Cristina Ranzolin agradece à Rádio Guaíba por veicular narrações do pai, Armindo Ranzolin

Por Rodney Brocanelli

Cristina Ranzolin, apresentadora do Jornal do Almoço, na RBS TV, fez questão de entrar no ar na Rádio Guaíba, neste domingo (26), para agradecer a homenagem indireta feita a seu pai, o narrador Armindo Antônio Ranzolin. A emissora gaúcha reapresentou neste final de semana dois jogos históricos de seu acervo sonoro, com narração dele.

No sábado, foi reprisado a vitória do Grêmio sobre o Hamburgo na final da Copa Intercontinental (ou Mundial de Clubes, como queiram), em 1983. No dia seguinte, a Guaíba veiculou a partida que marcou  primeiro título brasileiro do Internacional, em 1975, com vitória sobre o Cruzeiro pelo placar de 1 a 0.

“Vocês não sabem o meu estado. Eu estou muito emocionada ao ouvir essa narração”, disse ao entrar no ar pelo telefone para conversar com o apresentador Cristiano Silva. “Eu sempre fui muito fã dele, acabei virando jornalista por causa dele”, complementou.

Mas não foi apenas esse o fator de emoção para Cristina. Ela é assumidamente torcedora do Internacional. Além disso, seu atual marido, o ex-jogador, depois técnico e comentarista de televisão,  Paulo Roberto Falcão, esteve em campo nessa final. “Fiquei a tarde inteira emocionada ligada no rádio com a narração dele (Ranzolin) e depois com meu marido em campo ainda, em 75, muito colorada, ia ao estádio, então foi um momento muito lindo de recordar”, disse.

Cristiana foi perguntada a respeito da saúde de seu pai. “Meu pai está bastante limitado, infelizmente. Ele está adoentado há muito tempo. Agora ele está mais acamado. Ele está bastante debilitado. Tá indo, sabe? Ele é muito forte. Segue aqui com a gente, mas ele está, infelizmente,  numa situação difícil”, afirmou. Ela informou ainda que não pode estar próximo a ele nos últimos dias devido à pandemia do Covid-19, mais conhecido como  Coronavírus.

Logo depois, Paulo Roberto Falcão, deu um breve depoimento sobre a final de 1975. O apresentador Cristiano Silva informou que foi a própria Cristina que manifestou a vontade de entrar no ar pela Guaíba. Ela fez contato com o gerente geral da emissora, Nando Gross, que depois viabilizou sua participação nessa jornada esportiva especial. Ouça abaixo.

Cristina Ranzolin e Armindo Ranzolin

Rádio Guaíba abre arquivo e reprisa conquistas históricas da dupla Grenal

Por Rodney Brocanelli

A Rádio Guaíba, de Porto Alegre, vai abrir seu arquivo neste final de semana para relembrar conquistas históricas de Grêmio e Internacional no âmbito nacional. No sábado, a partir das 16h,  a emissora irá relembrar a conquista tricolor do campeonato mundial (ou interclubes) de 1983, em Tóquio,  sobre o Hamburgo (Ale). No domingo, no mesmo horário, o torcedor colorado poderá acompanhar a conquista do campeonato brasileiro de 1975 sobre o Cruzeiro.

Essas transmissões serão veiculadas com o som original, com a narração de Armindo Antônio Ranzolin. Haverá a presença de convidados, que vão relembrar fatos e curiosidades ligadas aos dois jogos.

Para divulgar essas reprises, a Guaíba divulgou em suas redes sociais um vídeo bem-humorado, envolvendo grande parte dos integrantes de sua equipe esportiva (veja abaixo).

Com a paralisação das competições de futebol, em nível nacional e mundial, algumas emissoras estão recorrendo aos seus arquivos para não deixar seus ouvintes sem a emoção da bola rolando.

Rádio Guaíba - reprises

 

Memória: em 1975, Helio Ribeiro e Fernando Solera falam sobre seguro de vida para árbitros de futebol

Por Rodney Brocanelli

Em setembro de 1975, uma grande tragédia se abateu sobre o futebol paulista. Um acidente rodoviário tirou a vida da equipe de arbitragem que atuou na partida Ponte Preta 1 x 2 Marília, válida pelo Torneio José Ermirio de Moraes daquele ano. A equipe formada pelo árbitro Edson Valter Pantozzi, os auxiliares Mario Molino e Hélio Trommer, o representante Benone Bezerra Pinheiro e o motorista Benjamin Barbosa  voltava à São Paulo quando foi atingida na rodovia Anhanguera (altura do km 72) por um veículo desgovernado. Morreram no local Pantozzi, Molino, Benone e Barbosa, além dos dois ocupantes do outro veículo (um Maverick, segundo relato do jornal O Estado de S. Paulo). Trommer perdeu a vida posteriormente, no hospital Irmãos Penteado, em Campinas.

Ainda segundo o Estadão, os torcedores da Ponte Preta (pouco mais de duas mil pessoas presentes ao Moisés Lucarelli) aplaudiram a equipe da arbitragem logo após o apito final. Outra informação importante do jornal dá conta de que Dulcídio Wanderley Boschila estava escalado inicialmente para apitar essa partida contra o Marília. Só não foi porque  Rodolfo Petená, então presidente da equipe campineira, reclamou da indicação. O próprio Dulcídio achou por bem passar a escala para outro árbitro.

Esse acontecimento repercutiu muito nos dias que se seguiram e levantou um debate sobre a questão de um seguro de vida para os árbitros que se deslocam pelo país para apitar jogos de futebol. Nem mesmo o tradicional programa O Poder da Mensagem, da Rádio Bandeirantes, comandando por Hélio Ribeiro, ficou indiferente ao assunto. Durante pouco mais de dez minutos, o comunicador se debruçou sobre o tema, com a participação de Fernando Solera, então narrador e diretor de esportes da TV Bandeirantes. “Todos nós que compomos a máquina do futebol, e nela o rádio,  a televisão e os jornais estão  também, somos os culpados. Porque nunca nenhum de nós levantou esse problema, nunca ninguém aventou quanto aos perigos, não só de um juiz trabalhando nos campos, sob a pressão determinada pelas paixões da torcida, dirigentes e jogadores, e também nas viagens longas ou curtas que se fazem às dezenas, toda semana, em automóveis nem sempre em condições para viajar”, disse o narrador.

Ainda em sua manifestação, Solera fez um apelo para que a Federação Paulista de Futebol fizesse um seguro de vida em grupo para os árbitros. Helio Ribeiro propôs que fosse feito um amistoso pela seleção paulista de futebol com a renda revertida para os familiares dos  árbitros que morreram no acidente. Solera lembrou que o Corinthians teria mais condições de levantar fundos. Não se sabe se essa ideia foi concretizada. Se alguém souber de mais detalhes, basta deixar no sistema de comentários. O que o blog Radioamantes apurou é que sobre a questão do seguro, nada mudou em quase 44 anos.

Ouça mais no player abaixo. Áudio gentilmente cedido por Celso Casemiro, do Memorial Hélio Ribeiro.

helio ribeiro fernando solera