O presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, participou, ainda que de forma gravada, do programa comemorativo dos 50 anos de O Pulo do Gato, da Rádio Bandeirantes. Lula relembrou de sua época de líder sindical e da cobertura que o jornalístico fazia dos movimentos grevistas dos metalúrgicos do ABC paulista no final dos anos 1970. “Era um programa obrigatório da gente assistir para saber das notícias que aconteciam nas lutas sociais do Brasil. Por isso, eu quero cumprimentar a direção da Rádio Bandeirantes por conseguir manter um programa, sabe, funcionando por tanto tempo”, afirmou.
Lula reservou algumas palavras para o jornalista José Paulo de Andrade, que comandou o programa por 47 anos interruptos. “Quero dizer que tenho muita saudade do meu amigo Zé Paulo de Andrade , companheiro que a gente tinha divergências ideológicas, mas que a gente tinha uma relação de respeito profunda. E eu fico emocionado porque a última entrevista que ele fez foi comigo. Ou seja, depois que ele me entrevistou , passados alguns dias . E eu guardo muita e profunda saudade do Zé Paulo tanto no rádio como na televisão”, disse.
José Paulo de Andrade morreu em julho de 2020 após travar uma batalha contra o Covid-19.
Antes de sua manifestação, o programa colocou no ar um registro antigo de Lula, ainda presidente nacional do PT (Partido dos Trabalhadores) saudando os 20 anos de O Pulo do Gato, em 1993.
A Rádio Bandeirantes veiculou neste domingo (02) uma edição especial de seu mais tradicional programa jornalístico, com uma retrospectiva dos 50 anos em que o programa está no ar, com direito a depoimentos de ouvintes, integrantes antigos e atuais da atração e registros históricos.
O Pulo do Gato, da Rádio Bandeirantes, comemora 50 anos neste domingo, 2 de abril, com uma edição especial que vai ao ar ao vivo, das 6h às 8h, trazendo áudios históricos armazenados no Centro de Documentação e Memória da emissora (CEDOM), vinhetas antigas, mensagens de autoridades, além de depoimentos de pessoas que fazem parte dessa trajetória, como os âncoras Pedro Campos e Silvania Alves, os locutores Pedro Luiz Ronco e Salomão Esper, Cláudio Junqueira, ex-repórter da rádio e autor do livro “Esse Gato Ninguém Segura”, e João Saad, presidente do Grupo Bandeirantes de Comunicação, que fala da importância e relevância da atração para o legado da empresa.
Para celebrar a data, uma série de cinco capítulos também será transmitida a partir de segunda-feira (3) contando a história do programa e destacando os pontos cruciais que fazem dele um produto nacional, único e com audiência em constante renovação, sendo transmitido pelas mais de 50 emissoras da Rede Bandeirantes de Rádio. “Nosso objetivo é divulgar informações úteis para o ouvinte, que tenham impacto positivo em todas as regiões do Brasil”, afirma Thays Freitas, gerente de conteúdo da RB.
Durante 47 anos, O Pulo do Gato foi comandado ininterruptamente por José Paulo de Andrade, que faleceu em julho de 2020. “Em 1973, nós vivíamos sob censura. Uma das grandes alternativas era colocar a população em contato diretamente com as autoridades e foi o que mais marcou porque, de certa forma, você podia fazer as críticas que a ditadura não permitiria. Essa prestação de serviço acabou se consolidando exatamente pelo O Pulo do Gato e deu uma diretriz para todos os programas que vieram depois não só na Rádio Bandeirantes, como nas demais emissoras de São Paulo. Acho que esse foi o grande gancho: a utilidade pública levada ao pé da letra, indo buscar a reclamação e a solução do problema”, declarou o veterano em 1993.
A atração, considerada uma das mais tradicionais do rádio brasileiro, reúne informação precisa e muita prestação de serviço. O time de colunistas trata de temas como saúde, turismo e agronegócio. O consagrado quadro “Boca no Trombone” está sempre do lado de quem precisa resolver alguma adversidade. Outro diferencial é a audiência altamente engajada, que ajuda os apresentadores com informações e comentários.
Para Pedro Campos, que ancora O Pulo do Gato desde 2020, o segredo do sucesso é dar voz a quem precisa. “O Boca no Trombone foi criado para ajudar o público. No início da manhã, noticiamos tudo aquilo que quem está em casa ou já no trabalho precisa saber e também o que não pode esquecer. Trânsito, previsão do tempo, calendário de pagamentos do INSS, inscrições para concursos e vestibulares, entre outros. Claro que tivemos mudanças ao longo destes 50 anos. A principal delas é o estreitamento da relação com o ouvinte. Mensagens gravadas são enviadas por aplicativo para o estúdio e em segundos já está no ar. Antigamente, a comunicação era por carta, e-mail… Ganhamos muito com a tecnologia”.
