Morre Flávio Guimarães

Por Rodney Brocanelli

Não pretendo ser original neste momento, mas essa é uma daquelas notícias que eu não gostaria de dar. Morreu na madrugada deste domingo (12), o jornalista e radialista Flávio Guimarães. A causa da morte não foi divulgada. Sabe-se apenas que seu estado era grave desde a última sexta. Segundo o jornal Correio do Sul, o velório ocorre neste momento na Ossel (rua Mascarenhas Camelo, nº 235), e o sepultamento se dará no cemitério Memorial Park, no dia seguinte, segunda-feira (13), às 11h. Seu nome verdadeiro era Gualberto Mattucci.

A carreira de Flávio começou em 1968, na Rádio Vanguarda, numa época em que fazia-se de tudo no rádio. Já em 1972, passou a trabalhar na Rádio Cacique. Depois, foi para Santos e esteve na Rádio Atlântica. Ficou naquela cidade até 1977, quando se transferiu para a Rádio Bandeirantes, onde ficou por aproximadamente um ano. Em 1978, foi para a Rádio Excelsior. Voltou para a a Bandeirantes em 1979 e teve outras passagens nesta mesma emissora.

Ainda em 1979, passou a apresentar telejornais na TV Cultura. Ainda em rádio, trabalhou em diversas outras emissoras, como Gazeta, Eldorado FM, Transamérica FM e BandNews FM. Atuou como locutor publicitário, sendo um dos fundadores do Clube da Voz.

Flávio foi um dos meus mais importantes interlocutores desde que eu passei a escrever sobre rádio. Ele passou a ser um amigo virtual desde então. A cada post com uma informação ou uma análise, havia um comentário dele seja no próprio sistema de comentários do Radioamantes, e-mail ou pelas redes sociais. Até publiquei alguns textos dele por aqui (leia clicando aqui – role a barra de rolagem pra baixo). Flávio até me chamou para escrever em seu blog, o FG News, o que fiz por algum tempo, mantendo um espaço sobre futebol. Nunca nos encontramos pessoalmente, e hoje lamento muito que um encontro real não tivesse acontecido. Que descanse em paz.

Ouça abaixo um dos momentos mais importantes de Flávio Guimarães no rádio: a apresentação da edição de 29 de setembro de 1982 do programa Galeria, da Eldorado FM, que teve como convidados Osmar Santos e Fiori Gigliotti, na época os dos grandes nomes do rádio esportivo de São Paulo. Perceba a sobriedade na condução da entrevista. Vale um breve bastidor: certa vez, eu vi a foto (que ilustra a imagem do vídeo) em sua página na seção Que Fim Levou, do site de Milton Neves. Isso me fez ter curiosidade em ouvir a íntegra desse programa. Acionei uma fonte e pedi esse áudio. Demorou, mas ele chegou.  Foi divulgado em 30 de maio de 2013, como parte das comemorações de aniversário do Radioamantes (leia aqui). Flávio ficou bastante comovido com esse resgate.

Flávio Guimarães

Morre Oliveira Neto

Por Flávio Guimarães

Ainda hoje lembrado pela série de comerciais inesquecíveis da Bozzano, Oliveira Netto foi, sem dúvida, uma daquelas pessoas que ninguém, jamais, esquece depois de conhecê-las.

Natural de Botucatu, interior paulista, tinha 81 anos. Dono de voz grave, personalíssima, inspirou seu trabalho em Ramos Calhelha.

Sem o menor constrangimento, pelo contrário, Oliveira Netto sempre manifestou admiração por Calhelha (à direita), considerado “Mestre dos mestres da narração”. Enganava-se quem supunha que a comparação o aborrecia. Pelo contrário, Oliveira Neto sentia um misto de prazer e orgulho quando alguém lembrava a semelhança de estilo com o colega locutor.

Conheci Oliveira Netto em meados dos anos 1990, no estúdio Banda Sonora, quando este se mudou para o Campo Belo, em São Paulo, capital. Procurei, na rede, uma foto que me remetesse ao Oliveira que conheci e a mais próxima foi essa, do violeiro. Calmo, andar cadenciado, nessa época estava em tratamento de algo que o incomodava nos ouvidos. Queixava-se que o problema o atrapalhava na hora de gravar, mas, apesar do que sentia, mandava muito bem diante do microfone.

