José Paulo de Andrade é homenageado no Dia do Rádio

No Dia do Rádio, comemorado neste sábado (25), oficializou-se o acréscimo do nome de José Paulo de Andrade à Rua Radiantes, onde está localizada a sede do Grupo Bandeirantes de Comunicação na capital paulista. A alteração de nome foi proposta pelos vereadores Rodrigo Goulart (PSD), Camilo Cristófaro (PSB), Edir Sales (PSD), Faria de Sá (PP) e Milton Leite (DEM) no Projeto de Lei nº 464/20 e promulgada em 15 de setembro. “Essa iniciativa é um reconhecimento do que o Zé Paulo representa para todo o munícipe paulistano e todo apaixonado pelo rádio. O projeto teve aprovação por unanimidade”, afirmou Goulart.

Pela manhã, uma cerimônia marcou o descerramento da placa de rua com transmissão ao vivo na Rádio Bandeirantes em FM 90.9 e em seu canal no YouTube. Estiveram presentes João Carlos Saad, presidente do Grupo Bandeirantes, Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo; Vitor Sampaio, chefe de gabinete; Ricardo Teixeira, secretário municipal de Mobilidade e Trânsito; Marcus Vinicius Sinval, secretário de Comunicação; Marta Suplicy, secretária municipal de Relações Internacionais; Fernando Padula, secretário de Educação; Aline Torres, secretária de Cultura; Vivian Satiro, secretária executiva de Planejamento e Prioridades; Paulo Sapienza, subprefeito do Butantã; os vereadores Rodrigo GoulartEdir SalesAdilson Amadeu e Arnaldo Faria de Sá; Paulo Andrade, filho mais velho de José Paulo de Andrade, entre outros.

“O Zé Paulo tinha um gênio forte, brigamos algumas vezes, mas ele não admitia o mais ou menos, o malfeito, e não aceitava que não houvesse uma ótica para o ouvinte. Sempre respeitou as autoridades, mas não tinha medo, e deixou esse legado a todas as sementes que estão aqui hoje e que têm a missão de preparar as próximas gerações”, discursou João Carlos Saad. “O Grupo se amplia, se diversifica, se digitaliza, procurando cada vez mais prestar serviços para a cidade e para a população, o que acaba ajudando a Câmara de Vereadores, o prefeito e os deputados a ouvirem as queixas das pessoas e as mazelas da cidade. Os ensinamentos do José Paulo de Andrade continuam espalhados por esse edifício e por todas as pessoas que estão nos ouvindo”, concluiu.

“A percepção que todos nós temos de João Paulo de Andrade é de ser um jornalista duro, mas muito justo e respeitoso. Em 57 anos de Band, ele não foi só um grande radialista, como também foi um professor para muita gente. É de fundamental importância quando reconhecemos o trabalho das pessoas que desenvolveram projetos relevantes, mudaram a história, ensinaram e serviram de inspiração e exemplo, como foi o Zé Paulo”, enfatizou Ricardo Nunes. O prefeito ainda relembrou a causa da morte do radialista e fez um alerta sobre a importância da vacina.

“Evidentemente, ele já tinha problemas pulmonares, mas foi acometido pela Covid-19. Todos os dias temos que fazer uma reflexão das pessoas que nós perdemos e um agradecimento aos que nos ajudam a não perder mais gente, que são aqueles que acreditam na vacina”.

José Paulo de Andrade morreu em julho do ano passado, aos 78 anos, mas sua memória continua muito presente nos bastidores da emissora. “É uma justa e linda homenagem ao meu pai e o dia não poderia ser melhor. Agradeço em nome da família Andrade a todos os envolvidos. Fico muito orgulhoso de ver o quanto meu pai era querido”, disse Paulo Andrade, filho mais velho do jornalista.

Nascido em São Paulo, o comunicador iniciou a carreira profissional em 1960 como radioescuta do plantão esportivo da Rádio América de São Paulo. Em 1963, ingressou na Rádio Bandeirantes para atuar como locutor esportivo, função que exerceu ao longo de 14 anos. Depois disso, passou pelo jornalismo como apresentador e comentarista. Também fez aparições em debates políticos na televisão e foi âncora de telejornais como Titulares da Notícia, Jornal de São Paulo, Rede Cidade, Band Cidade e Entrevista Coletiva. Ainda na Band, interpretou Don Diego/Zorro em As Aventuras do Zorro, em 1969.