Produtora e coordenadora do O Pulo do Gato por mais de duas décadas, Silvania Alves também assumiu a bancada após a morte de José Paulo, com quem trabalhou por 26 anos. “Estar ao lado dele durante todo esse tempo foi uma escola, melhor do que qualquer faculdade. Acompanhar o domínio que ele tinha do microfone era inspirador. Todos os dias, começava o programa com o mesmo entusiasmo, com a mesma vontade. Sempre pronto, até mesmo quando os problemas respiratórios às vezes lhe tiravam o fôlego nos últimos anos”, relembra.
Segundo a jornalista, a atração nunca perdeu sua essência, o que faz com que seja uma referência no rádio brasileiro. “Continua sendo uma espécie de revista eletrônica, não só levando ao ar as principais notícias do Brasil e do mundo para que o ouvinte comece o dia bem informado, mas também com homenagens a personalidades vivas ou não. Acredito que o segredo de se manter 50 anos no ar seja não ficar parado no tempo, porém sem esquecer do passado e da nossa história. O programa sempre acompanhou as novidades que se apresentaram e se adaptou a elas, como a facilidade de ser ouvido pelos aplicativos de celular, que nos levam ainda mais longe. Apesar disso, temos que ter em mente que o rádio ainda é som e ainda somos a única fonte de informação para muitos que nos ouvem”.
O Pulo do Gato é transmitido de segunda a sábado, às 5h30, na Rádio Bandeirantes. Para acompanhar a emissora basta sintonizar em 90.9 FM, acessar o YouTube oficial da emissora ou o aplicativo Bandplay.
Em março de 2011, Antônio Augusto Amaral de Carvalho, o seu Tuta, concedeu uma entrevista, mas em outra emissora que não a Rádio Jovem Pan. Ele foi o convidado especial do Jornal Gente, da concorrente Rádio Bandeirantes. “O senhor vai ser usado para combater a audiência da sua própria rádio, o senhor concorda?”, perguntou José Paulo de Andrade logo no início da conversa. “Eu concordo porque sexta-feira é um dia fraco para nós”, respondeu Tuta, provocando algumas risadas ouvidas no estúdio em que ocorreu a gravação.
Além do já citado Zé Paulo, participaram da entrevista Salomão Ésper, Joelmir Beting e Rafael Colombo. Ela foi dividida em dois blocos, totalizando pouco mais de meia hora. Para um convidado tão ilustre e em circunstâncias especiais, o tempo poderia ter sido bem maior.
Na pauta, temas como futebol, e o são-paulino Zé Paulo é surpreendido com a revelação de que Tuta torce pelo Santos, muito por causa de Pelé e também devido às cobranças a seu pai, Paulo Machado de Carvalho, por um título paulista perdido pelo São Paulo (é citado o ano 1949, mas nesse ano, o tricolor foi campeão, assim como em 1948; talvez, repetindo talvez, o ano seja 1950, em que o Palmeiras foi campeão e Tuta falou em um tricampeonato).
E por falar em craques, o homem que foi responsável pelos destinos da Pan por muitos anos contou que já jogou ao lado de Leônidas da Silva nos históricos campeonatos internos das Emissoras Unidas (da qual a Jovem Pan fez parte).
Outro assunto foi a questão do off tube nas transmissões esportivas. No ano de 2011, a Jovem Pan tinha por política realmente não mandar profissionais para jogos em locais distantes da capital. No entanto, ela compensava isso de outra forma, contratando um repórter local. “A gente pega o repórter lá, que é mais barato”, afirmou.
Outra pergunta de Zé Paulo foi sobre se houve algum tipo de mágoa de Tuta por ter saído do primeiro projeto de televisão, a Jovem Pan TV, que operou no canal 16 UHF, em grande parte da década de 1990. “Ele (citando o sócio ou um dos sócios naquela empreitada), não sei porquê até hoje, encrencou comigo, não queria, então ele fez de tudo para enterrar a televisão. Ficou uma mágoa da pessoa, mas com certeza a televisão daria certo”, falou.
Houve tempo para histórias de bastidores sobre sociedade entre Paulo Machado de Carvalho e Silvio Santos, na TV Record.
Tuta Carvalho passou a ser o dono da Jovem Pan, após a emissora receber uma sondagem de compra de um emissário do Diário Popular. O valor apresentado na época foi de 12 milhões, que assustou o comprador. Como a TV Record não estava em um bom momento, Tuta decidiu ele mesmo adquirir a rádio e negociou com os irmãos, com sucesso. “Quando saí da tv, eu fui trabalhar numa coisa que é só minha”, falou.