Sempre digo que os caminhos profissionais acabam, por vezes, nos separando de pessoas que gostaríamos de ter mais próximas e Oliveira Netto foi uma dessas pessoas.

Comentário: O Aloísio Mathias divulgou em seu perfil no Facebbok um áudio de Oliveira Neto no qual o locutor interpreta um texto Eu Sou o Rádio. Ouça abaixo.

Histórico: Fiori Gigliotti e Osmar Santos juntos em entrevista dos anos 1980

Por Rodney Brocanelli

O blog Radioamantes comemora hoje o seu terceiro aniversário. Para marcar esta data, nada melhor que um presente ao seu leitor. No dia 29 de setembro de 1982, Fiori Gigliotti e Osmar Santos estiveram nos estúdios da antiga Rádio Eldorado FM (SP) para conceder uma entrevista ao programa Galeria. Com apresentação de Flávio Guimarães, a atração ia ao ar aos domingos, a partir das 19h. Trinta anos depois, os melhores momentos deste agradável bate-papo estão de volta.

Bloco 1 – Vinheta de apresentação, com a voz de Dedê Gomes. Saudações iniciais. Fiori Gigliotti dizia que pensava em se aposentar. Já tinha até arrumado uma data para a aposentadoria: o final do ano de 1983. Osmar Santos até brincou, dizendo que se eles trabalhassem juntos, quem sabe Fiori não mudaria de ideia. Infelizmente, a reunião de dois grandes nome do rádio esportivo nunca chegou a acontecer. E como é de conhecimento geral, a promessa da retirada não se cumpriu. Fiori Gigliotti trabalhou praticamente até a véspera de sua morte, em 2006.

Bloco 2 – Osmar Santos é convidado a falar sobre sua evolução como narrador esportivo. Revela que era fã de Fiori e até tentou imita-lo. Diz ainda que não estava com vontade de vir para São Paulo a fim de prosseguir a carreira de narrador esportivo iniciada no interior. Curioso notar o carinho que demonstra com a Rádio Jovem Pan. Na emissora, ele teve liberdade para criar. “Eles não devem ter saudade de mim, mas eu tenho muita saudade deles, afirma.

Bloco 3 – O apresentador Flávio Guimarães pergunta a Fiori como ele conseguia se manter frio durante a narração das emoções de uma partida de futebol. “O narrador tem que fazer o jogo, senão ele está mandando o ouvinte embora”, diz. Osmar vai mais fundo e diz: “você transmite um espetáculo (o futebol) e está fazendo um outro espetáculo: o rádio, independente do futebol em si”.

Bloco 4 – Flávio pergunta a Fiori como ele se sente ouvindo uma de suas narrações depois de tantos anos. A resposta é uma aula. Ele diz que gosta de se ouvir para corrigir e aperfeiçoar. Osmar também se auto-avalia.

Bloco 5 – Direto de Londres, o então jogador Paulo Roberto Falcão pergunta sobre cobranças de torcedores relacionadas à paixão clubística. Osmar Santos diz que o fato dele ser considerado um torcedor do Palmeiras se deveu à boa fase do time nos anos 1970, quando ele chegou a São Paulo. Uma surpresa: Osmar disse que era santista quando ainda estava no interior. Fiori, por sua vez, disse que o seu time é o “Escrete do Rádio”. Falcão volta para perguntas sobre problemas enfrentados durante uma narração esportiva.

 

 

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Começando o debate sobre a cobertura jornalística do rádio

Por Rodney Brocanelli

O amigo Flávio Guimarães, sempre atento, publicou em seu blog um comentário sobre a cobertura que blogs e sites independentes fazem sobre o rádio. O título é “Colunas Especializadas copiam, colam e desvalorizam o rádio”.

O link é este aqui:

http://fg-news.blogspot.com.br/2013/03/colunas-especializadas-copiam-colam-e.html

Chamo a atenção para os trechos mais representativos:

O rádio pode ser considerado um dos veículos mais adaptáveis entre as mídias eletrônicas, capaz, inclusive de tirar proveito da universalidade da web. É preciso, porém, usar os meios com profissionalismo e competência.

