40 anos depois, cobertura da morte de Elis Regina pela Rádio Excelsior é divulgada na web

Por Rodney Brocanelli

No último dia 19 de janeiro, o perfil Arquivos Elis Regina, do YouTube, divulgou um registro tristemente histórico: parte da cobertura da morte da cantora veiculada pela Rádio Excelsior (hoje CBN) em 1982. Quarenta anos depois. O arquivo publicado tem pouco mais de 1h13min e traz erros e acertos decorrentes de uma cobertura em tempo real e até alfinetadas na concorrência.

A notícia chegou no programa Balancê. Osmar Santos falava sobre algum assunto relacionado ao futebol quando, às 12h19, foi bruscamente interrompido pelo narrador Reinaldo Costa, que apresentava a atração naquele dia. “A gente recebe neste momento a infausta notícia que faleceu agora, neste exato momento, questão de uns dez minutos atrás, a cantora Elis Regina”, disse atônito.

Pouco depois, entrava ao vivo a repórter Luísa Borges, do Hospital das Clínicas. “A gente nem tem vontade de entrar para dar uma notícia dessas”, disse, bem no momento em que começava a tocar Casa no Campo, um dos grandes sucessos de Elis. Segundo Luísa, a Pimentinha, como era conhecida, chegara “clinicamente morta” ao hospital.

Todo a pauta do Balancê prevista para aquele dia, obviamente caiu. Pouco depois do boletim de Luísa Borges, entrava no ar Walter Silva, um dos descobridores de Elis, que naquela época tinha um programa na própria Excelsior, o Pick-Up do Pica Pau, que começava sempre a partir das 14h. “Eu estou completamente sem ação (…) estou completamente perturbado, não consigo manter o equilíbrio jornalístico neste instante”, afirmou. Walter era pai de Celina Silva, que na ocasião estava trabalhando como assessora de Elis.

Após Luísa Borges retornar com novas informações do HC, Reinaldo Costa leu um breve resumo da carreira de Elis Regina. Jair Rodrigues, que naquele dia iria conceder uma entrevista para uma rádio de Santos, entrou no ar para um depoimento sobre a colega. Ambos dividiram o comando do Fino da Bossa nos áureos tempos da TV Record.

Depois da reprise do trecho de uma entrevista antiga de Elis, a repórter Yara Peres se integra à cobertura entrando diretamente do IML para onde o corpo da cantora fora levado para a autópsia. Walter Silva, que fora para o local, passa novas informações.

O Balancê encerrou sua edição às 12h29. Na sequência, começou o Jornal da Excelsior, comandado por Luiz Lopes Corrêa e Efigênia Mena Barreto. Na abertura, críticas a uma concorrente: “Uma emissora noticiosa de São Paulo chegou a dizer no ar que tudo não passava de engano e que a morta era outra”, disse Luiz. Quem souber qual é, deixe a informação no sistema de comentários.

Efigênia cometeu um erro ao citar o nome dos filhos de Elis: “deixa também três filhos, Rodrigo, João e a Mariana”. Luísa Borges volta ao ar, também do IML, corrige os nomes. João Marcelo, Pedro e Maria Rita. Todos eles atualmente com atuação destacada no cenário musical.

O jornal prosseguiu veiculando outras entrevistas. Julio Rosemberg, radialista gaúcho que acompanhou o início de Elis em Porto Alegre. O produtor Mayrton Bahia, que havia produzido o último disco da cantora, o que tem a canção Trem Azul também concedeu seu depoimento. Jair Rodrigues voltou a ser contatado pela Excelsior e disse mais algumas coisas sobre a amiga.

Uma outra entrevista chamou a atenção, a do produtor André Barbosa Filho. Nela, foi levantada a hipótese por um repórter não-identificado de que a morte fora causada por overdose de drogas. “Isso é um absurdo”, declarou André.

Encerrando, a íntegra da última entrevista de Elis para a Excelsior, conduzida por Luísa Borges.

