Morre Vinicius França

Por Rodney Brocanelli

Morreu na noite do último sábado (19) o radialista Vinicius França, também conhecido como Vini França. Ele vinha enfrentando as complicações de um câncer que foi diagnosticado na língua. Ele mesmo escreveu sobre sua doença em um post publicado no Linkedin há cerca de oito meses (clique aqui para ler). O velório acontece neste domingo no Cemitério Vila Mariana. Seu corpo será cremado em Vila Alpina, no mesmo dia.

O perfil da Aesp (Associação das Emissoras de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo) no Facebook informou que Vinicius morreu bem no dia de seu aniversário de 63 anos.

Vinicius foi um profissional de múltiplas facetas. Transitou entre o rádio jovem dos anos 1980 comandando programas como o Love Songs, na Rádio Cidade, e o radiojornalismo, sendo apresentador de atrações do gênero em emissoras como a Bandeirantes e a Estadão. Nos últimos anos, atuou como voz padrão da Rádio Capital.

Ouça abaixo uma entrevista de Vinicius França com Zilda Arns, pela Rádio Bandeirantes.

Band RS usa folha de papel para “sumir” com a concorrência

Por Rodney Brocanelli

Durante a transmissão de Caixas x Internacional, partida válida pela semifinal do campeonato gaúcho, a Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, teve de usar uma folha de papel para “sumir” com a concorrência. Explicando: a emissora esteve presente no estádio Centenário, de Caixas do Sul, para a transmissão da partida e com direito a uma câmera na cabine para a live nas plataformas digitais. No entanto, a posição em que ela foi colocada fez com que os profissionais da Rádio Guaíba (Cristiano Oliveira e José Aldo Pinheiro) aparecessem praticamente ao lado do narrador Daniel Oliveira. Para separar as cabines, apenas um vidro transparente. Não houve outro jeito a não ser colocar um papel colado com esparadrapo para evitar a “interferência” indesejada. Veja nas imagens abaixo.

ATUALIZAÇÃO (18/03 – 20H45) – O narrador Daniel Oliveira pede a palavra e informa que colocou o papel porque não havia espaço suficiente na bancada. Segundo Oliveira, é a lista de emissoras da rede que ele tem que anunciar durante a jornada esportiva.

https://twitter.com/real_daniel/status/1637237075148677120

Haroldo de Souza diz gostar de repórter que o ajude a identificar jogadores

Por Rodney Brocanelli

Em entrevista ao podcast Dus 2, Haroldo de Souza fez uma revelação curiosa. O narrador esportivo disse que fica feliz quando os repórteres de campo chamam sua atenção quando está identificando de forma equivocada um jogador durante a transmissão de uma partida. “O repórter que é bom, ajuda”, declarou.

No entanto, nem todos os colegas têm esse espírito colaborativo, segundo Haroldo. “Tem uns repórteres que não gostam de ajudar(…) eu fico mais feliz quando me chamam a atenção do que aquele que permite que eu faça o jogo inteiro com o nome trocado, sem que me avisem. Aí eu fico realmente pê da vida e muito magoado, seja quem for esse profissional”, afirmou.

Outra coisa que Haroldo gosta em uma jornada esportiva é que o repórter esteja ligado na hora do gol para ajudar na identificação de seu autor. Em muitos casos, o narrador estica o grito porque não conseguiu ver quem empurrou a bola para o fundo da rede. Em casos assim, quem está no gramado deve ajudar. “Pode falar forte, não tem problema (…) É o mínimo que a gente espera”, falou.

Não deixa de ser curiosa essa fala de Haroldo, um narrador consagrado, que está caminhando para os 50 anos de atuação no rádio de Porto Alegre (ele chegou à cidade em 1974). Colegas seus de outras praças já não toleram intervenções, especialmente durante os lances de gol.

Ainda durante a entrevista, Haroldo se disse favorável ao off tube, quando o narrador transmite o jogo dos estúdios, acompanhando os lances pela televisão. “Quando me colocam no tubo, eu não reclamo mais. Hoje eu já sou mais favorável porque que a gente é beneficiado”, disse.

Essa mudança de opinião de deve à estrutura de alguns estádios. O locutor que hoje está na Rádio Grenal disse ter muitas dificuldades na Arena do Grêmio: “Esqueceram do rádio quando construíram os novos estádios. A Arena é dose cavalar para você fazer jogo à noite, com aquele vidro na frente. Se o narrador que falar ‘eu não erro nome de jogador’ tá mentindo, seja ele quem for, porque a gente tem dificuldades, sim”, falou.

Durante o papo com Cristiano Silva e Geison Lisboa, o locutor esportivo fez um apanhando de sua carreira, que conta com passagens pelas rádios Gaúcha, Guaíba e Bandeirantes. Sobre a passagem nesta última emissora, que durou um ano e dez meses, ele não quis entrar em detalhes: “Eu me nego a falar sobre isso porque eu tenho 62 anos de profissão e é a única vez em que fui mandado embora do serviço, sem explicação”.

Talvez essa história seja contada com maior riqueza de detalhes em um livro que Haroldo está prometendo para breve. Veja abaixo a entrevista.

Veja como será a cobertura das rádios do Grupo Bandeirantes neste Carnaval

A Band FM irá transmitir os desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo na sexta-feira e no sábado a partir das 22h. A programação será ancorada por Robson Ramos, com Kaká Meyer comentando sobre as celebridades, Pedro Rafael na concentração e Paulo Gomes na dispersão.

A Rádio Bandeirantes trará flashes na programação e matérias sobre os blocos de rua em São Paulo, o desfile no Sambódromo do Anhembi, a apuração das notas e o melhor da festa nas principais capitais do país. Além disso, no sábado, às 22h, e no domingo, às 7h, o programa Memória, com Milton Parron, ganhará edições especiais reunindo grandes momentos da história do Carnaval e do samba, que serão reprisadas nos dias 12 e 19 de fevereiro.

