Jô Soares apresentou programa sobre jazz na Eldorado FM

Por Rodney Brocanelli (colaborou Edu Cesar, do Papo de Bola)

Humorista e escritor, Jô Soares morreu na madrugada desta sexta (05). A causa da morte não foi divulgada até o momento da publicação deste post, mas sabe-se que ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde o último dia 28 de junho. Velório e enterro serão restritos aos familiares e amigos, conforme informação de Flavia Pedras, sua ex-esposa.

Conhecido (e reconhecido) como humorista e entrevistador, Jô teve uma longa passagem pelo rádio. Em 1988, ele estreou o programa Jô Soares Jam Session, na Rádio Eldorado AM, quando a emissora ainda operava em 700Khz. Segundo reportagem de O Estado de S. Paulo em 9 de outubro daquele ano, foi “a primeira incursão radiofônica de Jô”.

Veiculado sempre a partir das 17h, a proposta da atração era combinar o bom humor de seu apresentador com clássicos e raridades do jazz. Porém, a ideia da emissora na época era outra: “um programa de entrevista e comentários de humor”, como escreveu o Estadão. Algo que Jô estava começando a fazer em televisão com seu talk show. A sugestão em fazer um programa sobre jazz foi aceita e durou até 1996.

Em abril de 1993, o programa teve uma mudança de horário, passando a ser apresentado às 21h. Na época, o então diretor de programação da Eldorado, Marino Maradei, justificou essa decisão ao Estadão: “o final de tarde era um horário de pico para qualquer emissora, e que o jazz, por ser um gênero específico, restringia demais a nossa audiência. E quem gosta de Jô e de jazz vai continuar sintonizado no programa, independente do horário”.

Porém, quase um ano depois, em março de 1994, o Jô Soares Jam Session voltou ao seu horário original, no final de tarde. Um anúncio explicava que o ajuste aconteceu devido a pedidos de ouvintes.

Além da Eldorado, a atração foi transmitida também pela JB FM, no Rio de Janeiro. Era produzida por José Nogueira.

*

Entre 2000 e 2015, o Programa do Jô, da TV Globo, foi transmitido de forma simultânea pela CBN.

*

Rafael Austregésilo Soares, filho de Jô Soares, teve uma ligação muito intensa com o rádio. Por muitos anos, ele manteve uma emissora particular funcionando em seu quarto, com direito a vinhetas produzidas por Derico (músico do Sexteto do Jô) e dicas do radialista Roberto Canázio. Rafael morreu em 2014, aos 50 anos. Veja abaixo a homenagem feita pelo pai

https://globoplay.globo.com/v/3740735/

Ouça abaixo um trecho da estreia de Jô Soares Jam Session.

Batalha do Sarriá completa 40 anos; ouça narrações de rádio

Por Rodney Brocanelli (*)

O dia 5 de julho marcou uma das datas mais tristes na história da seleção brasileira de futebol. Jogando no estádio Sarriá, em Barcelona, os comandados de Telê Santana perdiam para a Itália pelo placar de 3 a 2 e davam adeus à Copa que no ano de 1982 era disputada na Espanha. Mesmo com as conquistas de 1994 e 2002, torcedores e jornalistas se perguntam até hoje sobre o que deu errado naquele dia. Bastava apenas um empate para que o Brasil chegasse às semifinais. Mas a Squadra Azurra apareceu pelo caminho. Além de adiar o sonho da conquista do título mundial, aquele resultado serviu para sepultar de vez a prática do futebol arte. Desde então, tivemos apenas alguns lampejos que apareciam de forma individual, graças ao talento de Romário e Ronaldo, cada um em sua época.

O blog Radioamantes leva você de volta ao dia 5 de julho de 1982. A nossa máquina do tempo é o rádio.

O quinto sinal da Rádio Bandeirantes marcava pontualmente 12h15, 16h15, horário local. Fiori Gigliotti anuncia o início da partida.

Para espanto geral, a Itáia saia na frente, logo aos 4 minutos de partida. Defesa brasileira vacilou. Paolo Rossi marcava, de cabeça. José Silvério estava na Jovem Pan.

A resposta brasileira não tardou. Sócrates recebeu um belo lançamento de Zico e avançou até entrar na área. O goleiro Dino Zoff tentou fechar o ângulo. Mas o Doutor, com o sangue frio que lhe era pecuilar, mandou para o gol. Osmar Santos narrou esse lance na Rádio Globo.

Mas Paolo Rossi se aproveitava mais uma vez de uma falha da defesa brasileira para marcar o segundo gol da Itália. O lance pegou muita gente desprevenida. José Silvério narrou esse lance na Jovem Pan.

No segundo tempo, o Brasil veio com tudo para tentar ao menos o empate. Falcão, na época o Rei de Roma, mandou um belo chute de média distância. E um detalhe que a televisão não mostrou: Cerezo, um dos responsáveis pelo lance que originou o segundo gol da Itália, chorou de emoção. José Silvério observou bem esse detalhe na Pan.

Armindo Antônio Ranzolin traduziu na Rádio Guaíba todo o orgulho pelo gol do “compatriota” Falcão.

E mais: a emoção de Willy Gonser, enaltecendo o corta luz de Cerezo, pela Rádio Itatiaia.

