Ruy Carlos Ostermann ganha biografia fluida e agradável

Por Rodney Brocanelli

O mês de outubro marcou o lançamento de um dos projetos mais aguardados por amantes do rádio, do futebol e das duas coisas juntas: a biografia do jornalista Ruy Carlos Ostermann, intitulada “Um Encontro com o Professor”, escrita pelo também jornalista Carlos Guimarães. Um evento acontecido no último dia 23 no Book Hall, do Shopping Bourbon em Porto Alegre reuniu biografado, autor, fãs e amigos ilustres.

Ruy é um dos nomes mais notáveis do jornalismo esportivo no Rio Grande do Sul. Começou sua carreira no impresso passou a escrever na Folha da Tarde, de Porto Alegre. Logo, ingressou na Rádio Guaíba, que era do mesmo grupo, o Caldas Júnior. Também dedicou parte de sua carreira ao Grupo RBS, trabalhando na Rádio Gaúcha e na Zero Hora, até se aposentar. Ele foi um dos poucos a ultrapassar fronteiras e se tornar conhecido no eixo Rio-São Paulo, com participações em programas como Cartão Verde, Bem Amigos.

Outra característica importante é que em um determinado momento, Ruy conseguiu conciliar a sua atividade no jornalismo com os estudos em nível superior. Em 1960, ele ingressa na faculdade de Filosofia da UFRGS. Com isso, ele se credencia a ser professor (daí o fato de que posteriormente ele é chamado de Professor Ruy).

Uma vez formado, ele não guardou o diploma. Deu aulas de Filosofia para alunos do que se convencionou chamar hoje de Ensino Médio. Mais adiante, foi secretário da educação no Rio Grande do Sul, durante a administração do governador Pedro Simon.

Com um currículo desses, Ruy foge do estereótipo que por muitos anos foi dado ao jornalista esportivo: o de uma pessoa alienada do que acontece à sua volta.

O livro é baseado em entrevistas, nas anotações do próprio personagem principal, que por muito tempo alimentou diários, com suas impressões, e nas colunas publicadas nos principais jornais de Porto Alegre ao longo de sua história.

Além da vida de Ruy, está no livro não apenas como pano de fundo, mas devidamente contextualizadas, a rivalidade entre os grupos Caldas Júnior (Guaíba, Folha da Tarde e Correio do Povo) e RBS (Gaúcha e Zero Hora).

A outra rivalidade sulista, muito mais conhecida do grande público, que envolve Grêmio e Internacional, também está bem detalhada. O livro não se propõe a revelar abertamente para qual time seu personagem principal torcia, mas deixa pistas que podem levar a uma conclusão (dica: sigam Paulo Sant’ana).

“Um Encontro com o Professor” também faz uso das famosas planilhas usadas por Ruy para comentar os jogos pelas emissoras de rádio. A estrutura é bastante simples: numa folha de papel, ele anovava os nomes dos jogadores titulares de cada time e, com sinais gráficos, tabulava dados importantes como chances de gols, entre outras informações relevantes, que serviam de base para as suas intervenções.

A estrutura narrativa do livro toma por base as Copas que Ruy cobriu desde 1966. A primeira, sediada na Inglaterra, tem um charme a mais na narrativa, até porque foi sua estreia em coberturas de fôlego deste tipo. Os mundiais de seleções servem também para esmiuçar relações com a família (spoiler: em 1990, ele recebe uma notícia triste; o encarregado de transmiti-la foi o amigo Luis Fernando Veríssimo).

O autor de “Um Encontro com o Professor” é Carlos Guimarães, personagem frequente deste Radioamantes. Com passagens por Guaíba e Gaúcha, hoje ele é coordenador de esportes na Bandeirantes. Outra de suas credenciais é sua movimentação pelo meio acadêmico. O que poderia ser um empecilho (um texto acadêmico demais), não se confirma e o texto é bastante fluido e agradável.

Guima, como é conhecido, não optou apenas por descrever os fatos, mas em muitos momentos participa da narrativa, seja dentro do texto ou por meio de notas de rodapé. Trata-se de um recurso, não um exibicionismo. Quem brilha mesmo é o personagem principal.