Já a BandNews FM coloca os dois pés na avenida – e nas ruas. Os desfiles em São Paulo e no Rio de Janeiro, além das festas espalhadas por todo o país, serão destaque na programação. Em São Paulo, Ivan BrandãoJuliana Yamaoka e Jordana Araújo trazem todas as informações ao vivo do Anhembi. Na Marquês de Sapucaí, Marcus Lacerda comanda a cobertura ao lado de Bruno FilippoPriscila XavierPedro Dobal e Agatha Meirelles e reportagem de Thuany Dossares. A transmissão para toda a rede BandNews FM só termina quando o último folião pisar na Avenida.

Pelo Brasil, os repórteres contam tudo o que está rolando nos principais circuitos de Salvador e nos blocos em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Sem falar das festas no Recife e em Olinda e em outras capitais como Fortaleza. Ao longo de todo o mês de fevereiro, ainda vão ao ar diariamente boletins e quadros especiais, com o “Vô no Bloco” e “Escolas do Samba”. O ouvinte ainda acompanha a movimentação nas estradas, nas rodoviárias e nos aeroportos, e toda a prestação de serviços para quem vai dar aquela escapada.

Pelé, o craque da era de ouro do rádio esportivo

Por Rodney Brocanelli

Morreu nesta quinta (29), Pelé. O atleta do século, o jogador que fez mais de mil gols em sua carreira, tricampeão mundial com a seleção brasileira de futebol, multicampeão com o Santos e o homem que foi chamado pelos americanos para ajudar a popularizar o futebol nos Estados Unidos. Ele estava internado no Hospital Albert Eintein, em São Paulo, desde o dia 29 de novembro, para tratamento de um câncer. Sua morte se deu às 15h37, devido à falência múltipla de orgãos, conforme comunicado assinado pelos médicos que cuidavam dele. Tinha 82 anos

Pelé explodiu para o futebol no final da década de 1950, uma época em que a televisão estava se estabelecendo no Brasil. Com isso, o rádio foi o principal veículo que propagou seus grandes feitos em quase 17 anos de carreira. As eras de ouro do rádio esportivo e de Pelé se misturaram.

A Copa de 1958, disputada na Suécia foi a oportunidade para que o mundo conhecesse Pelé e o que ele tinha a oferecer ao mundo de futebol. A competição foi acompanhada in loco e em tempo real pelo rádio. A seguir, destacamos seu primeiro gol na final contra os donos da casa, com a narração de Edson Leite, pela Rádio Bandeirantes.

Infelizmente não existe um registro do famoso gol de placa, que Pelé marcou contra o Fluminense, em pleno Maracanã no ano de 1961. Mas o som do rádio sobreviveu ao longo dos anos. Ouça a narração de Pedro Luiz, pela Rádio Bandeirantes. (Aliás, a ideia partiu do jornalista Joelmir Beting, admirado com a beleza do lance).

Em 1964, Pelé viveu um dia diferente no Santos. Ele marcou três gols na partida contra o Grêmio. Hoje, escreveriam e diriam que ele fez um “hat trick”. Depois, teve que ir para o gol em substituição a Gilmar, que havia sido expulso pelo árbitro. Ouça o registro da Flávio Araújo, pela Rádio Bandeirantes.

Outra emissora que acompanhou de perto a carreira de Pelé foi a extinta Super Rádio Tupi, de São Paulo. Ouça abaixo um dos gols da vitória contra o Palmeiras, pelo campeonato paulista de 1968 narrado por Haroldo Fernandes. A partida terminou 3 a 1 para a equipe santista.

A Super Rádio Tupi foi responsável por outra homenagem a Pelé. Logo após o gol 1000, a emissora decidiu entregar uma lembrança ao Rei do Futebol pelo gol 1040. Não foi por acaso. A emissora operava nos 1040Khz, em São Paulo. Lucas Neto um dos integrantes daquela equipe esportiva contou na Rádio Trianon os detalhes de como se deu todo o cerimonial, em uma partida na cidade de Erechim (RS). Seu colega Victor Moran foi o responsável por dar uma camisa especial a Pelé.

Outra tradição da Super Rádio Tupi era a entrega do Motoradio ao melhor em campo. Pelé ganhou vários deles e até por isso passou alguns de seus prêmios a colegas de Santos, como por exemplo Clodoaldo. Lucas Neto, também pela Rádio Trianon, é quem conta.

Os gols que Pelé não marcou foram, talvez, tão espetaculares quanto os que ele fez. Até hoje se fala na defesa do inglês Gordon Banks após uma cabeçada à queima roupa. Ouça a narração de Pedro Luiz, do pool de rádios paulistas que transmitiu a Copa de 1970.

Ouça abaixo o gol de Pelé na partida em homenagem a Garrincha, em 1973, com a narração de Armindo Antônio Ranzolin, na Rádio Guaíba, de Porto Alegre.

Mesmo que já encaminhando o encerramento de sua carreira na primeira metade da década de 1970, Pelé marcava seus gols importantes. Ouça abaixo um gol de Pelé em uma partida contra o Palmeiras, em 1974. Narração de Oswaldo Maciel, pela Rádio Gazeta.

Pelé fez a sua despedida do futebol brasileiro naquele mesmo ano de 1974, em uma partida do Santos, contra a Ponte Preta, na Vila Belmiro. Ouça o registro da Rádio Bandeirantes, com Flávio Araújo e Fiori Gigliotti.

Pouco depois, já nos vestiários, ele responde brevemente a uma pergunta de um jovem Fausto Silva, então pela Rádio Jovem Pan. Registro da TV Gazeta.

O gol 1000 de Pelé já mereceu um post à parte do Radioamantes, com os principais registros de rádio para este grande momento da carreira do Atleta do Século.

Outras histórias de bastidores do gol 1040 podem ser vistas no post abaixo.

Novas anotações sobre a cobertura da Copa do Mundo pelo rádio

Por Rodney Brocanelli

Algo que incomoda muito em algumas transmissões futebolísticas, em rádio ou tevê, é tentar prever o que vai acontecer. Com o 1 a 0, já tinha narrador chamando plantão para informar que o Brasil iria pegar Argentina ou Holanda, sem colocar nada no condicional. Tinha gente até dizendo que iria deixar de ir ao cinema (as salas do Catar são de qualidade?). Pouco depois, a seleção brasileira levava o gol de empate. O resto o amigo leitor já sabe. Antes, esses profissionais tivessem bola de cristal para prever o futuro. Seriam milionários e aposto que não estariam no Catar e sim em uma ilha paradisíaca tomando um solzinho e uma birita. O jeito vai ser assistir ao filme do Pelé.

