Torneio de futsal causa discórdia entre cronistas esportivos gaúchos

Por Rodney Brocanelli

A edição 2025 da Copa Aceg de fusal, promovida pela Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos, terminou de uma forma que todos os que estavam envolvidos nela não imaginavam. A equipe do Barril Dobrado foi declarada campeã após seu adversário, o Panela da Dupla, avisar que não iria entrar em quadra no dia da grande final, marcada para o último sábado (22), no ginásio do Sesc Protásio Alves.

O motivo: um protesto do Panela após a decisão da comissão disciplinar, que reverteu a suspensão de um atleta do Barril que havia levado dois cartões amarelos (e o consequente vermelho) durante a semifinal. O tribunal é formado por três auditores. Um deles se declarou impedido de votar.

Na Copa Aceg, os times não são representados pelas empresas de comunicação. Mesmo assim, as equipes são formadas nos bastidores de algumas delas, com espaço para que profissionais de outros veículos e até mesmo assessorias de imprensa possam atuar.

O Panela da Dupla é formado por integrantes do canal a A Dupla, mas o time é aberto a outros profissionais. Por sua vez, o Barril Dobrado é integrado por alguns profissionais da Rádio Guaíba, com a participação de colegas que vem de outros lugares.

O anúncio oficial da não participação do Panela aconteceu na edição de sexta (21) do Debate das 7, programa veiculado pelo perfil Debate Raiz no YouTube. Além disso, houve uma menção ao assunto no Donos da Bola Rádio, da Rádio Bandeirantes e também retransmitido pelo site de vídeos.

Veja abaixo o relato de Bruno Soares durante a edição de Os Donos da Bola Rádio da última sexta (22).

Em seu site oficial, a Aceg informa que torneio organizado pela entidade foi criado para “fortalecer os laços entre os cronistas esportivos do Rio Grande do Sul”. Porém, desde que o assunto veio à tona, o tom de muitas manifestações não vem sendo nada amistoso, com algumas acusações direcionadas à entidade e ao presidente da entidade Rogério Amaral (veja todas as manifestações ao longo deste texto).

Para entender o caso

O Barril Dobrado entrou com um recurso para tornar sem efeito a suspensão de um de seus atletas, que havia levado um segundo cartão amarelo (que se transformou em vermelho) durante partida a semifinal, disputada no dia 15. Diogo Ariel, o jogador em questão, tirou a camisa após ser substituído. Considerado um dos melhores de sua equipe, ele levara um amarelo (o primeiro) com a bola rolando.

O julgamento do recurso foi favorável ao Barril. Com isso, a equipe poderia contar com seu quadro completo na grande final. A partir disso, nasceu a discordância.

Caso vira pauta no Debate das 7

Matheus D’Ávila, um dos integrantes do Panela da Dupla fez uma breve explicação a respeito da postura da sua equipe durante o Debate das 7. Ele disse que sua equipe “acabou formando a opinião de que existe um desequilíbrio de tratamento entre as equipes que vão disputar a final que vão disputar a final da competição ou que iriam disputar a final da competição”

“Essa decisão, além de ser uma completa alucinação, ela foi feita por um caminho nada transparente e que não nos pareceu limpo, não nos pareceu justo”, prosseguiu D’Ávila.

A equipe do Panela tentou, nas palavras de D’Ávila, entender todo o trâmite feito para o julgamento e depois tomou a sua decisão. “Como não concordamos com o que aconteceu e, principalmente, nós estamos numa brincadeira e vimos que o clima tava indo para um caminho que não é do nosso interesse. A gente viu cenas tristes na última Copa Aceg (2024) onde nós ganhamos, com confusão, inclusive a gente teve que separar pessoas da Aceg que estavam tentando pegar nossos colegas, nossos jogadores (faz o sinal de aspas) ali. A gente optou por deixar a Copa Aceg esse ano. Nós não vamos jogar a final. A gente optou por não defender nosso título”, disse D’Ávila.

O Panela da Dupla estava em busca do tricampeonato. No ano passado, a final foi contra o mesmo Barril Dobrado. Placar final de 5 a 3.