Aí começa a ficar compreensível um dos problemas atuais do rádio. Além de o veículo, em muitos casos, estar deteriorado profissional e tecnologicamente, vem se contaminando cada vez mais com o mau hábito das replicações, comuns na Internet. “Equipes de jornalismo”, resumidas a uma ou duas pessoas, copiam informações da rede e as colocam no ar. Quando não, limitam-se a transcrever, na íntegra, os releases recebidos. Mal comparando, dá-se o efeito Droste, utilizado na repetição de imagens, como na foto que encima este post. Um rádio assim, não pode sobreviver.

Quando penso que as colunas especializadas poderiam ajudar nessa questão, observando problemas, alertando sobre equívocos, destacando acertos, contribuindo, enfim, para um rádio melhor vejo que, infelizmente, até os especialistas colaboram para consagrar a mesmice que, atualmente, tomou conta do veículo. O exemplo, a seguir.

Para lembrar os 50 anos do “Arquivo Musical”, apresentado aos domingos, a rádio Bandeirantes, de São Paulo, distribuiu um press release. O texto destaca ações que serão executadas neste dia 17 de março, em comemoração às cinco décadas de sucesso do programa, o segundo mais antigo da emissora.

Duas das colunas especializadas, das mais lidas, simplesmente copiaram o release produzido pelo departamento de divulgação do Morumbi e publicaram “tim tim por tim tim”, incluindo a foto do atual apresentador, Ronald Gimenez. Uma delas ainda se deu ao trabalho de mencionar as frequências da emissora, em AM e FM.

No final do texto, Flávio coloca os links para os sites que reproduziram o material  da Rádio Bandeirantes sobre o programa Arquivo Musical. Assim que tomei conhecimento do texto, mandei, via Twitter, uma série de mensagens a ele. Pedi para que incluisse o link do Radioamantes que apresenta o mesmo conteúdo (veja aqui).

Não vejo qualquer problema em republicar releases de emissoras de rádio. Aqui no Radioamantes, eles são publicados sem assinatura e com padrão gráfico diferente (texto em itálico).

Esse material encaminhado pelas assessorias serve para ajudar a manter  este espaço devidamente atualizado.

Blogs sem atualização passam a ideia de abandono, afugentando assim o leitor.

Gostaria muito que outras emissoras de rádio tivessem assessorias tão eficientes quanto a do Grupo Bandeirantes, da Rede Transamérica e da Rádio Capital (SP). Dessa forma, poderíamos anunciar aqui seus programas, ou o que acontece no dia-a-dia delas. Até porque o blog Radioamantes serve também para isso.

Nunca é demais lembrar que, por motivos que não vem ao caso, não é possível aos responsáveis deste Radioamantes uma dedicação em tempo integral.  O que dá para dizer é que blog só dá dinheiro mesmo para alguns poucos eleitos.

Entretanto, essa limitação não impede que o Radioamantes apareça com material exclusivo, como por exemplo, o post em que falamos sobre o fato de o programa “Fanáticos por Futebol”, da Rádio Bandeirantes,  ter virado um quadro do “Você é Curioso”.  Para quem não viu, segue abaixo o link do post.

https://radioamantes.wordpress.com/2013/03/14/fanaticos-por-futebol-vira-quadro-do-voce-e-curioso-na-radio-bandeirantes/

Existem outros exemplos, mas vamos ficar só neste mais recente.

Concordo quando Flávio diz que “colunas especializadas poderiam ajudar (…) observando problemas, alertando sobre equívocos, destacando acertos, contribuindo, enfim, para um rádio melhor(…)”.  Aqui também fazemos isso. Um dos marcadores deste blog se chama “Análise”. Sempre que possível, são lançadas pensatas  sobre o veículo rádio.  Pena que a repercussão delas seja mais modesta como se gostaria que fosse. Particularmente, adoraria muito que um comentário meu aqui gerasse um debate em outros espaços na web, como aliás, já aconteceu no blog do próprio Flávio.

Clique no link abaixo para ver a categoria Análise:

https://radioamantes.wordpress.com/category/analise/

Já falamos aqui sobre arrendamento de freqüências, da “Datenodependência” (mal que acomete o Grupo Bandeirantes de Comunicação e que envolve uma das estrelas da casa, José Luiz Datena), a proliferação de programas de televisão reproduzidos ao mesmo tempo em emissoras de rádio, o prêmio APCA, entre outros exemplos. Agora, é necessário que haja gancho para isso, caso contrário, fica apenas a crítica pela crítica.