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E teve abraço para político durante a transmissão de Brasil x Holanda. Desta vez, foi para prefeito de capital. Não teve saudação para o presidente eleito, por que será?

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O sempre alerta Edu Cesar fez uma observação importante: resta ver como rádios como Bandeirantes, Gaúcha e Itatiaia (e acrescento a Band News) deverão se comportar após a desclassificação do Brasil. Certamente, muitos profissionais dessas emissoras citadas que estão no Catar já deverão estar arrumando as malas a fim de voltar pra casa. O Edu imagina que seja uma debandada em massa e que pouquíssimos profissionais permaneçam no país. Eu espero que não, mas entendo. Trata-se de um país muito caro.

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Outra questão a ser observada é o revezamento, que foi algo constante em muitas emissoras que transmitiram os jogos da Copa. Luiz Penido, da Super Rádio Tupi, e Luis Claudio de Paula, da Energia 97, narraram a desclassificação do Brasil (ou o triunfo da Croácia, dependendo do ponto de vista, é claro).

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José Carlos Araújo, também da Tupi, narrou Argentina x Holanda.

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Ausência sentida na transmissão de Brasil x Coreia do Sul, Washington Rodrigues, o Apolinho, voltou à cobertura da Copa pela Super Rádio Tupi na transmissão da partida entre Brasil x Croácia.

Luciano Potter, comunicador do Grupo RBS, deu sequência ao seu lado “repotter”, foi almoçar no mesmo restaurante em que é servida a tal “carne de ouro” e fez uma bela descrição da experiência no Show do Esporte, da Rádio Gaúcha. Ouça aqui.

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Esta coluna volta após a grande final da Copa do Mundo ou antes, em edição extraordinária.

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Ouça abaixo a narração de Pedro Ernesto Denardin para (mais uma) desclassificação do Brasil.

Outras anotações sobre a cobertura do rádio na Copa do Mundo

Por Rodney Brocanelli

Pedro Ernesto Denardin voltou a narrar um jogo do Brasil nesta Copa. Ele comandou a transmissão da goleada contra a Coreia do Sul pelo placar de 4 a 1 pela Rádio Gaúcha. No último jogo da fase de grupos, Marcelo de Bona transmitiu a derrota para Camarões. Pedrão esteve com a voz firme e forte.

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Plantão do revezamento: narraram este jogo do Brasil nas quartas Domenico Gatto, pela Energia 97 e José Carlos Araújo, pela Super Rádio Tupi.

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Quem surpreendeu foi a Itatiaia. Mario Caixa fez dois jogos seguidos da seleção brasileira: contra os camaroneses e contra os coreanos. Ênio Lima transmitiu o jogo contra a Tunísia.

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Por falar em Itatiaia, a emissora mineira foi a que mandou a maior quantade de profissionais ao Catar: 20 ao todo. No entanto, isso não significa a transmissão de uma grande quantidade de jogos. Japão x Croácia, partida que interessava muito ao torcedor brasileiro, foi deixada de lado e em seu lugar entrou uma edição do Rádio Esportes.

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A Nova FM, do Rio de Janeiro estava entrando em cadeia com a Super Rádio Tupi para a transmissão dos jogos do Brasil. E as transmissões da dupla Garotinho-Penido também podem ser ouvidas pela Rádio Central, de Campinas.

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Pelo tom de voz que adota nas jornadas esportivas, Eduardo Gabardo, da Rádio Gaúcha, pode ser chamado de “repórter João Gilberto”. Algo diferente.

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Eduardo Castro, que apresenta o principal telejornal da Band News TV, atuou em várias transmissões da Rádio Bandeirantes como comentarista, especialmente nas partidas das seleções africanas. O jornalista morou muitos anos em Moçambique e de lá acompanhou as grandes competições do futebol no continente africano.

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Informa o sempre solerte Edu Cesar, do Papo de Bola: Renan Moura, da CBN/Globo, do Rio, foi o 41º narrador a transmitir um jogo nesta competição. Ele transmitiu a vitória da França sobre a Polônia.

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Zé Henrique narrou pela Energia 97 a partida entre Holanda x Estados Unidos. Talvez pelo nome, poucos lembrem de quem se trata. Ele é o Zé Mistério, que por muitos anos narrou jogos do Palmeiras na Web Rádio Verdão. Mais um bom exemplo de quem surgiu no rádio web e agora está mostrando seu talento no rádio dial.

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No post passado, falamos aqui de revezamentos históricos de narradores ao longo das Copas do Mundo. Então lá vai mais uma pitadinha histórica. Em 1978, na Rádio Gazeta, de São Paulo, Jota Jr. narrou a decisão do terceiro lugar do Mundial na Argentina, envolvendo Brasil e Itália. José Italiano havia feito todos os jogos da seleção brasileira até então. O Garganta de Aço foi deslocado para transmitir a grande final Alemanha x Argentina.

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Um aviso ao pessoal de rádio: está bem que alguns jogos da Copa são aborrecidos, mas não dá para deixar de lado a bola rolando e ficar passando o tempo com o estoque de curiosidades de histórias de almanaque. Neste domingo, o Radioamantes ouviu a transmissão de Inglaterra x Senenal. Em um determinado momento da segunda etapa, o narrador (um grande profissional, por sinal) passou a falar sobre dados históricos da seleção inglesa enquanto o jogo corria solto. E quem não está vendo o jogo por algum motivo e só tem o rádio, como fica? Tem um monte de gente que está no trânsito, nas estradas e não tem acesso às imagens da televisão. E mais. Existem muitos deficientes visuais que tem apenas na narração do rádio uma forma de poder acompanhar partidas de futebol. Tem que se pensar neles também.

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Força Pelé! Fique bem logo.