“O Zé Paulo era um apaixonado pela cidade de São Paulo. Ele falava uma frase emblemática que foi citada por vários entrevistados hoje: ‘Eu não gosto de quem não gosta de São Paulo’. E ele lutava por uma cidade que era considerada ideal para ele, com suas convicções mais profundas. Além disso, era um amante do rádio e da Rádio Bandeirantes”, contou Thays Freitas, gerente executiva de conteúdo da rádio. “Vou ter muito orgulho de quando chegar todos os dias aqui, passar pela Rua Radiantes e olhar para o nome dele estampado na placa”.

O radialista foi sucessor de Vicente Leporace, morto em abril de 1978, no programa O Trabuco, que naquele mesmo ano foi substituído pelo Jornal Gente (Jornal Bandeirantes Gente), permanecendo 35 anos no ar com ele, Salomão Ésper e Joelmir Beting. Após a morte de Joelmir, em 2012, Rafael Colombo assumiu o posto.   

Em 1973, José Paulo de Andrade estreou no comando de O Pulo do Gato, considerado o mais importante trabalho de sua carreira e um dos programas de maior audiência do rádio brasileiro. A atração era apresentada ininterruptamente por ele desde então.

Em 2009, o jornalista foi eleito pela revista “Veja SP” como uma das pessoas que são a cara da cidade. Mas ele era mais do que isso: com uma voz firme e inconfundível, amplo conhecimento político-econômico, são-paulino fanático e um dos maiores formadores de opinião do Brasil, Zé Paulo tinha um coração gigante e um caráter ímpar.

Memória: um passeio pelo dial do AM em 1976 com Hélio Ribeiro

Por Rodney Brocanelli

No dia 27 de setembro de 1976, Hélio Ribeiro decidiu fazer uma homenagem ao dia do rádio em seu programa O Poder da Mensagem, na Rádio Bandeirantes. Sim, o dia do rádio é em 25 de setembro. No entanto, naquele ano, a data comemorativa caiu em um sábado. Com isso, na segunda seguinte, o radialista resolveu fazer o seu registro não com uma certa dose de ousadia. Durante a atração, ele resolveu colocar no ar pela Bandeirantes, trechos da programação de outras emissoras do AM, como se fosse um passeio pelo dial.

A partir das 12h43min daquele longínquo dia de 1976, a Bandeirantes colocou no ar as seguintes emissoras: Rádio Novo Mundo (depois Capital) ; Rádio Panamericana (Jovem Pan); Rádio Excelsior; Rádio Eldorado; Rádio Mulher; Rádio Gazeta; Rádio Difusora; Rádio Record; Rádio Tupi; Rádio Nacional (depois Globo); Rádio Jornal de São Paulo; Rádio Cultura e Rádio América. Como o próprio Hélio orientou, da esquerda para a direita do dial.

Algumas curiosidades: é possível ouvir pequenos (pequenos mesmo) trechos do Disparada do Esporte, da Rádio Gazeta, e do Programa Silvio Santos, da Rádio Nacional. Na Jovem Pan, tinha um comercial no ar, de bebida alcólica. Pouco depois, entra um boletim do futebol carioca, conduzido, salvo engano, por Geraldo Pedroza. A Excelsior não sintonizava bem pelos lados do Morumbi. A Rádio Mulher estava tocando uma canção de Roberto Carlos: A Montanha. Já na Rádio América, era possível ouvir Raul Seixas.

Clique no player abaixo e faça esse passeio junto com Hélio Ribeiro.

Rádios do Grupo Bandeirantes fazem transmissão especial no Dia do Rádio

Neste domingo, dia 25, comemora-se o Dia do Rádio e as emissoras do Grupo Bandeirantes levarão ao ar uma programação especial para celebrar a data.

Direto de um estúdio móvel montado em frente ao Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu (Praça Charles Miller, S/N), Milton Neves apresentará o programa “Domingo Esportivo Bandeirantes”, da Rádio Bandeirantes, a partir das 9h30. O apresentador receberá convidados especiais como o cantor Simoninha e os técnicos Cuca e Dorival Junior.

Das 12h às 13h, Milton Neves comandará a transmissão em rede formada pelas rádios BandNews FM, Bradesco Esportes FM, Rádio Trânsito e Rádio Bandeirantes para comemorar o Dia do Rádio.

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O dia do rádio, por Flávio Araújo

Evidente que tudo no mundo funciona em sinergia absoluta.

