Respostas aos comentários de leitores sobre Transamérica e Musical FM

Rodney Brocanelli responde aos comentários de internautas deixados no vídeo Novos donos de rádios apresentam posturas diferentes com suas novas aquisições referente as mudanças da Transamérica e da Musical – acesse aqui. Eis alguns temas transversais (chique, não?): jovem ouve rádio? As rádios dão audiência mesmo com os serviços de streaming? Clique e veja.

Narrador faz vinheta de tempo e placar no gogó e “cria” a Rádio Globand

Por Rodney Brocanelli

O narrador Evandro Cardoso, que está trabalhando na cobertura das partidas da Copa São Paulo, chamou a atenção das redes sociais pela forma diferente que anunciou o tempo e placar da partida entre Matonense x Fast Club-AM durante a transmissão em streaming pela parceria FPF TV e Eleven. Na falta de efeitos sonoros, ele mesmo deu um jeito de fazer tudo no gogó mesmo. Na verdade, inconscientemente ou não, Cardoso uniu duas vinhetas clássicas de rádio. Uma delas é da Rádio Bandeirantes, aquela do “Futebol é com a Bandeirantes” (relembre aqui). A outra é da antiga Rádio Globo, com os nomes dos times com o famoso eco, ou reverb, como queiram (ouça aqui). No final das contas, o locutor acabou criando, sem querer, a Rádio Globand. A iniciativa foi bem recebida pelos internautas, a partir da divulgação do perfil Goleada Info. Veja abaixo (ou clique aqui).

Transmissões pela internet poderão mudar hábitos do rádio esportivo em 2019

Por Rodney Brocanelli

O camarada Edu Cesar, do necessário Papo de Bola, fez um excelente alerta, lido nesta última terça-feira dentro do programa Ganhando o Jogo, da Rádio Guaíba (veja vídeo abaixo)  e divulgado também em fóruns de discussão: a partir de 2019, algumas partidas das principais competições interclubes da América do Sul terão transmissão exclusiva via Internet. A Copa Libertadores tem um acordo com o Facebook e os jogos disputados às quintas-feiras serão exclusivos dessa rede social. Por sua vez, a Copa Sul Americana terá seus jogos transmitidos de forma exclusiva pelo serviço DAZN, que usa o YouTube como plataforma. Edu sublinha que está competição não estará na tv aberta, muito menos na tv por assinatura.

Com isso, segundo Edu, como a Internet brasileira ainda não tem qualidade suficiente para segurar uma transmissão de alta qualidade com conexões simultâneas o rádio (sim, o velho rádio) poderá ganhar força nessas competições. No entanto, para que isso aconteça, nossas emissoras deverão abrir a carteira, segundo suas palavras. Apelar para o tubão ou geladão, quando narradores transmitem a partida do conforto de seus estúdios, seria inviável, devido ao famoso delay, que é maior na Internet do que em alguns canais de tv por assinatura. Ter um narrador nos locais onde acontecerão essas partidas, para Edu, será fundamental.

Este radioamante acrescenta que será um divertido exercício saber como cada emissora de rádio vai se virar para transmitir esses “jogos da internet”. Será que vão apelar mesmo para o tubão, aumentando a velocidade de internet de seus estúdios? Ou será que algumas vão apelar para a prática da “dublagem”, com o narrador no estúdio ouvindo o áudio de alguma emissora de fora do país e reproduzindo aquilo que escuta? Ou será que as emissoras deverão mandar equipe completa (narrador, comentarista e repórter) para fora do país, quando necessário?

Em 2019, a Copa Libertadores terá como representantes brasileiros: Palmeiras, Flamengo, Internacional,  Grêmio,  Cruzeiro e Athlético Paranaense, esses já classificados para a fase de grupos. Estão ainda na fase classificatória o  São Paulo e  o Atlético-MG. Na  Sul Americana, o Brasil será representado por Santos, Corinthians, Bahia, Chapecoense, Botafogo e Fluminense.

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Para sócio-diretor da Antena 1, rádios offline são futuro do streaming de música‏

Nem Spotify, nem iTunes Radio. O futuro do streaming de música está com as rádios tradicionais. Quem comenta as vantagens da modalidade é Maurício Negrão, sócio-diretor da Antena 1 (www.antena1.com), uma das primeiras a investir na transmissão via web. Com voz de locutor, ele fala, em entrevista, sobre o potencial das rádios na internet:

Quando vocês começaram a perceber que o streaming estava ganhando espaço?
Maurício Negrão: Há 15 anos. Nós fomos os primeiros a investir no streaming no Brasil. Hoje a audiência online da rádio corresponde a 40% do total e vem crescendo. No último mês, por exemplo, o aumento foi de 18%.