Mas aquela não era a tarde do Brasil. Em um escanteio aparentemente inofensivo, a Itália chegaria ao seu terceiro gol. Mais uma vez, Paolo Rossi. Flávio Araújo, então na Rádio Gazeta (SP) não escondeu a decepção.

Na Rádio Nacional, o garotinho ligeiro José Carlos Araújo ficou de queixo caído com o gol de Rossi.

O Brasil quase conseguiu o empate em uma cabeçada do zagueiro Oscar. O goleiro Dino Zoff operou um verdadeiro milagre. José Carlos Araújo, na Rádio Nacional, viu essa bola no gol.

Não teve jeito para o Brasil. O árbitro israelense (o Wikipedia diz que ele tem também nacionalidade romena) Abraham Klein apitou o fim de jogo. A perplexidade tomava conta da torcida brasileira. Fiori Gigliotti traduzia bem esse sentimento na Rádio Bandeirantes.

Passado o impacto da derrota, nada melhor que uma avaliação fria para se concluir em que a seleção brasileira errou. Eis a palavra de João Saldanha, então na Rádio Tupi. A metáfora do macaquinho é impagável.

(*) post atualizado e republicado. O original foi divulgado há dez anos (veja aqui). Estamos mesmo ficando velhos.

40 anos de “Olhos na TV, coração na Rádio Record”

Por Rodney Brocanelli

A história é relativamente conhecida nos bastidores da comunicação, mas vale a pena ser contatada novamente, uma vez que ela está completando 40 anos. A TV Record, ainda de propriedade de Paulo Machado de Carvalho, não conseguiu transmitir a Copa do Mundo, de 1982, disputada na Espanha. No entanto, uma saída simples e criativa conseguiu atrair uma grande parcela da audiência, utilizando o rádio.

No início da década de 1980, Silvio Luiz era um fenômeno. As transmissões de futebol comandadas por ele na TV Record gozavam de bastante prestígio entre anunciantes e, principalmente, telespectadores, causando assim alguns arranhões na audiência da hegemônica TV Globo.

Para a Copa de 1982, havia uma grande expectativa para um novo confronto entre as duas emissoras. Entretanto, alguns pequenos detalhes tiraram a Record dessa cobertura. Rui Viotti, na ocasião, assistente de Paulinho Machado de Carvalho, um dos manda-chuvas da Record, alertava para o risco da Globo exibir sozinha aquela competição.

Conforme o livro “Olho no Lance”, de Wagner William, os direitos de transmissão das grandes competições internacionais eram intermediados pela OTI (então Organização da Televisão Ibero-Americana). A entidade fazia a comercialização diretamente com o país associado, não importando as emissoras que desejassem colocá-las no ar. Bastava que as interessadas pagassem suas cotas. Se não houvesse o pagamento, as outras emissoras assumiriam o valor total.

Outro fator de risco era que para exibir a Copa, as emissoras filiadas à OTI eram obrigatoriamente obrigada a transmitir os Jogos Olímpicos. O grande problema é que dois anos antes apenas a Globo exibiu os Jogos de Moscou. Com isso, a emissora carioca acabou comprando sozinha a Copa da Espanha. Havia a expectativa de que ela revendesse os direitos para as outras emissoras brasileiras, o que não aconteceu.

O mesmo Rui Viotti, que alertou para o risco da TV Record ficar sem transmitir a Copa de 1982 teve uma ideia para diminuir o desastre: comprar os direitos para rádio e veicular as transmissões na Rádio Record tanto no AM (1000Khz) como no FM (89,7Mhz – hoje Nova Brasil), mantendo as mesmas características irreverentes das transmissões de Silvio Luiz na TV e com as tradicionais intervenções do comentarista Pedro Luiz e do repórter Flávio Prado . Paulinho topou e fez com que Viotti embarcasse para o Rio e abrisse negociações.

Negócio fechado pelo valor da época de 750 mil cruzeiros. Em seguida, foi criada uma campanha publicitária para informar ao público como acompanhar as narrações de Silvio: abaixar o som da televisão e ligar o rádio na Record. O slogan foi marcante: “Olhos na TV, coração na Rádio Record”.

O único empecilho que poderia comprometer o esquema foi resolvido de forma rápida: era o de convencer Zé Béttio, campeão de audiência e faturamento da Rádio Record AM a abrir generosos espaços de seu programa, veiculado todas as tardes para das lugar aos jogos da Copa.

Claro que havia dúvida sobre o estilo de narração. Seria rápido, como é tradicionalmente no rádio ou não? No dia 13 de junho, com a partida inaugural entre Alemanha e Bélgica veio a resposta: uma narração de tv no rádio.

A estratégia deu muito certo à medida em que os jogos do Brasil, então comandado por Telê Santana aconteciam. Citada no livro de William, a revista Veja informava que pelo menos uma das transmissões atingiu a marca de 200 mil ouvintes ficaram ligados no som da Record. E esse número não contemplava apenas os que também ligaram a televisão. Mesmo com o estilo mais cadenciado, parte do público apenas ligou o rádio para ouvir Silvio Luiz. A Record conseguiu vencer as concorrentes em rádio que já estavam acostumadas a transmitir futebol.