Deixemos de lado qualquer disputa científica, filosófica, religiosa, disciplinada ou existencialista, teórica ou prática.

A interdependência é uma realidade.

Das asas da borboleta movimentando-se no frio do Alasca à velocidade do beija-flor que suga o perfume das flores no calor da Malásia.

Tudo é dependência.

Assim, o rádio exerceu um papel supremo na onda de novidades que tomou conta do mundo a partir de seu nascimento.

Tudo que aí está culminando com a Internet acelerou-se depois que o homem dominou as ondas que Hertz domesticara.

Que Marconi juntou à outras descobertas e que as então válvulas concêntricas, hoje uma monstruosidade do passado, permitiram que o som se espalhasse e o homem se comunicasse.

O rádio é uma coisa linda nesse mundo de belezas mil.

Que o homem luta tanto por destruir, mas que felizmente vai tendo seu objetivo adiado.

Por quanto tempo não sei.

Estarei olhando o resultado dessa imensa loucura desde um outro plano.

O RÁDIO FAZ ANIVERSÁRIO

O 25 de setembro marca mais um aniversário do rádio no Brasil.

Por lei essa data, aniversário de nascimento do Professor Roquette Pinto é consagrada como o dia nacional do rádio.

Não importa que a emissora que ele fundou e entregou ao então governo da República (a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro) hoje esteja entregue às traças.

O rádio tem prestado muitos serviços ao planeta e em termos de Brasil, desde que aqui aportou em 1923 com as primeiras emissões do Alto do Corcovado (ainda sem o Cristo) tem operado verdadeiros milagres.

Que se multiplicaram e como rio caudaloso abriram novos caminhos permitindo o nascer de tudo aquilo que temos no campo das comunicações.

Este site está publicando em outro local a história dos 90 anos do rádio em Ribeirão Preto a partir da fundação da PRA-7, a Rádio Clube, uma das pioneiras no país.

Quando estive na cidade pela primeira vez nos Jogos Abertos do Interior em 1952 vim conhecer a mesma e tive a felicidade de ser guiado e instruído por um de seus fundadores, José da Silva Bueno, o mesmo radialista precursor que também montara a Rádio Clube Hertz de Franca.

Bueno era dentista de profissão, mas um apaixonado pelo lado técnico de transmissões de rádio e mesas de som.  

Tempos do rádio heroico.

Continuam dizendo que o rádio está morrendo.

Quando comecei a trabalhar no mesmo éramos dois meninos, mas já se falava no tema.

Mesmo assim ele continua vivo e de suas asas é que partem as variantes para que coisas novas se façam.

De crise em crise, como primo pobre da mídia o rádio continua vivo e ágil. Alegre e prestativo.

Fecham-lhe as portas que invadia diuturnamente e ele vai encontrar novos veios por onde navegar.

O governo promete meios técnicos para melhoria das precursoras, empurra as promessas com a barriga e as veteranas vão encontrando soluções por si mesmas.

Sem muito alarde, até porque não há o que comemorar, o rádio vai soprar velinhas.

É alguém que o tem arraigado no coração que o saúda com todo o respeito, admiração e gratidão.

Para mim o rádio continua vivo e lindo.

*

Flávio Araújo é jornalista e radialista, tendo emprestado seu talento como narrador e comentarista esportivo para emissoras como as rádios Bandeirantes, Excelsior, Gazeta e Central, de Campinas.

Texto publicado originalmente aqui

http://www.ribeiraopretoonline.com.br/futebol-flavio-araujo/cbf-voc%C3%8A-e-uma-vergonha/82732

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Grupo Bandeirantes comemora o Dia do Rádio

As rádios do Grupo Bandeirantes estão se preparando para ações especiais em comemoração ao Dia do Rádio, celebrado nesta quinta-feira, dia 25. Das 7h às 19h, haverá transmissões ao vivo, diretamente do estúdio montado na Avenida Paulista. As rádios Bandeirantes, BandNews FM, Rádio SulAmérica Trânsito, Bradesco Esportes FM, Nativa FM e Band FM irão ocupar o espaço com seus apresentadores e com ações promocionais. 

Os ouvintes que passarem pelo estúdio do Grupo Bandeirantes de Rádio poderão conhecer o jornalista Ricardo Boechat, que irá comandar o Jornal BandNews 1ª edição, a partir das 7h50. A Rádio Bandeirantes também prepara uma extensa programação ao vivo na quinta-feira, diretamente da Avenida Paulista, começando às 8h20. Thays Freitas apresentará o “Jornal Gente” e, na sequência, Agostinho Teixeira e Ana Nery conduzem o “Manhã Bandeirantes” (10h30 – 11h30), seguidos pelo “Esporte Notícia”, com Estevan Ciccone, até as 14h. 