Dez anos sem Joelmir Beting

Por Rodney Brocanelli

Há dez anos, o jornalismo perdia um de seus expoentes. Joelmir Beting, homem de jornal, rádio e televisão, que com sua linguagem simples procurou descomplicar os meandros da economia. Seu início de carreira foi no jornalismo esportivo, trabalhando nos jornais Diário Popular e O Esporte. Quando percebeu que não iria conciliar a paixão pelo Palmeiras com a sua área de atuação, decidiu muda de área, em 1962.

Após ter passado pela Jovem Pan e rádio e tv Gazeta, Joelmir trabalhou muitos anos na Rádio Bandeirantes, como comentarista e depois integrante do Jornal Gente (ou Jornal da Bandeirantes Gente, como José Paulo de Andrade gostava de dizer). Nesse período, ele foi fazer o antigo Jornal Bandeirantes, na TV Bandeirantes.

Em 1985, ele se transferiu para a TV Globo e se destacou como comentarista do Jornal Nacional. Paralelamente às suas aparições nos meios eletrônicos, o jornalista manteve colunas nos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo. Retornou ao Grupo Bandeirantes em 2004. No rádio, voltou a fazer parte da bancada do Gente e em televisão, coapresentou o Jornal da Band e comandou o Canal Livre.

O anúncio de sua morte proporcionou um dos momentos mais tocantes da história do rádio. Ele foi feito ao vivo por um de seus filhos, Mauro Beting, que estava no ar pela Rádio Bandeirantes, trabalhando como comentarista da transmissão de São Paulo 0 x 0 Universidad Católica, partida que começara no dia anterior 28 de novembro de 2012 e era válida pela Copa Sul-americana.

Corria o Terceiro Tempo da madrugada do dia 28. O programa seguia seu ritmo normal. Houve espaço até para uma série de alfinetadas entre o apresentador Milton Neves e o então goleiro do São Paulo, Rogério Ceni (ouça aqui). Pouco depois, chegou a triste notícia. Mauro foi encarregado de informá-la aos ouvintes e à grande legião de fãs de Joelmir. Ouça abaixo.

Mais algumas anotações sobre a cobertura da Copa pelo rádio brasileiro

Por Rodney Brocanelli

Novidade na lista de rádios autorizadas a transmitir esta Copa do Mundo, a Energia 97 está revezando seus narradores nos jogos do Brasil. Luis Claudio de Paula (ex-Bradesco Esportes) narrou Brasil x Suíça. Domenico Gatto irradiou a estreia da seleção brasileira.

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E por falar em revezamento, José Carlos Araújo, o Garotinho, narrou Brasil x Suíça na Super Rádio Tupi.

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Mais uma de revezamento: na Itatiaia, Ênio Lima fez Brasil x Suiça. Por sua vez, Mario Henrique, o Caixa, esteve presente na estreia brasileira.

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Orgulho da Região Nordeste, a Rádio Jornal, de Recife, contou com a narração de Aroldo Costa para este segundo compromisso do escrete canarinho.

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Já recuperado de um problema na voz, Nilson Cesar transmitiu o segundo jogo do Brasil pela Jovem Pan.

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José Luiz Datena foi um dos comentaristas de Brasil x Suiça na Rádio Bandeirantes. Se a seleção brasileira vive a Neymardependência, o Grupo Bandeirantes tem a sua Datenodependência.

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Foi só elogiar. No post anterior, o Radioamantes destacou que a Rádio Gaúcha havia transmitido todos os jogos desta Copa, incluindo aqueles que se iniciam às 07 da manhã (aliás, sobre esses jogos falarei mais adiante). Na última sexta, a emissora deixou de lado Gales x Irã e no dia seguinte, um sábado ignorou Tunísia x Austrália.

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CBN/Globo (RJ) e CBN (SP) transmitem os jogos da Copa com equipes regionalizadas. Uma exceção se deu neste último final de semana quando houve a formação de rede Hugo Lago transmitiu Canadá x Croácia. Por sua vez, Vinicius Moura foi o responsável pelas emoções de Bélgica x Marrocos.

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Por falar em CBN, três registros positivos 1) Edson Mauro pela primeira vez em sua carreira como titular dos jogos do Brasil, no Rio de Janeiro, 2) a sobriedade de Oscar Ulisses e 3) a presença de Eraldo Leite no Catar.

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Aliás, um grande abraço ao Eraldo Leite.

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As emissoras de rádio estão agradecendo pelo fim dos jogos iniciados às 07 de manhã. Como já registramos (clique aqui para ver), muitas emissoras abriram mão da transmissão dessas partidas. Está certo que o cardápio apresentado nesse horário não foi o mais convidativo. Argentina x Arábia Saudita foi a exceção. Não deixa de ser estranha essa opção. Afinal, o preço pago pelos diretos de transmissão não foi barato. E tem rádio que está investindo mais, colocando seus profissionais no estádio. Sabe-se que o período matinal é o considerado horário nobre do rádio, que tem maior audiência e correspondente procura de patrocinadores. Agora, se existe um evento especial não seria o caso de negociar com aqueles que já anunciam na programação normal? Uma semana a mais de veiculação após o fim do contrato de veículação não faz mais a ninguém.

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O Radioamantes ouviu dois jogos em uma mesma rádio: a estreia do Brasil e o parto da montanha que foi a vitória da Argentina sobre o México. Chamou a atenção o excesso de abraços, muitos deles mandados durante a bola rolando. Após um aviso do sempre solerte Edu Cesar, percebeu-se que as saudações foram endereçadas a diretores, presidentes e “cabeças coroadas” dos patrocinadores. É uma forma de driblar a proibição dos foguetes publicitários durante os jogos. Até aí, tudo bem. O grande problema começa quando os abraços são enviados a políticos, muitos deles deputados estaduais.

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Enquanto escrevo este texto, ouço pela Rádio Oriental, de Montevidéu, a partida entre Portugal x Uruguai. Narração de Javier Máximo Goñi. Os patrocinadores de emissora são divulgados durante a partida sem qualquer tipo de problema. Um locutor destacado especialmente para isso lê os textos do estúdio.

