Rodney Brocanelli relembra a passagem de Osmar Santos pela Rádio Globo por intermédio de recortes de jornais e revistas com anúncios das atividades da emissora. Um dos revolucionários do rádio esportivo, Osmar chegou à Globo em 1977, deixou a emissora pouco mais de dez anos depois e teve uma nova passagem de 1991 a 1994. Clique e veja.
Com tanta coisa acontecendo no âmbito político, infelizmente a comemoração dos 40 anos da campanha das Diretas Já! vem ficando em segundo plano. No último dia 25 de janeiro, o comício da Praça da Sé, em São Paulo, teve uma retrospectiva tímida. Como a luta pelas eleições diretas, que tomou boa parte do primeiro semestre de 1984, tem vários marcos, espera-se que em abril essa lembrança seja retomada de forma mais consistente.
Um dos grandes nomes daquela campanha de mobilização popular foi Osmar Santos. Seu poder de comunicação foi capaz de comandar grandes plateias que foram às ruas de cidades importantes deste país pedir a volta das eleições diretas para presidente da República.
Naquela época, o narrador era chefe de esportes da Rádio Globo em São Paulo, apresentador da versão paulistana do Globo Esporte e narrador dos compactos de futebol nas noites de domingo (para São Paulo),
Seu envolvimento com a campanha (que já estava nas ruas) começa na noite do dia 31 de dezembro de 1983, Osmar Santos foi escalado para narrar a corrida de São Silvestre, tradicional corrida de rua promovida pela Fundação Cásper Líbero. Naquele ano, a prova era disputada à noite, quase que às portas do ano seguinte.
A São Silvestre ia se desenrolado e um corredor brasileiro foi se destacando: o mineiro João da Matta, que na ocasião tinha 30 anos. A narração de Osmar foi ganhando contornos de uma mensagem de esperança, ao mesmo passo em que João ia consolidando seu triunfo.
“Lá vem João da Matta…O Brasil em primeiro lugar…Este Brasil sofrido, desgovernado…Força, Garotinho! Pensa no seu povo…oprimido, angustiado, cansado de se alimentar apenas de sonhos de que um novo tempo vai chegar. Vem, João da Matta, o novo campeão da São Silvestre! Parabéns, João da Matta! Que esta tua vitória seja o anúncio de um ano de esperança, de realizações, de conquistas, vai trazer uma nova vida, uma vida mais digna para aqueles que realmente amam este país. Obrigado, amigo João. Tua força, tua garra faz com que a gente tenha orgulho de dizer: sou forte, sou guerreiro, graças a Deus, sou brasileiro”. (uma pena que não exista um registro disso no YouTube)
A mensagem de Osmar chegou aos ouvidos de Álvaro Dias, então governador do Paraná, que, em meio a confraternização em família, encontrou tempo para assistir a transmissão da São Silvestre.
Álvaro comentou com o irmão, que também se chama Osmar, que seu xará deveria ser o apresentador do comício pelas diretas programado para o dia 12 de janeiro, em Curitiba.
O narrador não aceitou de cara o convite feito em seguida pelo governador. Ele consultou o psicólogo e amigo Mauro Madureira e o diretor executivo do esporte da Rede Globo na ocasião, Marco Mora.
Ao ver que não haveria objeção de seu empregador, Osmar embarcou nessa jornada.
Claro que ocorreram problemas nos comícios das Diretas Já. Quarenta anos depois, eles ganham hoje até um ar de anedota. Mas o fato de um impostor ter se passado por um deputado argentino na concentração de Curitiba deixou muita gente com o coração na mão.
Um certo Juan Carlos Quintana ocupou o palanque e fez um discurso em que declarou “o apoio do governo argentino aos anseios de viver num país democrático que unem todos os brasileiros”.
O governo da época protestou, evocou a soberania externa e disse que forças externas estavam comandando a baderna. Após isso, cuidados foram tomados para que situações como essa fossem evitadas.
Após o comício do dia 25 de janeiro, na Praça da Sé, em São Paulo, Osmar tomou à frente nas outras reuniões em grandes capitais. Para isso, ele teve que vencer certas resistências e os planos de outros organizadores. Por exemplo, Ziraldo, atendendo a um convite do então governador Tancredo Neves, iria apresentar o comício em Belo Horizonte. O cartunista foi, mas Osmar estava lá também.
No Rio, o governador Leonel Brizola escalou o ator Milton Gonçalves e a atriz Christiane Torloni. Apesar de ser um nome de rádio, que era um veículo regional, Osmar não só esteve lá, mas como deu um show de comunicação com o público.
Osmar teve que apagar alguns incêndios. Em diversos momentos, ele teve que pedir ao público de diferentes tendências políticas para que não vaiasse os políticos. Um exemplo pode ser visto no vídeo abaixo. No comício da Praça da Sé (SP), Oswaldo Maciel (sim, Oswaldo Maciel) chama o então prefeito de Novo Horizonte Sidney de Biasi, que era do PDS, o partido que dava sustentação ao governo do general Figueiredo. Biasi representava um grupo de prefeitos que era favorável às Diretas. Osmar interveio para deixar clara a posição que o político tinha naquele momento e as vaias se transformaram em aplausos.
