Narradores de futebol viram caçadores de curtidas

Por Rodney Brocanelli

Nos últimos tempos, muitas emissoras de rádio passaram a veicular suas jornadas esportivas em sites como o Facebook e o YouTube. Essa é uma forma de procurar atingir a um público maior, além dos já tradicionais aparelhos receptores. Essas transmissões são popularmente conhecidas como lives, na linguagem da Internet. Elas servem também para divulgar seus respectivos perfis ao público que as prestigiam. O grande problema acontece quando os narradores deixam de lado o jogo para ficar pedindo por likes.

Pois é, verdadeiras feras da narração de futebol simplesmente abandonam a partida de futebol que está acontecendo e ficam pedindo repetidas vezes para que espectadores e ouvintes curtam os perfis das emissoras nos já citados sites. A briga não é mais por audiência, mas por número de curtidas.

Aliás, fala-se em curtida ou mesmo em like. No entanto, essas expressões designam nada mais que uma assinatura do internauta. No YouTube, ainda tem um outro recurso que é chamado de “sininho”. Clicando nele, o assinante passa a receber notificações de transmissões em geral ao vivo.

Nada contra esse tipo de divulgação. Afinal, para usar um clichê surrado, propaganda é a alma do negócio. No entanto, trocar as emoções da bola rolando em uma partida de futebol  para chamar likes, curtidas ou algo nessa linha de forma exagerada acaba por gerar aborrecimentos a quem apenas quer se informar sobre o que acontece dentro e fora das quatro linhas.

Nomes e emissoras não serão citados aqui para não ferir suscetibilidades. O Radioamantes já flagrou essa prática em pelo menos duas grandes rádios de São Paulo e vinda de narradores com larga experiência no ofício.

Entrevistas históricas com narradores e repórteres esportivos são resgatadas no YouTube

Por Rodney Brocanelli

O radialista André York vem publicando em seu perfil no YouTube diversas entrevistas que ele conduziu com profissionais da imprensa esportiva de rádio e televisão. Com os nomes de “Narrador Esportivo” e “Repórter Esportivo”, as séries foram veiculadas pela Rádio Banda B, de Curitiba, dentro do tradicional programa Arremate Final, entre os anos de 2009 e 2010. Nos bate-papos, histórias deliciosas de bastidores e aspectos das carreiras dos personagens convidados. André deixou o rádio há alguns anos, mas, ao contrário de muita gente que passa em brancas nuvens, ele deixou um belo legado para o público que prestigia as jornadas esportivas da vida.

Acesse o canal de André York no link abaixo (explore o canal para acessar as entrevistas já publicadas):

https://www.youtube.com/user/andreyork01/videos

Ouça a entrevista feita com Flávio Araújo, que por muitos anos foi narrador esportivo da Rádio Bandeirantes.

André York

Morre Daisy Lúcidi

Por Rodney Brocanelli

Morreu nesta quinta (07), a atriz a radialista Daisy Lúcidi, infelizmente mais uma vítima do Covid-19, mais conhecida como Coronavírus. Desde o dia 25 de abril, ela estava internada no CTI do Hospital São Lucas. Daisy tinha 90 anos, completados em agosto de 2019.

No rádio, seu nome esteve ligado à Rádio Nacional, do Rio de Janeiro. Foi radioatriz e apresentadora de programas tanto de auditório, como de estúdio. Em 1971, ela teve uma atração solo na grade de programação chamado “Alô Daisy”. Ela ficou na Nacional, até 2018, quando aderiu ao Programa de Demissão Voluntária da Empresa Brasileira de Comunicação, que controla a emissora. O site da Agência Brasil, que também está sob o guarda-chuva da EBC, fez um bom apanhado de sua carreira no rádio (clique aqui).

Em televisão, atuou em diversas novelas da Rede Globo, entre as quais, podem ser destacadas Bravo!, O Casarão, Babilônia, Paraíso Tropical, Passione, Geração Brasil e do seriado Tapas e Beijos.

Daisy Lúcidi foi casada com Luiz Mendes, nome histórico da crônica esportiva brasileira.

A EBC divulgou uma nota de pesar: “A Direção da EBC e todos os nossos profissionais se solidarizam e transmitem seus mais sinceros sentimentos aos familiares neste momento de perda e dor.” Na nota, a empresa destaca o papel de Daisy Lúcidi para a comunicação brasileira, assim como a “duradoura e brilhante trajetória da apresentadora na Rádio Nacional”.

Veja abaixo um depoimento de Daisy sobre o aperto vivido pelos antigos funcionários da Rádio Nacional durante a ditadura militar.

Veja também um vídeo gravado pelo jornalista Sergio Du Bocage quando Daisy comemorou 66 anos de trabalho na Rádio Nacional.

Daisy Lúcidi

Irene Ravache participa do programa “Antenados” deste sábado

O programa “Antenados”, da Rádio Bandeirantes, leva ao ar neste sábado (01) uma entrevista exclusiva com a atriz Irene Ravache, que está em cartaz com o monólogo “Alma Despejada”, no Teatro Folha, em São Paulo. No espetáculo, a veterana interpreta Teresa, uma senhora com mais de 70 anos que, depois de morta, faz a última visita à casa onde morava, resgatando suas memórias em um tom que transita entre o cômico e o dramático.