Mesmo com o sucesso, não foi uma cobertura fácil. O livro “Olho no Lance” relata que ocorreram problemas técnicos a partir do segundo jogo do Brasil, contra a Escócia. O jeito foi alugar duas linhas e reservar duas posições de transmissão no estádio. Deu certo.

No fim das contas, a transmissão alternativa da Record conseguiu um retorno muito maior em todos os sentidos: o de audiência, já citado, de publicidade e mídia. Mesmo com um massacrante número de televisores ligados, a Globo ainda saiu com fama de antipática por não ter dividido os direitos de transmissão com as outras emissoras de televisão, conforme o livro de William.

Uma pena que existam tão poucos registros dessas transmissões de Silvio Luiz na Rádio Record. Os arquivos de áudio da emissora foram perdidos. O que restou foram fragmentos, gravados do próprio rádio em fita cassete pelo pai do jornalista Ubiratan Leal. Eles foram digitalizados e posteriormente divulgados pelo jornalista Thago Uberreich. Ouça abaixo em duas partes.

Em julho de 2009, durante uma entrevista de Silvio Luiz ao programa Jovem Pan no Mundo da Bola, Rui Viotti fez uma importante intervenção contando essa história.

Maria Luiza Benitez: a pioneira na reportagem de futebol no Brasil

Por Rodney Brocanelli

Maria Luiza Benitez, cantora, locutora, jornalista, apresentadora, jogadora de futebol, foi a primeira mulher a fazer reportagem de campo em transmissões de futebol. Benitez, atualmente na Rádio Guaíba, de Porto Alegre, concedeu uma entrevista ao podcast Dus 2 na última sexta (20), em que contou esses e outros detalhes de sua trajetória na comunicação e na música.

Natural de Bagé, em 1969, Benitez escrevia uma crônica para o jornal Correio do Sul, da mesma cidade. Segundo ela, houve um convite vindo da Rádio Cultura, também de Bagé, para que ela participasse do jornal apresentado ao meio dia lendo seus textos. Com o tempo, passou a desempenhar outras atividades na emissora, comandando um programa infantil, programa sobre moda e lendo os avisos tradicionais em rádios do interior.

Foi o radialista Edgar Muza que a chamou para fazer reportagem de futebol, em 1970, ainda em Bagé. Na época, a reação do público que ia aos estádios não era simpática: “Puta! Puta! Puta!”. O xingamento em uníssono não abalou Benitez: “Eu abanava, sorria, distribuía brindes como se nada estivesse acontecendo”, disse. Sua atuação era limitada apenas ao campo de jogo, não havia acesso aos vestiários.

Foi por intermédio de uma reportagem assinada Edegar Schmidt na Folha da Tarde (RS) que a história de Maria Luiza Benitez como repórter de campo ficou conhecida em todo o Rio Grande do Sul.

Um belo dia, em 1976, Benitez decidiu ir até Porto Alegre foi bater logo na porta da Rádio Gaúcha. Após esperar muito, ela fez um teste de locução, de redação e ainda teve de criar um programa feminino: ” A Hora e a Vez da Mulher”.

Da Gaúcha ela foi trabalhar na Rádio Princesa, mas já pensando em um outro salto. Ela foi ouvida por um diretor da Rádio Guaíba e chamada para fazer um teste, em que desta vez ela leu diversos textos comerciais.

Sua rotina não era fácil. Como cantava na noite, Benitez saia direto de suas apresentações para fazer a locução no período da manhã. Entre uma intervenção e outra, ela tirava um cochilo em um piano de cauda que tinha na emissora e coberta com páginas do jornal Correio do Povo. Na crise que assolou a emissora, ela pediu para sair. Voltou algum tempo tempo, como locutora dos tradicionais noticiosos.

No papo conduzido por Cristiano Silva e Geison Lisboa, Benitez também falou sobre sua carreira musical, que começou até antes de sua carreira como comunicadora. Seu nome é intimamente ligado à música nativista (saiba mais o que é clicando aqui), lançou discos, CDs e faz shows pelo interior gaúcho.

Veja a íntegra da entrevista abaixo.

40 anos depois, cobertura da morte de Elis Regina pela Rádio Excelsior é divulgada na web

Por Rodney Brocanelli

No último dia 19 de janeiro, o perfil Arquivos Elis Regina, do YouTube, divulgou um registro tristemente histórico: parte da cobertura da morte da cantora veiculada pela Rádio Excelsior (hoje CBN) em 1982. Quarenta anos depois. O arquivo publicado tem pouco mais de 1h13min e traz erros e acertos decorrentes de uma cobertura em tempo real e até alfinetadas na concorrência.

A notícia chegou no programa Balancê. Osmar Santos falava sobre algum assunto relacionado ao futebol quando, às 12h19, foi bruscamente interrompido pelo narrador Reinaldo Costa, que apresentava a atração naquele dia. “A gente recebe neste momento a infausta notícia que faleceu agora, neste exato momento, questão de uns dez minutos atrás, a cantora Elis Regina”, disse atônito.