As comemorações do Dia do Rádio não param por aí. A Bradesco Esportes FM contará também com uma programação especial no dia 25. O “Agora o Bicho Vai Pegar” levará à Avenida Paulista um toque de humor e esportes, das 16 às 19h.  A SulAmérica Trânsito fará flashes ao vivo em sua programação, a partir das 7h, com informações sobre o tráfego e prestação de serviços diretamente do estúdio. As rádios musicais do Grupo levarão ao local uma equipe de promotores, que vai interagir com o público da Paulista. A Band FM participa da programação especial entre às 10h e o meio dia; e a Nativa FM,  das 14 e às 16 horas.

Além das transmissões externas, o Dia do Rádio também será comemorado com ações editoriais especiais. Âncoras e comunicadores passarão por todas as emissoras do Grupo no dia 25, para falar sobre a importância do veículo como meio de informação e entretenimento. 

O estúdio das rádios do Grupo Bandeirantes fica na Avenida Paulista, 1313, no vão livre do prédio da Fiesp.

 

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Rádio: no princípio, eram a fumaça e os tambores

Por Flávio Araújo
do Ribeirão Preto On Line

A não ser pelos relatos de estudiosos e principalmente de saudosistas o rádio viveu mais um de seus aniversários na controversa data em que se comemora sua introdução no Brasil.  

 

O rádio em seus primórdios foi um dos grandes passos da humanidade na sequência de feitos que no campo das comunicações entre os povos encontra-se hoje num estágio bastante avançado e prometendo inovações quase que diuturnas. 

Falei em comunicações e não especificamente no rádio, esse que comemorou sem festas e sem alardes o seu aniversário, mas como em tudo na vida o primeiro passo dá o ritmo do futuro.  

 

Também me referi à confusão de datas já que essa, 25 de setembro, foi fixada em lei e se refere ao dia em que nasceu o Professor Edgar Roquette-Pinto, o fundador da primeira emissora brasileira. 

 

Também ai existe controvérsia e por que não, injustiça. 

 

Roquette-Pinto, cientista, antropólogo, intelectual de grande prestígio não fundou emissora sozinho e teve um sócio, o Engenheiro Henri Charles  Morize, francês de nascimento e que no documento em que se naturalizou brasileiro teve o nome traduzido para Henrique. 

 

Foi quem cuidou do lado técnico do empreendimento e foi ainda o fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Ciências. 

 

A Rádio Sociedade do Rio de Janeiro foi inaugurada em 4 de abril de 1923 e pouco depois se transformaria em Rádio Ministério da Educação e se houvesse um aniversário de verdade da introdução do rádio no Brasil essa deveria ser a data. 

 

Mas, até ai também existem controvérsias que narraremos depois.  

   

O professor Roquette-Pinto pretendia fazer do rádio uma ferramenta exclusiva para difundir cultura, transmissão de música clássica, eventos cívicos e absolutamente sem publicidade. 

 

Um grupo de sócios cobriria os gastos, dai o nome de Sociedade e que se expandiu pelo país nas primeiras emissoras que surgiram prevalecendo até que se aceitasse a cobertura financeira da publicidade. 

 

Outra controvérsia e que remete ao comentário lá do início com respeito à data em que o rádio ganhou vida no país: segundo dados não oficiais a Rádio Clube (outro nome para Sociedade) de Pernambuco já operava sem nenhum processo formal de autorização num tempo bastante anterior. 

 

O RÁDIO NO MUNDO 

 

Quando a humanidade se une para um objetivo que poderá, ou não, se tornar de grande importância em seus futuros passos forma-se uma mentalidade coletiva e aleatória a trabalhar para o feito. 

 

Desde a produção de medicamentos até inventos da engenharia nas suas diversas formas uma espécie de corrente universal une espíritos a trabalhar sem nenhum entendimento prévio e formal em prol de empreendimentos comuns.  

 

Creio nisso. 

 

Assim, embora se credite ao italiano Guglielmo Marconi o título oficial de inventor do rádio sabemos que muitas mentes privilegiadas trabalharam para que a descoberta se completasse. 

 

Foi a partir de uma série de detalhes que Marconi chegou ao ponto de conseguir a primeira patente como inventor do rádio. 