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Como já deve ser de conhecimento geral, a Globo não detém mais a exclusividade total da Copa do Mundo. Ela vai apenas transmitir a próxima edição, em 2026, sem a possiblidade de revender direitos a outros veículos. Ou seja, a negociação deverá ser feita diretamente com a Fifa. Vamos aguardar para saber se a entidade máxima do futebol mundial deverá mais flexível ou não, especialmente com o meio rádio.

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Aguarem pelas próximas anotações. Mais uma vez, o Radioamantes agradece a Edu Cesar. Ouça abaixo a narração de Aroldo Costa para o gol de Casimiro, que livrou o Brasil do sufoco.

Anotações sobre a transmissão da Copa do Mundo pelo rádio brasileiro

Por Rodney Brocanelli

Como o Radioamantes já registrou, as rádio Bandeirantes e Band News FM estão fazendo coberturas separadas desta Copa do Mundo sediada no Catar. Hoje, no jogo da seleção brasileira, pode-se dizer que houve uma subdivisão dessa divisão. Explicando. A Band FM entrou em rede com a Bandeirantes. Enquanto isso, a Nativa FM veiculou o sinal da Band News FM. No entanto, ao menos uma rádio do Grupo Bandeirantes ficou de fora. A Play FM manteve sua programaçao normal durante a bola rolando.

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Luis Penido narrou Brasil x Catar pela Super Rádio Tupi. A expectativa é que ele e José Carlos Araújo se revezem nos jogos dos comandados de Tite. Fica no ar a grande dúvida: por que não fazer com que os dois narrem esses jogos, como Waldir Amaral e Jorge Curi na época áurea da Rádio Globo?

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José Manoel de Barros narrou a estreia do Brasil pela Rádio Jovem Pan. Nilson Cesar até chegou a fazer a abertura da transmissão, mas ficou sem voz depois que a bola rolou. Espera-se que não seja um problema grave e que nos próximos dias ele retorne à cobertura.

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Até aqui, a Rádio Gaúcha é a única emissora que transmitiu todos os jogos da Copa do Mundo. O grande problema é que muitos jogos começam às 07h em horário brasileiro e são poucas as emissoras que não abrem mão de seu “horário nobre”, com os tradicionais noticiosos, casos da Jovem Pan e da Bandeirantes. Para outras rádios, deve ser difícil convencer o comunicador do horário a abrir mão para os jogos do futebol (e olha que ele até participou do revezamento da tocha olímpica em 2016, lembram?) Agora, convenhamos, é melhor ouvir Marrocos e Croácia no rádio do que as análises do Claudio Humberto.

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A Transamérica teve problemas com o som direto do Catar no jogo do Brasil. Bruno Cantarelli, estava de sobreaviso e narrou até que a transmissão fosse estabilizada. Aliás, a emissora está usando nomes de sua rede para a transmissão dos jogos da Copa. Edilson de Souza e o já citado Cantarelli estão narrando jogos ao lado de Éder Luiz, Oswado Maciel e Guilherme Lage.

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Não sei se foi intencional, mas Galvão Bueno mandou um “e que golaço” logo após o segundo gol brasileiro, marcado por Richarlison. Era uma frase usada por José Silvério, a grande ausência desta Copa. Segundos antes, Galvão disse “e que gol”, bordão de Osmar Santos. Homenagem? (veja abaixo enquanto os donos do espetáculo deixarem).

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Voltaremos com mais anotações sobre as transmissões dos jogos da Copa. Este post não seria possível sem a colaboração preciosa de Edu Cesar, o homem do Papo de Bola. Ouça abaixo a narração de Pedro Ernesto Denardin para os gols do Brasil na vitória sober a Sérvia pelo placar de 2 a 0.

Bandeirantes e Band News FM chegam separadas à Copa do Mundo 2022

Por Rodney Brocanelli

A Copa do Mundo 2022 marcou o encerramento de uma tradição que vinha se mantendo nas quatro últimas edições. As rádios. Bandeirantes e Band News estão transmitindo os jogos da competição sediada no Catar com equipes independentes. A partida inicial que colocou frente a frente os donos da casa contra o Equador teve a narração de Ulisses Costa na Bandeirantes. Marcelo do Ó deu o recado pela Band News FM.

A parceria se iniciou em 2006, na Copa da Alemanha e houve a sequência na edição de 2010, sediada na África do Sul. Até então a Band News FM não tinha equipe esportiva própria, o que viria a acontecer apenas a partir de 2011. Isso fez com que naquelas ocasiões, ela reproduzisse o áudio da Bandeirantes.

Em 2014, para o mundial disputado no Brasil, foi criado o nome Rede Verde e Amarela, que congregou também a hoje extinta Rádio Bradesco Esportes FM. Bandeirantes e Band News FM voltariam a se unir na Copa de 2018, disputada na Rússia.

Em todas essas coberturas, o narrador principal foi José Silvério, que fez os jogos do Brasil, outras partidas importantes e as finais.

A partida inaugural da Copa de 2022, disputada neste domingo (20), terminou com vitória do Equador sobre o Catar pelo placar de 2 a 0. Ouça abaixo os gols com a narração de Ulisses Costa.

Relembre as onze finais de Copa do Mundo narradas por José Silvério

Por Rodney Brocanelli

Faltando uma semana para o começo da Copa de 2022, como não há perspectivas de mudanças aos 45 minutos do segundo tempo, podemos dizer que infelizmente José Silvério não vai participar desta cobertura como narrador. Seria a décima-segunda, em uma tradição iniciada na Copa da Argentina, em 1978. Em todas essas ocasiões, Silvério foi protagonista, narrando pelas rádios Jovem Pan e Bandeirantes. Mais que um lamento, vamos relembrar nesta postagem a bela história escrita por um dos principais narradores brasileiros na maior competição do futebol de seleções, destacando a sua participação nas finais.

1978/Argentina – Foi a primeira Copa de Silvério pela Rádio Jovem Pan, na Argentina. Em outubro de 1977, ele substituiu Osmar Santos, que havia se transferido pela Rádio Globo. Seu prestígio na emissora era tamanho, que ele foi escalado pelo Seu Tuta para fazer a decisão do terceiro lugar, envolvendo Brasil x Itália e a grande final, entre os donos da casa e a Holanda. O que ninguém imaginava é que uma úlcera fosse atrapalhar a transmissão. “Eu narrei a final sangrando, literalmente”, disse. Infelizmente, a Pan não tem o registro da narração de Silvério para a final de 78, cujo placar foi 3 a 1 para a Argentina. Deixamos aqui um depoimento que ele deu ao programa Sofá Bandeirantes.