Ainda dentro do Debate Raiz, Lucas Dias, que é um dos treinadores do Panela, também se manifestou: “É bem mais que o fato da Rádio Guaíba (referindo-se ao Barril) ter recorrido ao cartão e principalmente as regras que a própria entidade fez para a competição não serem cumpridas”. Segundo Dias, a suspensão automática está nas regras do torneio e não é passível de recurso.

Dias contou o caso da expulsão de um atleta de sua equipe, Rafael Diverio, que foi expulso ainda na primeira fase, pelo que foi considerado um erro grave da arbitragem. Porém, o recurso impetrado pelo Panela não foi aceito.

Em seguida, o apresentador Leonardo Meneghetti tomou a palavra: “Que vergonha. A entidade que congrega a classe dos cronistas esportivos, que já foi muito bem conduzida, já teve grandes presidentes. Vou citar aqui dois: Alex Bagé , o João Garcia…Wianey Carlet…”. Seus companheiros de programa citaram outros nomes de ex-presidente da entidade.

Meneghetti prosseguiu: “Essa entidade não consegue organizar de maneira ponderada, equilibrada e justa o seu campeonato de futsal, campeonato que terminou o ano passado com pancadaria, porque foi mal conduzido o torneio, de uma maneira tensa pelo seu presidente, Rogério Amaral, com quem eu trabalhei, com quem eu prezo de admiração e respeito como jornalista esportivo. Um grande jornalista, um grande apresentador de debates esportivos(…) Mas ele é da Rádio Guaíba(…) que bom que ele está empregado, trabalhando na Rádio Guaíba, o Rogério ficou um tempo fora do mercado de trabalho. Ele é um bom analista de futebol, mas aí, daqui a pouco, tenta dar uma empurradinha, uma ajudada. A gente viu o descontentamento do Rogério Amaral no ano passado quando o canal A Dupla(…) ganhou em cima da Guaíba. A gente viu que o Rogério ficou incomodado, todo mundo viu, todo mundo percebeu”.

Sobre o caso específico, o apresentador do Debate das 7 disse: “cumpra-se o regulamento, não tenta fazer uma manobra para que o time esteja completo(…)A Dupla tomou uma decisão que eu lamento, que é radical, mas que talvez fosse a única decisão pra escancarar esta pantomima que virou o torneio”.

João Batista Filho, outro integrante do Debate das 7 pediu a palavra. “O presidente da Aceg, que é um ótimo jornalista, de uma carreira de muito sucesso, ele passa agora a não ter crédito para justamente isso, quando acontecer alguma coisa que a gente diz assim ‘poxa, mas não é o justo, não é o adequado com o futebol brasileiro’, Rogério Amaral não tem nenhum crédito(…) Esse é um ponto do CPF dele”, falou.

“Eu li o documento assinado pela time que representa a Rádio Guaíba e o documento diz que a competição é uma várzea. E a Aceg quando aceita retirar o cartão ela confirma que a competição é uma várzea(…) A várzea é muito mais organizada”, disse Diogo Rossi.

Rossi afirmou que já fez parte da atual gestão da Aceg, mas acabou retirando-se por não concordar com as coisas que são feitas na entidade “Me sinto entristecido por estar representado por essa gestão”, disse.

O restante das manifestações pode ser visto no vídeo abaixo.

Reposta veio pelas redes sociais

Na tarde do sábado (22), o coordenador da jornalismo da Rádio Guaíba, Rafael Pfeiffer, publicou um vídeo em suas redes sociais sobre todo esse imbróglio. Ele disse que é uma manifestação necessária até para que, em sua visão, um só lado contando a sua parte da história e criando a sua narrativa.

Pfeiffer afirmou que o Barril Dobrado (do qual ele também faz parte) não é um time da Guaíba. No ano passado, o time foi montado na emissora, com o uso de seu símbolo e na parte final da competição, o Barril se tornou independente, com gente de outros veículos (Rádios Gaúcha, Bandeirantes, Canal do Baldasso, Correio do Povo e assessorias de imprensa).