 

No Brasil muitos defendem a posição de que o Padre gaúcho Roberto Landell de Moura seja o verdadeiro inventor do rádio e só não conseguiu patentear seu invento pelas dificuldades da burocracia brasileira, algo que persiste até nos dias atuais a entravar feitos de nossos cientistas. 

 

É possível, muito possível mesmo, que tenha sido o Padre Landell de Moura o verdadeiro inventor do rádio, mas, tanto ele como Marconi seguiram trilhas que foram sendo abertas por antecessores que buscavam o aprimoramento da comunicação entre os homens. 

 

São, entretanto, os próprios brasileiros que oficializam a crença do quem é quem na origem do rádio já que existem, ou existiram, emissoras com nomes de cientistas estrangeiros como a Rádio Hertz de Franca ou a Rádio Marconi, de Paraguaçu Paulista, no oeste do Estado. 

 

Não é do meu conhecimento que nenhuma tenha o nome de Landell de Moura e sim a homenagem à políticos que deram rádios à colegas como entre outras a Rádio Nereu Ramos de Blumenau. 

 

Ai já não é homenagem e sim puxa-saquismo explícito.   

 

Voltando ao pensamento comum que une mentes em busca de grandes inventos julgo ser algo semelhante ao acontecido com nosso patrício Alberto Santos Dumont e os norte-americanos irmãos Wright com respeito ao avião. 

 

Antecedendo Landell de Moura e Marconi existiram os estudos dos ingleses Michael Faraday e James C. Maxwell; do próprio Thomas Edison, pois sem a corrente elétrica como poderia existir o rádio? 

 

Alexander Graham Bell também colaborou com sua descoberta e produção do primeiro telefone. 

 

O alemão Henrich Rudolph Hertz foi de importância excepcional no processo com seus estudos sobre ondas eletromagnéticas. 

 

A importância de Hertz pode ser medida na colocação de seu nome numa das primeiras emissoras brasileiras, a então Rádio Clube Hertz, da cidade de Franca, no interior de São Paulo, uma das pioneiras.  

 

Além de outros também o iugoslavo Nicolau Tesla foi importante com suas descobertas e houve até um aparelho de rádio no Brasil que levava seu nome.  

 

Em termos de Brasil e para completar a controvérsia até a data tem interpretações distintas: durante muito tempo o dia do rádio, 25 de setembro, aniversário de Roquette-Pinto, era comemorado junto ao dia do Radialista, 21 de setembro, a chegada da Primavera no hemisfério sul. 

 

No governo Lula, em 2006 foi alterada a lei que o instituíra e o dia do Radialista passou a ser lembrado (não comemorado já que não há nada a comemorar) no dia 7 de novembro. 

 

Isso em homenagem à data de nascimento de Ary Barroso, grande nome do mundo das comunicações, mas que se destacou muito mais como compositor do que como radialista. 

 

O RÁDIO NOS DIAS ATUAIS 

 

Em certa época escrevi que o rádio se parecia a esses bichinhos de praia que jamais deixam de se mostrar. 

 

Quando socam um punhado de areia e obstruem sua caminhada abrem novas vias e aparecem adiante. 

 

Quando assim me pronunciei o rádio vivia o período de difícil manutenção com a arrancada da televisão no país. 

 

Assim tem sido o rádio brasileiro nas diversas crises que atravessa, aquela foi uma delas, e a que vive atualmente faz com que tenha de mudar meus conceitos. 

 

Pelo menos na forma tradicional em que viveu desde Roquette-Pinto até recentemente o chamado “broadcasting”, o rádio dinâmico como entretenimento e prestador de serviços demonstra estar muito cansado. 

 

Já se somam muitos anos que as velhas emissoras de AM tornaram-se obsoletas em sua qualidade técnica, em seu som de há muito superado pelas transmissões em FM, quase todas obedecendo a programações segmentadas e muito diferentes do conceito que se tinha do verdadeiro rádio. 

 

De uma qualidade imensa e da qual a televisão jamais se libertou, pois em todos os sentidos nada mais faz do que colocar imagens naquilo que o rádio criou e fazia há dezenas e dezenas de anos. 

 

Algumas rádios, raras na verdade e misturando até AM com FM, buscam imitar a programação do velho AM, mas não se sustentam.   