Pouco depois, entrava ao vivo a repórter Luísa Borges, do Hospital das Clínicas. “A gente nem tem vontade de entrar para dar uma notícia dessas”, disse, bem no momento em que começava a tocar Casa no Campo, um dos grandes sucessos de Elis. Segundo Luísa, a Pimentinha, como era conhecida, chegara “clinicamente morta” ao hospital.

Todo a pauta do Balancê prevista para aquele dia, obviamente caiu. Pouco depois do boletim de Luísa Borges, entrava no ar Walter Silva, um dos descobridores de Elis, que naquela época tinha um programa na própria Excelsior, o Pick-Up do Pica Pau, que começava sempre a partir das 14h. “Eu estou completamente sem ação (…) estou completamente perturbado, não consigo manter o equilíbrio jornalístico neste instante”, afirmou. Walter era pai de Celina Silva, que na ocasião estava trabalhando como assessora de Elis.

Após Luísa Borges retornar com novas informações do HC, Reinaldo Costa leu um breve resumo da carreira de Elis Regina. Jair Rodrigues, que naquele dia iria conceder uma entrevista para uma rádio de Santos, entrou no ar para um depoimento sobre a colega. Ambos dividiram o comando do Fino da Bossa nos áureos tempos da TV Record.

Depois da reprise do trecho de uma entrevista antiga de Elis, a repórter Yara Peres se integra à cobertura entrando diretamente do IML para onde o corpo da cantora fora levado para a autópsia. Walter Silva, que fora para o local, passa novas informações.

O Balancê encerrou sua edição às 12h29. Na sequência, começou o Jornal da Excelsior, comandado por Luiz Lopes Corrêa e Efigênia Mena Barreto. Na abertura, críticas a uma concorrente: “Uma emissora noticiosa de São Paulo chegou a dizer no ar que tudo não passava de engano e que a morta era outra”, disse Luiz. Quem souber qual é, deixe a informação no sistema de comentários.

Efigênia cometeu um erro ao citar o nome dos filhos de Elis: “deixa também três filhos, Rodrigo, João e a Mariana”. Luísa Borges volta ao ar, também do IML, corrige os nomes. João Marcelo, Pedro e Maria Rita. Todos eles atualmente com atuação destacada no cenário musical.

O jornal prosseguiu veiculando outras entrevistas. Julio Rosemberg, radialista gaúcho que acompanhou o início de Elis em Porto Alegre. O produtor Mayrton Bahia, que havia produzido o último disco da cantora, o que tem a canção Trem Azul também concedeu seu depoimento. Jair Rodrigues voltou a ser contatado pela Excelsior e disse mais algumas coisas sobre a amiga.

Uma outra entrevista chamou a atenção, a do produtor André Barbosa Filho. Nela, foi levantada a hipótese por um repórter não-identificado de que a morte fora causada por overdose de drogas. “Isso é um absurdo”, declarou André.

Encerrando, a íntegra da última entrevista de Elis para a Excelsior, conduzida por Luísa Borges.

Quarenta anos depois, a Rádio Excelsior, que era veiculada em 780Khz não existe mais. Em 1991, ela se transformou em CBN, projeto de rádio noticiosa do Sistema Globo de Rádio. Aproximadamente quatro anos depois, a emissora passou a transmitir também em frequência modulada nos 90,5Mhz. Em 2018, a área de rádios do Grupo Globo resolveu abrir mão de suas frequências em amplitude modulada, ocasionando assim o desligamento da CBN. Hoje, em seu lugar, está a Canção Nova.

Ouça abaixo a cobertura da Excelsior.

Morre o narrador esportivo Haroldo Fernandes

Por Rodney Brocanelli

Morreu nesta segunda (10) o narrador esportivo Haroldo Fernandes. A informação foi divulgada por Milton Neves em seu blog, site e redes sociais. O locutor passou por emissoras como Record, Panamericana e Difusora, mas se notabilizou na antiga Super Rádio Tupi, de São Paulo, que em seus áureos tempos operava nos 1040Khz. Ele era conhecido como o “homem da camisa 10”. Coincidentemente, sua partida se deu em um dia 10. Tinha 92 anos.

Conforme Nestor Fernandes, filho de Haroldo, a morte se deu por causas naturais. O site Futebol Interior divulgou que o enterro aconteceu no início da tarde desta terça-feira no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo.

Ouça abaixo a narração de Haroldo Fernandes para o gol que classificou o Brasil para a Copa de 1970, marcado por Pelé em partida contra o Paraguai.

Haroldo Fernandes narra outro gol de Pelé, desta vez pelo Santos, em partida contra o Palmeiras em 19/05/1968. Com essa vitória, o alvinegro praiano garantiu o título paulista daquele ano.

Em 1970, Haroldo dividiu as narrações da Copa do Mundo do México com Doalcei Camargo, da Super Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. As emissoras paulista e carioca se uniram em um pool. Ouça abaixo as narrações (o locutor paulista pode ser ouvido a partir dos 3min07s.

Reprodução: site Terceiro Tempo

Oscar Ulisses e Eder Luiz passam a ser as únicas vozes do tri do Palmeiras na Libertadores

Por Rodney Brocanelli

A essa altura, todos já sabem que o Palmeiras é o campeão da Copa Libertadores 2021 (alguns estão comemorando até agora, mas isso pode, o torcedor merece). O que interessa para nós do Radioamantes é que dois narradores esportivos de São Paulo transmitiram pelo rádio as três conquistas continentais alviverdes: Oscar Ulisses e Eder Luiz.

