claudio Zaidan para o jornal da manhã. Inteligência ele tem. Quem lembra de seus comentários no Bandeirantes A Caminho do Sol, da Rádio Bandeirantes, pode atestar isso. Além do mais, ao seu modo, ele tem muito carisma e é muito querido e respeitado pelos ouvintes da Bandeirantes.

Ricardo Boechat

 

Transmissões pela internet poderão mudar hábitos do rádio esportivo em 2019

Por Rodney Brocanelli

O camarada Edu Cesar, do necessário Papo de Bola, fez um excelente alerta, lido nesta última terça-feira dentro do programa Ganhando o Jogo, da Rádio Guaíba (veja vídeo abaixo)  e divulgado também em fóruns de discussão: a partir de 2019, algumas partidas das principais competições interclubes da América do Sul terão transmissão exclusiva via Internet. A Copa Libertadores tem um acordo com o Facebook e os jogos disputados às quintas-feiras serão exclusivos dessa rede social. Por sua vez, a Copa Sul Americana terá seus jogos transmitidos de forma exclusiva pelo serviço DAZN, que usa o YouTube como plataforma. Edu sublinha que está competição não estará na tv aberta, muito menos na tv por assinatura.

Com isso, segundo Edu, como a Internet brasileira ainda não tem qualidade suficiente para segurar uma transmissão de alta qualidade com conexões simultâneas o rádio (sim, o velho rádio) poderá ganhar força nessas competições. No entanto, para que isso aconteça, nossas emissoras deverão abrir a carteira, segundo suas palavras. Apelar para o tubão ou geladão, quando narradores transmitem a partida do conforto de seus estúdios, seria inviável, devido ao famoso delay, que é maior na Internet do que em alguns canais de tv por assinatura. Ter um narrador nos locais onde acontecerão essas partidas, para Edu, será fundamental.

Este radioamante acrescenta que será um divertido exercício saber como cada emissora de rádio vai se virar para transmitir esses “jogos da internet”. Será que vão apelar mesmo para o tubão, aumentando a velocidade de internet de seus estúdios? Ou será que algumas vão apelar para a prática da “dublagem”, com o narrador no estúdio ouvindo o áudio de alguma emissora de fora do país e reproduzindo aquilo que escuta? Ou será que as emissoras deverão mandar equipe completa (narrador, comentarista e repórter) para fora do país, quando necessário?

Em 2019, a Copa Libertadores terá como representantes brasileiros: Palmeiras, Flamengo, Internacional,  Grêmio,  Cruzeiro e Athlético Paranaense, esses já classificados para a fase de grupos. Estão ainda na fase classificatória o  São Paulo e  o Atlético-MG. Na  Sul Americana, o Brasil será representado por Santos, Corinthians, Bahia, Chapecoense, Botafogo e Fluminense.

teste

 

Ouça o Radioamantes no Ar

Nesta semana, o Radioamantes no Ar falou sobre mais aspectos relacionados à migração do AM para o FM. Muitos donos de rádios não querem esperar pelo processo estão devolvendo suas frequências à União. Outros assuntos: a estreia do apresentador Paulo Galvão na CBN e do início do projeto Timão FM, emissora de rádio ligada ao Corinthians. O Radioamantes no Ar vai ao ar todas as sextas, sempre a partir das 09h pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin e Rogério Alcântara.

showtime2

Radioamantes no Ar fala dos casos Juremir Machado e Amanda Ramalho

Nesta semana, o Radioamantes no Ar abordou os casos Juremir Machado e Amanda Ramalho. O primeiro deixou de participar do programa Bom Dia, da Rádio Guaíba, por não concordar em não fazer perguntas ao candidato Jair Bolsonaro, que foi entrevistado apenas pelo apresentador Rogério Mendelski. A segunda, por sua vez, pediu demissão da equipe do programa Pânico, da Rádio Jovem Pan, logo após uma tumultuada entrevista com o cantor Biel. O Radioamantes no Ar vai ar todas as sextas, sempre a partir das 09h, pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin e Rogério Alcântara.