 

Permanece a melhor condição de penetração dos prefixos de AM, mas hoje, pelo custo e praticamente extinção das Ondas Curtas, as redes dominaram o país e já não existe mais, com exceções é preciso dizer, aquelas emissoras que refletiam e divulgavam a vida de suas cidades e conseguiam até conquistas básicas para os munícipes.  

 

Existem exceções de emissoras que permanecem fieis às suas origens e mantém suas equipes de profissionais e suas programações de bom nível. 

 

Muitas, porém, sobrevivem entregando-se ao leque de grandes emissoras da Capital transmitindo o som que dali se origina em quase todas as horas do dia. 

 

Pela frouxidão de nossos governos enquanto políticos são proprietários de centenas de emissoras a defender seus interesses eleitorais outras vendem seus horários quase que integralmente à religiões, principalmente as evangélicas e não guardam nenhuma identificação com a cidade onde estão sediadas. 

 

Perdem totalmente o próprio requisito de prestar serviços à sua comunidade. 

Enquanto isso cresce a cada dia o número de novos endereços eletrônicos de televisão e um dos pontos fortes das emissoras do país, a formação de novos profissionais, retrocedeu a um estágio muito perigoso para a classe. 

 

No meu principal campo de atividade, o narrador esportivo, o rádio interiorano foi sempre o berço da grande maioria o que se tornou praticamente impossível nos dias atuais. 

 

Agregue-se a tudo isso a presença da Internet funcionando como uma faca de dois ou mais gumes no processo. 

 

Sem depender de autorizações oficiais como funciona o rádio convencional que é propriedade do Estado e trabalha sempre em caráter de concessão provisória a cada dia existe um novo local a ser acessado com transmissões radiofônicas e televisivas. 

 

Em geral compartimentados, transmitindo temas de interesses específicos, mas formando uma imensa plêiade de concorrência que reduz a possibilidade de interesse comercial dos anunciantes que sempre foram o sustentáculo do rádio honesto e verdadeiro. 

 

As emissoras de AM, que resistiram ao assédio do FM vivem seus estertores. 

Tentando suprir o processo de superação de suas condições técnicas foram testados dois tipos de digitalização, mas tanto nos Estados Unidos quanto no Japão, locais mais adiantados nessas buscas não se encontrou  solução adequada. 

 

Além do espaço no dial tornar-se insuficiente para abrigar tantas emissoras há a indesejável interferência da eletrônica nas transmissões dos velhos sistemas. 

Desde os motores de automóveis que passam roncando nas cercanias às ondas de celulares e toda a parafernália que ronda nossas cabeças indo e vindo dos satélites que cobrem o firmamento.  

 

Um plano do governo prometeu aos proprietários de emissoras de AM a concessão de prefixos em FM, o que seria uma espécie de salvação temporária da lavoura radiofônica para aquilo que sabemos é o rádio de verdade. 

 

A promessa do Ministério das Comunicações foi feita, mas quando e se será executada ninguém sabe, ninguém viu. 

 

Na situação atual das mais antigas emissoras do país, algumas já próximas ao centenário, mesmo daquelas que se mantém fieis aos princípios éticos e ideais do grande rádio parece que desta feita o bichinho de praia está tendo dificuldades intransponíveis para encontrar novos caminhos.

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O rádio sente falta de Edgar Roquette-Pinto

Por Marcos Lauro

Edgar Roquette-PintoHoje comemoramos os 129 anos do nascimento de Edgar Roquette-Pinto. E, por conta desse aniversário, comemoramos também o Dia do Rádio. Não fosse ele, o rádio teria voltado de onde veio e demoraria anos para chegar oficialmente ao Brasil. Depois da transmissão inaugural de 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro, ninguém se interessou em continuar os trabalhos. Roquette-Pinto, que era da Academia Brasileira de Ciências, tomou conta do negócio e se tornou o primeiro radialista do país.

Não pretendo traçar aqui o caminho do rádio no Brasil dos tempos de Roquette-Pinto até hoje, até porque isso não é nenhuma dissertação acadêmica e você, leitor, tem mais o que fazer. Então, me resta fazer algumas considerações sobre o meio, tentando algum tipo de paralelo entre a era do “rádio clube” e a era das rádios-web.

Roquette-Pinto era um cientista, formado em diversas áreas. Médico, historiador e antropólogo, ele deu ao rádio toda essa diversidade, aliada à prestação de serviço. E é justamente essa a nossa falha nos dias de hoje.