Diz ainda que o Barril foi prejudicado na semifinal, pelo que foi chamado de um cartão amarelo mal aplicado. O recurso foi embasado juridicamente e enviado no prazo certo.

“Está se criando uma narrativa em torno da pressão do Rogério Amaral, presidente da Aceg, para beneficiar o Barril Dobrado(…)É um jogo sujo, um jogo baixo, covarde, inclusive, contra o Rogério Amaral. Se qualquer um de vocês perguntar para o Rogério Amaral o que ele achou da decisão dos auditores, talvez ele diga que não concordou. Mas como a comissão disciplinar ela tem autoridade sobre o tema, vale a decisão da comissão disciplinar”.

Em sua manifestação, Pfeiffer usou exemplos do futebol nacional para demonstrar que algumas solicitações dos clubes de futebol para a reversão de suspensões são revertidas, e outras não “É do jogo, faz parte da competição”, afirmou.

“Estávamos prontos para jogar a final(…) Nosso adversário não apareceu, mas nós somos os legítimos campeões”, falou. Veja abaixo o vídeo.

A palavra de Rogério Amaral

“A narrativa que foi criada não corresponde a realidade dos fatos”, disse Rogério Amaral ao ser procurado pelo Radioamantes. “Não sei se eles (os colegas que se manifestaram) tem algo contra mim. Não tenho nada pessoal contra o Meneghetti, o João Batista Filho e o Diogo Rossi. Já trabalhei com todos eles”, afirmou.

Sobre a organização do campeonato, Amaral declarou não se meter na comissão disciplinar. Para sua formação. ele disse ter procurado auxílio do atual presidente do Tribunal de Justiça Esportiva do Rio Grande do Sul, Airton Ruschel. Este lhe indicou dois auditores para integrar essa comissão: Marcelo Azambuja e Thiago Imperador, que também integram o TJD-RS.

O terceiro auditor foi indicado pela própria Aceg: é José Aldo Pinheiro, advogado e também narrador da Rádio Guaíba. Neste caso específico do recurso impetrado pelo Barril Dobrado, Pinheiro se declarou impedido de votar.

Rogério Amaral explica que a suspensão dada ao atleta do Barril foi por uma sobreposição de cartões amarelos (no segundo, aplica-se o vermelho logo em seguida). A comissão teve o entendimento de que nesse caso seria possível retirar a suspensão. O presidente da Aceg diz ainda que a comissão disciplinar tem total independência e não há qualquer participação dele em suas decisões. “As narrativas nasceram com uma base interpretativa do regulamento”, falou.

Durante a conversa, Amaral falou sobre um incidente da final do ano passado, envolvendo as mesmas equipes. Ele tentou proteger um atleta de uma das equipes. “Eu entrei em quadra para tirar esse rapaz, porque vinha um bando em cima dele. Tentei, mas não consegui porque uma das portas do ginásio estava fechada”, disse.

Afirmou ainda que também quis apenas repreender esse jogador por querer promover bagunça em uma competição cuja intenção principal é apenas a confraternização.

“Fico puxando assim (na memória) o que possa ter motivado essa virulência. Pode ter alguma coisa relacionada ao passado ou então alguma pretensão de futuro na entidade”, falou Amaral.

A Aceg terá ainda nessa semana uma reunião para debater e decidir alterações em seu estatuto. A mais importante seria a ampliação do período de mandato, aumentaria para três anos, contra os atuais dois anos. Por causa disso, mudanças para uma possível edição da Copa Aceg em 2026 ficam em standby. Após um período de hiato, a competição foi retomada no ano de 2023.

O torneio tem uma característica peculiar. Enquanto as competições de outras entidades de cronistas esportivos (Aceesp. Acerj) acontecem em quadras de futebol society, os gaúchos optaram pelo futebol de salão.

Amaral afirma que sempre procurou qualificar a organização da competição. Isso não quer dizer que melhorias não possam ser feitas, segundo ele.