A única vez em que Osmar realmente não conseguiu controlar o público aconteceu no comício do Anhangabaú (SP). Ao agradecer os profissionais de imprensa que faziam a cobertura daquele evento, a massa se uniu em um coro só: “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo” (eu vi isso ao vivo na TV Gazeta, que transmitiu tudo quase que na íntegra – tinha 13 anos e não havia ninguém para me levar até o local). Essa saia justa não trouxe grandes consequências à carreira de Osmar na Globo, como veremos adiante.
Após a mobilização popular, as atenções se voltaram para a Câmara dos Deputados, em Brasília. Uma emenda à Constituição brasileira (a de 1967) proposta pelo deputado Dante de Oliveira (PEC nº 05/1983) estava para ser votada no dia 25 de abril de 1984. Seu objetivo era restabelecer as eleições diretas para presidente do Brasil.
Apesar das medidas de segurança decretadas pelo Governo Federal, Osmar Santos esteve nas galerias da Câmara para acompanhar a votação. Assim como grande parte da nação, ele saiu frustrado com o desenlace. A emenda não foi aprovada. Para uma alteração constitucional, seriam necessários 320 votos, conforme as regras da época. No entanto, foram apenas 298 votos a favor. Além do mais, quem era contra simplesmente não apareceu no plenário para votar, evitando assim maiores desgastes eleitorais.
Politicamente, o ano de 1984 ainda seguiu bastante agitado com a definição dos candidatos à presidência que iriam se enfrentar no ano seguinte, com o voto indireto de deputados, senadores e delegados definidos pelos governadores, o famoso Colégio Eleitoral.
Tancredo Neves foi lançado como candidato da oposição (acabou sendo o vencedor, promovendo o início da Nova República). Paulo Maluf defendeu as cores da situação, embora o preferido dela fosse outro: Mario Andreazza.
Osmar até foi convidado para animar os comícios de Tancredo Neves, porém essa parceria não foi duradoura. O publicitário Mauro Motoryn conta que em Goiânia, o locutor ficava instando o público toda hora a responder se eles queriam diretas. “Esse menino não pode mais apresentar porque não estamos mais nas diretas e ele fica chamando isso aí”, disse Tancredo em uma conversa de lado com Mauro. Ele mesmo passou a comandar os comícios e houve também a presença de apresentadores locais.
A carreira de Osmar Santos não foi afetada pela sua ampla participação nessas campanhas de mobilização política. Ele permaneceu na Rede Globo com as suas atividades já assumidas e foi um dos narradores na cobertura do Jogos Olímpicos de Los Angeles, disputados entre julho e agosto.
Um de seus grandes momentos na televisão se deu justamente na medalha de ouro conquistada por Joaquim Cruz na prova dos 800m. Em uma narração emocionante (sem ser gritada), ele citou Milton Nascimento. “É preciso ter força, Joaquim! É preciso ter gana. É preciso ter raça, sempre, Joaquim”, disse instantes antes da largada.
Após a chegada e com a confirmação da vitória do brasileiro, Osmar fez uma discreta correlação com os momentos do país: “Essa é a raça que o brasileiro tem que ter para viver. Mudar os dias difíceis”.
Dois anos depois (já na Nova República, sob o comando de José Sarney), Osmar tomava a frente de mais uma cobertura importante: a da Copa do Mundo, sediada no México. Seu nome foi escolhido depois de uma solicitação das agências de publicidade (informação que consta em Olha o Que ele Fez, documentário que conta a trajetória profissional de Galvão Bueno). Narrou os jogos do Brasil, além de outras partidas importantes, entre elas, a final.
Pouco mais de dez anos depois da campanha das diretas, uma tragédia mudaria a vida de Osmar para sempre. Em dezembro de 1994, ele foi vítima de um grave acidente automobilístico. Ele lutou pela vida durante semanas e meses. No entanto, os danos cerebrais causados pelo traumatismo craniano afetaram a sua capacidade de fala. Afastado dos veículos de comunicação, ele encontrou uma nova forma de expressão na pintura.
Muitas das informações desse texto foram retiradas do livro “Osmar Santos, o Milagre da Vida”, da Editora Sapienza, escrito pelo jornalista Paulo Matiussi e publicado em 2004. Fora de catálogo, merece um relançamento.
Merecidamente, o golaço de Richarlison, o segundo do Brasil na vitória contra a Sérvia, é o assunto desta Copa do Mundo. Um lance de rara beleza. E ele ocasionou um grande momento de Galvão Bueno na transmissão da TV Globo, inconscientemente ou não. O narrador acabou usando bordões de dois gênios do rádio esportivo brasileiro. Primeiro, ele diz ” e que gol”, de Osmar Santos, e logo em seguida “e que golaço”, de José Silvério. Será que foi homenagem? Ainda não sabemos, mas está valendo. Veja e ouça abaixo (enquanto os donos do espetáculo deixarem).