showtime2

Transparência sobre pesquisas de audiência poderia ser estendida aos levantamentos sobre rádio

Por Rodney Brocanelli

No último domingo, o Fantástico, da Rede Globo, apresentou uma longa reportagem mostrando como são feitas as pesquisas eleitorais pelo Datafolha e Ibope. A equipe do de repórteres acompanhou parte da rotina dos profissionais contratados pelos institutos. Além disso, o programa dominical trouxe a palavra de Mauro Paulino e Marcia Cavallari, seus respectivos diretores. Salvo engano, essa é a primeira vez que esse tema é abordado de forma tão transparente em um programa de televisão.

O Radioamantes não vai no mérito da exibição específica dessa reportagem, mas vai deixar um outro aspecto para reflexão. Tão polêmica quanto a pesquisa eleitoral é a pesquisa de audiência do rádio, que é feita apenas pelo Ibope Kantar Media, uma empresa que, apesar do nome, já foi do Ibope. O método é quase parecido. Um pesquisador vai às ruas com uma  questão que é mais ou menos assim: “que emissora de rádio você ouviu nas últimas 24 horas?” Com base nas respostas, é feito o ranking de audiência.

Assim como as pesquisas eleitoras, os resultados da pesquisa de rádio também são amplamente contestados. É histórica a briga de seu Tuta, da Rádio Jovem Pan, com o Ibope. Em uma entrevista ao jornalista Anderson Cheni, ele disse que os números apresentados pelo instituto são mentirosos (clique aqui). Outras reclamações do tipo são feitas, só que nos bastidores.

Então, uma vez que o Ibope permitiu que a equipe do Fantástico fizesse uma reportagem tão transparente a respeito das pesquisas de intenção de voto,  o Ibope Kantar Media poderia fazer o mesmo com a pesquisa de rádio.  O próprio Anderson Cheni tentou fazer isso, mas não conseguiu, conforme ele contou em uma entrevista ao Radioamantes no Ar, em setembro de 2013 (ouça aqui).  Como agora os tempos são outros, essa transparência apresentada no Fantástico poderá ser estendida. Evitaria a mesma desconfiança que se tem atualmente com a pesquisa eleitoral.

Veja abaixo a reportagem do Fantástico.

Pesquisa

Declarações de Juninho Pernambucano sobre setoristas pecam pela generalização e preguiça

Por Rodney Brocanelli

” Fui censurado na Globo por denunciar que tinha setorista vendido, que se envolve com sacanagem. É o setorista que pauta o noticiário, porque cobre de perto os jogos e treinamentos. Quando ele se prostitui, fode o ambiente no clube”. 

As declarações acima estão registradas na entrevista do ex-jogador Juninho Pernambucano à versão regional do El País (clique aqui). Segundo o site, foi a primeira vez que ele falou desde sua tumultuada saída da Rede Globo. As declarações de Juninho foram bastante elogiadas nas redes sociais (e concordo com ele em muitos pontos), mas não dá para deixar de apontar alguns defeitos.

Em uma das declarações mais fortes, a que abre este post, Juninho infelizmente cai no pecado da generalização ao falar dos setoristas.

Antes de seguir, é bom explicar o que significa essa palavra. No jornalismo, ela designa o profissional que faz uma cobertura extensiva e com dedicação exclusiva de um determinado assunto ou local. Na política, por exemplo, temos os setoristas do Palácio do Planalto, que cobrem o dia-a-dia do presidente da República.

Na cobertura do futebol, temos os setoristas que ficam lotados nos clubes, com a responsabilidade de trazer as informações daquilo que acontece de forma pública (treinos, entrevistas coletivas, etc) e bastidores. No rádio, foco deste blog, essa prática de destacar setoristas é bastante comum.  Sites e jornais também se utilizam deste tipo de recurso.