Climão: Leonadro Meneghetti é impedido de se despedir da Band RS; Ribeiro Neto enaltece o ex-colega

Por Rodney Brocanelli

A crise na filial gaúcha do Grupo Bandeirantes de Comunicação ganhou mais um capítulo na última sexta. Leonardo Meneghetti, que comandava a versão local de Os Donos da Bola na TV Bandeirantes e outra na Rádio Bandeirantes, foi impedido de se despedir dos ouvintes da atração radiofônica. Ribeiro Neto ficou em seu lugar.

Meneghetti havia acertado sua saída do Grupo e a data de sua despedida ficou marcada para o dia 6 de outubro. No entanto, houve uma mudança nos planos e o profissional já foi afastado na última sexta (29). Ele fez a edição televisiva normalmente e recebeu a comunicação na parte da tarde. Com isso, não pode estar nos estúdios da rádio.

Além do jornalista, Fabiano Baldasso e João Batista Filho também decidiram sair. Uma nova equipe liderada por Filipe Gamba começa na tevê já no próximo dia 2. Além de Gamba estarão na tela plana Farid Germano Filho, Lucas Collar e Alexandre Ernest.

A decisão, é claro, não pegou bem. Em um gesto de coragem, Ribeiro Neto não deixou de abordar o tema no ar. “Hoje é um dia triste para mim porque três colegas estão deixando a emissora”, disse.

Ribeiro pediu licença a João Batista e a Baldasso para homegear Meneghetti. “Além de ser colega, é um amigo, um irmão. E ao vê-lo sair e especialmente sem se despedir me tocou na obrigação de dizer algumas palavras sobre isso, sobre o quanto ele é importante , o quanto seu legado permanece para essa emissora”, afirmou.

O apresentador lembrou do histórico de Meneghetti como gestor, se estabelecendo dentro de um mercado que já tinha Gaúcha e Guaíba como gigantes: “ele começa uma caminhada de gestão absolutamente brilhante, (ele é) um cara que ajudou a essa emissora simplesmente a se estabelecer no mercado como uma referência. A Bandeirantes se tornou uma escola”.

“São os ouvintes, são os seguidores, são os telespectadores, são os seus colegas. Os seus amigos que vão reverenciar o legado do teu trabalho nesta emissora. Quero dizer para ti, Meneghetti, o que um dia tu me dissestes quando lá atrás tu saíste daqui para comandar a Band Paulista, novamente com excelência: ‘cara, eu também te amo’. Tu faz parte da minha vida pessoal, mas acima de tudo profissional”, falou.

Neste sábado, pelas redes sociais, Meneghetti fez sua manifestação: ” Eu não preciso criticar a direção local da Band porque não deixou eu me despedir do Donos. A atitude diz muito sobre a pessoa que decidiu isso; e não diz nada sobre a minha trajetória. Não posso dar importância se ficaram incomodados porque decidi sair da Band depois de 30 anos, 23 deles como gestor. Ou porque perderam o rumo quando o JB Filho e o Baldasso decidiram me acompanhar. Isso que aconteceu ontem reforça a minha decisão. Chega um momento em que temos que ter a coragem de partir. E chegou! Comuniquei os motivos à direção em SP. Eles entenderam que preciso estar em ambientes saudáveis” (leia clicando aqui).

Leonardo Meneghetti chegou ao Grupo Bandeirantes, de Porto Alegre em 1994. Ocupou os mais variados cargos tanto no rádio como na televisão. Foi diretor geral em duas oportunidades, de 2005 a 2017 e de 2017 até 2022. Entre 2017 e 2019 comandou a Band Paulista, regional sediada em São José do Rio Preto.

Em uma entrevista ao canal O Bairrista (veja aqui), Meneghetti disse que foi convidado novamente pela Bandeirantes para ocupar um cargo de gestão em São Paulo, mas preferiu ficar em Porto Alegre. Com isso, ele passou a ser apenas apresentador das versões radiofônica e televisiva de Os Donos da Bola. Há uma certa especulação sobre o seu futuro, mas convém esperar.