Graças a um acaso e a uma dica do Milton Neves via Twitter (a melhor dica que ele deu em anos), pude assistir a série de documentários dos canais ESPN sobre os 100 anos do rádio no Brasil. No último sábado (10), o ESPN Extra exibiu os cinco episódios em sequência, a partir das 14h30. Todos eles já estão disponíveis no Star+, a plataforma de vídeos oficial da Disney.
A série aborda o rádio esportivo (ou futebolístico – acho que já está na hora de debater esse termo) e cinco grandes nomes foram escolhidos para que suas histórias, que se confundem com o próprio veículo, fossem contadas: Milton Neves, José Silvério, Osmar Santos, Pedro Ernesto Denardin e José Carlos Araújo).
Um dos inúmeros pontos positivos dessa série é o fato de que eles não são louvatórios. Por exemplo, todas as qualidades, defeitos e contradições (dentro e fora do ar) de personagens como Milton Neves e José Silvério foram abordadas. No caso de Milton, a questão dos merchans não foi deixada de lado, com pelo menos um depoimento fazendo um contraponto a essa prática.
No caso de Silvério, o fato de vetar a participação de repórteres nas jornadas esportivas por episódios que ele considerava como falta de profissionalismo foi devidamente destacado, com um breve momento de autocrítica do próprio narrador.
Um dos grandes momentos do episódio com Osmar Santos foi quando lhe perguntaram se o rádio continuava a exercer o papel de informar ou se o veículo estava mais “fraquinho” no que diz respeito à informação. Em uma palavra só, um gênio definiu o estado de coisas: “fraquinho”.
Ainda sobre Osmar, todo o seu exemplo de vida é devidamente exaltado no documentário, mas há um breve espaço falar sobre o próprio rádio. Odinei Edson aparece como uma voz crítica à onda de “rádio com imagem”.
Não deixa de ser curioso ver a Rádio Guaíba e sua logomarca aparecer com tanto destaque em um programa dedicado a Pedro Ernesto, astro da Rádio Gaúcha. Explica-se: José Aldo Pinheiro e Carlos Guimarães, profissionais da concorrente deram seus depoimentos. Zé Aldo deu um depoimento pessoal e Guimarães deu uma aula sobre rádio esportivo (ou futebolístico) gaúcho para não iniciados. O amigo Marcos Garcia aponta um erro de legenda: o nome de Armindo Antonio Ranzolin foi grafado como Antonio Armindo. Falha que deveria ser sanada em uma revisão.
Pedro Ernesto, em dado momento, diz que talvez não fizesse sucesso em praças como Rio de Janeiro e São Paulo. Este radioamante discorda respeitosamente.
Além de falar da extensa carreira de José Carlos Araújo, o Garotinho, o documentário sobre ele tem o mérito de apresentar um contraponto ao tom oficialesco da comemoração dos 100 anos de rádio do Brasil. O depoimento do radialista e professor Marcus Aurélio cita as primeiras transmissões feitas antes do 7 de setembro de 1922, na cidade do Recife.
A série da ESPN traz imagens inesquecíveis, como o encontro de Osmar Santos e Milton Neves ou então o reencontro de Silvério com seus irmãos de leite. Sobre Neves, não deixa de ser inquietante ver como ele está fragilizado, especialmente depois da morte de Lenice, sua esposa. Além disso, a obra faz rir, faz chorar e faz pensar sobre o futuro do rádio.
Uma pena só que o rádio esportivo de Belo Horizonte e de cidades da região Nordeste foram deixados de lado. Há muita história para contar e personagens carismáticos para focalizar.
A série foi criada pelo núcleo de produções especiais da ESPN, com roteiro de Marcelo Gomes e Rafael Valente.
Silvério para o rádio: “eu te decifrei e você não me devorou”
O dia 5 de julho marcou uma das datas mais tristes na história da seleção brasileira de futebol. Jogando no estádio Sarriá, em Barcelona, os comandados de Telê Santana perdiam para a Itália pelo placar de 3 a 2 e davam adeus à Copa que no ano de 1982 era disputada na Espanha. Mesmo com as conquistas de 1994 e 2002, torcedores e jornalistas se perguntam até hoje sobre o que deu errado naquele dia. Bastava apenas um empate para que o Brasil chegasse às semifinais. Mas a Squadra Azurra apareceu pelo caminho. Além de adiar o sonho da conquista do título mundial, aquele resultado serviu para sepultar de vez a prática do futebol arte. Desde então, tivemos apenas alguns lampejos que apareciam de forma individual, graças ao talento de Romário e Ronaldo, cada um em sua época.
O blog Radioamantes leva você de volta ao dia 5 de julho de 1982. A nossa máquina do tempo é o rádio.
O quinto sinal da Rádio Bandeirantes marcava pontualmente 12h15, 16h15, horário local. Fiori Gigliotti anuncia o início da partida.
Para espanto geral, a Itáia saia na frente, logo aos 4 minutos de partida. Defesa brasileira vacilou. Paolo Rossi marcava, de cabeça. José Silvério estava na Jovem Pan.