1982/Espanha – Era uma final em que o Brasil deveria estar. Pelo menos essa era a expectativa de quase 120 milhões e outros milhares de admiradores do futebol. A seleção comandada por Telê Santana, apesar de alguns defeitos, encantou a todos. Só não estava no script a eliminação na partida contra Itália. Bastava apenas um empate, mas o talento de Paolo Rossi e a disciplina tática dos outros jogadores da Azzurra acabaram com o sonho brasileiro. Depois de eliminar a Polôna na semifinal, os italianos se classificaram para a grande final com a Alemanha. Silvério esteve lá pela Jovem Pan e sem incidentes. Placar final: 3 a 1 Itália. Ouça abaixo.

1986/México – Telê Santana novamente comandou a seleção brasileira, com remanescentes da Copa anterior e uma nova geração que surgiu neste período de quatro anos. O começo da campanha não empolgou muito, mas o Brasil avançou para a fase de mata-mata, que voltou a ser implantada após uma pausa em 1974. Nas quartas-de-final, a seleção brasileira foi eliminada nos pênaltis pela seleção francesa. Enquanto isso, um personagem emergia: Maradona. Com gol de mão, gol de placa e uma técnica acima da média, ele colocou a Argentina na final. Por outro lado, a Alemanha também chegou para a disputa do título, repetindo 1982. Placar final: Argentina 3 a 2. Ouça abaixo.

1990/Itália – A Copa marcada pelo início da Era Dunga. Sob o comando de Sebastião Lazzaroni, a seleção brasileira apresentou um futebol que não despertou suspiros. Para piorar, houve problemas com dinheiro de patrocinador, o que fez com que os jogadores convocados não contassem com muita simpatia, sendo considerados mercenários. Mais uma vez quem brilhou foi Maradona. Na partida eliminatória da Argentina contra o Brasil, mesmo cercado por três jogadores, o camisa 10 argentino conseguiu dar um passe para Caniggia fazer o gol da classificação. Os argentinos ainda desclassificaram os donos da casa e chegaram à final. Do outro lado, adivinhem, a Alemanha. Depois de dois revezes, havia chegado a hora dos alemães ficarem com o título. Placar final: 1 a 0. Ouça abaixo.

1994/EUA – Temos aqui a sequência da Era Dunga, com remanescentes da copa anterior. Apesar da desconfiança que surgiu no período das eliminatórias, a seleção brasileira foi crescendo na hora certa (e vale o clichê aqui). Carlos Alberto Parreira talvez tenha feito o seu melhor trabalho como técnico. Romário foi um dos destaques. Outro foi justamente Dunga, execrado após o fracasso na Itália. E por falar no país da Bota (sdds. Silvio Lancellotti), a seleção brasileira enfrentou a seleção italiana na grande final. Uma repetição da decisão de 1970. Silvério estava lá. Pena que o jogo em si não tenha sido a altura de tanta tradição e de tanta coisa envolvida. Mesmo assim, não deixou de ser um marco histórico para o narrador. Ouça abaixo a decisão por tiros livres da marca do pênalti,

1998/França – O período de antecedeu esta Copa foi marcado pela ascensão de Ronaldo. Jogando no futebol europeu, ele se transformou em fenômeno com seus gols impressionantes. Isso fez com que ele se transformasse em uma referência para a seleção brasileira. O time treinado por Zagallo tinha atletas das duas campanhas anteriores e jogadores que já mereciam estar no elenco de 1994. A campanha em si teve altos e baixos, com uma derrota para a Noruega na fase de grupos. Parecia que faltava alguma coisa na seleção brasileira. Mas isso não impediu a chegada em sua segunda final seguida. O adversário era a dona da casa, que tinha uma seleção bem montada. Além da derrota do Brasil para a França, ficou marcado todo o bastidor envolvendo Ronaldo, que passara mal horas antes da final. Até hoje ninguém tem uma explicação definitiva para o que aconteceu. Zidane, que não teve nada a ver com isso, fez dois gols de cabeça. Placar final: 3 a 0. Ouça abaixo.

2002 Coreia-Japão – Mais uma vez a seleção brasileira vive quatro anos de trancos e barrancos. Wanderley Luxemburgo, que começou o ciclo, não permaneceu e foi sucedido por mais dois profissionais (Candinho por um jogo só e Émerson Leão) até a chegada de Luiz Felipe Scolari. Enquanto isso, Ronaldo enfrentava seus problemas. Uma lesão patelar deixou em dúvida até mesmo a sua continuidade no futebol. No entanto, ele se recuperou a tempo e as coisas deram certo na hora certa. De contestado, ele passou à heroi. O Brasil cresceu na competição (olha aí o clichê de novo) e chegou à final sem ser derrotado ou empatar alguma partida. O oponente seria a Alemanha. José Silvério acabara de passar por uma mudança radical em sua carreira. Aproximadamente dois anos antes, ele trocou a Jovem Pan pela concorrente Rádio Bandeirantes. Mal sabia ele que havia feito uma boa escolha. A Pan decidiu não transmitir aquele mundial e fazer uma cobertura alternativa. Silvério esteve presente em todos os jogos do Brasil e pode enfileirar uma série de narrações inesquecíveis diretmanete dos estádios. Placar final: 2 a 0. Ouça abaixo.