O Grupo Bandeirantes, de Porto Alegre, tem vivido dias turbulentos. Em junho deste ano registramos aqui a saída de Thaigor Janke, que era repórter e coordenador de esportes da rádio, após desgastes com a alta direção. Matheus D’Avila também deixou o grupo, em solidariedade ao colega.

Na ocasião, comentamos aqui que era apenas Meneghetti que conseguia comandar a Bandeirantes sem que os problemas ultrapassassem os limites dos corredores (veja abaixo).

Veja abaixo o desabafo de Ribeiro Neto.

Desgaste com a direção provocou saída de profissional da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre

Por Rodney Brocanelli

Começando com um clichê: os bastidores da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, estão mais vibrantes e fervilhantes que a própria programação diária. Tudo começou com a saída de Thaigor Janke, repórter e coordenador da equipe esportiva. Logo em seguida, outro profissional pediu para sair: Matheus D’Avila, também repórter. As duas baixas davam a entender que algo não estava indo bem pelos lados do Morro Santo Antônio, bairro que abriga a sede do Grupo Bandeirantes na capital dos gaúchos.

No canal de vídeos A Dupla, mantido no YouTube, provocado por um internauta que mandou um Superchat, Thaigor deu alguns detalhes. “Houve uma sequencia de desentendimentos”, respondeu. O marco inicial aconteceu em fevereiro quando ele e Ribeiro Neto, gerente de esportes, foram sugerir a contratação de um profissional para a ancoragem das jornadas esportivas.

O nome já estava na mesa: Cristiano Silva, que hoje exerce essa função (acumulando com a de repórter) na Rádio Guaíba. O que parecia ser algo simples, independente do encaminhamento, transformou-se em um atrito. Ele começa no fato de que Silva já processou (com sucesso) a filial gaúcha do Grupo Bandeirantes devido à questões trabalhistas.

Havia a avaliação de que não haveria problemas na volta de Silva porque, conforme o relato de Thaigor, outros profissionais que já acionaram a Bandeirantes na Justiça voltaram a trabalhar lá sem problemas. “Entre essas pessoas a atual diretora da empresa”, afirmou.

A ideia foi considerada absurda pela diretora. Thaigor disse que caiu na besteira de afirmar que o argumento não fazia sentido e fez questão de lembrar da situação vivida por outros profissionais que foram buscar seus direitos. “Isso não agradou a ela. Ela se sentiu ofendida(…) Ela disse que fui ofensivo. Ela disse que isso era um assunto proibido na empresa”, falou.

Thaigor questionou o motivo da proibição e a resposta da diretora, segundo seu relato, foi “porque estou proibindo”. O jornalista foi mais longe e disse: “então é proibido a partir de agora, dois minutos, quando eu falei não era”.

A partir disso, o ambiente piorou. “De alguma forma eu me senti marcado por ela. Em vários momentos, deixou isso claro para outras pessoas”. falou Thaigor.

A coisa piorava nas reuniões. “Existiram episódios em que ela excessivamente contestava situações nossas”, disse Thaigor que citou o exemplo da retomada das viagens dos repórteres para os jogos de futebol, graças a um acordo de patrocínio. “A gente conseguiu a verba para esse projeto com lucro para a Band, com orçamento diminuto para a gente viajar”, complementou.

No dia da reunião em que esse projeto foi apresentado, essa diretora disse que os orçamentos de viagens feitos pela equipe de esportes estavam errados. Um exemplo dado foi de uma passagem para Belém (PA), cujo preço ficou orçado em R$ 1700. Porém o diretor financeiro da empresa disse que a passagem ficaria em R$ 9300.

Thiagor diz ter entrado em choque com essa informação, trazida à tona em uma reunião com aproximadamente 15 pessoas, imaginando que tivesse cometido algum erro. Enquanto isso, a diretora deitava falação. Porém, o próprio diretor comercial percebeu que a falha era dele próprio, que fez um orçamento para uma viagem até Belém, mas em Portugal.