Nada contra a formação em rádio. Assim como no jornalismo, ela deve existir e dar as ferramentas básicas para a atuação profissional. Mas ficamos muito bitolados. Nos esquecemos de todas as outras áreas e focamos no rádio. O meio virou o fim e muitas vezes não percebemos que tem uma figura chamada “ouvinte”, que não é formado em rádio, em comunicação. Ele só quer uma mensagem clara, objetiva e adequada aos seus ouvidos – a tal da segmentação. Dizem que o ouvinte gosta de repetição, de poucas músicas sendo executadas num pequeno intervalo de tempo… até aqui, não conheço nenhum estudo sério sobre isso, que prove essa teoria. Ela é vomitada por aí e é a que vale na maioria dos casos, excetuando uma ou outra rádio diferenciada e realmente preocupada com seu ouvinte.

O veículo mudou completamente, por necessidade. Mas nada acabou com ele. Como ressaltou a rádio Capital, na campanha colocada hoje no ar, “Você navega na internet, ouvindo rádio. Você usa o celular, ouvindo rádio. Você lê, ouvindo rádio. Você trabalha, ouvindo rádio. Você dirige ouvindo rádio”. O rádio, apesar de ser o “primo pobre” das comunicações, é o meio de comunicação ainda mais presente na vida das pessoas, seja hoje ou na memória afetiva e no inconsciente coletivo.

Então, o que precisamos no rádio é de diversos novos Roquette-Pintos. Gente que ao mesmo tempo sabe o que está fazendo e experimenta, que tem uma formação diversificada mas que domina as ferramentas básicas e que respeita o meio e sabe da sua importância e do seu alcance. É um caminho para que ainda exista o dial daqui uns anos.

Uma frase para o dia do Rádio

Let’s hope you never leave old friend
Like all good things on you we depend
Radio Ga Ga – Queen

 

Ouça a canção inteira clicando no vídeo abaixo

rádio

Eli Correa na Rádio Eldorado

Por Marcos Lauro

Eli Correa e Celso Loducca

Nesta segunda, 23, o programa “Quem Somos Nós?”, apresentado pelo publicitário Celso Loducca na Rádio Eldorado, tem uma edição especial em homenagem ao Dia do Rádio, comemorado no dia 25 de setembro.

O entrevistado é o comunicador Eli Correa. Durante o papo, Eli conta sobre sua trajetória desde a sua cidade natal, Sertaneja (no interior do Paraná), a passagem pelo interior de São Paulo e depois sobre a chegada à capital, sempre alcançando o primeiro lugar no AM por onde passou. Além disso, tem algumas histórias: a origem do bordão “oi, gente!”, o verdadeiro motivo da vinda para São Paulo, os shows nos circos e muitas outras.

Serviço:
Quem Somos Nós? especial Dia do Rádio
Entrevistado: Eli Correa
Rádio Eldorado, 107,3 Mhz ou www.territorioeldorado.com.br
21h
Programa no site www.quemsomosnos.com.br a partir de amanhã, terça

CCSP tem programação especial para a semana do rádio

Por Marcos Lauro

O Centro Cultural São Paulo acabou de divulgar a programação para a semana do rádio. Serão três audições de peças radiofônicas ao vivo, com o ambiente todo às escuras – como num cinema. As peças serão transmitidas também pela web-rádio da instituição e haverá uma palestra sobre paisagem sonora com Julio de Paula, da Rádio Cultura FM.

Veja abaixo a programação:

Sábado, dia 21 às 17h
SOU TODA OUVIDOS, peça radiofônica de Sylvia Lohn. Esta peça foi produzida e veiculada também na Alemanha, pela WDR, emissora da cidade de Colônia. A história trata de uma escritora que é sensível aos ruídos e sons externos, a tal ponto que estes modificam os rumos do que está escrevendo. A peça tem sido veiculada nos cursos de radiofonia, pela sua estrutura estritamente radiofônica. A autora estará presente para falar sobre processo de criação, radio e dramaturgia. A AUDIÇÃO será na Sala Paulo Emilio Salles Gomes no Centro Cultural São Paulo, com a sala às escuras tal como num cinema.

