O Pânico virou uma vítima do próprio nome

Por Marcos Lauro

Sou ouvinte do programa Pânico, da Jovem Pan, desde o meio da década de 1990, pouco depois da sua criação, em 1993. Também peguei ótimos momentos do programa que foi praticamente o seu antecessor e inspiração, o Djalma Jorge Show, e acabei ouvindo a rede num dos seus melhores momentos: Ritmo da Noite, As 7 Melhores… programas que viraram coletâneas e eram vistos nas ruas, nas prateleiras das lojas de discos. Minha relação com o Pânico sempre foi de fã – Emilio Surita é referência pra minha locução até hoje e acredito que seja pra 9 a cada 10 locutores que eu conheço. O cara é de uma geração que ensinou locutores de todo o Brasil a se relacionar com um público jovem, até então novidade pra um rádio que alcançava gente mais adulta. Me lembro de levar um walkman pro escritório onde eu trabalhava para poder ouvir o Pânico no almoço e tinha que me esforçar pra não rir alto no trabalho. Saiu o CD do Pânico, com letras de Rosana Hermann e arranjos de Maestro Billy, gente que me orgulho de conhecer e me relacionar hoje em dia, que tenho até hoje – não comprei na época, mas ganhei de uma amiga que tinha o CD em casa, meio jogado e desvalorizado num canto. Na cara de pau, pedi e ela me deu. Está bem guardado na minha coleção de CDs.

A gente vai ficando mais adulto e os interesses mudam, mas posso dizer que nunca deixei de ouvir o Pânico. Posso ter me distanciado durante algum tempo por conta das correrias do dia a dia (o programa é das 12h às 14h, não é um horário fácil pra parar tudo e ouvir), mas sempre retomo, me atualizo sobre as trocas de elenco e novidades. O programa mudou muito nos últimos tempos, especialmente depois que foi para a TV.

O programa (no rádio, não estou falando sobre o Pânico na TV, que era outra coisa) foi construído sobre factóides e personagens que exploravam os seus limites. Tanto é que integrantes já saíram do programa rompidos com o elenco e até processando Tutinha, dono da Jovem Pan e responsável pela marca. Então, é uma regra para qualquer um que queira participar do Pânico: a brincadeira não tem limites. Combinando ou não antes de entrar no ar, nenhum membro vai titubear na hora de expor suas fraquezas e tripudiar. Tudo por conta do humor, que não tem e não deve ter limites impostos por ninguém além daqueles que o praticam. Quem ouve e acha graça, fica. Quem acha apelativo, muda de rádio e não enche o saco (como Emilio fala ainda, até hoje, quando alguém questiona algo sobre o programa). Faz parte do show.

A Jovem Pan, hoje, tem um lado político na sua cobertura dita jornalística. E isso é positivo, a partir do momento em que você tem as cartas na mesa, sem blefes. O público merece saber as opiniões dos profissionais que ouve, concordando ou não. Mas o perigo atual – e motivo da decadência do Pânico – é essa mistura entre a posição política e humor.

O humor é uma ferramenta política. Mesmo o humorista que diz não querer saber de política está fazendo política – a de ser alienado por opção e transmitir isso no seu trabalho (vale lembrar que a palavra “alienado” não carrega, necessariamente, um sentido negativo… é uma condição). Sendo assim, quando um humorista adota um discurso extremamente reacionário e violento e inclui no seu trabalho, ele humaniza esse discurso e o torna palatável. E o Carioca, no programa desde 1998, se tornou esse cara que humaniza o discurso reacionário de uma maneira bem poderosa. Só para citar um exemplo do Pânico na TV (que se reflete em sua postura no rádio): Quando ele imitava a ex-presidente Dilma Rousseff, ela sempre estava brava, em situações que beiravam o ridículo (quando não o eram) e insinuando dúvidas sobre sua sexualidade. Agora, nos últimos tempos de programa na TV, Carioca fazia uma imitação do deputado Jair Bolsonaro: sempre sorrindo, contando piadas, com um jeito bonachão e conversando com a população nas ruas. Ou seja, Carioca reflete no seu trabalho de artista as suas opiniões pessoais, que hoje explicita durante o programa no rádio. Em praticamente todas as entrevistas, Carioca dá um jeito de cutucar o entrevistado com frases fortes, opiniões duvidosas e tom de voz alto, o que chega a ser falta de educação – afinal, a pessoa foi convidada para estar ali.