Vale um parêntese aqui: isso lembra um pouco a Rádio Camanducaia, quadro humorístico criado pelo genial Odayr Baptista. Um de seus personagens, o locutor esportivo Alberto Neto, sempre ia para o estádio errado a fim de transmitir uma partida de futebol.

Mesmo com a questão de Belém resolvida, outras discordâncias aconteceram neste projeto de viagens. A diretora quis cortar alguns deslocamentos. Por outro lado, Thaigor defendia a ideia inicial. “Eu sei que sou um cara incisivo nas minhas contestações”, reconheceu.

“Isso tudo gerou um desgaste de merda e que eu entendo também, na visão dela, ficou insustentável dela…dela me demitir. Houve outros episódios também até a demissão que aconteceu”, disse Thaigor.

Vai e vem das gestões

Embora o jornalista não tenha citado diretamente o nome desta diretora, o site Torcedores informa que trata-se de Lisiane Russo (clique aqui para ver). Conforme o site Making Off, ela foi diretora-comercial do próprio Grupo Bandeirantes em Porto Alegre (clique aqui para ver). Russo substituiu Leonardo Meneghetti, que ocupava o cargo de diretor geral pela segunda vez, desta vez desde setembro de 2019 (a primeira começou em 2005 e durou quase 12 anos).

Em uma entrevista ao canal O Bairrista (veja aqui), Meneghetti disse que foi convidado novamente pela Bandeirantes para ocupar um cargo de gestão em São Paulo, mas preferiu ficar em Porto Alegre. Com isso, ele passou a ser apenas apresentador das versões radiofônica e televisiva de Os Donos da Bola. O jornalista já esteve à frente da regional de São José do Rio Preto entre 2017 e 2019.

Essa informação acima sobre Menghetti é importante destacar porque pelo jeito é somente ele que consegue comandar a praça de Porto Alegre sem que problemas ultrapassem os limites dos corredores. Enquanto esteve fora, o gestor que ocupou seu lugar (Sérgio Cossio) não deixou muitas saudades, a julgar por declarações dadas em uma edição de Os Donos da Bola, veiculada em setembro de 2021 (veja abaixo).

Veja abaixo o trecho em que Thaigor Janke fala de sua saída do Grupo Bandeirantes.

Chegada de cartola ao Grêmio provoca comparações com momento vivido pelo Grupo Bandeirantes no RS

Por Rodney Brocanelli, com a colaboração de Edu Cesar, do Papo de Bola

O ouvinte mais atento que acompanhou a edição da última quinta feira (14) da versão gaúcha de Os Donos da Bola, da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, pode perceber uma série de indiretas a gestão anterior da filial gaúcha do Grupo Bandeirantes (veja abaixo). Explicando: um dos temas debatidos pelo programa era a chegada do cartola Denis Abrahão para cuidar do departamento de futebol do Grêmio nesta reta final de campeonato brasileiro, que luta para fugir da zona do rebaixamento ou a zona da confusão, como gosta de dizer Wanderley Luxemburgo.

A certa altura, o âncora Thaigor Janke um pouco mais do perfil de Abrahão. “Eu não conheço tão bem quanto vocês e o Baldasso conhece muito, o Cesar conhece muito a figura do Denio Abrahão e como ele vai fazer…”, disse. Fabiano Baldasso, hoje influencer ligado às coisas do Internacional, e que também participava da atração, interveio: “O Abrahão é o Meneghetti”, citando Leonardo Meneghuetti, atual diretor geral da Grupo Bandeirantes no Rio Grande do Sul. “O Denis Abrahão tem o mesmo perfil do Meneghetti: explosivo, sanguíneo”, complementou.

Cesar Cidade Dias, outro integrante da mesa e identificado com o Grêmio se animou com a comparação e lembrou de um momento vivido pelo próprio Grupo Bandeirantes: “Então nós saímos (referindo-se ao clube de futebol). Porque o Meneghetti botou o pézinho aqui e deu certo. E nós estávamos perto da zona do rebaixamento (aqui falando sobre a empresa)”, disse. Paulo Pires, decano do esporte na Rádio Bandeirantes, concordou: “muito próximos”.

