Por Rodney Brocanelli
Nesta segunda (09) tivemos duas estreias importantes no que diz respeito ao segmento de rádios jornalísticas. A CBN colocou no ar o Ponto Final CBN, com apresentação de Rodrigo Bocardi e Carolina Morand. Por sua vez, o projeto de rádio da CNN Brasil em parceria com a Rede Transamérica resolveu colocar no dial uma novidade da televisão: o CNN Prime Time, com a apresentação de Marcio Gomes.
Algo em comum entre as duas novidades, é que nomes da televisão serão utilizados para alavancar a audiência desses projetos. Bocardi é um nome conhecido da TV Globo, e hoje comanda o Bom Dia São Paulo. Marcio Gomes estava na mesma Globo até há bem pouco tempo, ganhando destaque na cobertura que a emissora fez aos acontecimentos relacionados à pandemia do Covid-19.
No entanto, existem diferenças e muito acentuadas. O Ponto Final é um programa típico de rádio. Embora tenha a retransmissão via redes sociais com imagem do estúdio, ele foi pensado para ser um programa de rádio. Já o CNN Prime Time é um programa de televisão veiculado no rádio.
Houve até um certo esforço por parte do Prime Time em não deixar perdido o ouvinte exclusivo do rádio. Quem acompanhou pela televisão, viu que a escalada foi feita de forma gravada por Marcio Gomes em plena Av. Paulista, endereço-sede da CNN Brasil. Esse trecho não foi veiculado pelo rádio. Porém, logo que os dois veículos se conectaram, foi possível ouvir Marcio dizendo “esse é o nosso estúdio”. Durante o andamento do noticioso, outros pequenos deslizes aconteceram. Ao noticiar os recentes acontecimentos no Amapá, Gomes disse “As imagens de protesto são impressionantes”.
Mais adiante, o repórter Renan Fiúza fez uma entrada ao vivo diretamente da 1ª zona eleitoral da cidade de São Paulo a fim de falar sobre os preparativos para as eleições do próximo final de semana. Foram mostradas as urnas e cartões de memória. Entretanto, a descrição usou termos para quem estava assistindo à televisão: “Como dá pra ver ali”, por exemplo. Os que acompanharam a estreia do CNN Prime Time apenas pelo rádio (caso de quem está no trânsito, voltando pra casa) tiveram de usar a imaginação.
Um grande problema verificado nessa estreia foi que a transmissão do jornal teve de ser interrompida para a veiculação das inserções dos anúncios relacionados à propaganda política, isso ao menos na Transamérica de São Paulo, que opera nos 100,1Mhz.
Apesar de tudo isso que foi relatado acima, o programa tem muitas qualidades. Seu dinamismo casa muito bem com o rádio . Será necessário apenas fazer um ajuste no texto e nos improvisos para adaptar e casar a linguagem de dois veículos simultâneos.
O Ponto Final CBN teve uma participação: William Bonner. Ele entrou pelo telefone não só para saudar a estreia de Bocardi, mas para antecipar também alguns assuntos abordados no Jornal Nacional, com direito até a trilha sonora de fundo. Carolina Morand, co-apresentadora da atração, aproveitou até para influenciar na escolha da gravata usada por Bonner na edição desta noite.
Os dois programas chegam forte na briga pela audiência do radiojornalismo, naquele que é considerado o seu segundo horário nobre, o fim de tarde. Já estão nesse páreo o Bastidores do Poder, da Bandeirantes, Os Pingos nos Is, da Jovem Pan e o É da Coisa, da Band News FM.