Quarenta anos depois, a Rádio Excelsior, que era veiculada em 780Khz não existe mais. Em 1991, ela se transformou em CBN, projeto de rádio noticiosa do Sistema Globo de Rádio. Aproximadamente quatro anos depois, a emissora passou a transmitir também em frequência modulada nos 90,5Mhz. Em 2018, a área de rádios do Grupo Globo resolveu abrir mão de suas frequências em amplitude modulada, ocasionando assim o desligamento da CBN. Hoje, em seu lugar, está a Canção Nova.

Ouça abaixo a cobertura da Excelsior.

Radioamantes no Ar relembra o programa Balancê

Nesta semana, o Radioamantes no Ar teve um convidado especial. Felipe Martinelli. Ele é autor de um mestrado apresentado na Escola de Comuncações e Artes, da USP, sobre o programa Balancê, apresentado pelas rádios Excelsior e Gazeta, entre os anos de 1980 e 1988. A atração fez muito sucesso no rádio paulistano em sua época. Serviu como uma forma de Osmar Santos, nome principal do departamento de esportes da dobradinha Globo-Excelsior, não se limitar apenas à cobertura esportiva, abordando outros temas, como política e entretenimento.Além de Osmar, os apresentadores do Balancê, em diferentes épocas, foram Juarez Soares e Fausto Silva. Este último, aproveitou bem a chance, e graças a ajuda de Goulart de Andrade, foi para a televisão, passando a comandar o Perdidos na Noite. O Radioamantes no Ar é apresentado todas as sextas, sempre a partir das 09h pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin, Flavio Aschar e Rogério Alcântara.

Quem desejar ler a tese de Martinelli pode clicar no link:

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-27092017-093957/pt-br.php

Ouça a entrevista no player abaixo

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Sucesso do rádio nos anos 80, o Balancê ganha olhar acadêmico acessível a todos os tipos de leitores

Por Rodney Brocanelli

Um dos programas de rádio mais influentes e revolucionários dos anos 1980, o  Balancê, apresentado pela antiga Rádio Excelsior (hoje CBN) foi objeto de uma dissertação de mestrado apresentado na Escola de Comunicações e Artes da USP,  no último dia primeiro de setembro. Com a aprovação da banca examinadora, Felipe Martinelli, o autor, conseguiu seu título acadêmico. Martinelli é conhecido dos leitores deste blog por conceder uma entrevista ao Radioamantes no Ar sobre Carlos Roberto Escova, em dezembro de 2015. O humorista, que teve participação de destaque no programa de rádio, morrera poucos dias antes, e o agora mestre falou na ocasião sobre o encontro que os dois tiveram na cidade de Ourinhos, em outubro de 2007. Muitas informações das conversas de ambos estão nessa dissertação.

O grande mérito de “Girando a roda do Balancê: a trajetória de um programa e a  transformação do rádio paulistano” é atrair tanto a comunidade acadêmica (sua finalidade principal) como ao leitor comum, seja aquele que é interessado na história do rádio por hobby, ou aos saudosistas que acompanharam o programa em grande parte de sua existência no dial paulistano.

Martinelli fez a divisão da trajetória do programa em quatro fases. A  primeira começa (obviamente) em sua estreia, no 07 de abril de 1980 e vai até 1983. A atração nasceu de uma necessidade de Osmar Santos, principal nome do departamento esportivo da Globo-Excelsior de entrar em outras áreas além do futebol, como as artes e a política. Osmar iria apresentar o programa, mas caso ele tivesse algum outro compromisso, um co-apresentador assumiria o comando. Juarez Sores foi o escolhido para a missão. Nessa fase, a parte politizada do programa justamente é a que iria dar dores de cabeça a todos, desde o alto escalão da emissora até a equipe de produção. Já naquela época, o  sonoplasta Johnny Black se destacava por dar uma plástica toda peculiar ao Balancê.

A partir de 1983, com a saída de Juarez Soares, que se transfere para a TV Bandeirantes a fim de apresentar o Show do Esporte, começa a outra fase. Meio que por acaso, até. Alguns dos integrantes da equipe esportiva da Globo-Excelsior não tinham, digamos, o perfil para um programa daquele porte. Jorge de Souza, Odinei Edson e Reinaldo Costa foram testados para co-apresentar o programa com Osmar Santos,  até que se chegou ao nome de Fausto Silva. Com isso, o Balancê tomou outro rumo, e contribuiu muito para isso a química do novo apresentador com os humoristas Carlos Roberto Escova e Nélson Tatá Alexandre (e Johnny Black, é claro). A atração mais ficou mais anárquica e irreverente.