Do outro lado, Amanda Ramalho. No programa desde 2003, a ex-ouvinte representa a ala “esquerdista” – termo dito sempre de forma pejorativa. Mais uma vez e reforçando o que foi dito no início do texto: o Pânico é formado por personagens. Aqui não analiso as pessoas (não conheço o Carioca pessoalmente, por exemplo), mas sim o que elas transmitem durante o programa. Amanda se mostra acuada e inquieta quando Carioca começa a vociferar as suas opiniões e parte para o confronto direto – no YouTube há o trecho de uma das “brigas” da dupla.

Carioca testa os limites de alguns convidados e se esquece de que as pessoas não fazem parte do seu joguinho. Ele quer provocar um estresse real em quem está lá apenas pra falar sobre o seu trabalho.

Perceba que todas as “tretas” estão bem editadinhas e publicadas no canal oficial do programa no YouTube. Ou seja, a Jovem Pan fatura com o conteúdo e não está muito interessada em saber se a repercussão vai ser negativa ou positiva.

Emilio tenta fazer um papel apaziguador no ar quando pega os extremos e dá uma suavizada no discurso, mas não adianta muito. E não deve ser para adiantar mesmo, já que, como segunda voz do programa, atrás apenas de Tutinha, ele teria liberdade para tirar integrantes que não estivesse atuando de uma maneira correta com os convidados e seus colegas de bancada.

No fundo, é triste que o programa tenha virado isso. Em vez de um programa de humor, um gerador de estresse. Com a audiência da emissora em baixa quando comparada aos tempos áureos, é o clique e a quantidade de views no YouTube que valem. O Pânico virou vítima do próprio nome.

“Rachando o Bico”, da Transamérica, recebe prêmio da APCA

Na terça-feira, dia 12 de março, aconteceu a cerimônia de entrega dos prêmios da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), no Sesc Pinheiros, em São Paulo. O evento foi apresentado por Herson Capri e Marília Gabriela.

O quadro Rachando o Bico é interpretado com imitações do humorista Alexandre Porpetone e colaboração de Renato Tortorelli. As imitações e os personagens de Porpetone são conhecidos nacionalmente. O humorista tem um quadro fixo no programa humorístico “A Praça é Nossa” no SBT onde interpreta diversos personagens em paródia a celebridades entre eles Cabrito Tevez (imitação de Carlitos Tévez), Ronalducho (Ronaldo), Vanderley Luxisburguer (Vanderlei Luxemburgo), Raul Gel (Raul Gil), Dimalricy (Muricy Ramalho), Hepatite (Tite). Além disso, participa de um quadro no Programa Silvio Santos.

Esse é o quarto ano consecutivo que algum programa da Transamérica recebe o APCA. Em 2009, o Galera Gol comandado por Thomaz Rafael ganhou o prêmio na categoria “Melhor Programa de Humor”. Já em 2010, foi a vez do programa Segunda-Feira Sem Lei, comandado por Pitty e Daniel Weskler, vencer o prêmio na categoria “Programa Revelação”. Em 2011, a emissora voltou a premiação com o Papo de Craque na categoria “Melhor programa esportivo”. Nesse ano, o prêmio foi para o quadro humorístico “Rachando o Bico” idealizado pelo humorista Porpetone.

 

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Vuvuzela faz barulho na programação da Bradesco Esportes FM

Por Marcos Lauro

Você deve conhecer o site Sensacionalista, que faz sucesso na internet com seu “jornalismo mentira”. O site já virou até programa de TV, no Multishow.