Esse diálogo remete ao período compreendido entre os anos de 2017 e 2019. Neste último ano, a empresa teve de fazer uma série de demissões tanto na emissora de rádio como na de televisão. Leonardo Meneghetti, que já havia ocupado cargo de direção na filial gaúcha entre 2005 e 2017, retornou ao posto, fazendo uma série de investimentos em pessoal e na criação de novos programas, entre os quais se destaca o próprio Donos da Bola, que tem edições exclusivas na tevê e no rádio, retransmitidas via YouTube e com importante engajamento de público nessa plataforma. A partir dessas alterações, os veículos da Bandeirantes voltaram a ter relevância no mercado local.

Porto Alegre: Rogério Mendelski deixa a Guaíba e vai para a Bandeirantes

Por Rodney Brocanelli, com a colaboração de Edu Cesar, do Papo de Bola

Rogério Mendelski não é mais apresentador da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, emissora em que estava desde o ano de 2007 comandando o programa Bom Dia. Ele se despediu dos ouvintes da emissora, não de forma aberta, com um tradicional discurso, seja ele de agradecimento ou não. Seus últimos momentos na emissora foram embalados com a canção Auld Lang Syne, interpretada pela conhecida voz de Rod Stewart. A melodia é bastante popular aqui no Brasil como a Valsa do Adeus (Adeus amor/Eu vou partir/
Ouço ao longe um clarim…).

Mendelski pediu que a canção fosse tocada durante o comentário esportivo de José Aldo Pinheiro, próximo ao encerramento do programa. O narrador aproveitou para falar dos eventos de confraternizações de final de ano dos quais participou e anunciou que entraria de férias. O comandante do Bom Dia fez uma breve explicação sobre a música, anunciou o boletim de notícias e deu o seu tradicional “bom dia”.

Não tardou para que o futuro de Rogério Mendelski no rádio de Porto Alegre fosse definido. A partir do dia 30 de dezembro, ele irá estrear na Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, apresentando a versão local do Primeira Hora, das 06h as 08h. Segundo o jornalista Felipe Vieira, havia a opção de que a estreia fosse em 02 de janeiro de 2020, mas Mendelski preferiu antecipa-la para a última segunda-feira do ano. Além do programa, ele terá também uma coluna na edição local do jornal Metro, que é distribuído gratuitamente.

O anúncio oficial da estreia de Mendelski na Rádio Bandeirantes foi feito dentro do programa esportivo Toque de Bola. Leonardo Meneguetti, diretor geral da Band RS, disse que o apresentador quase contratado pela Rádio Bandeirantes em 1995, que é quando começa a sua retomada local no comando do Bira Valdez. Além disso, ele disse que virão mais novidades na Bandeirantes nos próximos dias.

A contratação de Rogério Mendelski pode significar um ponto de virada para o Grupo Bandeirantes, de Porto Alegre, que passou por um processo de encolhimento nos últimos anos. A Rádio Bandeirantes não passou incólume por esse processo e perdeu diversos profissionais nos últimos meses. Leonardo Meneguetti, que até bem pouco tempo, dirigia a Band Paulista, unidade que reunia as emissoras de São José do Rio Preto e Presidente Prudente, foi chamado de volta para novamente tomar conta da filial rio-grandense.

No entanto, esse processo de retomada passa ainda prática muito comum do grupo neste e em outros momentos: com a chegada de profissionais egressos de outras emissoras ou pelo fato de serem demitidos ou por falta de ambiente (casos de Haroldo de Souza, Luiz Carlos Reche, Marco Antonio Pereira, entre outros, por exemplo).

Por sua vez, a Guaíba está se mexendo para repor a perda de um nome importante de seu horário nobre. Felipe Vieira divulgou em seu site a informação de que Guilherme Baumhardt poderá ser o substituto de Rogério Mendelski.