Além do mais, muitos dos temas relacionados ao rádio já foram discutidos no outro blog do qual os atuais responsáveis pelo Radioamantes fizeram parte: o Rádio Base Urgente: http://radiobaseurgente.blogspot.com. Quem tiver um tempinho, basta dar uma bela passeada pelos seus arquivos. Alguns assuntos podem ter se esgotado, outros não. Mas sempre que houver algum tipo de novidade, poderemos falar aqui.

Para fechar, Flávio fez uma associação com o efeito Droste até muito interessante. Não disponho dos dados de visitação dos outros blogs e sites sobre rádio, mas dá para, empiricamente, dizer que o leitor do Radioamantes as vezes não é leitor do Blog do Cheni. Dessa forma, o leitor do Blog do Cheni não é o mesmo do site Bastidores do Rádio, e por aí vai. Pode ser que alguns leitores tenham o hábito de acessar estes e outros sites/blogs sobre rádio numa tacada só, mas são muito específicos mesmo.

De qualquer forma, o artigo de Flávio Guimarães, a quem eu devo muito respeito, teve o mérito de iniciar o debate sobre a cobertura do rádio. Que apareçam outros interlocutores.

O AM, em baixa, vai correr atras do ouvinte

Por Flávio Guimarães

O site Bastidores do Rádio, como o nome sugere, é especializado no chamado primo pobre da TV. O responsável pela manutenção do site e pela atualização do noticiário do meio radiofônico é Adriano Barbiero, filho do colega Altieris Barbiero, veterano radialista de São Paulo, capital. Adriano vem divulgando, há tempos, números relativos à audiência do AM e do FM paulistanos. Como nem o Ibope nem as emissoras contestam os dados divulgados, tenho como boa e segura a informação que o Bastidores publica.

O cenário das FMs continua praticamente inalterado, entre as emissoras que lideram o ranking. A Tupi FM, está em primeiro lugar há pelos menos dois anos e meio, o que não é pouco. Ultimamente, a Nativa, do grupo Bandeirantes, anda ameaçando incomodar a “tribo” da avenida paulista. Veja, aqui.


A minha observação é sobre o AM, padrão de transmissão que vem sofrendo sucessivas perdas de ouvintes, tanto pela má programação quanto pela qualidade do áudio. Para compensar a falha técnica, algumas emissoras jornalísticas replicam a mesma programação do AM no FM e garantem bom retorno de audiência no segmento. Como exemplos temos a CBN, pioneira, a Bandeirantes AM e Jovem Pan AM. Esta última transmite apenas parte da programação jornalística, pela manhã, através da Pan 2, em FM. A BandNews, embora seja adepta do all news opera, desde a fundação, apenas em FM. As emissoras que resultaram da fusão Eldorado/ESPN ainda são inexpressivas e vamos deixá-las de fora. O pessoal da marginal  até pode achar ruim, mas não muda nada no contexto.


Recentemente, a Tupi Am, de São Paulo, que ocupa o dial em 1150 khz, passou a reproduzir o áudio da programação popular pela emissora-espelho, sintonizada em FM  nos 97,3 Mhz. Coisa que a Globo vem tentando, sem sucesso, pois não consegue uma emissora disponível, na capital paulista, para retransmitir os programas do AM. Já falei disso, 
aqui.

Os números divulgados pelo Bastidores do Rádio, em 13 de outubro, cobrem o período de julho a setembro. O ranking do AM, pode ser visto aquiNele, é clara a pequena diferença entre as rádios Globo e Capital, na briga pela liderança. Enquanto a emissora global soma 0,79% de audiência, com 133.148,87 ouvintes por minuto, a rádio Capital tem 0,62%m com 104.880,70 ouvintes por minuto. Falta muito pouco para a Capital alcançar a Globo e, certamente, ultrapassá-la. Com a emissora do Paraíso nos calcanhares, o AM da rua das Palmeiras deve se mexer. E aqui, não se trata, apenas, de melhorar o áudio. A direção da casa sabe disso melhor do que eu.

A rádio Globo ainda mantém a dianteira, muito em função do futebol comandado por Oscar Ulisses, irmão do pai da matéria, Osmar Santos, o querido Garotinho. Mas, daqui para a frente a diferença de Ibope entre Globo e Capital tende a diminuir. Não porque o esporte da Capital esteja ameaçando a equipe de Oscar Ulisses, mas porque a programação popular da Capital ganhou um grande reforço: Paulo Barboza.