Marcelo Zorzanelli é um dos fundadores do Sensacionalista e, a partir de hoje, encara o desafio em outra mídia: o rádio.

Vuvuzela é o nome da atração que faz humor com “jornalismo mentira”. Após sair da equipe do Sensacionalista, Zorzanelli recrutou Leo Lopes e Daniela Monteiro (os dois do podcast Radiofobia) para fazer graça com o esporte como tema, aproveitando a programação da emissora.

Zorzanelli participou também da equipe que fundou a revista ALFA, da Editora Abril. Mas saiu da publicação, para se dedicar totalmente ao Vuvuzela.

Vuvuzela irá ao ar em quatro horários: 6h43, 8h13, 12h43 e 16h13.

As 11 melhores gafes do rádio esportivo em 2010

Por Rodney Brocanelli

Fim de ano, época de retrospectivas. O Radioamantes começa a temporada trazendo aqui as melhores gafes do rádio esportivo em 2010.

10) Ulisses Costa, da Rádio Bandeirantes, abriu o ano de 2010 achando que ainda estava em 2009. Aconteceu na partida de abertura do campeonato paulista entre Palmeiras x Mogi Mirim.

9) Ao comemorar a repercussão de seu furo de reportagem dando conta de que o jogador Robinho estaria deixando o Manchester City, Milton Neves troca as bolas e erra a emissora em que é exibida o programa Domingo Espetacular (Mas desta vez, a culpa é da Record, que não tem criatividade para dar nomes a seus programas jornalisticos).

8) Durante a transmissão de Palmeiras x Ituano, partida válida pelo campeonato paulista de 2010, o narrador José Silvério levou um susto com a entrada repentina de uma voz feminina (a de Telma Emerick) pelo sistema de som do estádio Palestra Itália.

7) Durante o Domingo Esportivo Bandeirantes do dia 31 de Janeiro de 2010, o apresentador Milton Neves entrevistou a cantora Aline Calixto achando que estava conversando com a cantora Aline Barros. Demorou um pouco para cair sua ficha.

6) Milton Neves conseguiu mais uma proeza. Ele esqueceu o nome de um ex-diretor do banco Bradesco cujo nome disse jamais esquecer.

5) Durante a transmissão de Guarani x Santos, um cachorro latiu, derrubou o repórter Alex Muller, da Rádio Bandeirantes, e fez Ulisses Costa rir bastante.

4) Durante o programa Terceiro Tempo, da Rádio Bandeirantes, Milton Neves pretendia informar sobre os resultados dos jogos da quarta-feira, 28 de abril. O problema é que ele estava com o papel que trazia os jogos do dia seguinte, quinta-feira. Não ia dar certo mesmo.

3) Durante a partida entre Brasil x Costa do Marfim, válida pela Copa do Mundo, o narrador José Silvério descobriu que tinha mais um jogador brasileiro em campo, além dos onze escalados por Dunga Sim…ele mesmo: Mauro Beting.

2) Durante a grande final da Copa Libertadores entre Internacional e Chivas, o narrador Pedro Ernesto Denardin, da Rádio Gaúcha, disse que Rafael Sóbis ficou com o pinto de fora. Explica-se: o jogador Tinga teve o seu calção manchado de sangue e não poderia prosseguir na partida dessa maneira. Sóbis ofereceu o calção que tinha usado na partida (já fora substituido) ao companheiro.

1) No meio de uma das transmissões do Mundial pela Rádio Bandeirantes, Ulisses Costa chama o comentarista Mauro Beting, que está desprevenido e sai da situação de forma bem-humorada.

Hours-concours – O susto que Mauro Beting aplicou em Milton Neves em uma das edições do Terceiro Tempo de 2010 foi a melhor do ano.

Milton Neves- Susto (22-09-2010) by rbrocanelli

Clique aqui para saber quais foram as melhores gafes do rádio esportivo em 2009