Rádios que se despedem

Por Rodney Brocanelli

Com o advento da Internet e do aparecimento dos softwares para gravações de áudio on line, tem sido possível o registro dos últimos momentos de emissoras de rádio que deixam o ar, pelos mais diversos motivos. Vamos aqui relembrar de algumas despedidas registradas aqui e em outros lugares.

A despedida da Antena 1 Lite (RJ) – Em maio de 2009, a Antena 1 do Rio de Janeiro, conhecida também como Antena 1 Lite, saiu do ar para uma série de acomodações no dial daquela cidade. A Tupi AM precisava entrar no ar em FM e optou pela freqüência da Nativa FM. Esta, por sua vez, não ficou fora de ar e ocupou o lugar da Antena 1. A locutora informou que a emissora iria continuar no ar pela web. Pode ser ouvida aqui. Ouça no player abaixo os últimos momentos da Antena 1.

A despedida da programação normal da Record AM – Em 2011, a Rádio Record (AM) decidiu extinguir sua grade de programação. Na ocasião, saíram do ar os comunicadores, as transmissões esportivas e o jornalismo. Muito foi especulado na época sobre o destino que seria dado aos 1000Khz. Falou-se até que ela iria virar uma emissora totalmente religiosa. Por enquanto, a Record em sua atual fase  tem apresentado uma programação musical, alguns boletins noticiosos e, claro, os programas da IURD na madrugada. Ouça abaixo a despedida da equipe esportiva, na voz de Juarez Soares.

A transisção Brasil 2000-Eldorado FM – Nos últimos anos, a Rádio Brasil 2000 FM veio perdendo força depois da saída da dupla Tatola e Maia da direção. Ainda houve uma tentativa de mantê-la com a contratação de Lélio Teixeira para ser coordenador artístico. Mas depois que o profissional passou a se dedicar mais a seus projetos no rádio esportivo, agora exclusivamente na Rádio Bandeirantes, a emissora entrou em queda livre. Nem mesmo a promoção de Kid Vinil para o cargo serviu para dar algum alento à emissora. Sua freqüência se viu envolvida em várias especulações Falou-se que ela iria se transformar numa rádio 100% esportiva, tocada pelo Grupo Bandeirantes. Outra especulação dava conta de que ela iria virar a Transamérica Hits. Quase que ela virou rádio infantil, com a marca de Playground FM. Entretanto, quem se deu melhor foi o Grupo Estado, que em 2011 transferiu para os 107,3 a programação musical tradicional dos 92,9Mhz. Esta, por sua vez, passou a transmitir a programação jornalística dos 700Khz, com o plus a mais das transmissões esportivas da ESPN. Ouça abaixo a transição da Brasil 2000 para a Eldorado.

O Fim da Mit FM – Administrada  pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, a Mit FM tinha um publico fiel que se afeiçoou à emissora devido à programação musical de alta qualidade. Entretanto, a montadora dona da marca decidiu mudar o foco se seus investimentos. Pior para os ouvintes. Em seu lugar, no ano de 2012, entrou no ar a Iguatemi Prime, que até tenta repetir o sucesso de sua antecessora. Na noite da despedida, uma música disse tudo: “Só o Fim”, do Camisa de Vênus. Ouça no player abaixo.

rádio

Cantora Paula Lima e cartunista Paulo Caruso estreiam na Rádio Eldorado

Por Marcos Lauro, com informações da assessoria de imprensa

Uma atração para esquentar as noites frias de julho e duas voltadas para o jazz.

A partir de segunda-feira, 2 de julho, e rádio Eldorado estreia Noites de Jazz, programa de uma hora de duração dedicado a todas as vertentes do gênero musical. O programa começa às 22h, de segunda a sexta-feira.

Já na quarta-feira, o cartunista Paulo Caruso conta “causos” no A Cara do Jazz. Ele, que também é músico e compositor, vai tocar sons dos grandes nomes do jazz. O programa começa às 20h e terá reprise no domingo, 21h.

E a cantora Paula Lima traz o Chocolate Quente, programa dedicado a black music, incluindo soul, funk, R&B e afins. Chocolate Quente, a princípio, faz parte da programação de inverno da Eldorado (que também inclui boletins com dicas culturais de destinos brasileiros e sul-americanos durante o dia) e deve permanecer no ar somente durante o mês de julho. O programa vai ao ar no sábado, 22h, com reprise nas terças, 20h.