Domingo, dia 22, às 17h
É a vez de Meu Tio o Iauaretê, de Guimarães Rosa adaptado e dirigido por Sylvia Lohn, com a interpretação de um dos maiores atores brasileiros da atualidade: Lima Duarte. Lima interpreta o onceiro, mestiço de índia com branco, que, à medida em que vai tomando aguardente e se embriagando, narra diversas histórias de onça a um viajante desconhecido. O narrador vai misturando, em sua fala, elemento do índio, do branco e do animal, até, no final, se metamorfosear ele mesmo em onça. A interpretação do ator é pontuada por efeitos sonoros, como os criados pela rabeca de Thomas Roher; a edição é de Júlio de Paula.
A peça teve sua primeira transmissão pelo Programa Palco Sonoro na Rádio Cultura
“Foi uma trip proustiana, uma procura do tempo perdido”, conta Lima Duarte. “Eu me lembrei bem dos meus tempos de rádioteatro, porque era eu, sozinho, fechado no estúdio, com o microfone na frente, e tendo que imaginar a onça, o onceiro, a selva, o mato, o Guimarães Rosa”.
“É um exercício lingüístico muito interessante”, define o ator. “Porque é um conto do Guimarães Rosa eminentemente, fundamentalmente radiofônico. A relação afetiva do protagonista com a onça é feita só de sons, de barulhos”.
“O Brasil tem uma grande tradição de rádioteatro, que, a partir de um certo momento, migrou para a televisão, inclusive com seus autores, atores e técnicos, gerando uma dramaturgia televisiva que é considerada uma das melhores do mundo”, afirma a dramaturga Sylvia Lohn, responsável pelo projeto, que fez a adaptação do texto de Rosa, bem como a direção de ator.

Quarta-feira, dia 25, às 19h
DIA DO RÁDIO
AUDIÇÃO de Arsênico e Alfazema, de Joseph Kesselring, com Etty Fraser e Miriam Mehler. Adaptação e direção Sylvia Lohn.

Sábado, dia 28, 12h
Conversa e escuta de cenas – radio.doc – o verbo, o outro e a paisagem, por Julio de Paula.
Palestra sobre documentário sonoro como possibilidade de imersão, fonte de documentação, registro de realidades, poéticas e paisagens. Comunicação acerca da necessidade de produção de radiodocumentários. O contexto brasileiro. Possíveis formatos. O caráter de ensaio e a vocação para experimentação.
Julio de Paula é radialista, diretor de programas da rádio Cultura FM e professor de montagem de som da Faculdade Cásper Líbero. É paisagista sonoro e realiza intervenções em colaboração com artistas e arquitetos.

Centro Cultural São Paulo
Sala Paulo Emilio Salles Gomes
Entrada Franca
Rua Vergueiro, 1000 – Paraíso (Próximo às estações Paraíso e Vergueiro do metrô)
Informações ao público: 11 3397-4002
www.centrocultural.sp.gov.br

Rádio: 112 anos no Brasil

Por Marcos Lauro

Hoje, 25 de setembro, é dia do rádio. O motivo: aniversário do pai do rádio no Brasil, Edgar Roquette Pinto. Depois da transmissão experimental realizada no dia 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro, ele se interessou por continuar o trabalho e passou a transmitir com sua Rádio Clube.

Mas se o rádio tem um pai, ele também tem um inventor. Ainda em processo de reconhecimento internacional, o padre Landell de Moura fez a primeira transmissão de voz aqui em São Paulo, em junho de 1900. Antes, Marconi havia transmitido apenas telégrafo sem fio. Nada de voz.

Chega a ser um desrespeito nem citar esse fato e dizer apenas que o rádio tem 90 anos no Brasil. Já que é algo ainda não reconhecido oficialmente, seria interessante ao menos levantar o tema e contar a história. Daria até mais força ao movimento, independente, que cobra o reconhecimento do trabalho do padre – visto à época como bruxo até pela igreja, que o transferiu para o interior paulista, numa região ainda sem energia elétrica.

Aqui no Radioamantes eu faço questão de parabenizar o rádio, pelos seus 112 anos de história no Brasil.

Emissoras do Grupo Bandeirantes de Comunicação celebram o Dia do Rádio

As emissoras de rádio do Grupo Bandeirantes de Comunicação entraram em rede hoje, às 8h15, para celebrar o Dia do Rádio, comemorado neste sábado, dia 25 de setembro.

Nessa transmissão especial, os apresentadores José Paulo de Andrade (Rádio Bandeirantes), Ricardo Boechat (BandNews FM), Felipe Bueno (Rádio SulAmérica Trânsito), Fernando Solano (Mit FM), Murillo Jr. (Band FM) e Jones Mendes (Nativa FM) falaram da importância do meio que completa 87 anos.

A homenagem pode ser ouvida em http://bit.ly/aOlNeK