O time paulista levantou a taça em 1999 e nas edições de 2020 e 2021 (essas duas finais seguidas aconteceram no mesmo ano, 2021, devido à pandemia do Coronavírus),

Oscar Ulisses transmitiu as três finais por duas emissoras do mesmo grupo: em 1999, ele estava na Globo. Em 20/21, as partidas decisivas foram veiculadas pela CBN.

Por sua vez, Eder Luiz estava na Band FM, em 1999. Pouco depois, ele se transferiu para a Transamérica FM e de lá não mais saiu.

Se o Flamengo tivesse conquistado o título da Libertadores no último dia 27 de novembro, José Carlos Araújo teria esse mesmo privilégio alcançado agora por seus colegas paulistas. O Garotinho irradiou as conquistas do rubro-negro pela Nacional (1981) e Tupi (2019).

A dupla se junta a outros dois narradores que também narraram três títulos de Libertadores, desta feita de outras equipes: José Silvério acompanhou os três títulos do São Paulo pela Jovem Pan (1992 e 1993) e Bandeirantes. Haroldo de Souza irradiou as conquistas do Grêmio pela Gaúcha (1983), Guaíba (1995) e Grenal (2017 – veja mais aqui).

Ouça abaixo os registros de Oscar Ulisses. Começamos com 1999

2020

2021

Ouça as narrações de Eder Luiz. Começamos por 1999.

2020

2021

Memória: Antônio Carvalho lê os trechos representativos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Por Rodney Brocanelli

Antônio Carvalho segue fazendo muita falta no rádio brasileiro. Ele morreu em 17 de maio de 2008, vitimado por complicações de uma leucemia, contra a qual lutou bravamente nos seus últimos anos de vida. Carvalho trabalhou nas rádios Cultura (de Lavras, sua terra natal) e Jovem Pan, mas foi na Rádio Bandeirantes que sua carreira deslanchou, tornando-se conhecido e querido pelos seus ouvintes. Na emissora do Morumbi, comandou inúmeros programas de sucesso, entre os quais se destacaram o Ciranda da Cidade, Arquivo Musical, Frequência Balançada, Bandeirantes Acontece e Grande Sampa.

Vamos relembrar Antônio Carvalho desta vez ouvindo sua voz marcante lendo os trechos mais representativos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, divulgada pela Organização das Nações Unidas no ano de 1948. Esse registro foi retirado de uma edição do anos de 1984 do Canal Livre, programa de entrevistas da TV Bandeirantes. Sempre que a atração terminava e subiam os créditos, em vez de uma trilha sonora, entrava no ar sem fundo musical o texto, que na época do regime miltar ganhava um sentido muito maior.

Quando estreou o Canal Livre, no começo da década de 1980, sob o comando de Roberto D’Avila, quem lia a declaração era Oswaldo Sargentelli. No entanto, depois de um certo tempo, uma alteração foi necessária. Para substituir uma grande voz, nada melhor que uma outra grande voz. Ouça abaixo.

.

Memória: relembre a vinheta clássica da 97 FM dos anos 1980

Por Rodney Brocanelli

O perfil da banda Lingua de Trapo no YouTube publicou nesta segunda (18) uma verdadeira relíquia do rádio: a vinheta da 97 FM, quando ela ainda transmitia diretamente de Santo André. Como informou Laert Sarrumor em seu perfil no Facebook (veja aqui), ela rolava a cada uma hora e anunciava o prefixo da emissora. Ela foi produzida pelo próprio Laert ao lado de Catalau, da banda Golpe de Estado. A gravação aconteceu no dia 29 de maio de 1987 no Estúdio Cameratti, em Santo André, e contou com as participações de Paulo Zinner, Nelson Brito e Helcio Aguirra.

Inaugurada em 1983, em Santo André, a 97 FM foi aos poucos se transformando em uma rádio de rock. Virou uma das grandes referencias no assunto, em que se pese a dificuldade de seu sinal chegar a outras regiões de São Paulo. No começo só havia um locutor, o Jota Erre, que dava muito trabalho a um dos fundadores da emissora, Zé Constantino. Ambos já chegaram até a sair no tapa.

Em 1994, a emissora mudou radicalmente seu estilo, trocando o rock pela música eletrônica. Em uma edição do programa Morde e Assopra de 2018 (saiba mais aqui), o próprio Zé Constantino explicou a mudança contando dois que o fizeram mudar de ideia. Um deles foi um prejuízo que ele teve ao organizar um show do Sepultura em Santo André. O outro aconteceu durante uma viagem de táxi. O motorista estava ouvindo Deep Purple. “Você gosta de rock?”, perguntou o proprietário da 97 FM. Após a resposta afirmativa, o condutor do automóvel listou uma série de bandas das quais gostava. Todas antigas. Foi aí que Constantino teve um clique: o consumidor de rock não estava tão interessado assim em novidades, isso em pleno estouro do Nirvana.