A resposta brasileira não tardou. Sócrates recebeu um belo lançamento de Zico e avançou até entrar na área. O goleiro Dino Zoff tentou fechar o ângulo. Mas o Doutor, com o sangue frio que lhe era pecuilar, mandou para o gol. Osmar Santos narrou esse lance na Rádio Globo.
Mas Paolo Rossi se aproveitava mais uma vez de uma falha da defesa brasileira para marcar o segundo gol da Itália. O lance pegou muita gente desprevenida. José Silvério narrou esse lance na Jovem Pan.
No segundo tempo, o Brasil veio com tudo para tentar ao menos o empate. Falcão, na época o Rei de Roma, mandou um belo chute de média distância. E um detalhe que a televisão não mostrou: Cerezo, um dos responsáveis pelo lance que originou o segundo gol da Itália, chorou de emoção. José Silvério observou bem esse detalhe na Pan.
Armindo Antônio Ranzolin traduziu na Rádio Guaíba todo o orgulho pelo gol do “compatriota” Falcão.
E mais: a emoção de Willy Gonser, enaltecendo o corta luz de Cerezo, pela Rádio Itatiaia.
Mas aquela não era a tarde do Brasil. Em um escanteio aparentemente inofensivo, a Itália chegaria ao seu terceiro gol. Mais uma vez, Paolo Rossi. Flávio Araújo, então na Rádio Gazeta (SP) não escondeu a decepção.
Na Rádio Nacional, o garotinho ligeiro José Carlos Araújo ficou de queixo caído com o gol de Rossi.
O Brasil quase conseguiu o empate em uma cabeçada do zagueiro Oscar. O goleiro Dino Zoff operou um verdadeiro milagre. José Carlos Araújo, na Rádio Nacional, viu essa bola no gol.
Não teve jeito para o Brasil. O árbitro israelense (o Wikipedia diz que ele tem também nacionalidade romena) Abraham Klein apitou o fim de jogo. A perplexidade tomava conta da torcida brasileira. Fiori Gigliotti traduzia bem esse sentimento na Rádio Bandeirantes.
Passado o impacto da derrota, nada melhor que uma avaliação fria para se concluir em que a seleção brasileira errou. Eis a palavra de João Saldanha, então na Rádio Tupi. A metáfora do macaquinho é impagável.
(*) post atualizado e republicado. O original foi divulgado há dez anos (veja aqui). Estamos mesmo ficando velhos.
No último dia 19 de janeiro, o perfil Arquivos Elis Regina, do YouTube, divulgou um registro tristemente histórico: parte da cobertura da morte da cantora veiculada pela Rádio Excelsior (hoje CBN) em 1982. Quarenta anos depois. O arquivo publicado tem pouco mais de 1h13min e traz erros e acertos decorrentes de uma cobertura em tempo real e até alfinetadas na concorrência.
A notícia chegou no programa Balancê. Osmar Santos falava sobre algum assunto relacionado ao futebol quando, às 12h19, foi bruscamente interrompido pelo narrador Reinaldo Costa, que apresentava a atração naquele dia. “A gente recebe neste momento a infausta notícia que faleceu agora, neste exato momento, questão de uns dez minutos atrás, a cantora Elis Regina”, disse atônito.
Pouco depois, entrava ao vivo a repórter Luísa Borges, do Hospital das Clínicas. “A gente nem tem vontade de entrar para dar uma notícia dessas”, disse, bem no momento em que começava a tocar Casa no Campo, um dos grandes sucessos de Elis. Segundo Luísa, a Pimentinha, como era conhecida, chegara “clinicamente morta” ao hospital.
Todo a pauta do Balancê prevista para aquele dia, obviamente caiu. Pouco depois do boletim de Luísa Borges, entrava no ar Walter Silva, um dos descobridores de Elis, que naquela época tinha um programa na própria Excelsior, o Pick-Up do Pica Pau, que começava sempre a partir das 14h. “Eu estou completamente sem ação (…) estou completamente perturbado, não consigo manter o equilíbrio jornalístico neste instante”, afirmou. Walter era pai de Celina Silva, que na ocasião estava trabalhando como assessora de Elis.
Após Luísa Borges retornar com novas informações do HC, Reinaldo Costa leu um breve resumo da carreira de Elis Regina. Jair Rodrigues, que naquele dia iria conceder uma entrevista para uma rádio de Santos, entrou no ar para um depoimento sobre a colega. Ambos dividiram o comando do Fino da Bossa nos áureos tempos da TV Record.
Depois da reprise do trecho de uma entrevista antiga de Elis, a repórter Yara Peres se integra à cobertura entrando diretamente do IML para onde o corpo da cantora fora levado para a autópsia. Walter Silva, que já estava lá, passa novas informações.
O Balancê encerrou sua edição às 12h29. Na sequência, começou o Jornal da Excelsior, comandado por Luiz Lopes Corrêa e Efigênia Mena Barreto. Na abertura, críticas a uma concorrente: “Uma emissora noticiosa de São Paulo chegou a dizer no ar que tudo não passava de engano e que a morta era outra”, disse Luiz. Quem souber qual é, deixe a informação no sistema de comentários.