Experiente e carismático, o consagrado radialista está de volta ao ar desde o último dia 12 de outubro, depois do rapa-geral na Record. Dono de uma grande legião de fãs, Paulo Barboza deve traduzir em sólidos números de Ibope um considerável reforço para a rádio do grupo Morizono. A “briga” que já é acirrada, tende a ficar mais intensa. Embora o número de ouvintes por minuto no AM seja inferior ao do FM, ainda representa um mercado comercial de bom tamanho e nada desprezível.

Nos próximos dias, semanas e meses teremos uma luta surda, porém notável, no AM de São Paulo. Dessa briga estão fora as rádiosall news. O “pega” promete ser interessante no dial das populares. Em breve, teremos a oportunidade de conferir se a estratégia da Tupi de transmitir em FM a programação do AM vai funcionar. Por enquanto, ainda é uma incógnita, mas, se der certo, será um elemento complicador a mais na corrida em busca do ouvinte. O negócio é se ligar, acertar a sintonia, ajustar o volume e torcer pelo melhor. O melhor para o ouvinte, bem entendido.

Vem aí, Tupi Serviços

por Flávio Guimarães

Nem Paulo Barboza, nem programação musical. A Tupi AM, em 1150 KHz, aposta no jornalismo político e na prestação de serviços com o objetivo de fortalecer a programação matinal.

Quem vai comandar a nova atração, de segunda a sexta, das 07h00 às 09h00, horário nobre do rádio, é o amigo jornalista, radialista e futuro magistrado, José Nello Marques.

A proposta, de início, me agrada muito. Todo espaço dedicado ao jornalismo de serviços deve ser efusivamente saudado, uma vez que a força do rádio precisa, mesmo, atuar em favor da coletividade, transformando-se em porta-voz das reivindicações populares. O profissional escalado para desempenhar a função de elo entre autoridades e a população é mais do que capacitado, além de ser íntegro e ter bom trânsito no ambiente político. Aliás, essa é uma condição fundamental para que a voz do povo tenha as devidas ressonância e representatividade junto ao poder.

O projeto deve estrear nesta segunda-feira ou na segunda da próxima semana. José Nello Marques vai comentar as notícias do dia, ouvir a população, apresentar reportagens e entrevistar personalidades da vida política municipal, estadual e federal. A tarimba de Zé Nello como entrevistador não deixa a menor dúvida sobre o êxito da empreitada. Além disso, o programa vai contar com a participação diária de outro grande amigo, José Maria Della Guardia Scachetti, o nosso Super Zé Maria, natural de Serra Negra, São Paulo. Dono de voz excelente, personalíssima, com um timbre de causar inveja aos profissionais do setor, José Maria Scachetti é uma caixa acústica tonitruante. A função dele será a de atualizar as notícias nas manhãs do rádio. Os acontecimentos em cima da hora serão anunciados com rapidez e energia. O som alto, forte e claro da voz de José Maria é poderoso o bastante para se fazer ouvir em meio ao ritmo frenético da cidade que não pode parar.

Leia mais aqui

Caso Capital: o poder da mensagem

Por Flávio Guimarães

Prevalece o bom senso, afinal. No reino das palavras, nem sempre são escolhidas as que melhor exprimem o que se pretende dizer. Mesmo  profissionais da palavra, escrita ou falada, podem não fazer a melhor escolha.

Quando isso acontece, em qualquer nível, teor ou circunstância, o resultado são as penumbras verbais que, infelizmente, não deixam ver nem ocultam de todo. Pior, projetam silhuetas a partir das sombras que, naturalmente, podem não corresponder à imagem que se pretende exibir.

Creio que não é preciso dizer mais nada. Luiz Carlos Ramos, diretor de jornalismo da rádio Capital, e Rodney Brocanelli, editor do blog RADIOAMANTES, corroboraram, ambos, o que eu disse em dois comentários anteriores, no FG-News, sobre a possível venda da rádio Capital.

Repare: Ramos, ao desejar que a emissora do Paraíso “continue na atual fase de equilíbrio e sucesso, seja nas mãos do atual proprietário, seja com quem eventualmente vier a ter o controle da emissora”, deixa claro que nem mesmo os profissionais contratados da casa sabem, ao certo, o que vai acontecer.