O público do streaming é o mesmo que das rádios offline?
MN: Sim e não. Temos ouvintes que sintonizam nas duas formas, mas buscamos novos mercados para o online. Por exemplo, habitantes de cidades mais afastadas do interior de São Paulo, regiões nas quais, em geral, os serviços de streaming a pagamento têm pouca adesão. Nesses municípios, chegamos para competir com as rádios locais.

O que as web rádios têm que falta nos serviços de streaming e vice-versa?
MN: Principalmente a qualidade e o calor humano. A programação das rádios é única e feita por uma equipe especializada, que se dedica 24 horas para isso. A figura do locutor permite a interação com o público e humaniza a transmissão. Há, ainda, o fator do custo zero de assinatura. Nos serviços de streaming há versões gratuitas, mas a sessão do usuário é interrompida a todo instante por propagandas. No caso da Antena 1, são 56 minutos de música direto, com o mínimo de publicidade. Dessa forma, as propagandas não se sobrepõem às músicas.

Qual sua opinião sobre a possibilidade de personalização que os serviços de streaming oferecem, permitindo, por exemplo, que os usuários criem suas próprias playlists?
MN: A personalização tem seus limites. As pessoas buscam sugestões do que ouvir e não querem perder tempo criando suas próprias playlists. Fora que essas playlists podem se tornar repetitivas e desatualizadas em pouco tempo. Já o conteúdo das rádios está sempre se renovando. Toda a programação é estudada por profissionais diariamente e isso nenhum algoritmo supera.

A Apple está desenvolvendo um novo serviço, o Apple Beats, e um DJ da BBC 1 foi chamado para trabalhar a semelhança com rádios tradicionais, pensando na oferta regional. O que você pensa sobre isso?
MN: Acho que é mais uma tentativa de emplacar o streaming, não um real modelo de negócio. Os desenvolvedores talvez tenham enxergado o grande negócio que são as rádios tradicionais, por isso chamaram o DJ da BBC. As novidades em termos de escutar música vêm e vão, mas o rádio fica, seja online ou offline.

Qual o futuro da Antena 1?
MN: Continuaremos a produzir conteúdo de qualidade e a propor novas opções de ouvir música, investindo tanto no online quanto no offline. Hoje, uma das principais exigências do público é a qualidade do áudio. Por isso, planejamos oferecer um complemento em high quality para os ouvintes, em breve.

Comentário: Entrevista encaminhada pela assessoria de imprensa da emissora. E você, caro leitor, o que acha das declarações de Negrão. Deixe seu comentário neste post (Rodney Brocanelli)

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Shows da noite paulistana por streaming

Por Marcos Lauro

Hoje vai ter um show de uma banda nova, uma promessa, que você quer conferir. Mas aí bate uma preguiça. Você pensa: “Mas e se for ruim?”. Como diria o locutor do Casseta & Planeta, seus problemas acabaram! Ouça o show de casa.

Essa é a proposta da Casa Dissenso, em São Paulo, que reúne estúdio para bandas, oficina de arte, loja, selo e espaço para eventos, onde acontecem os shows. E desde março, quando a casa iniciou as atividades, todos os shows foram transmitidos ao vivo por streaming.

Loja, um dos ambientes da Casa Dissenso, em São Paulo - Foto: reprodução

“Os shows do Charme Chulo, Nevilton e Rômulo Fróes tiveram bastante comentários no site durante a transmissão”, afirma Elson Barbosa, o responsável pelo projeto, sobre os shows que mais fizeram sucesso. A transmissão não tem apresentação ou qualquer adaptação para um formato mais radiofônico; o áudio é captado diretamente do palco para o streaming.

Elson diz que todos os artistas que foram tocar na Casa Dissenso toparam na hora a ideia da transmissão. “Inclusive já tivemos artistas que pediram pra enviarmos o material gravado. Eles entendem que esse tipo de material serve como divulgação”, disse. Questionado sobre uma possível cobrança de direitos autorais por parte do ECAD, Elson se mostrou contra: “Web-radios e podcasts, em geral, não têm fim lucrativo. A consequência de uma eventual intervenção do ECAD não vai ser regulamentar, vai ser acabar com esses projetos”.

Neste sábado, 5 de junho, a Casa Dissenso recebe a festa Noite Alavanca e vai contar com o show do músico pernambucano Zeca Viana. Que, claro, será transmitido por streaming. Uma oportunidade de conferir sons novos sem sair de casa.

Serviço:

Casa Dissenso – Rua dos Pinheiros, 747, Pinheiros
Tel.: (11) 2364-7774
Noite Alavanca, com show de Zeca Viana
Abertura da casa: 21h
Show (e streaming): meia-noite
Ingresso: R$ 20