A última pergunta, de Rafael Colombo, foi sobre o futuro do rádio. Naquela época, ainda não era uma realidade o uso da Internet como uma linha auxiliar de transmissão de programas e eventos. Tuta falou que o FM iria substituir o AM, no que ele estava certo, de certa forma. Nos últimos meses, o FM estendido (saiba mais aqui) já é uma realidade e só falta ser popularizado.
No entanto, ele não acreditava no rádio digital, uma solução que já foi pensada para dar uma sobrevida a faixa de amplitude modulada. “o rádio digital que existe hoje não pega, é péssimo. Pro AM. Pro FM, ele funciona(…) Tem 15.000 emissoras nos Estados Unidos. Só 100 fazem rádio digital”, disse.
Tuta deixou o comando da Rádio Jovem Pan, em 2014. Ouça sua entrevista à Rádio Bandeirantes no player abaixo.
Pedro Luiz Ronco, astro da Band FM onde comanda A Hora do Ronco, concedeu uma entrevista ao programa Do Bom e do Melhor, da Rádio Bandeirantes neste sábado (07). Um dos ganchos para o bate papo foi a comemoração de 85 anos da emissora de rádio e, por consequência, do grupo de comunicação que foi erguido em torno dela. Ronco contou histórias divertidas e ainda falou sobre um problema de saúde que vem enfrentando nos últimos anos.
Logo no começo, uma constatação histórica. Ronco entrou começou a trabalhar em maio de 1973, como estagiário da rádio, aos 22 anos. Em setembro, ele foi finalmente contratado. Portanto, são 49 anos ininterruptos. Com as aposentadorias de Salomão Ésper, a aposentadoria de Gilberto Fernandes, responsável pela discoteca, e da perda de José Paulo de Andrade, Pedro Luiz Ronco é hoje o funcionário mais antigo do Grupo Bandeirantes, abaixo, é claro, de Johnny Saad, o atual presdiente do grupo. “Esta é a minha casa”, disse Ronco.
Ainda na conversa, Ronco disse que não consegue ler textos e só enxerga vultos devido a uma doença ocular chamado Degeneração da Mácula (saiba mais sobre ela aqui).
A relação de Ronco com a Bandeirantes começa bem antes de sua chegada ao rádio. Sua família era vizinha da família Saad e de Adhemar de Barros, que já foi um um dos nomes mais conhecidos e controvertidos da política nacional. O pai, Vicente Ronco, fazia pequenos trabalhos para as duas famílias e com isso nasceu uma convivência entre todos eles. O apresentador frequentava a piscina da casa de Adhemar com os irmãos Johnny e Ricardo Saad.
No dia do velório do pai, João Saad conversou brevemente com Pedro e lhe deu uma dica que seria fundamental para sua vida: a de que fizesse uma faculdade de jornalismo. Vale o clichê: mundo perdeu um neurocirurgião, mas o rádio ganhou um de seus nomes mais expressivos. Assim que iniciou o curso, ele foi procurar o fundador do Grupo Bandeirantes e logo conseguiu um emprego.
Na redação, começou como rádio-escuta, aprendeu o ofício de redator e foi promovido a editor. Quando José Paulo de Andrade assumiu a direção de jornalismo da Bandeirantes decidiu colocar Ronco na rua…mas como repórter. Aliás, a convivência fez com que ambos batizassem suas respectivas pontes de safena um com o nome do outro.
Na entrevista, Ronco contou histórias divertidas de bastidores, entre elas a de quando tentou dar um golpe na cobertura da visita do Papa João Paulo II ao Brasil. Logo na última escala, ele, ainda repórter, decidiu fazer a transmissão ao vivo do hotel, assistindo a tudo pela tevê, em vez de estar presente na sala de imprensa do aeroporto. O que ele não contava era com uma queda de energia.
Em 1987, Ronco começou a fazer boletins de trânsito para a Band FM no período da manhã. Pouco tempo depois, com a chegada de João Carlos Ribeiro, o Patrulheiro Joca, seu espaço foi aumentando. Por muito tempo, conseguiu conciliar o trabalho tanto no AM como no FM. No entanto, em 1991, decidiu ficar só com A Hora do Ronco, grande sucesso das manhãs do rádio brasileiro.
Ouça mais detalhes dessas e de outras histórias no player abaixo.
Prestes a comemorar 92 anos na próxima terça (26), Salomão Ésper participou de uma entrevista ao programa Do Bom e Do Melhor, comandado por Danilo Gobatto, da Rádio Bandeirantes neste sábado (26). Foi uma grande oportunidade para que ele colocasse em retrospectiva seus quase 70 anos de carreira dedicados ao rádio, inicados em Pirassuninga, na Rádio Difusora, e depois na capital nas rádios Cruzeiro do Sul, América (que nessa época já pertencia à João Saad) e Bandeirantes. A história de Salomão praticamente se confunde com a história do rádio paulista.
