Por Rodney Brocanelli
Morreu na madrugada deste sábado (17) Silvio Santos. Desde o início de agosto, o comunicador e empresário esteve internado no Hospital Albert Enstein, em São Paulo, para onde foi levado após se queixar de cansaço. No mês passado, ele teve uma passagem pelo mesmo hospital e foi diagnosticado com o H1N1. Um comunicado divulgado logo após o anúncio da morte informa que a causa da morte foi uma broncopneumonia. Velório e enterro serão restritos à família. Ele tinha 93 anos.
Silvio (aliás Senor Abravanel), começou sua carreira no rádio. Antes de atuar como vendedor nas barcas que faziam o trajeto entre Niteroi e o Rio de Janeiro, ele trabalhou como locutor comercial na Rádio Continental, fazendo o horário das 13h às 14h. No entanto, uma crise de risos fez com que ele fosse demitido.
Conforme reportagem do jornalista Gabriel Gontijo, um colega chamado Paulo Caringi se equivocou ao ler um texto e trocou caneca de alumínio por cueca de alumínio. Silvio correu para o banheiro e a programação ficou com um buraco. O gerente Vanderlei Ferreira não gostou nada e, ao saber de tudo, demitiu-o (saiba mais aqui). Foi a partir desse episódio que o apresentador resolveu investir nas barcas.
Uma história conhecida de Silvio Santos no rádio é o teste para locutor na Rádio Guanabara (hoje Bandeirantes). Ele ficou com a primeira colocação no concurso, deixando na segunda colocação alguém que iria também fazer história na comunicação: Chico Anysio. (Em uma entrevista publicada em outubro de 1987 pelo Estado de S. Paulo, Silvio disse que o concorrente ficara na quarta colocação). Mesmo assumindo a vaga, Silvio não ficou na emissora porque ganhava mais com seus negócios.
Trabalhou na Rádio Mauá, aproveitando o dia de folga como paraquedista. Em seguida, transfeiru-se para a Rádio Tupi.
A ligação de Silvio com o rádio prosseguiria quando foi para São Paulo. Na capital paulista, conseguiu uma vaga na Rádio Nacional (que depois virou Globo; hoje extinta). Trabalhou com Manoel de Nóbrega, que tinha um programa na mesma emissora.
Permaneceu na Nacional, mesmo com a venda das emissoras das Organizações Victor Costa (incluindo a TV Paulista) para recém-criada TV Globo. Ocupava a parte da manhã como comunicador, período do dia que é considerado o horário nobre do rádio.
Seu programa também foi veiculado pela Rádio Nacional, do Rio de Janeiro. Apesar da coincidência de nomes, a emissora de São Paulo e do Rio não eram do mesmo dono. A estação carioca pertence ao Governo Federal
Não pegou a transição do nome Nacional para Globo em São Paulo. Seu contrato vencera em 1976 e já naquela época, ele estava assumindo como acionista da Record. Transferiu seu programa para a Rádio Record. Uma dos quadros era o Falando Francamente, um debate com temas gerais e presença de convidados.
Enquanto isso, no Rio de Janeiro, ele era ouvido da Rádio Tupi, para onde voltou em 1978.
Silvio ficou no rádio até pouco antes do final da década de 1980. Até sair do ar, seu programa na Record tinha uma hora de duração e suas participações eram pré-gravadas. Nélson Rubens comandava a parte ao vivo.
Após a venda da Record (rádio e tv), Silvio nunca mais voltou ao rádio. Mesmo afastado do veiculo, sempre estava com o aparelho do carro ligado em seus deslocamentos pela cidade. Gostava de ouvir o Jornal da Manhã, da Jovem Pan e, mais recentemente, o Fim de Expediente, da CBN.
Ele chegou a falar brevemente com a Jovem Pan pouco depois de ser mantido refém em sua casa pelo sequestrador de sua filha, em 2001.