Martinelli nos revela, falando dessa fase, que Fausto Silva e Osmar Santos, não tinham o que se consideraria uma amizade fora dos microfones. Aliás, isso é mais comum do que possa parecer. Existem vários casos (e alguns deles muito atuais) no rádio de gente que não se suporta, mas devido a compromissos comerciais, técnicos, entre outros, deixa as rusgas de lado quando estão no ar. O texto relata alguns momentos de alfinetadas de Faustão em Osmar por muitas questões, especialmente salários.  Nessa fase, o Balancê passa a ser apresentado em um teatro por uma questão simples. Não dava para acomodar no estúdio todos os que desejavam acompanhar o programa ao vivo, além, é claro, dos convidados.

A terceira fase, vai de 1985 até 1987. Em 85, Fausto Silva se transfere para a Rádio Record. Vale lembrar que já naquela época, ele já está com o Perdidos na Noite na televisão, cujo processo de criação é devidamente contado por Martinelli em seu texto. Oscar Ulisses passa a apresentar o Balancê em alguns dias da semana. A derradeira fase do programa abrange grande parte do ano de 1988. Aqui, Osmar já havia se transferido para a Rádio Record e costurado um acordo com a Rádio Gazeta para repetir a dobradinha Globo-Excelsior. Na Gazeta, as últimas edições do Balancê foram transmitidas. O perfil passa a ser o de um programa de variedades, com a apresentação de Carlos Fernando (talvez algo mais adequado à sua personalidade).

O tema central da tese de Martinelli, obviamente, é o Balancê. Mesmo assim, seu texto não deixa de contemplar outras emissoras. A Jovem Pan ganha um espaço generoso, até porque de lá saíram profissionais importantes para a história do programa da Excelsior. Além disso, perto do final, é explicada até de que forma a Rádio Record viabilizou financeiramente seu departamento de esportes, lançado em 85, com a adoção, já naquela época, dos hoje detestados contratos de Pessoa Jurídica. O responsável por isso é um conhecido executivo de rádios ainda na ativa e que volta e meia ganha elogios e citações simpáticas de colegas, sendo apontado como exemplo de um gestor genial.

O  mestrado de Felipe Martinelli pode ser lido em sua íntegra no link a seguir. Logo abaixo, tem lá o caminho para o pdf. Boa leitura.

http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-27092017-093957/pt-br.php

girando a roda

Ouça os gols do fim de semana

Por Rodney Brocanelli

O Cruzeiro campeão da Copa do Brasil saiu na frete, mas o Corinthians empatou no final do jogo. Ouça a narração de Alberto Rodrigues, da Rádio Itatiaia.

Ouça também a narração de Márcio Rodrigues, da parceria Premium Esportes e Rádio Trianon.

De técnico novo, o Atlético-MG venceu o homônimo Atlético-PR em Curitiba: 2 a 0. Ouça a narração de Hugo Sergio, da Rádio Super Notícia.

Duelo de tricolores no Sul. Deu Grêmio. 1 a 0 no Fluminense. Ouça a narração de Paulo Brito, da Rádio Bandeirantes.

No Morumbi, o São Paulo venceu o Sport, do professor Luxemburgo: 1 a 0. Ouça a narração de José Manoel da Barros, da Rádio Jovem Pan.

De virada, o Vitória bateu o Botafogo pelo placar de 3 a 2, no Engenhão. Ouça a narração de Flankel Lima, da Rádio Excelsior.

O Santos venceu o Palmeiras no Allianz com um gol de Ricardo Oliveira. Ouça a narração de Danilo Almeida, da parceria Premium Esportes com a Rádio Trianon.

Ouça também a narração de Oswaldo Maciel, da Rádio Transamérica.

No Rio, Vasco e Chapecoense empataram pelo placar de 1 a 1. Ouça a narração de Rodrigo Macedo, da Rádio Fluminense.