Não faltaram relatos curiosos. Um deles foi ainda na Cruzeiro do Sul. A emissora transmitia as missas dominicais diretamente do Mosteiro de São Bento, em São Paulo. Dois de seus celebrantes, o Padre Calazans e o Padre Godinho acabaram envederando para a política. O primeiro se elegeu ao Senado, enquanto que o segundo conseguiu uma cadeira na Câmara dos Deputados. Padre Godinho é conhecido também por gerações mais novas pelas suas participações no Record em Notícias, da TV Record, o famoso “Jornal da Tosse”. O jornalista atuava nessas transmissões como um “repórter clerical”, descrevendo todos os atos das celebrações. Em uma dessas ocasiões, ele disse no ar: “aproxima-se a parte principal da missa. A Vítima Divina vai ser imolada sobre o altar”.
A passagem pela Rádio América foi marcante porque nela ele conheceu um profissional com que iria fazer uma parceria profissional de grande sucesso por aproximadamente 50 anos: José Paulo de Andrade.
O programa veiculou trechos históricos de Salomão não apenas na Rádio Bandeirantes, mas no grupo como um todos. Ele foi o mestre de cerimônia da inauguração da TV Bandeirantes, em 1967. Outro destaque foi dado à sua atuação na cobertura da missão Apolo XI, voo espacial tripulado por astronautas estadunidenses que chegou à lua. Nesse dia, a Bandeirantes sofria um momento dramático, com o incêndio em suas instalações.
Não faltaram também detalhes sobre a estreia do Jornal Gente (ou Jornal da Bandeirantes Gente) e todo o contexto em que ele foi colocado no ar, em 1978 para substituir O Trabuco, descontinuado com a morte de Vicente Leporace.
Salomão contou passagens com grandes personalidades do rádio e da música: Manoel da Nóbrega e Orlando Silva (que ele conheceu na Cruzeiro do Sul) e a dupla Tonico e Tinoco (já astros da Bandeirantes). Houve espaço até para que ele soltasse a voz cantando jingles políticos e publicitários.
Ouça abaixo a entrevista com Salomão Ésper, que voltou aos estúdios da Rádio Bandeirantes, local que não frequenta regularmente desde 2019.
No Dia do Rádio, comemorado neste sábado (25), oficializou-se o acréscimo do nome de José Paulo de Andrade à Rua Radiantes, onde está localizada a sede do Grupo Bandeirantes de Comunicação na capital paulista. A alteração de nome foi proposta pelos vereadores Rodrigo Goulart (PSD), Camilo Cristófaro (PSB), Edir Sales (PSD), Faria de Sá (PP) e Milton Leite (DEM) no Projeto de Lei nº 464/20 e promulgada em 15 de setembro. “Essa iniciativa é um reconhecimento do que o Zé Paulo representa para todo o munícipe paulistano e todo apaixonado pelo rádio. O projeto teve aprovação por unanimidade”, afirmou Goulart.
Pela manhã, uma cerimônia marcou o descerramento da placa de rua com transmissão ao vivo na Rádio Bandeirantes em FM 90.9 e em seu canal no YouTube. Estiveram presentes João Carlos Saad, presidente do Grupo Bandeirantes, Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo; Vitor Sampaio, chefe de gabinete; Ricardo Teixeira, secretário municipal de Mobilidade e Trânsito; Marcus Vinicius Sinval, secretário de Comunicação; Marta Suplicy, secretária municipal de Relações Internacionais; Fernando Padula, secretário de Educação; Aline Torres, secretária de Cultura; Vivian Satiro, secretária executiva de Planejamento e Prioridades; Paulo Sapienza, subprefeito do Butantã; os vereadores Rodrigo Goulart, Edir Sales, Adilson Amadeu e Arnaldo Faria de Sá; Paulo Andrade, filho mais velho de José Paulo de Andrade, entre outros.
“O Zé Paulo tinha um gênio forte, brigamos algumas vezes, mas ele não admitia o mais ou menos, o malfeito, e não aceitava que não houvesse uma ótica para o ouvinte. Sempre respeitou as autoridades, mas não tinha medo, e deixou esse legado a todas as sementes que estão aqui hoje e que têm a missão de preparar as próximas gerações”, discursou João Carlos Saad. “O Grupo se amplia, se diversifica, se digitaliza, procurando cada vez mais prestar serviços para a cidade e para a população, o que acaba ajudando a Câmara de Vereadores, o prefeito e os deputados a ouvirem as queixas das pessoas e as mazelas da cidade. Os ensinamentos do José Paulo de Andrade continuam espalhados por esse edifício e por todas as pessoas que estão nos ouvindo”, concluiu.