Em entrevista ao jornalista Danilo Gobatto, a artista falou sobre sua paixão pelos palcos. “Eu assisti musicais que transformaram minha vida, como ‘My Fair Lady’, por exemplo. Foi vendo Bibi Ferreira e Paulo Autran que falei: ‘Eu quero fazer parte do teatro’”, relembra.

O programa ainda recebe os atores Luiz Amorim e Mateus Carrieri, que estão em cartaz com a adaptação teatral de “O Vendedor de Sonhos”, best-seller de Augusto Cury, no Teatro Fernando Torres, também na capital paulista.

O “Antenados”, apresentado por Danilo Gobatto, vai ao ar neste sábado, às 19h30, na Rádio Bandeirantes.

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Irene Ravache no Antenados

Ouça os gols da semana

Por Rodney Brocanelli

No Maracanã, o Flamengo bateu o Santos pelo placar de 1 a 0. Ouça a narração de Luiz Penido, da Rádio Globo.

No Beira-Rio, o Internacional venceu o América-MG pelo placar de 2 a 0. Ouça a narração de Pedro Ernesto Denardin, da Rádio Gaúcha.

Brigando por vaga na Libertadores, São Paulo e Grêmio empataram pelo placar de 1 a 1. Ouça a narração de Daniel Oliveira, da Rádio Bandeirantes.

Mais um triunfo do Palmeiras diante de sua torcida, desta vez sobre o Fluminense: 3 a 0. Ouça a narração de Ulisses Costa, da Rádio Bandeirantes.

O Atlético-MG venceu, fora de casa, o Paraná: 1 a 0. Ouça a narração de Hugo Sergio, da Rádio Super Notícia.

Outro triunfo mineiro desta rodada foi o do Cruzeiro, que venceu o Corinthians pelo placar de 1 a 0. Ouça a narração de Alberto Rodrigues, da Rádio Itatiaia.

Ouça também a narração de Fausto Favara, da Rádio Jovem Pan.

Empate ruim para as pretensões do Vasco em fugir da Zona do Rebaixamento: 1 a 1 contra o Atlético-PR. Ouça a narração de Odilon Junior, da Super Rádio Tupi.

No Pacaembu, a Chapecoense venceu o Santos pelo placar de 1 a 0. Ouça a narração de Rafael Henzel, da Rádio Oeste Capital.

Os gols da semana

Por Rodney Brocanelli

Os dois primeiros colocados deste Brasileirão jogaram nesta quinta-feira. Vamos começar com o Corinthians, que venceu o Bahia pelo placar de 3 a 0 em casa. Ouça a narração de Oscar Ulisses, pela Rádio Globo.

Ouça também a narração de Márcio Rodrigues, da Premium Esportes.

O Grêmio derrotou o Coritiba e segue na cola do líder: 2 a 0. Ouça a narração de José Aldo Pinheiro, da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre.

Ouça também a narração de Marcelo de Bona, da Rádio Gaúcha.

A Ponte Preta venceu o Cruzeiro em Campinas. Ouça a narração de Leandro Bollis, desta vez a serviço da Rádio Bandeirantes, de Campinas.

Em uma partida que demorou muito para voltar a acontecer na série A, o Botafogo venceu o Vasco pelo placar de 3 a 1. José Carlos Araújo narrou na Super Rádio Tupi.

Sport e Atlético-MG empataram pelo placar de 2 a 2. Ouça a narração de Milton Naves, da Rádio Itatiaia.

Borja desencantou e marcou o gol solitário da vitória do Palmeiras sobre o Atlético-GO. Ouça a narração de Daniel Senna, da Premium Esportes.

Ouça também a narração de Nilson Cesar, da Rádio Jovem Pan.

Depois do empate amargo no clássico, o Fluminense se recuperou com uma vitória sobre o Avaí: 3 a 0. Ouça a narração de Sergio Murilo, da Rádio Guarujá.

A má fase do São Paulo parece não ter mais fim. Outra derrota, desta vez fora de casa, para o Atlético-PR. Ouça a narração de Caio Junior, da Rádio Banda B.

O Santos, por sua vez, segue vencendo fora de casa. Desta vez, em Salvador, batendo o Vitória: 2 a 0. Ouça a narração de Ricardo Melo, da 105 FM.

Cruzeiro e Grêmio fizeram um clássico de primeira linha, com alta qualidade técnica e muitos gols. Ouça a narração de Daniel Oliveira, da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre.

Ouça também a narração de Alberto Rodrigues, da Rádio Itatiaia.

O Criciúma obteve mais uma vitória, desta vez na partida contra o Londrina, no estádio do Café. Ouça a narração de Joel Bernardo, da Rádio Difusora AM.