O Internacional está na sua contagem regressiva para a volta à série A. Neste sábado, o Colorado venceu o Santa Cruz pelo placar de 2 a 0. Ouça a narração de Clairene Giacobe, da Rádio Estação Web.

Ouça também a narração de Marco Antônio Pereira, da Rádio Grenal.

Em Caxias, o Juventude venceu o Payssandu pelo placar de 1 a 0. Ouça a narração de Gilberto Junior, da Rádio Caixas.

Didático, Kid Vinil deixou sua marca no rádio

Por Rodney Brocanelli

Morreu nesta sexta-feira, o músico, radialista e apresentador Kid Vinil. No dia 19 de abril, ele passou mal em uma apresentação na cidade de Conselheiro Lafaiete (MG). Foi internado em um hospital municipal e depois transferido para o hospital TotalCor, em São Paulo.  A causa da morte ainda não foi divulgada.

Como músico, ele fez parte das bandas, entre outras, Verminose e Magazine. Com esta última, conseguiu sucesso comercial na explosão do rock nacional dos anos 1980. Apesar dos hits  “Sou Boy” e “Tic Tic Nervoso”,  Kid não chegou a entrar para o panteão dos nomes clássicos daquela geração, como Renato Russo, Herbert Vianna, por exemplo. No entanto, foi no rádio onde ele conseguiu deixar a sua marca, influenciando uma grande parcela de ouvintes. Para isso, o apresentador se valeu de uma fórmula simples: ele procurava ser sempre didático. Sem enrolar muito, Kid informava ao ouvinte curiosidades e informações sobre a música ou banda que iria tocar.

No começo dos anos 1980, ele teve um programa na Rádio Excelsior FM (hoje CBN) chamado “Programa do Kid Vinil”. Em seguida, na mesma emissora,  fez uma parceria com Leopoldo Rey para comandar o “Rock Sandwich”. Naquela época, a Excelsior tinha como diretor Maurício Kubrusly.

Antes do estouro com o Magazine, Kid passou pela Antena 1 FM, que era bem diferente daquela que está hoje no ar. Em 1986, voltou ao rádio, comandando um programa semanal na 89 FM. No começo da década de 1990, apresentou na Brasil 2000, ao lado de Mauro Beting, o semanal Digital Sessions. Era uma verdadeira anarquia, no bom sentido.

Talvez o grande momento de Kid Vinil no rádio começou na 97 FM, por volta do ano de 1993, quando comandou o diário “Patrulha Noturna”. Ele tinha quatro horas livres, ao vivo, a partir das 22h, para tocar aquilo que quisesse. Perdi a conta de quantas madrugadas eu ficava colado no meu aparelho de som, ouvindo a seleção musical de Kid, nem que isso significasse pouquíssimas horas de sono. O duro era levantar cedo para ir à aula, mas valia a pena. Naquela época, Kid começou a mostrar bandas que que seriam muito reconhecidas no cenário internacional. Uma delas era simplesmente o Oasis.

Em dezembro de 1994, a 97 FM abandonou o rock e se transformou em uma rádio de música eletrônica. Na época, o então diretor Lélio Teixeira (ele mesmo) disse à Folha de S. Paulo que o estilo não era mais viável comercialmente. Kid falou sobre isso numa entrevista à Rádio Onze, uma rádio livre ligada ao Centro Acadêmico da Faculdade de Direito-USP: “As pessoas querem que a coisa dê dinheiro, querem faturar e não sabem o que fazer. Na 97 FM aconteceu isso. Eles querem faturar, no entanto, ainda não conseguiram com o poperô. Acho que deveriam mudar para samba ou sertanejo. Se eles querem ganhar dinheiro, tem que ser com uma coisa bem brega mesmo, porque o popular é que dá dinheiro”. Vale lembrar que em 1999, a emissora adotou uma linha mais popular, ainda que por pouco tempo.