“A percepção que todos nós temos de João Paulo de Andrade é de ser um jornalista duro, mas muito justo e respeitoso. Em 57 anos de Band, ele não foi só um grande radialista, como também foi um professor para muita gente. É de fundamental importância quando reconhecemos o trabalho das pessoas que desenvolveram projetos relevantes, mudaram a história, ensinaram e serviram de inspiração e exemplo, como foi o Zé Paulo”, enfatizou Ricardo Nunes. O prefeito ainda relembrou a causa da morte do radialista e fez um alerta sobre a importância da vacina.
“Evidentemente, ele já tinha problemas pulmonares, mas foi acometido pela Covid-19. Todos os dias temos que fazer uma reflexão das pessoas que nós perdemos e um agradecimento aos que nos ajudam a não perder mais gente, que são aqueles que acreditam na vacina”.
José Paulo de Andrade morreu em julho do ano passado, aos 78 anos, mas sua memória continua muito presente nos bastidores da emissora. “É uma justa e linda homenagem ao meu pai e o dia não poderia ser melhor. Agradeço em nome da família Andrade a todos os envolvidos. Fico muito orgulhoso de ver o quanto meu pai era querido”, disse Paulo Andrade, filho mais velho do jornalista.
Nascido em São Paulo, o comunicador iniciou a carreira profissional em 1960 como radioescuta do plantão esportivo da Rádio América de São Paulo. Em 1963, ingressou na Rádio Bandeirantes para atuar como locutor esportivo, função que exerceu ao longo de 14 anos. Depois disso, passou pelo jornalismo como apresentador e comentarista. Também fez aparições em debates políticos na televisão e foi âncora de telejornais como Titulares da Notícia, Jornal de São Paulo, Rede Cidade, Band Cidade e Entrevista Coletiva. Ainda na Band, interpretou Don Diego/Zorro em As Aventuras do Zorro, em 1969.
“O Zé Paulo era um apaixonado pela cidade de São Paulo. Ele falava uma frase emblemática que foi citada por vários entrevistados hoje: ‘Eu não gosto de quem não gosta de São Paulo’. E ele lutava por uma cidade que era considerada ideal para ele, com suas convicções mais profundas. Além disso, era um amante do rádio e da Rádio Bandeirantes”, contou Thays Freitas, gerente executiva de conteúdo da rádio. “Vou ter muito orgulho de quando chegar todos os dias aqui, passar pela Rua Radiantes e olhar para o nome dele estampado na placa”.
O radialista foi sucessor de Vicente Leporace, morto em abril de 1978, no programa O Trabuco, que naquele mesmo ano foi substituído pelo Jornal Gente (Jornal Bandeirantes Gente), permanecendo 35 anos no ar com ele, Salomão Ésper e Joelmir Beting. Após a morte de Joelmir, em 2012, Rafael Colombo assumiu o posto.
Em 1973, José Paulo de Andrade estreou no comando de O Pulo do Gato, considerado o mais importante trabalho de sua carreira e um dos programas de maior audiência do rádio brasileiro. A atração era apresentada ininterruptamente por ele desde então.
Em 2009, o jornalista foi eleito pela revista “Veja SP” como uma das pessoas que são a cara da cidade. Mas ele era mais do que isso: com uma voz firme e inconfundível, amplo conhecimento político-econômico, são-paulino fanático e um dos maiores formadoresde opinião do Brasil, Zé Paulo tinha um coração gigante e um caráter ímpar.
Completado neste sábado, rendeu emocionadas e emocionantes lembranças nos matinais que apresentava na Rádio Bandeirantes de São Paulo, tanto no “Jornal Gente” apresentado pelo Pedro Campos quanto no “Pulo do Gato” comandado pela Silvania Alves, que ficou com a voz embargada quando lembrou da vez que o Zé disse a ela e ao operador da mesa de som Ailton Dias que temia ser infectado pelo coronavírus pois tinha certeza que, se acontecesse, não resistiria – e tristemente foi exatamente o que aconteceu. Áudios clássicos do âncora foram resgatados mais uma vez, incluindo narrações dele nos tempos de cronista esportivos, e muitas, muitas homenagens foram rendidas por ouvintes. Zé Paulo partiu, mas nunca morrerá de forma absoluta.