“Setoristas vendidos”, disse Juninho. Só que faltou a ele apontar nomes e situações. Ao não ser transparente, além de generalizar, o ex-atleta também comete outro pecado comum a muitos jornalistas: a preguiça. Além das declarações,  evidências de que ocorrem relações promíscuas deveriam ser apresentadas. Fazendo isso, sua contribuição seria muito maior.

O jornalismo, assim como em outras atividades, não é uma ilha de excelência. Ele tem problemas graves que poderiam ser evidenciados e, quem sabe, resolvidos, se  declarações como as de Juninho fossem mais consistentes.

A versão nacional do El País poderia também contribuir mais e melhor para o desenvolvimento do assunto, se o contraponto fosse feito de forma incisiva e educada. O veículo acabou se transformando em palco para uma acusação grave, mas vazia, uma vez que generalizada.

Juninho Pernambucano

 

Ouça o Radioamantes no Ar

Nesta semana, o Radioamantes no Ar falou sobre a situação das emissoras de AM do Grupo Globo. A ideia é descontinuar a transmissão dessa faixa nas praças de São Paulo, Rio e Belo Horizonte. A medida atingiria as rádios Globo e CBN. E mais: web rádio de Curitiba obtém liminar e poderá ter repórter nos gramados em competições da CBF. Além disso, o programa falou o desfecho do caso de agressão dos profissionais de web rádio no Allianz Parque durante a final do campeonato paulista de 2018 e das novidades da Jovem Pan. O Radioamantes no Ar é veiculado todas as sextas, sempre a partir das 09h pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin e Rogério Alcântara.

showtime2

Ouça o Radioamantes no Ar

Nesta semana, o Radioamantes no Ar falou do retorno do jornalista Carlos Aros à Rádio Jovem Pan, da programação religiosa nas madrugadas da Rádio Trânsito e da volta de Cesar Rosa ao FM musical, agora na Estilo FM. O Radioamantes no Ar vai ar todas as sextas, sempre a partir das 09h pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin e Rogério Alcântara.

showtime2

Ouça o Radioamantes no Ar

O Radioamantes no Ar falou sobre a volta de José Luiz Datena ao Grupo Bandeirantes. Sua volta à Rádio Bandeirantes. Outros temas: a estreia da web rádio de Sidney Rezende (ex-CBN e ex-Globo News) em São Paulo, com transmissões dos jogos das equipes paulistas no campeonato brasileiro de futebol e da marca pessoal de José Silvério, que vai narrar sua décima primeira final seguida de Copa do Mundo. O Radioamantes no Ar é veiculado todas as sextas, sempre a partir das 09h, pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin e Flavio Ashcar.

showtime2

Ouça o Radioamantes no Ar em ritmo de Copa do Mundo

O Radioamantes no Ar desta semana está em ritmo de Copa do Mundo. O programa abordou aspectos da cobertura que as rádios brasileiras fazem de mais essa edição. Outros assuntos: a audiência do FM na Grande São Paulo, a morte do locutor esportivo Cardoso Natal, as recentes votações em comissões do Senado que visam alterar a lei das rádios comunitárias, a manhã quase de fúria vivida por Ricardo Boechat. O Radioamantes no Ar é veiculado todas as sextas, sempre a partir das 09h pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin, Flavio Aschar e Rogério Alcântara.

showtime2

Radioamantes no Ar fala das novidades do rádio em Brasília

Nesta semana, o Radioamantes no Ar falou sobre as novidades do rádio em Brasília, a saber: e entrada da Rádio Globo no lugar da Executiva FM e a chegada da Alpha FM, que substituiu a Brasília Super Rádio. Outros assuntos: a saída de Kaká Siqueira da Tropical FM e a estreia de Laercio Maciel na Rádio ABC. O Radioamantes no Ar é veiculado todas as sextas, sempre a partir das 09h, pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin, Flavio Ashcar e Rogério Alcântara.