Kid não ficou muito tempo fora do ar e se transferiu para a Brasil 2000 no começo de 1995. Foi nela que ele passou a falar de uma banda que estava com uma grande repercussão na Inglaterra, comandada por uma vocalista de origem brasileira: o Drugstore, de Isabel Monteiro. Nesse período, ele passou a ter uma visão bem critica dos ouvintes de rock: “Quem gosta de rock eh um público pequeno, isso o rock de verdade. Tem cara que prefere comprar o disco para ouvir em casa a ouvir radio, eu conheço muitas pessoas que fazem isso e não estão nem aí para o fato de ter rádio tocando ou não. O público de rock é complicado de se trabalhar. Eu vejo pela Brasil 2000. A gente tem um número de ouvintes limitado. É uma coisa muito dirigida, quem gosta de rock é um outro publico. As pessoas que ouvem essas rádios mais populares gostam de qualquer coisa, não tem um gosto especifico”, disse ele em entrevista à Rádio Onze.

Depois de uma nova passagem pela 89 FM, em 1996, Kid foi para a então novata Mix FM no ano seguinte. Ela ainda não tinha se transformado em uma rádio pop e o apresentador ocupava o horário entre 21h e 01h. Ele já não tinha tanta liberdade nessa emissora. Apenas no período da meia noite à uma da manhã havia espaço para uma programação mais pessoal, além de atender a pedidos dos ouvintes que chegavam via fax.

Entre 2001 e 2003, Kid Vinil teve uma experiência radiofônica do outro lado do balcão: ele dirigiu a Brasil 2000, mas devido a problemas internos, essa passagem não foi muito feliz. Ao site Rock em Geral, ele disse: “Uma das diretoras me chamou para ser o coordenador geral da rádio, e eu achei legal, ia ter toda a liberdade. Só que a rádio não dependia só dessa pessoa que me chamou, ela pertence a uma universidade e havia outras irmãs que ficam dando palpite. Cada uma gosta de uma coisa. Uma delas gostava de world music; a outra, de pop descartável. E, outra, que foi a que me chamou, mais de alternativo. E tinha um sobrinho que ficava minando o meu trabalho, querendo o meu lugar – e acabou conseguindo. Eles queriam que a rádio fosse da família, e acabou sendo, só que a família não conhece nada de música. Tiveram a oportunidade de ter credibilidade, mas minaram o meu trabalho. No primeiro ano deu certo, no segundo, quando eu comecei a ser afastado, a coisa degringolou”.  Mesmo com tantos problemas, ele não deixou de fazer a sua autocrítica: “Hoje eu faria diferente. Na época, peguei pesado na coisa e fazer uma rádio alternativa. Muita gente até me criticou por isso. Deixei a rádio muito alternativa, fui com sede ao pote. Hoje eu faria uma coisa mais equilibrada, colocaria sucessos, clássicos do rock e as coisas mais alternativas, não seria tão lado B”. Uma pena que os personagens citados não foram nomeados.

Nos últimos tempos, Kid se dividiu entre a web rádio da Brasil 2000, até ela ser extinta, e a 89 FM, emissora onde tinha um programa semanal.

Para encerrar, deixo aqui uma lembrança inusitada de sua passagem pela Mix FM. Em uma bela noite, o áudio de um programa da Igreja Universal passou a vazar no ar. A reação de Kid Vinil foi impagável.

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Morre Carlos Roberto Escova

Por Rodney Brocanelli

Morreu neste domingo na cidade de Ourinhos, Carlos Roberto Isaías, mais conhecido como Carlos Roberto Escova, humorista e radialista com passagens pelo rádio e televisão. Ele tinha 60 anos, recém-completados em 12 de dezembro.

Segundo o portal Ourinhos Notícias, Escova esteve internado na UTI da Santa Casa de Misericórdia. O blog Radioamantes apurou que ele vinha enfrentando problemas de saúde desde outubro deste ano, em decorrência de diabetes. Além disso, o humorista teve infecção hospitalar.  O sepultamento aconteceu nesta segunda-feira, por volta das 15h.

Escova era conhecido do grande público pelas suas participações como imitador de personalidades nos programas Show de Rádio, da Jovem Pan AM, do Balancê, da Rádio Excelsior, além de fazer parte da equipe do programa Djalma Jorge, na Jovem Pan FM. Na tv, trabalhou no Perdidos na Noite, ao lado de Nélson Tatá Alexandre, apresentado por Fausto Silva nas tvs Gazeta, Record e Bandeirantes. Conseguiu até ter popularidade no difícil mercado de Porto Alegre (para quem não é da região), fazendo parte do Programa X, da Rádio Atlântida.