A mudança de perfil não agradou aos ouvintes, é claro. Na ocasião, a determinação era para que os telefones não fossem atendidos e com isso, procurar driblar a fúria que vinha do outro lado. Após algumas alterações ao longo dos anos, a emissora adotou o nome de Energia 97.

O grande pulo do gato se deu em 1999, com a estreia do Estádio 97, debate sobre futebol com um tempero bem-humorado transmitido sempre aos finais de tarde. A fórmula tem grarantido sucesso comercial e de público ao longo desses anos. Desde 2019, a emissora tem se dedicado às transmissões dos jogos de futebol dos grande clubes de São Paulo com o projeto Energia em Campo.

Ouça abaixo a vinheta clássica da 97 FM com alta qualidade sonora.

Flávio Araújo, 87

Por Rodney Brocanelli

E a festa não para. Ontem comemoramos o aniversário de Osmar Santos. Hoje é a vez de transmitirmos os parabéns para Flávio Araújo, narrador esportivo que defendendeu por muitos anos o microfone da Rádio Bandeirantes, de São Paulo. Além disso, ele teve passagens pela Rádio Gazeta e Rádio Central, de Campinas (aqui como comentarista). Flávio está na ativa,  participando da programação da  Rádio Cultura, de Poços de Caldas (MG), sempre com um comentário a respeito dos temas da atualidade. A emissora é de propriedade de seu irmão, Chico de Assis.

Flávio Araújo seguiu a escola de Pedro Luiz, fazendo uma narração descritiva do que acontecia em campo, nas quadras, no ringue ou mesmo nos autódromos. No entanto, ele se permitia usar alguns bordões, como o “colocou a deusa branca para fazer chuá”, logo após um lance de gol, ou o “o 10 está brilhando na camisa dele”.

Seu período na ativa como narrador esportivo coincidiu com o auge de pelo menos quatro grandes esportistas da história do Brasil: Adhemar Ferreira da Silva, Éder Jofre, Pelé e Émerson Fittipaldi. Flávio usou sua voz para propagar os feitos deste quarteto de ouro aos quatro cantos deste país.

Vamos relembrar aqui algumas de suas narrações. Flávio Araújo narra uma luta de Éder Jofre contra Danny Kid, no ginásio do Ibirapuera. O ano é 1959.

Em 1982, a Gazeta, então comandada por Flávio Araújo, se associou com a antiga Rádio Clube Paranaense, liderada por Lombardi Jr, para a cobertura da Copa da Espanha. Essa dobradinha fez muito sucesso na época.

Em 30 de Março de 1980, Nelson Piquet conquistou sua primeira vitória na Fórmula 1. Narração de Flavio Araujo pela Bandeirantes.

Flávio foi um dos privilegiados que teve a oportunidade de narrar o milésimo gol de Pelé

Uma edição de seu “O Positivo e o Negativo”, na Rádio Cultura, de Poços de Caldas.

Flávio Araújo foi um dos entrevistados do Radioamantes no Ar, sempre apresentado pela web rádio Show Time.

Graças a uma colaboração de Celso Casemiro, do Memorial Hélio Ribeiro, recuperamos o trecho de um programa do apresentador veiculado em 1976, as vésperas do GP de Monza de Fórmula 1, que seria disputado em 12 de setembro daquele ano. Para lá, a Rádio Bandeirantes enviou o narrador Flávio Araújo, que iria transmitir a corrida ao lado do comentarista Edgard Mello Filho. Neste áudio, Flávio Araújo inicia fazendo seu boletim com informações acerca do clima em Monza. Logo em seguida Hélio começa a fazer perguntas sobre o calor, sobre o câmbio, diárias de hotel, as músicas que tocavam nas emissoras locais de rádio e do desempenho dos pilotos brasileiros da época: Émerson Fittipaldi e José Carlos Pace.

Ouça o compacto da transmissão de São Paulo x Portuguesa, de 1977, pela Rádio Bandeirantes.

Para encerrar, Flávio Araújo narra o gol de Pita, pelo Santos, na primeira partida da decisão do campeonato brasileiro de 1983.

flavioaraujo

Orlando Drummond começou sua carreira no rádio como contrarregra e radioator

Por Rodney Brocanelli

Morreu nesta terça (27) o ator Orlando Drummond aos 101 anos. Ele morreu em casa, mas desde maio a sua saúde inspirava cuidados. Ele foi internado em um hospital do Rio de Janeiro devido a uma infecção urinária, ficando na unidade semi intensiva. Recebeu alta no mês de junho. Ainda não foram divulgadas informações sobre velório e enterro.

Conhecido por seu trabalho com dublador e como interprete do icônico Seu Peru, da Escolinha do Professor Raimundo, Orlando Drummond começou sua carreira no rádio, como contrarregra, na Rádio Tupi, em 1942. Por influência de Paulo Gracindo passou a ser radioator a partir de 1946, interpretando personagens de sucesso na época como  Lúcio, o Granfino, Enxolino Sacoso, Takananuka, um japonês e o Taco, um índio que fazia dupla com Pataco, interpretado por Otávio França. Ambos eram conhecidos pelo bordão “Pezinho pra frente, pezinho pra trás”. Eles foram revividos anos depois no extinto Zorra Total, da TV Globo. Nessa nova versão, Paulo Silvino deu vida a Pataco.