Emissoras de rádio vão usar internet como alternativa ao horário eleitoral

Por Rodney Brocanelli

Nesta terça-feira, dia 19, começa o horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio. No que diz respeito ao rádio, a propaganda será veiculado em dois períodos: entre 07h e 07h50 (o horário nobre do veículo) e 12h e 12h50, sempre de segunda a sábado. Para tentar amenizar a fuga de ouvintes, algumas emissoras oferecem uma alternativa: escutar a programação pela internet. A Rádio Bandeirantes, de São Paulo, por exemplo, promete aos seus ouvintes a veiculação normal via web do jornal Primeira Hora e do Esporte Notícia. A Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, também seguirá pelo mesmo caminho: o Gaúcha Hoje e o Esportes ao Meio Dia seguem normalmente nos computadores, tablets e telefones celulares. Esses são apenas alguns exemplos. No primeiro turno, o horário eleitoral será veiculado até o dia 02 de outubro. Em caso de segundo turno, os programas políticos deverão retornar 48 horas depois da oficialização dos resultados e vai até o dia 24 de outubro.

 

Rádio-Gaúcha

 

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A Era do Pós-Rádio

Por Marcos Lauro

Se o Brasil teve sua Era do Rádio a partir de 1936 até a metade da década de 1950, hoje vivemos o que podemos chamar de Era do Pós-Rádio. As preocupações dessas duas ”eras” são bem diferentes: enquanto a primeira tinha a massa como objetivo, a segunda se preocupa (ou pelos menos deveria se preocupar) com a forma, o meio e a linguagem. Nesse artigo, pretendo explicar um pouco mais essa teoria mas sem comparar os dois períodos, que são distintos e não têm nenhuma ligação entre si. E deixo claro também que essas observações são válidas para emissoras instaladas nas grandes cidades. O interior do Brasil, além de grande, é muito rico culturalmente e a dinâmica das rádios e da relação delas com o ouvinte é completamente diferente de uma metrópole.

A culpada pelas grandes transformações no ato de fazer rádio é a internet, sem dúvidas. Na segunda metade da década de 1990, quando houve uma primeira fase de popularização da internet no Brasil, os produtores radiofônicos viram que precisavam se adaptar. Inicialmente, nessa época, essa adaptação se restringia à criação de web-sites e endereços de e-mail das emissoras. Até então, surgia apenas mais um canal de comunicação por onde as demandas dos ouvintes chegavam. E as rádios mais antenadas às novidades já arriscavam as transmissões online, por streaming. Isso era luxo.

Mas defendo aqui um marco, que pode ser totalmente discutível e contestado: o ano de 2000.

Neste ano nascia a web-rádio Radioficina @Jato, uma parceria entre a Radioficina Qualificação Profissional, escola que forma locutores e sonoplastas em São Paulo, e o extinto provedor @jato, que pertencia à também extinta operadora de TV a cabo TVA.

Foi a primeira web-rádio brasileira a transmitir ao vivo com locutores – até então existiam somente os chamados “vitrolões”, apenas com músicas e sem vinhetas ou qualquer intervenção de locutores.

Além do locutor ao vivo, o detalhe que se mostra mais importante: havia uma sala de bate-papo online para interação e, principalmente, pedidos de músicas. Além disso, o chat virava uma atração da própria rádio, pois podia ser comentado no ar. Até esse ponto não há novidades: em vez da carta chegando com o pedido musical, uma frase na tela do chat já resolvia a questão. A diferença é que, nesse momento, o produtor/locutor passava a produzir conteúdo para outro meio que não o radiofônico. O chat precisava ser alimentado com informações ou, pelo menos, respostas para as perguntas dos ouvintes/internautas. Aí é que está a mudança e a chegada do “pós-rádio”.

Transferindo a experiência para os dias de hoje, quando há mídias sociais, aplicativos e sites para serem abastecidos com música ou informação: um produtor não pensa apenas no que vai ao ar mas também em como esse conteúdo vai se transformar num post do Twitter ou do Facebook ou ainda uma matéria no site da emissora.

Desde o marco, em 2000, um produtor/locutor de rádio vai além do estúdio e do microfone e pensa nas possibilidades que aquele conteúdo pode ter em outros meios, com outras linguagens e atingindo outros públicos que não aqueles que estão sintonizados/conectados à emissora.

Vale lembrar que essa característica não é influenciada pelo público alvo da emissora. As rádios voltadas para um público mais velho e menos ativo em mídias sociais também usam as ferramentas que a web oferece hoje. Talvez o que mude seja a freqüência ou a intensidade. Uma rádio jovem precisa dialogar mais com seu público, já que ele “é” (e não “está”) online.

A Era do Rádio, no Brasil, terminou na década de 1950 com a criação e o aumento do interessa pela TV. Já a Era do Pós-Rádio não tem data para terminar. Caso o rádio queira sobreviver, ele terá que sempre pensar nos outros meios e transformá-los em aliados e agregadores de conteúdo e audiência. Essa solução, que vem sendo utilizada de forma bastante criativa em diversas emissoras, cria uma parceria entre o rádio e outros meios, e não um combate.