Rodney Brocanelli, conclui, sem pestanejar, que “as informações desencontradas saem de dentro da própria Rádio Capital, a partir de seus comunicadores, seja no ar ou em outros espaços”.

Apenas para esclarecer a questão, nossas fontes não se limitam aos domínios do território daquela emissora – nem poderia ser assim – e nunca insinuei que estivesse recebendo informações “de dentro”. O que publiquei foram os rumores circulantes no mercado. Porém, o fiz baseado em fatos. Nada mais.

Só mencionei alguns nomes, posteriormente, porque a mensagem de Luiz Carlos Ramos a Rodney Brocanelli dizia, no final “não considero positiva a circulação desencontrada sobre a possível venda da Capital, mas compreendo a ansiedade de jornalistas, do público e das empresas em torno do futuro de cada grande veículo de comunicação do País. Para atenuar tal situação, nada melhor que a transparência.”

Com a insinuação, nas entrelinhas, de que estávamos falando o que não sabíamos, sem conter a “ansiedade”, revelei apenas duas ou três evidências de que não inventei um detalhe sequer sobre o que se comentava, inclusive na emissora.

A propósito, Luiz Carlos poderia ter se dirigido a mim diretamente, pois o blog RADIOAMANTES esclareceu, com muita clareza, que o texto, de minha autoria, era reprodução de matéria postada no FG-News. Por sinal, diga-se, a replicação do texto foi uma iniciativa pessoal de Rodney, a quem agradeci, por reconhecer que o gesto me conferia maiores visibilidade e penetração no segmento em que o RADIOAMANTES se destaca.

Luiz Carlos Ramos sabe, como jornalista, escritor e professor, que uma vírgula muda o texto e o contexto. E o pecadilho, se de fato houve algum, deve ser creditado ao viés da dúvida que tem permeado as informações envolvendo a venda ou o arrendamento da Capital.

Ao agradecer a manifestação de Luiz Carlos Ramos pelo completo restabelecimento de minha saúde, deixo claro que também não tenho o menor interesse em polemizar. Nunca tive.

A polêmica não informa, distorce. E o nosso dever jornalístico é o de levar ao leitor somente a informação. Transparente, embasada em fatos e não em boatos.

Os fatos, até pela insistência com que vêm se repetindo, mostram que existe o interesse de um grupo sobre a rádio Capital. Se as partes envolvidas vão bater o martelo, se já não o fizeram, é assunto para se verificar em breve.

Por último, não houve e nem haverá ataques ou afirmações desairosas ou ansiosas no FG-News, a nortear o rumo de nosso trabalho. Não conheço pessoalmente a Luiz Carlos Ramos, como ele também não me conhece. Portanto, tal hipótese não tem sustentação.

Se houvesse algum sentimento que não fosse o amor pela correção noticiosa – acima de tudo – haveria, isto sim, uma ponta de carinho pela emissora que vi nascer, pelas mãos de Hélio Ribeiro, em 25 de janeiro de 1978.

Na época, um “garoto” de 28 anos, quase fui um dos fundadores da emissora que deu origem à, então, Rede Capital de Comunicação. Preferi permanecer na Bandeirantes, meu amor platônico, se assim eu pudesse definir a emissora do Morumbi.

Em um ponto, pelo menos, ambos concordamos, Luiz Carlos: palavras são mais que apenas palavras, pois elas determinam o verdadeiro Poder da Mensagem. No que, aliás, Hélio Ribeiro era genial.

Comentário: Com a publicação deste texto e do anterior, de Luiz Carlos Ramos, dou por encerrada essa polêmica.  Só vou discordar do nobre amigo Flávio quando diz que  “a polêmica não informa, distorce”. Quando levada em alto nível, como agora, ela pode ser muito esclarecedora para todos. (Rodney Brocanelli)

Caso Capital: transparência opaca revela só o que interessa

Por Flávio Guimarães

Preocupado com o que classifica de “circulação desencontrada sobre a possível venda da Capital, o jornalistaLuiz Carlos Ramos teve o cuidado de enviar um e-mail para Rodney Brocanelli que mantém o blog Radioamantes, conhecido da comunidade que atua no setor de radiodifusão.

O teor da mensagem do jornalista é praticamente o mesmo que este blog divulgou, ontem, 18 de janeiro, na matéria RUMORES DE MERCADO SUGEREM DISPUTA DO ESPÓLIO ARTÍSTICO DA CAPITAL exceto, é claro, pela a tonalidade ressentida que se nota na redação de Ramos.