Serviço:

A Cara do Jazz, com Paulo Caruso – a partir de 4 de julho
Quartas-feiras, às 20 da noite e domingos às 21 da noite

Noites de Jazz Eldorado – a partir de 2 de julho
Segunda à sexta-feira, às 22h

Chocolate Quente Eldorado, com Paula Lima – a partir de 7 de julho
Sábados, às 22h, e terças-feiras, às 20h (somente durante o mês de julho)

Mario Lima, o narrador amigo da galera, de volta à Eldorado (SC)

do portal ClicaTribuna

As emoções dos jogos do Criciúma ganham mais um componente. A Rádio Eldorado anunciou a contratação do narrador Mário Lima, que passará a dividir com Dante Bragatto Neto a titularidade das transmissões esportivas da emissora. “Estou em casa. A Eldorado sempre foi um porto seguro e não saio de Criciúma mesmo trabalhando fora”, conta o radialista, que conciliará suas participações na Eldorado com a Rádio Guaíba de Porto Alegre, onde continuará atuando

Além de narrar jogos do Tigre, Mário terá comentários diários e participará do programa Eldorado Debate a partir das 12h30min. “A gente gosta de jogar em time forte, por isso a vinda do Mário qualifica todo o nosso trabalho”, garante Bragatto Neto que, além de parceiro de Mário Lima nas narrações da Eldorado, é colunista do jornal A Tribuna.

Mário tem um vínculo de longa data com o rádio criciumense. Pela Eldorado, cobriu o grande momento da história do Criciúma, na conquista da Copa do Brasil de 1991 e na Libertadores da América no ano seguinte. Acompanhou, ainda, as conquistas do Campeonato Brasileiro nas Séries B e C em 2002 e 2006. “Qualidade nunca é demais, por isso investimos na contratação do Mário Lima e apostamos no carisma que ele agrega, na parceria que a torcida do Tigre tem com ele. É a nossa forma de apoiar o Criciúma”, afirma o diretor da Eldorado, Claiton Salvaro.

 

Exclusivo: João Lara Mesquita fala das mudanças nas emissoras do Grupo Estado

Por Rodney Brocanelli

Autor de uma pequena revolução nas emissoras de rádio do  Grupo Estado no começo dos anos 80, João Lara Mesquita é hoje um homem mais ligado à televisão. “Ela tem sido generosa comigo”, diz satisfeito por conta da receptividade do veículo em relação aos seus documentários, cujos focos principais são a natureza e o meio ambiente. Ainda assim, ele teve participação decisiva nas recentes mudanças pelas quais passaram a Eldorado FM, hoje transmitindo em 107,3Mhz, e a Estadão/ESPN, que opera tanto no AM (700Khz) e FM (92,9Mhz). “No geral gostei do que vi”, afirma sobre o projeto que lhe foi apresentado.

Entretanto ele lembra que todo acordo como esse tem um custo, especialmente o da questão do alcance de sinal. A frequência do 107,3Mhz, que hoje abriga a Eldorado Brasil 3000 não tem boa propagação em muitos pontos da cidade. Vários leitores têm reclamado disso no sistema de comentários do blog. João Lara diz que todas as emissoras tem um “lapso técnico”. Contudo, o mais importante, segundo ele,  é que o canal estava disponível.

Com relação a parceria que deu origem a Rádio Estadão/ESPN, João Lara diz que é uma excelente oportunidade para a emissora ter um futuro promissor. A Disney, que hoje controla a ESPN, adquiriu 30% das ações da Rádio Eldorado.

Uma das grandes campanhas em  que a Eldorado de João Lara Mesquita entrou foi a que pregava a extinção da Voz do Brasil. Contudo, a guerra está perdida. O 107,3 Mhz hoje transmite o programa obrigatório, algo que deixou os tradicionais ouvintes insatisfeitos. Resignado, ele se diz triste em ter que engolir aquilo que chama de engodo.

Acompanhe a íntegra da entrevista concedida por e-mail ao blog Radioamantes

Qual a participação atual do senhor nas emissoras de rádio do Grupo Estado?

Desde que saí da direção executiva, em Abril de 2003, participo como acionista.

O senhor foi consultado de alguma forma a respeito das atuais mudanças tanto no AM, como no FM?

O projeto nos foi apresentado, a mim, e aos meus irmãos, pelos gestores, Silvio Genesini, e o presidente do Conselho, Aurélio Almeida Prado Cidade. No geral gostei do que vi. E demos nosso voto favorável.

Qual a sua opinião acerca da mudança da Eldorado FM para a frequência dos 107,3Mhz, que possui 30 mil watts de potência, contra os 60 mil watts dos 92,9Mhz?

Tudo tem um custo. A emissora, do ponto de vista da transmissão, pode ter algum lapso técnico. É comum no meio. Umas mais, outras menos. Mas quase todas têm. O importante, num mercado rarefeito, é que a 107,3 Mhz estava disponível e disposta.

O que o sr. pensa a respeito das atuais transmissões de futebol nas rádios do Grupo Estado?

O acordo de venda de 30% das ações da Rádio Eldorado para um dos maiores grupos de comunicação do planeta, a Disney, é uma excelente oportunidade  para a emissora ter um futuro promissor. Através do braço da companhia, a ESPN, que chega com seus equipamentos, grande equipe, e notória competência no trato da matéria, a nova rádio entra no mundo do futebol com o pé direito. O esporte nacional é apoiado por verbas publicitárias vultuosas, e crescentes, com as quais, até então, a Eldorado não contava. Fechar este acordo no mesmo ano em que o país ganha o direito de sediar a próxima Copa do Mundo é uma senhora virada. Necessária, oportuna e bem-vinda, para que a Eldorado perenize o cumprimento de seu papel social: entrando no futebol através desta porta peculiar, e aliando o esporte à massa de informações, equipe, e credibilidade do jornal O Estado de S. Paulo, a rádio Estadão/ESPN, AM e FM, nasce ousando. Ela agora tem as condições para atingir o pleno vigor financeiro, condição essencial para remunerar o capital investido, continuar gerando empregos, e participar ativamente, sempre em alto nível, da vida da comunidade.