Ouça abaixo a homenagem divulgada pela Rádio Bandeirantes
Morreu nesta segunda (02) o jornalista Luiz Carlos Gertel. Até o momento da publicação deste post, não foi informada a causa de sua morte, mas sabe-se que ele estava internado em um hospital de São Paulo havia duas semanas devido a uma queda sofrida em sua residência. Por 40 anos, ele foi repórter da Rádio Bandeirantes. Deixou a emissora em 2015. Em seus últimos anos de Bandeirantes, Gertel se notabilizou como o “repórter da cidade”, entrando no ar durante os programa Grande Sampa e O Pulo do Gato com informações sobre o amanhecer na capital paulista e as condições do trânsito. Ele tinha 73 anos. Deixa a esposa Vera Lucia Fiordoliva, que também foi repórter da Bandeirantes por muitos anos. Não foram divulgadas informações sobre velório e enterro.
A Rádio Bandeirantes divulgou a morte de Gertel dentro do programa Bandeirantes Acontece, com apresentação de Ronald Gimenez e Claudio Zaidan. Ouça abaixo.
Em 2015, um sentido José Paulo de Andrade anunciou no ar a saída de Gertel.
Dois anos antes, Gertel teve um enfarte ficou afastado de suas funções. José Paulo de Andrade fez um anúncio na Bandeirantes. Postagem do saudoso Flavio Guimarães.
Um dos momentos mais marcantes de José Paulo de Andrade como narrador esportivo foi a partida que marcou o acesso do Paulista, de Jundiaí, à divisão de elite do futebol paulista. Em 1968 disputou a fase final da 2ª divisão com equipes tradicionais de outras partes do interior paulista, como, por exemplo a Ponte Preta, de Campinas, a Francana, de Franca e o Bragantino, de Bragança Paulista (saiba mais aqui).
A Rádio Bandeirantes, com seu Escrete do Rádio, acompanhou todas as emoções desta disputa. A partida que marcou o acesso do Paulista aconteceu no dia 6 de dezembro de 1968, no Parque Antarctica, o antigo Palestra Itália. Zé Paulo narrou a vitória do time de Jundiaí sobre o Barretos pelo placar de 3 a 0. Nesta transmissão, a seu lado, como repórter estava J. Hawilla, que anos depois se tornaria um empresário influente no mundo do futebol.
Pouco tempo depois, foi lançado um disco comemorativo com esse e outros registros da campanha do Paulista com as vozes de Borghi Jr, Luiz Augusto Maltoni e Alexandre Santos.
No player abaixo, é possível ouvir os gols do triunfo do Paulista sobre o Barretos com a narração de José Paulo de Andrade. Agradecimentos ao Thiago Batista, do site Esporte Jundiaí (clique aqui pra ver).
3 de julho de 2020 é uma data que já entrou para a história do rádio brasileiro. Neste dia, uma sexta-feira, José Paulo de Andrade apresentou pela última vez O Pulo do Gato. E ele estava animado. Não parecia que dali a poucos dias, ele estaria lutando pela vida. “Ô gente animada, hein? É bom começar o programa assim lá em cima, lá no alto”. Foram essas suas primeiras palavras na abertura do jornalístico.
“Podia ser uma sexta diferente, né? Com aqueles avisos que sempre dávamos aqui: ‘Você que não vê a hora de acabar o expediente para confraternizar com os amigos, lembre-se sempre que bebida e volante formam uma parceria que pode ser mortal’. É, mas isso tudo vai passar e vamos voltar àquelas sextas-feiras tão gostosas”, disse ele.
Em seguida falou da lua: ” a lua cheia já tá dando um chega pra lá na crescente. Tá uma coisa maravilhosa.
O Pulo do Gato seguiu seu curso normal com as participações de Amanda Sampaio, Paula Soares (ambas previsão do tempo), Guilherme Cimatti (futebol), Julianne Cerasoli (Fórmula 1), Elia Júnior (boletim olímpico), Ricardo Capriotti (pílula do “Fôlego”), Nelson Gomes (editorial do Grupo Band), Márcio Fernandes (boletim do canal Agro+), Lucas Jozino, Lucas Herrero e dos colunistas Carol Sandler, Fernando Mitre e Milton Neves.
“Daqui pra frente, Primeira Hora”. Foi assim a sua despedida os ouvintes. No dia seguinte (4), um sábado, ele estava de folga. Na segunda (6), já não esteve a frente do programa. Pedro Campos ficou em seu lugar.
Embora sua imagem tenha ficado bastante associada ao Pulo, José Paulo de Andrade não participou de sua estreia em 02 de abril de 1973. Seu primeiro apresentador foi Gióia Jr. Como não houve adaptação do estilo do apresentador com o perfil do programa, houve a troca. Zé Paulo assumiu o comando e o casamento foi perfeito e duradouro.
José Paulo de Andrade morreu na madrugada desta sexta (17) aos 78 anos. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein desde o dia 7 de julho e foi diagnosticado com o Covid-19, mais popularmente conhecido como Coronavírus.