2006 – Alemanha – Essa aqui foi a Copa do oba oba para a seleção brasileira. Muitos craques, mas pouquíssimo foco, em especial no período de treinamento. Havia uma nova geração pedindo passagem, mas o que fazer com os craques que vinham dando tão certo nos anos anteriores? Carlos Alberto Parreira não conseguiu solucionar essa questão e o Brasil caiu ainda nas oitavas para a França em uma noite inspiradíssima de Zidane. Silvério fez a sua segunda Copa pela Bandeirantes e ele começava a viver um drama pessoal, com a doença de sua primeira esposa, Sebastiana de Andrade. No ano anterior, o Grupo Bandeirantes colocava no ar a Band News FM, emissora com 24 horas de notícias. A caçula entrou em rede com a Bandeirantes e com isso, as irradiações de Silvério foram mais longe, com outras emissoras que compunham a rede. Itália e França disputaram a grande final, que passou à história não pelo título (mais um) da Azzurra, mas pela cabeçada de Zidane em Materazzi.

2010 – África do Sul – Depois da bagunça, a quase ditadura. A CBF resolveu inovar e alçou ao comando da seleção brasileira o ex-jogador Dunga. A ideia até que era interessante, mas o temperamento do agora treinador não ajudou em nada. Apesar dos títulos na Copa América e da Copa das Confederações, a campanha no Mundial não mostrou qualquer brilho. Para piorar, a indisposição de Dunga com parte da imprensa serviu para que ele angariasse ainda mais antipatia. O Brasil caiu nas quartas com a derrota para a Holanda, que chegaria a final 32 anos após ser batida pela Argentina, em 1978. Do outro lado estava a sensação Espanha. Os espanhóis venceram na prorrogação. Mais uma vez a parceria com a Band News foi repetida. Aquela foi uma Copa fria, não pelos jogos em si, mas pelo fato de seu período de competição coincidir com uma fase de baixíssimas temperaturas naquele país. Isso não afetou Silvério que esteve presente na decisão. Placar final: 1 a 0. Ouça abaixo.

2014/Brasil – Sediar uma Copa do Mundo quase virou um pesadelo para o país do futebol. Um ano antes, às vésperas da Copa das Confederações, protestos começaram a pipocar por diversas partes. A Fifa ficou preocupada por muito pouco o torneio não aconteceu em outro lugar. A seleção brasileira chegou a esta competição sob comando duplo: Luiz Felipe Scolari como treinador e Carlos Alberto Parreira como coordenador. Eles chegaram para substituir Mano Menezes, que fizera um trabalho irregular. À medida em que os jogos aconteciam, a tensão aumentava entre os jogadores brasileiros. Não por fatores externos, mas porque, conforme o jornalista Paulo Vinícius Coelho, ninguém queria cometer erros que pudessem tirar a seleção dos trilhos. Isso ficou mais visível na partida contra o Chile, na qual a classificação só veio na disputa dos tiros livres. Para piorar as coisas, uma grave contusão afastou Neymar na parida das oitavas contra a Colômbia. Não foi uma Copa fácil para Silvério. Durante a transmissão da partida contra Colômbia, ele ficou sem voz e teve de dar lugar a Ulisses Costa. E depois, já recuperado, ele irradiou a derrota para a Alemanha na semifinal pelo placar de 7 a 1, talvez o maior desastre brasileiro na história das Copas. Na outra perna, a Argentina, de Messi, foi tirando de cena os oponentes para chegar à grande final no Maracanã. Quem brilhou foi um jovem atleta, Mario Götze, que fez o gol solitário daquela partida. Placar final: 1 a 0. Ouça abaixo.

2018/Rússia – Mais uma mudança no comando técnico. Dunga era trazido de volta pela CBF. Se em 2010 era uma inovação, o ato foi conservador, desta vez. Mas infelizmente, a jogada não deu certo. O futebol apresentado era paupérrimo, especialmente nas eliminatórias, apesar da continuidade do protagonismo de Neymar. Houve uma mudança de rumo e Tite veio para ajustar as coisas. Se o Brasil deu esperança aos torcedores durante o período pré-Copa, na competição em si novamente o futebol, mais uma vez, não empolgou. Alguns jogadores renderem aquém do esperado. Neymar ficou marcado por suas simulações espalhafatosas, que foram ridicularizadas nas redes sociais. Enquanto Brasil ficava pelo caminho, a França, de Mbappé, e a Croácia, de Modric, chegavam à decisão. Era a décima-primeira Copa de José Silvério, um recorde pessoal. Diferente das outras, a partida final foi empolgante, com seis gols. Os frances conquistaram seu segundo título. Pouco depois do apito final, emocionado, ele disse “cumpri”. Antes de passar o comando da jornada para Milton Neves, ele complementou: “são onze Copas do Mundo transmitidas na final do estádio. Um marco. Obrigado, você ajudou muito. Tchau”. Placar final: 4 a 2. Ouça abaixo.

Dois anos depois, durante a pandemia, a Rádio Bandeirantes resolveu antecipar o fim de contrato com o locutor. Ele até ensaiou um retorno ao rádio, pela Capital, mas o projeto não durou muito, infelizmente. Em entrevistas recentes, ele tem deixado claro que se aposentou. Uma pena que sem fazer ao menos mais uma Copa. Condições para isso existiam, como ele demonstrou. Perde o rádio.

Rádio Bandeirantes e BandNews FM dão o pontapé inicial na cobertura da Copa do mundo a partir desta segunda-feira

A Rádio Bandeirantes e a BandNews FM darão o pontapé inicial na cobertura histórica da Copa do Mundo diretamente do Catar a partir desta segunda-feira (14).

O jornalista Ricardo Capriotti é o primeiro enviado especial da RB a tocar o solo do país árabe e co-apresenta o Jornal Gente diretamente da capital catariana às 8h. Já o repórter Alexandre Praetzel será o responsável pela cobertura da Seleção Brasileira e estará concentrado com os comandados do técnico Tite desde a preparação em Turim, na Itália, na mesma data.

Na quarta-feira (16), será a vez do time de repórteres e da equipe especializada, que vão levar a emoção do mundial para os ouvintes, aterrissar em Doha. Por lá, ainda estarão o narrador Ulisses Costa, o apresentador Elia Junior e os repórteres Fernando FernandesJoão Paulo CappellanesLucas Herrero e Isabelly Morais.

Cappellanes acompanhará os adversários do Brasil na primeira fase: Sérvia, Suíça e Camarões; Herrero vai cobrir as seis campeãs mundiais: Alemanha, França, Argentina, Espanha, Inglaterra e Uruguai, enquanto Isabelly estará com as outras 22 seleções. Gustavo Soler e Paulo do Valle vão reportar os demais jogos.