Muito provavelmente não devam existir registros de Orlando Drummond no rádio. Vamos relembrar Tato e Pataco no Zorra Total.

Um ano sem José Paulo de Andrade

Por Edu Cesar, do Papo de Bola

Completado neste sábado, rendeu emocionadas e emocionantes lembranças nos matinais que apresentava na Rádio Bandeirantes de São Paulo, tanto no “Jornal Gente” apresentado pelo Pedro Campos quanto no “Pulo do Gato” comandado pela Silvania Alves, que ficou com a voz embargada quando lembrou da vez que o Zé disse a ela e ao operador da mesa de som Ailton Dias que temia ser infectado pelo coronavírus pois tinha certeza que, se acontecesse, não resistiria – e tristemente foi exatamente o que aconteceu. Áudios clássicos do âncora foram resgatados mais uma vez, incluindo narrações dele nos tempos de cronista esportivos, e muitas, muitas homenagens foram rendidas por ouvintes. Zé Paulo partiu, mas nunca morrerá de forma absoluta.

Ouça abaixo a homenagem divulgada pela Rádio Bandeirantes

“A Maldita”, história da Fluminense FM, estreia em documentário

Por Marcos Lauro

Selma Boiron, locutora da Fluminense FM - Foto: Divulgação
Selma Boiron, locutora da Fluminense FM – Foto: Divulgação

Foi ao ar nessa quarta-feira (14), no Canal Brasil, o documentário “A Maldita”, da diretora Tetê Mattos. O filme já teve sua versão em curta metragem lançada em 2007 e agora ganha sua versão maior com depoimentos de artistas, entrevistas com profissionais que fizeram parte da equipe e outros detalhes que tornam a história ainda mais interessante.

A Fluminense foi a primeira rádio segmentada no rock no Rio de Janeiro. Com uma linguagem jovem, mas que respeitava a inteligência do ouvinte, a rádio soube abraçar a geração 1980 de uma forma única, que vencia até a pobreza técnica do seu transmissor – ouvintes cariocas chegavam a ir de carro até o Aterro do Flamengo, onde o sinal chegava bem, só pra ficar ouvindo a rádio e participar da programação.

Além de mostrar o pioneirismo da equipe, o filme presta uma grande homenagem ao ouvinte-fã da rádio. Boa parte da documentação exibida na tela vem dos arquivos desses ouvintes – um deles anotava num caderno a programação da rádio e o setlist de todos os shows em que ia. Outra ouvinte, ainda, guarda uma carta-resposta que recebeu da emissora.

Outro detalhe do filme é a leitura das cartas. Entre um depoimento e outro, uma imagem de arquivo e outra, cartas dos ouvintes são lidas em off para mostrar a relação de colaboração que existia. Ouvintes, além de elogiarem a programação, davam dicas, pediam música e, de fato, participavam da rádio por carta. Alguns faziam mais: iam até a emissora (algo raro para a época) e trabalhavam. Um deles é o cantor e compositor BNegão, que ia até a rádio para atender ligações de ouvintes e conviver com os locutores da época.

“A Maldita” é um filme que mostra a importância de um veículo de comunicação que de fato se comunica com seu público. Mesmo quem não ouviu na época ou nem mesmo é do Rio de Janeiro/Niterói, vai sentir a força que tinha uma rádio desse tipo em tempos pré-internet.

Para ver o documentário “A Maldita”, consulte a programação do Canal Brasil para pegar uma das reprises.

Há 10 anos, uma série de composições tirava do ar a Rádio Brasil 2000 FM

Por Rodney Brocanelli

Há dez anos, uma série de composições tirou do ar a Rádio Brasil 2000 FM. O Grupo Estado e a ESPN precisavam de um canal em FM para colocar no ar a programação que já vinha dando certo no AM. Com o nome de Eldorado/ESPN, a emissora que operava em 700Khz, veiculava um mix de jornalismo (tocado pela equipe da Eldorado) com transmissões esportivas (com o know how dos canais ESPN).

No entanto, havia uma dúvida no ar. O que fazer com a programação da antiga Eldorado FM, que operava nos 92,9Mhz, tinha um público fiel e, mais importante, patrocinadores. A solução foi costurar um acordo coma Fundação Brasil 2000, responsável pela programação veiculada nos 107,3Mhz. Em seus últimos anos, a emissora era identificada pela sua frequência, mas por muito tempo usou o nome Brasil 2000, se transformando em uma referência entre o público que gosta de rock.

A antiga Brasil 2000 vivia uma série de problemas na ocasião. Apesar da boa programação musical, não havia quase locutores ao vivo, muito menos programas especializados. Ela veio perdendo força ao longo dos anos em um processo que se iniciou no ano de 2001 depois da saída da dupla Tatola/Roberto Maia da direção e dos microfones também. Eles tinham bastante popularidade entre os ouvintes da emissora e um espaço na programação com o 2000 Volts, no final de tarde.

De repente, não mais que de repente, Lélio Teixeira foi contratado para ser o coordenador artístico. Uma de suas grandes inovações na emissora foi lançar o Na Geral, programa de debates futebolísticos que está no ar até hoje, com passagens pela Bandeirantes, Kiss FM e 105 FM. Atualmente, a atração está na Massa FM.