O senhor ouve as rádios do Grupo Estado? E outras rádios?

Sim, ouço as rádios do Grupo Estado. E frequêntemente ainda mantenho o hábito de xeretar a programação das  outras.

A atual Eldorado FM, nos 107,3 Mhz, está transmitindo A Voz do Brasil. Não deixa de ser uma derrota numa campanha contra a obrigatoriedade do programa que foi proposta pelo senhor?

Infelizmente, sim. É incrível, e muito triste, ser obrigado a engolir este engôdo. Filho da ditadura de Getúlio Vargas, é anacrônico e chato. Ruim pra dedéu! Entramos no terceiro milênio e acompanhamos, ávidamente, os saltos tecnológicos diários, especialmente agudos nas comunicações. Mas, no caso do enfadonho programa, andamos pra trás. E põe atrás nisto!

E por falar na Voz do Brasil, como o senhor tem acompanhado as atuais movimentações no Congresso em torno da flexibilização de horário, em vez da simples extinção?

Como disse, acompanho um engôdo. Os maus politicos, aqueles que não têm o que oferecer para a sociedade, se apegam à ela. Fingem que acreditam na Voz. E nos igualam a Cuba, China, Coréia do Norte e que tais. Me sinto particularmente triste, e decepcionado, pela surpreendente decisão judicial que nos obrigou a voltar a transmitir um programa inútil, que bem pode ser considerado uma “jóia da cafonice” do rádio brasileiro. Não há nada tão brega, e atrasado, como a obrigação da Voz.

O senhor tem algum projeto atual relacionado ao rádio?

Por falta de espaço no dial, não. Decidi guinar para outras mídias. A TV tem sido generosa comigo. A concorrência é enorme. Tem muita gente boa. Mesmo assim, depois de 20 anos fazendo rádio, já consegui produzir e apresentar duas séries de documentários. Uma bem longa, com dois anos de duração, e 90 episódios, mostrando as virtudes e mazelas da costa brasileira. O público, parece, gostou. A série Mar Sem Fim, no ar entre Abril de 2005, e Abril de 2007, foi um dos programas de maior audiência da TV Cultura, atingindo três pontos de média, com picos de até 4.6. Foi uma honra trabalhar, e ter esta audiência, na TV Pública brasileira. Um raro privilégio que procurei aproveitar. Esta mesma série virou um belíssimo livro. Do ponto de vista da edição, um  magnífico trabalho gráfico. Bem completo, em dois volumes com quase 500 fotos, editado pela Terceiro Nome, Loqui e Albatroz.  “O Brasil Visto do Mar Sem Fim” foi indicado ao prêmio Jabuti, na categoria reportagem, em 2009. Perdi para o 1808, do Laurentino Gomes. Posteriormente, o selo Lua Music lançou uma coleção com cinco DVDs, e quase sete horas de programas, a coleção Mar Sem Fim- Navegando do Oiapoque ao Chuí. Recentemente, em Abril do ano passado, produzi e apresentei mais cinco documentários, Mar Sem Fim- Viagem à Antártica (aproveito para informar que em breve serão lançados os DVDs via o selo ST2 Music), para uma das redes nacionais, a TV Bandeirantes. Não, não é fácil. Nem a toda hora que um free lancer, como eu, consegue abertura. Mas fazer documentários para a TV é apaixonante. Vale persistir.

Rádio Eldorado já pode mudar o nome para Estadão/ESPN

Por Rodney Brocanelli

Uma portaria publicada no Diário Oficial desta terça-feira autoriza a Rádio Eldorado (SP) a mudar de nome: ela pode usar a partir de agora e denominação Estadão/ESPN. Para os que tiverem dúvidas, basta ir até a página 61.

Em novembro do ano passado, o sempre bem-informado jornalista Anderson Cheni publicava uma nota em seu blog sobre a intenção de se mudar o nome da tradicional emissora ligada ao Grupo Estado. Segundo ele, os canais de AM e FM iriam transmitir a mesma programação, cujo conteúdo esportivo ficaria sob responsabilidade da ESPN, com direção de João Palomino. No entanto, isso não significaria o fim da Eldorado FM, como a conhecemos hoje. A emissora migraria para os 107,3Mhz, a antiga Rádio Brasil 2000 FM

Um passeio com os repórteres-aéreos do rádio em 1991

Por Rodney Brocanelli

Acompanhe no player abaixo uma reportagem do Vitrine, da TV Cultura, em 1991, sobre o trabalho dos repórteres-aéreos do rádio paulistano. Os personagens da ocaisão foram Geraldo Nunes, da Eldorado, e Aluani Neto, então na Jovem Pan. Vale também uma menção para o cabelo da Renata Ceribelli sem chapinha.