showtime2

O Pânico virou uma vítima do próprio nome

Por Marcos Lauro

Sou ouvinte do programa Pânico, da Jovem Pan, desde o meio da década de 1990, pouco depois da sua criação, em 1993. Também peguei ótimos momentos do programa que foi praticamente o seu antecessor e inspiração, o Djalma Jorge Show, e acabei ouvindo a rede num dos seus melhores momentos: Ritmo da Noite, As 7 Melhores… programas que viraram coletâneas e eram vistos nas ruas, nas prateleiras das lojas de discos. Minha relação com o Pânico sempre foi de fã – Emilio Surita é referência pra minha locução até hoje e acredito que seja pra 9 a cada 10 locutores que eu conheço. O cara é de uma geração que ensinou locutores de todo o Brasil a se relacionar com um público jovem, até então novidade pra um rádio que alcançava gente mais adulta. Me lembro de levar um walkman pro escritório onde eu trabalhava para poder ouvir o Pânico no almoço e tinha que me esforçar pra não rir alto no trabalho. Saiu o CD do Pânico, com letras de Rosana Hermann e arranjos de Maestro Billy, gente que me orgulho de conhecer e me relacionar hoje em dia, que tenho até hoje – não comprei na época, mas ganhei de uma amiga que tinha o CD em casa, meio jogado e desvalorizado num canto. Na cara de pau, pedi e ela me deu. Está bem guardado na minha coleção de CDs.

A gente vai ficando mais adulto e os interesses mudam, mas posso dizer que nunca deixei de ouvir o Pânico. Posso ter me distanciado durante algum tempo por conta das correrias do dia a dia (o programa é das 12h às 14h, não é um horário fácil pra parar tudo e ouvir), mas sempre retomo, me atualizo sobre as trocas de elenco e novidades. O programa mudou muito nos últimos tempos, especialmente depois que foi para a TV.

O programa (no rádio, não estou falando sobre o Pânico na TV, que era outra coisa) foi construído sobre factóides e personagens que exploravam os seus limites. Tanto é que integrantes já saíram do programa rompidos com o elenco e até processando Tutinha, dono da Jovem Pan e responsável pela marca. Então, é uma regra para qualquer um que queira participar do Pânico: a brincadeira não tem limites. Combinando ou não antes de entrar no ar, nenhum membro vai titubear na hora de expor suas fraquezas e tripudiar. Tudo por conta do humor, que não tem e não deve ter limites impostos por ninguém além daqueles que o praticam. Quem ouve e acha graça, fica. Quem acha apelativo, muda de rádio e não enche o saco (como Emilio fala ainda, até hoje, quando alguém questiona algo sobre o programa). Faz parte do show.

A Jovem Pan, hoje, tem um lado político na sua cobertura dita jornalística. E isso é positivo, a partir do momento em que você tem as cartas na mesa, sem blefes. O público merece saber as opiniões dos profissionais que ouve, concordando ou não. Mas o perigo atual – e motivo da decadência do Pânico – é essa mistura entre a posição política e humor.

O humor é uma ferramenta política. Mesmo o humorista que diz não querer saber de política está fazendo política – a de ser alienado por opção e transmitir isso no seu trabalho (vale lembrar que a palavra “alienado” não carrega, necessariamente, um sentido negativo… é uma condição). Sendo assim, quando um humorista adota um discurso extremamente reacionário e violento e inclui no seu trabalho, ele humaniza esse discurso e o torna palatável. E o Carioca, no programa desde 1998, se tornou esse cara que humaniza o discurso reacionário de uma maneira bem poderosa. Só para citar um exemplo do Pânico na TV (que se reflete em sua postura no rádio): Quando ele imitava a ex-presidente Dilma Rousseff, ela sempre estava brava, em situações que beiravam o ridículo (quando não o eram) e insinuando dúvidas sobre sua sexualidade. Agora, nos últimos tempos de programa na TV, Carioca fazia uma imitação do deputado Jair Bolsonaro: sempre sorrindo, contando piadas, com um jeito bonachão e conversando com a população nas ruas. Ou seja, Carioca reflete no seu trabalho de artista as suas opiniões pessoais, que hoje explicita durante o programa no rádio. Em praticamente todas as entrevistas, Carioca dá um jeito de cutucar o entrevistado com frases fortes, opiniões duvidosas e tom de voz alto, o que chega a ser falta de educação – afinal, a pessoa foi convidada para estar ali.