Mendelski deixa a Guaíba poucos dias depois de um incidente que o colocou no radar nacional. Ele fez comentários depreciativos a respeito do corte de cabelo de Marielle Franco, vereadora do PSOL pelo Rio de Janeiro, assassinada em assassinada em março de 2018. Ao ler mensagens a respeito do caso na edição do Bom Dia de 07 de novembro, ele disse “agora virou até moda o cabelo da Marielle. O que eu tenho visto de pessoas com o cabelo, aquele cabelo horroroso, feio, um coque na cabeça…”. No entanto, logo em seguida, há um silêncio no ar que é interrompido por ele mesmo: “Onyx?”. Provavelmente, uma pergunta a alguém da produção que sinalizava sobre alguma entrevista ou sonora. A manifestação do apresentador foi criticada via redes sociais por quem ouviu na hora ou quem tomou conhecimento posterior. Houve protestos na porta da sede da Rádio Guaíba, no dia seguinte.

A direção da Rádio Guaíba divulgou uma nota no mesmo dia: “Esclarecimento. Sobre o comentário do apresentador Rogério Mendelski hoje pela manhã no programa Bom Dia, quando fez considerações sobre a vereadora Marielle Franco, esclarecemos que repudiamos todo e qualquer tipo de comentário de conteúdo preconceituoso. Pedimos desculpas à família de Marielle e a toda a comunidade atingida pelo fato. Nos seus princípios, que estão expostos no site oficial da emissora, a Guaíba deixa bem claro isto aos seus ouvintes e colaboradores. A Rádio Guaíba repudia toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. A Rádio Guaíba preza a pluralidade de ideias entre seus comentaristas e apresentadores, mas não aceita de forma alguma manifestações de conteúdo racista, homofóbico de xenofobia ou qualquer outra forma de discriminação. A opinião dos comentaristas e apresentadores não representa a opinião da empresa. Esta será apresentada em editoriais quando necessário”.

O apresentador deu sua versão do caso na edição seguinte do Bom Dia: “Eu não pude terminar o meu raciocínio que era um comentário rigorosamente estético, como eu costumo fazer sempre aqui. Eu faço brincadeiras aqui com roupas, desfiles de moda…”, disse. “Sempre que posso e surge uma oportunidade, eu faço elogios a mulheres que tem cabelos crespos: afros, louras, morenas, ruivas, etc.”, prosseguiu, citando os nomes de Leilane Neubarth, apresentadora da Globo News, e Maju Coutinho, apresentadora do Jornal Hoje, da Rede Globo e da atriz Meg Ryan. “Esteticamente, na minha opinião, coque fica horroroso em qualquer mulher”, completou.

Ouça abaixo a despedida subliminar de Rogério Mendelski da Rádio Guaíba.

Ouça abaixo o anúncio oficial da contratação de Mendelski pela Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre.

Mendelski

Fabiano Baldasso anuncia em programa de rádio que é torcedor do Internacional

Por Rodney Brocanelli

Nesta terça-feira, o jornalista Fabiano Baldasso cumpriu o que prometera desde o último clássico entre Grêmio e Internacional, válido pelo campeonato gaúcho: anunciou dentro do programa Atl Gr-nal, da Rádio Atlântida FM, seu clube de coração. Para muitos, a revelação não foi surpreendente: Baldasso é torcedor do Internacional. Durante o programa, Fernando Carvalho, ex-presidente do Inter, deu a Baldasso como presente uma carteira de sócio do clube. Depois, pelo seu Twitter, o comentarista prometeu ser profissional na análise das coisas do grande rival colorado no estado, o Grêmio.

Em seu site, Edu Cesar, do Papo de Bola lembra que Baldasso seria o terceiro profissional a abrir seu clube de coração em Porto Alegre. São citados os casos de Rafael Serra (Grêmio) e Leonardo Meneghetti (Inter). Na verdade, seria o quarto, pois ao programa Radioamantes no Ar, veiculado pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br), o narrador Marcos Couto também revelou seu clube de coração.

No link abaixo, veja o momento da declaração de Baldasso.

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E ouça a entrevista de Marcos Couto na qual ele revela seu clube de coração.

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