Ouça abaixo a íntegra da última edição de O Pulo do Gato sob o comando de Zé Paulo. Cortesia de Edu Cesar.
Durante a comovida edição do Jornal Gente desta sexta (17), Pedro Campos, um de seus apresentadores, revelou o teor de uma das últimas mensagens que recebeu de José Paulo de Andrade, seu companheiro de programa. “Não brinque com esse Coronavírus. O bicho é feio”, escreveu ele, diretamente do hospital.
José Paulo de Andrade morreu na madrugada desta sexta (17) aos 78 anos. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein desde o dia 7 de julho e foi diagnosticado com o Covid-19, mais popularmente conhecido como Coronavírus.
Nas primeiras horas da manhã desta sexta (17), a notícia da morte de José Paulo de Andrade já era divulgada nas redes sociais. Sua viúva, Suely Longue, fez duas postagens no Facebook dando pistas do que acontecera. Em uma delas, uma ilustração de uma menina chorando (clique aqui para ver). Na outra, ela escreveu: “nosso amor vai além da vida” (veja aqui). No entanto, o anúncio oficial aconteceu apenas no início do Jornal Gente (ou Jornal da Bandeirantes Gente, como Zé Paulo gostava de dizer no ar).
Nada mais justo. Embora tenha muita afinidade com O Pulo do Gato, José Paulo de Andrade não estreou com esse programa, em 1973. Por outro lado, ele participou do Jornal Gente desde que o jornalístico entrou no ar pela primeira vez, em uma situação de emergência no dia 18 de abril de 1978. A atração foi criada para substituir O Trabuco, que era comandado por Vicente Leporace, que morrera dois dias antes, vitima de um edema pulmonar.
O clima foi de bastante comoção. Não poderia ser diferente. Logo na abertura, após o quinto sinal, Thays Freitas ficou encarregada de dar a notícia aos ouvintes. “Hoje vai ser um dia muito difícil para a família Bandeirantes”, disse. Em seguida, Pedro Campos também se manifestou, falando sobre os problemas de saúde vividos por Zé Paulo, mas destacou que isso não fez com que isso o afastasse de suas atividades. Claudio Humberto, direto de Brasilia, disse que era um dia muito ruim. “A convivência com ele era marcada por muita generosidade”, afirmou.
O ex-porta voz do presidente Fernando Collor ainda relatou uma conversa com o também jornalista Eduardo Oinegue na qual falaram de José Paulo de Andrade: “O Eduardo chegou e disse assim: ‘Olha, se Deus tivesse voz, a voz seria a do Zé Paulo’. Acho que seria mais ou menos isso”, declarou.
Pedro Campos destacou uma das últimas mensagens via Whatsapp que recebeu de Zé Paulo, já internado no hospital: “Não brinque com esse Coronavírus. O bicho é feio”.
Seguiram-se vídeos e depoimentos de colegas e ex-colegas, entre eles Salomão Esper, com quem estreou o Jornal Gente, em 1978. O Jornal Gente ainda reproduziu um trecho do Jornal da CBN, comandado por Milton Jung, noticiando a morte de Zé Paulo. Pouca gente sabe, mas ele foi cotado para integrar a equipe que colocou no ar a emissora que toca notícia. Outra reprodução foi a do momento em que a notícia foi dada por Rodrigo Bocardi no Bom Dia São Paulo, da Rede Globo.
No final do programa, a equipe que estava no estúdio (Thays, Pedro, a repórter Maju Arruda Leite, e o operador Ricardo Garcia) não conseguiu conter a emoção com a veiculação de um áudio da neta de Zé Paulo, de apenas dois anos de idade.
José Paulo de Andrade morreu na madrugada desta sexta (17) aos 78 anos. Ele estava internado no Hospital Albert Enstein desde o dia 7 de julho e foi diagnosticado com o Covid-19, mais popularmente conhecido como Coronavírus.
José Paulo de Andrade teve parte de sua carreira no rádio ligada ao futebol. Em 1960, ele começou a trabalhar na Rádio América, então pertencente ao Grupo Bandeirantes, como rádio escuta. Três anos depois, ingressou na Rádio Bandeirantes, contratado por Pedro Luiz para a equipe de esportes. A convivência foi curta. Pouco tempo depois, Pedro iria se transferir para a Rádio Tupi, de São Paulo.
Zé Paulo permaneceu no Escrete do Rádio, com Fiori Gigliotti na linha de frente, e se desenvolveu como como repórter esportivo e narrador, atividades que desempenhou por 14 anos. Em 1977, pouco depois de ver seu primeiro filho nascer, decidiu ficar apenas no jornalismo geral por entender que não haveria mais espaço para ele. “Eu não era nem o terceiro locutor esportivo da Bandeirantes. Aí fiz uma reflexão e pensei consigo mesmo ‘eu não iria ser revelação aos 40’ e eu não queria mais continuar no esporte”.