Apregoando transparência, o colega não esclarece, todavia, que tudo começou com a informação, prestada por um profissional da casa, Adriano Barbiero, que, entre outras atividades, é editor do site Bastidores do Rádio.

O texto de Adriano, publicado em 12.01, citava a reunião, convocada pelo diretor geral da emissora, Chico Paes de Barros. Depois de comunicar “que essa reunião tem o intuito de ouvir a opinião e sugestão de todos, quanto aos projetos da emissora para o decorrer desse ano de 2011”, o editor do site deixou uma indagação no ar: será?

No mesmo dia 12, Bastidores do Rádio atualizou a nota, informando sobre o adiamento da reunião “para o final de janeiro em data e horário ainda não definidos”.

Como se não bastasse, no dia seguinte, o mesmo Bastidores publicou nota para avisar que Chico Paes de Barros “teria nesta quinta-feira (13) uma reunião com a alta direção da emissora no escritório da RS Morizono, onde seria definido o orçamento para 2011”.

Agora, o ponto culminante nessa história que Luiz Carlos Ramos considera “desencontrada”: Paulo Lopes, no programa de debates que comanda na Capital, já havia se queixado, no ar. Como a emissora estaria à venda, Lopes não poderia garantir a participação dos  convidados do programa na semana seguinte. Ninguém sabia – disse ele – se a atual programação seria mantida. Acho que mais transparente que isso é impossível.

Então, o FG-News publicou as informações, em 14 de janeiro, sob o título VENDA DA RÁDIO CAPITAL PODE SER O TROCO.

O FG-News, visando a preservar profissionais que poderiam sair chamuscados do episódio, ao terem seus nomes relacionados a tudo quanto se comentava sobre a Capital, optou por informar os fatos sem se escudar neste ou naquele. Até porque os fatos são  demais eloquentes e bastam.

Portanto, de nossa parte não houve ansiedade a determinar a publicação da matéria, pelo contrário. Viemos a público somente no dia 14, após o Bastidores ter veiculado duas notas sobre o assunto.

O blog RADIOAMANTES, substituindo apenas a nossa manchete, reproduziu, na íntegra, o texto que publicamos, na certeza de que temos credibilidade de sobra para divulgar apenas fatos, dispensando comentários por “ouvir dizer”, comuns nessas ocasiões.

Aliás, diga-se, a própria ausência de Chico Paes de Barros, em férias, de certa forma contribuiu para o desdobramento das notícias. Por certo, ninguém na emissora estava autorizado a tocar no assunto e, convenhamos, manda quem pode e obedece quem tem juízo, não é mesmo?

Note-se, também, que a nota de esclarecimento, publicada pelo RADIOAMANTES, foi emitida somente no dia 18. Seis dias depois da primeira informação, do Bastidores, que colocava em dúvida a natureza da reunião de Chico Paes de Barros com Nelson Morizono, proprietário da rádio Capital.

Transparência e isenção fazem parte da matéria prima fundamental na veiculação da notícia. É condição sine qua non para o exercício do bom jornalismo. E Luiz Carlos Ramos sabe disso, como profissional do setor.

Entretanto, na hora de explicitar o caráter de normalidade de que se revestem as atuais atividades na rádio Capital, Ramos fez questão de lembrar, com inteira justiça, Eli Corrêa, mas, de passagem destacou que o departamento de jornalismo, aliás dirigido pelo autor do esclarecimento, mantinha-se “voltado para a prestação de serviços com um estilo de rádio popular sem sensacionalismo, em respeito ao ouvinte”.

Talvez tenha sido de caráter emocional o lapso do colega. Ao clamar por transparência, Ramos revelou apenas Eli e a própria equipe de jornalismo da casa, esquecendo-se de mencionar, entre outros, Paulo Lopes, Paulinho Boa Pessoa e Luiz Aguiar, por exemplo, que continuam na emissora onde tudo vai bem.

Com a omissão aos demais, o diretor de jornalismo da Capital ressaltou o trabalho “sem sensacionalismo, em respeito ao ouvinte”, mas desrespeitou colegas que, igualmente, vivem o mesmo drama da incerteza.

Os três anos de equipe esportiva e o novo logotipo da emissora, este blog não deixou de mencionar. Entretanto, nem sempre tudo é o que julgamos ver. Nem sempre.