Do outro lado, Amanda Ramalho. No programa desde 2003, a ex-ouvinte representa a ala “esquerdista” – termo dito sempre de forma pejorativa. Mais uma vez e reforçando o que foi dito no início do texto: o Pânico é formado por personagens. Aqui não analiso as pessoas (não conheço o Carioca pessoalmente, por exemplo), mas sim o que elas transmitem durante o programa. Amanda se mostra acuada e inquieta quando Carioca começa a vociferar as suas opiniões e parte para o confronto direto – no YouTube há o trecho de uma das “brigas” da dupla.

Carioca testa os limites de alguns convidados e se esquece de que as pessoas não fazem parte do seu joguinho. Ele quer provocar um estresse real em quem está lá apenas pra falar sobre o seu trabalho.

Perceba que todas as “tretas” estão bem editadinhas e publicadas no canal oficial do programa no YouTube. Ou seja, a Jovem Pan fatura com o conteúdo e não está muito interessada em saber se a repercussão vai ser negativa ou positiva.

Emilio tenta fazer um papel apaziguador no ar quando pega os extremos e dá uma suavizada no discurso, mas não adianta muito. E não deve ser para adiantar mesmo, já que, como segunda voz do programa, atrás apenas de Tutinha, ele teria liberdade para tirar integrantes que não estivesse atuando de uma maneira correta com os convidados e seus colegas de bancada.

No fundo, é triste que o programa tenha virado isso. Em vez de um programa de humor, um gerador de estresse. Com a audiência da emissora em baixa quando comparada aos tempos áureos, é o clique e a quantidade de views no YouTube que valem. O Pânico virou vítima do próprio nome.

Radioamantes no Ar bate um papo com Edu Cesar, do @papodebola

O Radioamantes no Ar teve nesta edição um convidado muito especial: Edu Cesar, editor do site Papo de Bola. Foi um bate-papo muito agradável sobre rádio esportivo em geral. Alguns temas: a contratação de Marco Antônio Pereira pela Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, e o histórico da emissora em contratar profissionais já consagrados (Haroldo de Souza, José Aldo Pinheiro e Paulo Brito) em vez de prestigiar os nomes da casa; as rádios que não vão transmitir da Copa da Rússia neste ano de 2018 devido aos preços salgados dos direitos de transmissão; a nova programação da Rádio Globo, com destaque para as narrações de Alex Escobar. Ainda foi possível falar sobre o afastamento de Joice Hasselmann de Os PIngos nos Is e da volta de José Paulo de Andrade ao microfone da Rádio Bandeirantes (SP) e o programa ainda informou sobre a demissão de Oswaldo de Oliveira do comando técnico do Atlético-MG. O Radioamantes no Ar é veiculado todas as sextas, sempre a partir das 09h, pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin, Flavio Aschar e Rogério Alcântara.

showtime2

Ouça o Radioamantes no Ar

Nesta semana, o Radioamantes no Ar falou sobre a participação de José Luiz Datena como comentarista na partida entre São Paulo e Flamengo, válida pela final da Copa São Paulo. Outros assuntos: os registros das perdas de Cezar Rizzo e José Marcio Mendonça e a audiência do AM na Grande São Paulo. O Radioamantes no Ar é veiculado todas as sextas, sempre a partir das 09h, pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin, Flavio Aschar e Rogério Alcântara.

showtime2