Na década de 1990, de certa forma, José Paulo de Andrade voltou ao mundo esportivo quando conciliou suas atividades na Bandeirantes com a de assessor de imprensa do São Paulo Futebol Clube.
José Paulo de Andrade morreu na madrugada desta sexta (17) aos 78 anos. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein desde o dia 7 de julho e foi diagnosticado com o Covid-19, mais popularmente conhecido como Coronavírus.
Vamos resgatar dois de seus registros no esporte da Rádio Bandeirantes. Abaixo, ele fala sobre o gol polêmico de Leivinha, do Palmeiras, na final do campeonato paulista de 1971. O lance foi anulado pelo árbitro Armando Marques após enxergar um toque de mão do atacante palmeirense. Não foi apenas Marques que viu isso.
Ouça a narração de José Paulo de Andrade para a partida Guarani 3 x 1 Santos, válida pelo Torneio Governador do Estado de 1976. O repórter é João Zanforlin. Por volta de 1min53s é possível ouvir uma entrada do Sargento Ranulfo, atento aos acontecimentos das estradas.
José Paulo de Andrade era bastante ativo no Twitter. Desde maio de 2009, ele alimentava um perfil nesta rede social com comentários, quase que como uma extensão de seu trabalho no rádio. Zé Paulo publicava opiniões sobre o temas do momento na política, na economia e no futebol. Havia espaço também para algumas implicâncias. Era divertido vê-lo chamar a Folha de S. Paulo de “jornalão sem rumo” quando não concordava com alguma reportagem ou enfoque da publicação.
A sua última postagem, entretanto, fugiu um pouco de suas características. No dia 5 de julho, um domingo, às 17h46, Zé Paulo fez um breve registro da morte da ex-miss Brasil, Martha Rocha, que ocorrera no dia anterior (04).
O Twitter registra 8454 mensagens postadas por ele em mais de dez anos. Algo chamava a atenção: raramente ele respondia aos seus seguidores. Talvez tenha sido esse o segredo para mantê-lo fiel a esta rede social.
Para acessar o perfil de José Paulo de Andrade, basta clicar no link abaixo. Não se sabe se ele permanecerá ativo pela família para futuras consultas.
José Paulo de Andrade morreu na madrugada desta sexta (17) aos 78 anos. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein desde o dia 7 de julho e foi diagnosticado com o Covid-19, mais popularmente conhecido como Coronavírus.
O Grupo Bandeirantes de informa, com profundo pesar, a morte do jornalista, radialista e bacharel em Direito formado pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, José Paulo de Andrade, ao mesmo tempo em que se solidariza com familiares, amigos e colegas de trabalho enlutados.
Casado e pai de dois filhos, José Paulo tinha 78 anos e contraiu a Covid-19. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein desde o último dia 7, mas não resistiu às complicações causadas pela doença e faleceu nesta sexta-feira, 17 de julho.
Nascido em São Paulo, José Paulo de Andrade começou a carreira profissional em 1960 como radioescuta do plantão esportivo da Rádio América de São Paulo. Em 1963, ingressou na Rádio Bandeirantes para atuar como locutor esportivo, função que exerceu ao longo de 14 anos. Depois disso, passou pelo jornalismo como apresentador e comentarista. Também fez aparições em debates políticos na televisão e foi âncora de telejornais como Titulares da Notícia, Jornal de São Paulo, Rede Cidade, Band Cidade e Entrevista Coletiva. Ainda na Band, interpretou Don Diego/Zorro em As Aventuras do Zorro, em 1969.
O radialista foi sucessor de Vicente Leporace, morto em abril de 1978, no programa O Trabuco, que naquele mesmo ano foi substituído pelo Jornal Gente, permanecendo 35 anos no ar com ele, Salomão Ésper e Joelmir Beting.
Em 1973, José Paulo de Andrade estreou no comando de O Pulo do Gato, considerado o mais importante trabalho de sua carreira e um dos programas de maior audiência do rádio brasileiro. A atração era apresentada ininterruptamente por ele desde então.
Em 2009, o jornalista foi eleito pela revista “Veja SP” como uma das pessoas que são a cara da cidade. Mas ele era mais do que isso: com uma voz firme, amplo conhecimento político-econômico, são-paulino fanático e um dos maiores formadores de opinião do Brasil, José Paulo tinha um coração gigante e um caráter ímpar.
Com 57 anos de Rádio Bandeirantes, José Paulo de Andrade deixará um legado indiscutível, um vazio enorme e muitas saudades.