A Rádio Bandeirantes esteve presente em todas as Copas do Mundo desde 1950. Em 2022, não será diferente. Serão 44 jogos transmitidos em rede com todo o time de estrelas da emissora: José Luiz DatenaMilton NevesCláudio ZaidanCraque NetoLívia NepomucenoRonaldo GiovanelliMarcos AssunçãoRafael OliveiraEduardo CastroRogerio Assis e Pedro Martelli.

Na BandNews FM, já na manhã de segunda-feira, Luiz Megale comanda o Jornal BandNews e o BandNews São Paulo direto de Doha, a partir das 7h. Fábio França traz todas as informações do país sede da Copa e apresenta o BandNews no Meio do Dia e o Entre Nós também da capital do Catar.

Também em Doha, o narrador Marcelo do Ó, o comentarista Bruno Camarão e os apresentadores Glenda Kozlowski e André Coutinho trarão todos os detalhes do maior torneio de futebol do mundo. Reportagens especiais, curiosidades, destaques culturais e esportivos estarão reunidos em um só lugar. Enquanto isso, a repórter Alinne Fanelli estará em Turim, na Itália, acompanhando os passos da Seleção Brasileira.

O timaço da BandNews FM ainda vai contar com Denilson, Marília RuizLeandro Quesada, Silva Junior, Napoleão de AlmeidaJuliana YamaokaMauricio Ferreira, Jordana Araújo e Yuri Queiroga. A partir do dia 20 tem bola rolando. Serão 42 jogos transmitidos ao vivo, em uma cobertura completa. Brasil e Catar vão ficar conectados 24 horas por dia.

As duas emissoras possuem os direitos de exibição da Copa do Mundo. Os jogos do Brasil também irão ao ar pelas rádios musicais do Grupo Bandeirantes de Comunicação: Band FM, Nativa FM e Play FM.

Milton Neves muda roteiro de transmissão e depois irrita Claudio Zaidan

Por Rodney Brocanelli (com a colaboração de Edu Cesar, do Papo de Bola)

Milton Neves conseguiu protagonizar dois momentos para lá de constrangedores durante o fim de jogo da grande final da Libertadores 2022, envolvendo Flamengo x Atlhetico-PR. Pouco depois do apito final, o narrador Ulisses Costa permaneceu no comando da transmissão, passando a vez para o repórter Gustavo Soler quando foi possível ouvir um vazamento do som de Neves com as falas “eu mesmo”, “deu, deu” e “alô central, alô central”.

O outro repórter, Paulo do Valle, do Brasil foi acionado e deu suas informações. Ulisses iria falar de novo, mas foi interrompido por Neves, que anunciou um mini-Concentração, pré-jogo de Goiás x Corinthians, jogo programado para a mesma data pelo campeonato brasileiro “Foi a ordem”, disse. O narrador protestou: “Pera um pouco. A coordenação mandou para eu segurar aqui, Milton. Mas como você deve tá por fora…ó, tá aqui…Bruno Migliozzi…aqui ó…vou ler o que ele me mandou aqui…”segura por gentileza até a entrega da taça e depois passa pro Rogério Assis”.Mas você é muito bem-vindo, Miltão”. E completou um tanto contrariado: “Pois não, Miltão, mini-Concentração. Mengão campeão, com gol do Gabibol, o maior ídolo seu do futebol, Milton Neves”.

Em seguida, Milton Neves começou um discurso com críticas duras ao já citado atacante do Flamengo e ainda disse que o clube carioca foi favorecido pela arbitragem. “Posso tocar aqui, Ulisses, ou você quer comandar?”, perguntou. “Não, fica aí, Flamengo campeão, 1 a 0, gol do Gabigol”, respondeu Ulisses.

Pouco depois, novamente Gustavo Soler foi acionado e devolveu para Milton, que continuou com seu discurso: “E o VARmengo joga mil vezes mais que o Zico, o VARmengo joga milhões de vezes, mais que o Pelé. É uma vergonha”, disse. Foi aí que Cláudio Zaidan interveio com um tom de voz um pouco acima do usual: “Ah, para com isso, Milton Neves, para com isso, rapaz”.

“Roubaram o Athlético”, insistiu Milton. “Você tá contando uma história, velho”, retrucou Zaidan, que completou, após o apresentador chamar o comercial: “Então fica aí falando sozinho, meu chapa. Ah, qual é meu”.

Vale destacar que o Grupo Bandeirantes mandou duplas de narradores e repórteres para Guayaquil a fim de transmitir a final da Libertadores. Ulisses Costa e Gustavo Soler pela Bandeirantes, enquanto Silva Jr e Maurício Ferreira foram os responsáveis pela cobertura na Band News FM.

Ouça abaixo:

Fifa atualiza lista de rádios que vão transmitir a Copa de 2022

Por Rodney Brocanelli

A Fifa atualizou nesta terça (25) o documento que traz a lista de todos os veículos autorizados a transmitir a Copa do Mundo de 2022, que será disputada no Catar . No que diz respeito ao Brasil, não ocorreram grandes novidades, a não ser a confirmação de que a Super Rádio Tupi e que as emissoras Sistema Globo de Rádio (Globo e CBN) vão transmitir a competição. Em julho, registramos aqui a chamada veiculada pela CBN anunciando sua cobertura (clique aqui pra ver). Por sua vez, a Tupi fez a sua divulgação em setembro, com toda pompa e circunstância, durante sua programação esportiva (veja aqui). Os jogos começam no dia 20 de novembro.

Bandeirantes, Energia 97, Jovem Pan, Transamérica, de São Paulo, Gaúcha, de Porto Alegre, Itatiaia, de Belo Horizonte e Jornal, de Recife são as outras emissoras que levarão as emoções da Copa aos seus ouvintes. Este blog ainda sente a ausência de outras grandes cidades do país e que tem clubes de futebol nas principais divisões do campeonato brasileiro: Goiânia, Salvador e Fortaleza.

Veja abaixo a lista atualizada pela Fifa ou clique aqui.