Efigênia cometeu um erro ao citar o nome dos filhos de Elis: “deixa também três filhos, Rodrigo, João e a Mariana”. Luísa Borges volta ao ar, também do IML, corrige os nomes. João Marcelo, Pedro e Maria Rita. Todos eles atualmente com atuação destacada no cenário musical.
O jornal prosseguiu veiculando outras entrevistas. Julio Rosemberg, radialista gaúcho que acompanhou o início de Elis em Porto Alegre. O produtor Mayrton Bahia, que havia produzido o último disco da cantora, o que tem a canção Trem Azul, também concedeu seu depoimento. Jair Rodrigues voltou a ser contatado pela Excelsior e disse mais algumas coisas sobre a amiga.
Uma outra entrevista chamou a atenção, a do produtor André Barbosa Filho. Nela, foi levantada a hipótese por um repórter não-identificado de que a morte fora causada por overdose de drogas. “Isso é um absurdo”, declarou André.
Encerrando, a íntegra da última entrevista de Elis para a Excelsior, conduzida por Luísa Borges.
Quarenta anos depois, a Rádio Excelsior, que era veiculada em 780Khz não existe mais. Em 1991, ela se transformou em CBN, projeto de rádio noticiosa do Sistema Globo de Rádio. Aproximadamente quatro anos depois, a emissora passou a transmitir também em frequência modulada nos 90,5Mhz. Em 2018, a área de rádios do Grupo Globo resolveu abrir mão de suas frequências em amplitude modulada, ocasionando assim o desligamento da CBN. Hoje, em seu lugar, está a Canção Nova.
Em entrevista ao podcast Dus 2, o narrador esportivo José Aldo Pinheiro, atualmente empunhando o microfone da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, teceu fortes elogios a um colega que marcou história no rádio esportivo brasileiro: Osmar Santos. “Se nós podemos dizer que tem um narrador que alcançou um nível de perfeição na narração, este narrador é o Osmar Santos. Ele tinha dicção, ele tinha carisma, ele tinha improviso, ele tinha voz e ele tinha criatividade. Então, o Osmar tinha uma linguagem universal. O Osmar foi o grande narrador de todos os tempos”, afirmou.
Mesmo colocando Osmar no topo, ainda houve espaço para que outros grandes locutores fossem citados por Zé Aldo: “Nós temos um outro que desenvolveu com com perfeição a técnica da narração esportiva que é o (Armindo Antônio) Ranzolin, mas ele era um narrador com linguagem clássica, mas com característica de um comunicador regional. Não era tão universal como o Osmar Santos. Então, ele era um narrador mais conservador, atingia um público mais maduro”, disse.
Ainda na mesma resposta, Zé Aldo fez uma comparação entre Ranzolin e Osmar: “O Osmar pegava todos os públicos. Ele (Osmar) pegava o povão, mas ele pegava também a elite intelectual que se identificava com a linguagem dele”.
Outro profissional elogiado foi José Carlos Araújo, o Garotinho: “ele tem uma narração que não se desatualiza, que não envelhece porque ele é à frente do tempo dele. Ele nos anos 90 já narrava numa linguagem dos anos 2000. Ele cata na linguagem das pessoas das ruas os seus bordões. Essa linguagem do povo, toca no povo”, falou.
Mas a entrevista não ficou apenas nessa questão dos narradores. José Aldo Pinheiro falou sobre aspectos de sua carreira, iniciada precocemente, em São Luis Gonzaga. Ainda houve espaço para uma importante história de bastidores: ele foi convidado por Leonardo Meneghetti, diretor geral do Grupo Bandeirantes, em Porto Alegre, para voltar à Rádio Bandeirantes local, para um projeto em que narradores e outros integrantes da equipe de transmissão seriam identificados com os times locais.
O time que Zé Aldo iria acompanhar não foi revelado. Essa ideia seria igual ao que já faz a Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, que tem uma equipe engajada transmitindo os jogos do Atlético-MG e outra cobrindo as partidas do Cruzeiro.
Como se nota pelo estilo de transmissão adotado pela Bandeirantes porto-alegrense, a medida não foi adotada, ao menos até agora.
Outra questão colocada na mesa foi a saída de Zé Aldo da Rádio Gaúcha. Embora ele tenha usado um tom comedido para abordar o tema, fica claro que a saída não foi amistosa.
O Dus 2 é comandado por Cristiano Silva e Geison Lisboa. Ouça e veja a íntegra abaixo.
Dois grandes nomes da crônica esportiva foram vacinados contra o Covid-19 nas últimas 48 horas. No sábado (27), Milton Neves, apresentador da Rádio e TV Bandeirantes tomou a primeira dose e até fez careta para a foto. “Deu uma ‘duída’ na hora, mas já vacinado na primeira dose! Na rua Ibiapinópolis, ao lado do Clube “A Hebraica”. Obrigado a todos os enfermeiros e enfermeiras”, escreveu ele no Twitter (veja aqui).