Desejamos, com sinceridade, que a conclusão desta história seja a mais feliz para todos os envolvidos nela. Digo isto, até motivado por uma evidência entristecedora, qual seja, a diminuição irreversível do mercado profissional de trabalho.

Todavia, sob nenhuma hipótese, mesmo em um momento como este, pode-se concordar com alegações de açodamento e intranquilização do meio, devido a informações desencontradas que tumultuam o cenário.

Sugiro que o blog RADIOAMANTES replique esta postagem, até para, preventivamente, livrar-se da acusação que emana do texto de Luiz Carlos Ramos: as notícias sobre a venda ou arrendamento da Rádio Capital são fruto da ansiedade por informar.

Ao FG-News não foi endereçado nenhum esclarecimento, embora a origem da informação sobre o caso Capital, tenha sido convenientemente divulgada no RADIOAMANTES, por Rodney Brocanelli. Mas sou capaz de entender as razões que levam a esse tipo de gesto, que apenas me fortalece.

O silêncio – ou posso denominar omissão? – falou muito alto e foi determinante para a construção do quadro que ora Luiz Carlos tenta nos fazer acreditar ser fruto da desinformação. O esclarecimento veio tarde demais.

Como dizem, o tempo é o senhor da razão. Se a venda ou arrendamento da Capital não se concretizar que fique, pelo menos, a lição. Até para desmentir é preciso falar na hora certa. Se deixar o tempo passar, o esforço pode ser inútil.

Então, vamos dar tempo ao tempo.

 

Onde há fumaça, há fogo?

Por Flávio Guimarães

O mercado de radiodifusão está agitado desde a divulgação de que o bispo Edir Macedo, da Rede Record, estaria interessado na compra da Rede Transamérica de rádio, de Aloysio de Andrade Faria. A intenção do líder da IURD (Igreja Universal do Reino de Deus) seria a de formar uma rede de emissoras no formato all news, ou seja, notícia o tempo todo, a exemplo da CBN e BandNews. Aos noventa anos – quem diria? –, Dr. Aloysio, como é chamado, ainda cumpre expediente diário na Alameda Santos, sede do Banco Alfa, proprietário da Rede Transamérica de Rádio, entre outros empreendimentos.

Dizem que chega ao local de trabalho, antes da sete da manhã e acompanha tudo de perto, com incrível vitalidade. O superintendente da rede de rádio, baseado em São Paulo, Luiz Guilherme  Albuquerque, não foi encontrado na emissora. Estaria em viagem, com retorno previsto para amanhã(?). Conversei, então, com uma fonte da empresa. Ela me disse, em off, que o clima é de tranquilidade nos altos de Pinheiros.  Ninguém comenta o assunto, embora todos saibam da notícia publicada pela coluna Holofote, da Revista Veja, edição Edição 2193, datada de 01 de dezembro de 2010, sob a responsabilidade do jornalista Felipe Patury. Segundo a fonte da Transamérica, recentemente teria havido reunião com o Dr. Aloysio, quando se tratou da programação para 2011. Assim, a informação de Patury não procederia.

No entanto, a vida é dinâmica, como sabemos, e o mundo dos negócios é muito mais. Nada que uma boa soma em dinheiro não seja capaz de modificar. Na Rede Record não se toca no assunto. O dono da palavra é Edir Macedo, mas, até o momento, não houve um pronunciamento oficial sobre o fato. Vamos aguardar.

A recuperação de Flávio Guimarães

Por Rodney Brocanelli

Desde o mês de abril, acompanhamos com muita atenção as notícias sobre o estado de saúde do jornalista e radialista (e nosso leitor) Flávio Guimarães (com passagens por Rádio Bandeirantes, TV Cultura, entre outros grandes veículos). Vitimado por uma bactéria, ele foi internado no Hospital Universitário, permanecendo lá por 34 dias. Esteve inconsciente e em estado considerado grave durante grande parte deste período. As notícias vinham  por intermédio de seu blog, em postagens feitas por suas filhas. No último dia 1º, ele mesmo voltou a acessar o espaço e escreveu um comovente texto para falar sobre esses dias complicados, agradecendo a todos pelo apoio, correntes de orações e pensamentos positivos. “Obrigado, obrigado, obrigado” é a forma com a qual ele inicia e encerra seu texto. Leia-o na íntegra acessando aqui.