Após passar uma temporada em Miami, o humorista voltou ao Brasil e se radicou em Ourinhos, onde prosseguiu sua carreira nas rádios Clube e Melodia.  Nesta última, Escova participava da programação em dois horários: as 07h, dentro de um jornal, e as 11h, no programa de Luis Alberto.

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“Vem Comigo”, com Goulart de Andrade, aborda o rádio

Por Rodney Brocanelli

Dando um tempinho na pauta sobre Copa do Mundo, deixamos aqui a indicação de dois vídeos do programa Vem Comigo, apresentado por Goulart de Andrade na TV Gazeta. A última edição, veiculada no domingo passado (22) teve como tema principal o rádio. No começo, foram reprisados trechos de uma reportagem que Goulart fez para o “Comando da Madrugada”, ainda na Rede Globo, na qual ele visitou os estúdios da antiga Rádio Excelsior (hoje CBN) e da Rádio Globo, no ano de 1982. Dois dados curiosos. O primeiro: ele mostra vários aparelhos telefônicos, com linhas diretas para pontos estratégicos, como Assembléia Legilativa, entre outros. A certa altura, Goulart pergunta por que aquele tipo de linha se chama LP. É a abreviatura para Linha Privada. No mundo das telecomunicações de hoje, a LP se modernizou e hoje ela trafega até dados, mas esse é um outro papo. A outra curiosidade: em um dos trechos da reportagem, Goulart está no estúdio da Globo acompanhando uma das atrações de então: o “Patrulha da Cidade”. Notem que o apresentador é mostrado de costas o tempo todo. Na verdade, ele é Afanásio Jazadi. Na ocasião, o então apresentador e repórter policial ainda cultivava uma aura de mistério em torno de sua imagem. Na seqüência, entram em ação os alunos da Cásper Líbero, responsáveis por atualizar o assunto. Eles visitaram os estúdios da CBN, que substituiu a Excelsior e foram também em uma web rádio, a Best Rádio Brazil. Assista a tudo nos players abaixo.

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Antonio Celso fala sobre a Rádio Excelsior, a Máquina do Som

Por Rodney Brocanelli

No último sábado, o radialista Antonio Celso concedeu uma entrevista à web rádio Show Time. O tema principal foi sua passagem pela antiga Rádio Excelsior (hoje CBN), conhecida como a Máquina do Som. Sua história todos conhecem, mas nunca é demais relembrar: a emissora era uma das mais populares nos anos 1970 transmitindo música jovem no AM. A principal rival da Excelsior na época, cuja concessão é do Sistema Globo de Rádio, era a Difusora, então controlada pelos Diários Associados.

A entrevista foi comandada por João Alkmin, com participação de Flavio Ashcar. Eu tive oportunidade de fazer algumas perguntas também. Sua íntegra pode ser ouvida no player abaixo. Há um corte abrupto, mas nada que comprometa a compreensão. A telefonia acabou nos deixando na mão.

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Memória: Oswaldo Maciel narrando na Rádio Excelsior em 1980

Por Rodney Brocanelli

Nos anos 1980, a Rádio Excelsior AM 780 Khz (hoje CBN) exercia um importante papel no esquema das transmissões de futebol do Sistema Globo de Rádio. Enquanto a Rádio Globo transmitia o principal jogo da rodada dos campeonatos em andamento, a Excelsior transmitia o que poderia ser chamado de segundo jogo em importância. Quando não havia a concidência de dois jogos, as duas emissoras entravam em cadeia. Esse esquema simples garantiu por muito tempo a liderança da equipe que então era comandada por Osmar Santos. Dessa época, destacamos uma narração de Oswaldo Maciel para a partida entre Noroeste (Bauru) e São Paulo. Vitória do tricolor pelo placar de 3 a 0. Ouça o terceiro gol, marcado por Valtinho. O jazz ouvido no fundo é cortesia do sonoplasta (talvez o Johnny Black) que rodou os gols em uma edição do Balancê. Áudio extraído dos arquivos sonoros de Onofre Favotto, que estão disponíveis na Internet.

 

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