No dia anterior foi a vez de Osmar Santos, simplesmente o Pai da Matéria. Ele foi levado pelo filho Vitor a um posto drive-trhu localizado na Zona Oeste de São Paulo. Animado, ele fez menção à campanha “Vacina Sim”, realizada pelo consórcio de imprensa dedicado à cobertura e conscientização sobre o combate a essa nefasta pandemia. Veja mais aqui.
A prefeitura de São Paulo começou a vacinar idosos de 69 a 71 anos.
Faça como eles e outros tantos que já registramos aqui no blog (veja aqui): não deixe para trás a sua oportunidade de se vacinar.
Osmar Santos comemora 70 anos neste 28 de julho. Ele é um dos grandes nomes do rádio esportivo em todos os tempos. Vamos relembrar alguns de seus momentos mais marcantes no rádio e na televisão.
A seguir, um especial em duas partes produzido e apresentado por André York, então na Rádio Banda B, de Curitiba.
Abaixo, Osmar saúda a volta de José Carlos Araújo à Rádio Globo, do Rio, no final de 1984.
A imagem não está boa, mas o que importa é o som. Osmar Santos narrando pela TV Globo um gol do Brasil no torneio olímpico de futebol em Los Angeles, também em 1984.
Osmar Santos já narrou Fórmula 1 pela Rádio Globo. Ouça um trecho da transmissão do GP da Argentina de 1978.
Em São Paulo, Osmar Santos começou a escrever seu nome na história do rádio esportivo na Jovem Pan. Abaixo, o registro da primeiro jogo da grande final do Paulistão de 1974, reunindo Palmeiras e Corinthians. O primeiro jogo, no Pacaembu terminou empatado em 1 a 1.
Poucos dias depois, o Palmeiras iria surpreender e bater o favorito Corinthians no Morumbi. Osmar transmitiu as emoções dessa partida também pela Pan.
Uma das maiores homenagens recentes a Osmar Santos é a bola Gorduchinha. A intenção era que ela fosse a bola da Copa aqui no Brasil. No entanto, a empresa de material esportivo oficial preferiu utilizar uma outra opção. Mesmo assim, o sonho virou realidade, graças a uma grande fabricante de material esportivo aqui do Brasil. Ao Radioamantes no Ar, o pai da ideia, Delen Bueno, contou um pouco mais da história.
Em 1983, a Rádio Globo liderava a audiência nas transmissões de futebol com a equipe esportiva comandada por Osmar Santos. A segunda colocada da ocasião, a Rádio Bandeirantes, tentava de todas as formas recuperar o terreno perdido. E o sistema de auto falantes do estádio do Morumbi à época foi usado como parte dessa estratégia. Em dias de jogos, sempre quando o serviço iria divulgar alguma informação relevante para os espectadores, uma vinheta era executada antes: uma variação do logotom do Escrete do Rádio. Aquilo procurava funcionar como uma mensagem subliminar para fazer com que o ouvinte se lembrasse da Bandeirantes e mudasse de estação. Isso irritava Osmar, que sempre dava um jeito de alfinetar a estratégia do concorrente. Isto aconteceu na final do campeonato paulista de 1983, disputada por Corinthians x São Paulo.
No último dia 12 de julho de 2017, pouco antes da partida entre Palmeiras x Corinthians, válida pelo campeonato brasileiro de futebol, foi inaugurado oficialmente as novas instalações para a imprensa no Allianz Parque. O nome oficial será Centro de Imprensa Osmar Santos, uma homenagem mais do que justa a um dos grandes nomes da imprensa esportiva. Osmar ganhou uma camiseta do Palmeiras personalizada e uma placa. Depois, ele descerrou uma outra placa que encerrou a solenidade
O perfil Narração Esportiva, ativo no You Tube, vem publicando uma série de entrevistas de Edison Scatamachia, jornalista que foi coordenador de produção do departamento de esportes da Rádio Globo nos anos 1980, que corresponde ao auge da carreira de Osmar Santos. Scatinha, como era chamado por Osmar, contou algumas histórias de bastidores desse período. Esse depoimento é precioso porque talvez seja um dos poucos que detalham coisas da época em que a Globo dominou a audiência do rádio AM paulistano.
Vindo da imprensa escrita, Scatamachia resolveu adotar um roteiro para as transmissões esportivas. E nele, era obrigatório o giro de manchetes dos repórteres, que depois iam detalhando as informações, muitas delas recheadas com entrevistas pré-gravadas. Esse investimento no jornalsimo, segundo ele, foi o grande pulo do gato para que a Globo tomasse a audiência da Rádio Bandeirantes, que até então era a líder das pesquisas de audiência. “Nós viramos o jogo com a notícia”, conta. Isso, claro, sem perder o bom humor, que era outra características das transmissões. Veja abaixo.
No trecho abaixo, Scatinha também fala sobre Fausto Silva e Lucimara Parisi, outros dois grandes nomes daquela equipe, que atingiram voos maiores em suas respectivas carreiras. Para ele, o grande sucesso do Perdidos na Noite (programa da tv derivado do Balancê, da Rádio Excelsior) era a absoluta falta de organização. Depois, o jornalista conta divertidas histórias da participação de Osmar Santos como apresentador dos comícios das Diretas Já.
A Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp) divulgou nota na noite da última sexta-feira informando que está negociando com o Palmeiras sobre a descontinuidade do uso de coletes de identificação para os profissionais de imprensa que acessam a Tribuna de Imprensa Osmar Santos, instalada no Allianz Parque. A entidade diz ainda na nota que discorda da medida. Leia abaixo:
Na última quinta-feira, antes da partida entre Palmeiras e Santo André, válida pelo campeonato paulista, alguns profissionais foram surpreendidos com a novidade. O colete, veja abaixo, é todo verde, com o distintivo do clube do lado esquerdo, um número de identificação do lado direito e, nas costas, um “merchan”, do Avanti, programa de sócio torcedor do clube.
O Radioamantes apurou que a ideia do uso dos coletes é ajudar a quem trabalha no Palmeiras em dias de jogos no controle de acesso ao local. Isso evitaria a entrada de “bicões”, que assistiriam as partidas do clube em instalações confortáveis.
A medida desagradou aos profissionais de imprensa. Alguns demonstraram insatisfação com o que seria uma propaganda gratuita do Avanti. Muitos usaram o colete, durante o transcorrer da partida. Outros deixaram os seus na cadeira.
O assunto foi bastante discutido nas redes sociais na noite da quinta-feira e manhã de sexta-feira. Grande parte dos torcedores apoiou a medida, enxergando uma espécie de represália pelo fato de muitos veículos não citarem no nome do estádio.
O acesso à Tribuna de Imprensa Osmar Santos, inaugurada em julho do ano passado, é liberado para profissionais da imprensa escrita, web rádios, repórteres e câmeras de televisão das emissoras que não detém os direitos de transmissão. Técnicos, narradores e comentaristas das emissoras de rádio e tv ficam em cabines específicas e não foi observado o uso dos coletes por parte deles.
Nesta semana, o Radioamantes no Ar teve um convidado especial. Felipe Martinelli. Ele é autor de um mestrado apresentado na Escola de Comuncações e Artes, da USP, sobre o programa Balancê, apresentado pelas rádios Excelsior e Gazeta, entre os anos de 1980 e 1988. A atração fez muito sucesso no rádio paulistano em sua época. Serviu como uma forma de Osmar Santos, nome principal do departamento de esportes da dobradinha Globo-Excelsior, não se limitar apenas à cobertura esportiva, abordando outros temas, como política e entretenimento.Além de Osmar, os apresentadores do Balancê, em diferentes épocas, foram Juarez Soares e Fausto Silva. Este último, aproveitou bem a chance, e graças a ajuda de Goulart de Andrade, foi para a televisão, passando a comandar o Perdidos na Noite. O Radioamantes no Ar é apresentado todas as sextas, sempre a partir das 09h pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin, Flavio Aschar e Rogério Alcântara.
Quem desejar ler a tese de Martinelli pode clicar no link:
Todo 13 de outubro é dia de relembrar o título paulista de 1977 vencido pelo Corinthians. Para o torcedor, este dia tem um significado importante, pois se trata do fim de um longo jejum que vinha desde 1954 (a história é conhecida). A partir dessa data, o Timão não parou mais de colecionar conquistas. Se hoje, o time do povo está às portas de mais uma conquista de campeonato brasileiro, é porque Basílio pegou um rebote e acertou o gol, há 35 anos.
O Radioamantes traz de volta até você os registros que o rádio fez daquele grande momento. Começamos com Fiori Gigliotti, então na Rádio Bandeirantes.
Abaixo, um registro mais raro. José Italiano, então na Rádio Gazeta (SP), narrou e vibrou com o gol de seu time do coração. Geraldo Blota, outro corinthiano, era o repórter-meta da ocasião.
José Silvério estava entrando numa gelada. Sua missão naquela noite era complicada: substituir Osmar Santos, como narrador titular da Jovem Pan. Osmar estava se transferindo para a Rádio Globo. Com o gol de Basílio, Silvério passou pelo seu batismo de fogo.
Por sua vez, Osmar Santos começava uma nova fase em sua carreira. A fase de maior sucesso, pela Globo. Naquele dia 13, ele acordou com problemas na garganta. Mas graças ao seu talento, poucos perceberam a dificuldade. Oswaldo Maciel narrou alguns minutos daquele jogos. Mas na hora do grande momento, Osmar retomou o microfone e também entrou para a história.
(Este post é uma homenagem a Marco Ribeiro, editor do blog Radio Base Urgente e corinthiano. Ele tem um poster do Basílio na parede de seu quarto).
*Publicado originalmente em 13 de outubro de 2012 e devidamente editado e atualizado para a ocasião.