Com a saída de Lélio, que levou seu programa para a Bandeirantes, o convidado para tomar conta dos destinos na Brasil 2000 foi Kid Vinil, em 2003. Entretanto, nem isso serviu para dar algum alento à emissora. O próprio Kid assumiu depois que cometeu alguns erros em sua gestão e enfrentou desgastes com pessoas ligadas à administração da rádio.

Em seguida, o futuro da emissora foi envolvido em várias especulações. Falou-se que ela iria se transformar numa rádio 100% esportiva, tocada pelo Grupo Bandeirantes. Isso somente iria se concretizar anos depois e em um outro canal, com a saudosa Bradesco Esportes FM. Durante alguns meses de 2005, a programação jornalística matinal da Rádio Bandeirantes (06h às 10h) foi transmitida nos 107,3Mhz.

Outra especulação dava conta de que ela iria virar a Transamérica Hits. Quase que ela virou rádio infantil, com a marca de Playground FM, um projeto tocado por publicitários. Entretanto, quem se deu melhor foi o Grupo Estado, que em 2011 transferiu para os 107,3 a programação tradicional dos 92,9Mhz. Com isso, o caminho ficou aberto para a estreia da Estadão/ESPN. Todo esse processo se deu entre os dias 26 e 27 de março de 2011.

O nome oficial para a nova programação dos 107,3Mhz soava estranho: Eldorado Brasil 3000. Claro que foi abandonado pouco depois. Por sua vez, a Brasil 2000 migrou para a web, usando toda a estrutura usada na antiga emissora de rádio.

A parceria Estadão/ESPN nos 92,9Mhz durou muito pouco, sendo desfeita em 2013. Com isso, a emissora passou a se chamar apenas Estadão, com uma programação eminentemente jornalística. Em 2015, foi arrendada pela Comunidade Paz & Vida, do pastor Juanribe Pagliarin. Com isso, parte da programação jornalística foi migrada para os 107,3Mhz.

Porém, no ano de 2019, a frequência foi vendida ao empresário Carlos Massa, o Ratinho, que planejava colocar a sua Massa FM no mercado de São Paulo.

Já a web rádio Brasil 2000 foi descontinuada em 2016 (saiba mais aqui).

E com tantas idas e vindas, a frequência dos 107,3Mhz segue abrigando a programação da Rádio Eldorado FM, com destaque para o Jornal Eldorado, apresentado por Haisem Abaki e Carolina Ercolin.

Antes de encerrar deixo aqui dois links que resgaram um pouco mais da memória da Brasil 2000 FM.

Entrevista com Roberto Maia – https://radioamantes.wordpress.com/2013/01/24/memoria-roberto-miller-maia-abre-o-jogo-sobre-a-brasil-2000-fm/

Algumas declarações de Kid Vinil sobre sua passagem pela emissora – https://radioamantes.wordpress.com/2017/05/19/didatico-kid-vinil-deixou-sua-marca-no-radio/

Ouça abaixo a transição da Brasil 2000 para a Eldorado 3000.

Memória: relembre Rodrigo Rodrigues e João Carlos Albuquerque na Rádio Estadão/ESPN em 2011

Por Rodney Brocanelli

No último domingo (14), João Carlos Albuquerque encerrou sua participação no The Voice+, programa da TV Globo que visa revelar ou divulgar talentos musicais da melhor idade. A técnica Claudia Leitte resolveu optar por outros dois concorrentes para seguirem na competição. João Canalha, como é conhecido, cantou um clássico do rock nacional em sua apresentação: “Pro Dia Nascer Feliz”, do Barão Vermelho. Ele aproveitou para homenagear Rodrigo Rodrigues, morto no ano passado devido ao Covid-19. Ambos foram companheiros nos canais ESPN.

“Eu quero, se vocês me permitem, dedicar essa música à memória do meu querido, maravilhoso amigo Rodrigo Rodrigues, que se foi ano passado por causa da Covid, e com quem eu cantei algumas vezes essa música. É um dos caras mais espetaculares que eu conheci na minha vida”, disse João.

Essa parceria não se limitou apenas aos palcos. Em abril de 2011, João Carlos Albuquerque foi o primeiro convidado de Rodrigo Rodrigues no programa Bola e Música, da Rádio Estadão/ESPN, uma das tentativas da ESPN em explorar o rádio, fazendo uma parceria com o Grupo Estado (responsável por editar o jornal O Estado de S. Paulo), que detinha a concessão em FM dos 92,9Mhz na capital paulista.

A ideia do programa era a de um talk show descontraído em que convidados falariam um pouco de si, com direito a escolher as músicas para tocar entre um bate papo e outro. Na estreia, João levou seu violão e até fez um sonzinho à parte. Ele também falou sobre seu apelido Canalha e de aspectos de sua carreira em 2011. O programa ainda contou com breves participações de Zico, Nelson Motta,  Magic Paula, José Trajano (então manda chuva dos canais ESPN) e Dudu Nobre.

Ouça o programa no player abaixo (não foram incluídas as músicas selecionadas por João Carlos Albuquerque. A ideia é não atrair strikes ou bloqueios no YouTube. O blog agradece a compreensão).