Um dos programas de rádio mais influentes e revolucionários dos anos 1980, o Balancê, apresentado pela antiga Rádio Excelsior (hoje CBN) foi objeto de uma dissertação de mestrado apresentado na Escola de Comunicações e Artes da USP, no último dia primeiro de setembro. Com a aprovação da banca examinadora, Felipe Martinelli, o autor, conseguiu seu título acadêmico. Martinelli é conhecido dos leitores deste blog por conceder uma entrevista ao Radioamantes no Ar sobre Carlos Roberto Escova, em dezembro de 2015. O humorista, que teve participação de destaque no programa de rádio, morrera poucos dias antes, e o agora mestre falou na ocasião sobre o encontro que os dois tiveram na cidade de Ourinhos, em outubro de 2007. Muitas informações das conversas de ambos estão nessa dissertação.
O grande mérito de “Girando a roda do Balancê: a trajetória de um programa e a transformação do rádio paulistano” é atrair tanto a comunidade acadêmica (sua finalidade principal) como ao leitor comum, seja aquele que é interessado na história do rádio por hobby, ou aos saudosistas que acompanharam o programa em grande parte de sua existência no dial paulistano.
Martinelli fez a divisão da trajetória do programa em quatro fases. A primeira começa (obviamente) em sua estreia, no 07 de abril de 1980 e vai até 1983. A atração nasceu de uma necessidade de Osmar Santos, principal nome do departamento esportivo da Globo-Excelsior de entrar em outras áreas além do futebol, como as artes e a política. Osmar iria apresentar o programa, mas caso ele tivesse algum outro compromisso, um co-apresentador assumiria o comando. Juarez Sores foi o escolhido para a missão. Nessa fase, a parte politizada do programa justamente é a que iria dar dores de cabeça a todos, desde o alto escalão da emissora até a equipe de produção. Já naquela época, o sonoplasta Johnny Black se destacava por dar uma plástica toda peculiar ao Balancê.
A partir de 1983, com a saída de Juarez Soares, que se transfere para a TV Bandeirantes a fim de apresentar o Show do Esporte, começa a outra fase. Meio que por acaso, até. Alguns dos integrantes da equipe esportiva da Globo-Excelsior não tinham, digamos, o perfil para um programa daquele porte. Jorge de Souza, Odinei Edson e Reinaldo Costa foram testados para co-apresentar o programa com Osmar Santos, até que se chegou ao nome de Fausto Silva. Com isso, o Balancê tomou outro rumo, e contribuiu muito para isso a química do novo apresentador com os humoristas Carlos Roberto Escova e Nélson Tatá Alexandre (e Johnny Black, é claro). A atração mais ficou mais anárquica e irreverente.
Martinelli nos revela, falando dessa fase, que Fausto Silva e Osmar Santos, não tinham o que se consideraria uma amizade fora dos microfones. Aliás, isso é mais comum do que possa parecer. Existem vários casos (e alguns deles muito atuais) no rádio de gente que não se suporta, mas devido a compromissos comerciais, técnicos, entre outros, deixa as rusgas de lado quando estão no ar. O texto relata alguns momentos de alfinetadas de Faustão em Osmar por muitas questões, especialmente salários. Nessa fase, o Balancê passa a ser apresentado em um teatro por uma questão simples. Não dava para acomodar no estúdio todos os que desejavam acompanhar o programa ao vivo, além, é claro, dos convidados.
A terceira fase, vai de 1985 até 1987. Em 85, Fausto Silva se transfere para a Rádio Record. Vale lembrar que já naquela época, ele já está com o Perdidos na Noite na televisão, cujo processo de criação é devidamente contado por Martinelli em seu texto. Oscar Ulisses passa a apresentar o Balancê em alguns dias da semana. A derradeira fase do programa abrange grande parte do ano de 1988. Aqui, Osmar já havia se transferido para a Rádio Record e costurado um acordo com a Rádio Gazeta para repetir a dobradinha Globo-Excelsior. Na Gazeta, as últimas edições do Balancê foram transmitidas. O perfil passa a ser o de um programa de variedades, com a apresentação de Carlos Fernando (talvez algo mais adequado à sua personalidade).
O tema central da tese de Martinelli, obviamente, é o Balancê. Mesmo assim, seu texto não deixa de contemplar outras emissoras. A Jovem Pan ganha um espaço generoso, até porque de lá saíram profissionais importantes para a história do programa da Excelsior. Além disso, perto do final, é explicada até de que forma a Rádio Record viabilizou financeiramente seu departamento de esportes, lançado em 85, com a adoção, já naquela época, dos hoje detestados contratos de Pessoa Jurídica. O responsável por isso é um conhecido executivo de rádios ainda na ativa e que volta e meia ganha elogios e citações simpáticas de colegas, sendo apontado como exemplo de um gestor genial.
O mestrado de Felipe Martinelli pode ser lido em sua íntegra no link a seguir. Logo abaixo, tem lá o caminho para o pdf. Boa leitura.
Nesta quarta-feira, pouco antes da partida entre Palmeiras x Corinthians, válida pelo campeonato brasileiro de futebol, foi inaugurado oficialmente as novas instalações para a imprensa no Allianz Parque. O nome oficial será Centro de Imprensa Osmar Santos, uma homenagem mais do que justa a um dos grandes nomes da imprensa esportiva. Durante a solenidade, Osmar ganhou uma camiseta do Palmeiras personalizada e uma placa. Veja no player abaixo.