Embora, a obra passe muito longe de polêmicas (e elas existem), outra de suas virtudes é a honestidade (embora seja uma palavra desgastada pelo tempo). Os problemas de saúde enfrentados por Ruy especialmente na cobertura da Copa do Mundo de 2010, a última que ele participou de forma mais ativa, aos 71 anos, não foram deixados de lado ou abrandados. Sua intolerância à lactose provocou reações bastante danosas durante o transcurso daquele mundial, inclusive em termos de imagem.

Claro que o livro tem muito mais além do que foi descrito aqui. A infância de Ruy é devidamente esmiuçada e não deixa de ser uma surpresa que o aluno foi muito diferente do professor. Há espaço para também um amor (sim) não correspondido. Uma vida rica, produtiva e que deixa um enorme legado. E ao final da leitura não é possível deixar de concordar com o desfecho. A vida não é uma merda.

Rádio Guaíba: as três despedidas de Carlos Guimarães

Por Rodney Brocanelli

Desde sexta-feira, Carlos Guimarães está vivendo a sua turnê de despedida da Rádio Guaíba. Ele está deixando a emissora após uma passagem de 10 anos para assumir um novo desafio profissional a ser divulgado oficialmente em breve. Foram três despedidas em três momentos diferentes da programação.

O termo turnê de despedida não é um exagero. Na sexta-feira (12), ele fez a sua derradeira participação no Ganhando o Jogo, programa de debates esportivos. O apresentador José Aldo Pinheiro disse que as emissora em geral dão um “blecaute” em profissionais que estão saindo e, com isso, eles são silenciados. “Houve uma decisão institucional da empresa em não fazer isso com o Carlos Guimarães pelos seus 10 anos de grandes serviços prestados Á Rádio Guaíba como coordenador de jornalismo, como coordenador de esportes, como comentarista”, afirmou.

“Eu quero fazer aqui, em nome da nossa equipe, um agradecimento pela convivência, que foi as vezes de cotovelada, de canelada, mas nunca deixou de ser pautada na essência pelo respeito, mesmo na divergência”, prosseguiu Zé Aldo.

No sábado (13), Guimarães foi o comentarista da transmissão de Juventude x Internacional, partida válida pela Copa do Brasil, disputada em Caxias do Sul. Logo após o apito final, ele ganhou uma homenagem do narrador Luís Magno, que declamou os versos de Amigo, canção imortalizada na voz de Roberto Carlos. “Eu não vou cantar porque não sou o Pedro Ernesto”, falou.

Já próximo ao encerramento da jornada, o repórter Paulo Nunes também se manifestou. “No momento difícil profissional que eu tava, o convite que ele me fez para vir pra Guaíba mudou bastante o rumo de minha carreira num momento complicado que tava”,falou.

Depois, foi a vez do plantão Martin Moura: “ele que me trouxe para a Rádio Guaíba em setembro ou outubro de 2020, então sou muito grato pela oportunidade, pela oportunidade que ele me abriu as portas(…) a saudade vai ficar.

“Grato pela parceria. Trabalhamos em outro momento juntos. Nos separamos, voltamos, vamos nos separar novamente”, disse o âncora da jornada Cristiano Silva. “A partir de segunda-feira somos concorrentes e aí vou passar o carro”, complementou de forma bem-humorada.

E no domingo (14), Guima, como é conhecido, ancorou uma edição especial do Posse de Bola, que acompanhou a decisão da Eurocopa, envolvendo Espanha e Inglaterra. Ao final, fez seu derradeiro discurso. “Tudo aqui foi muito intenso, as coisas boas, as coisas ruins, as coisas terríveis, as coisas ótimas, mas o que ficam são as pessoas. Eu queria deixar esse recado bem claro aqui. A Guaíba é uma rádio de pessoas (…) Eu queria dizer que a Guaíba é uma rádio de pessoas. Meu agradecimento é as pessoas que estão aqui trabalhando na Rádio Guaíba. Aos trabalhadores da Rádio Guaíba, fica o meu agradecimento”, afirmou o profissional.

Veja mais no player abaixo.

Morre o narrador esportivo Marco Antonio Pereira

Por Rodney Brocanelli

Morreu neste domingo (17) o narrador esportivo Marco Antonio Pereira. Ele estava se recuperando em casa de um infarto acontecido no último dia 4 de março. Na ocasião, ele foi internado em um hospital privado. Chegou-se até a levantar a uma vaquinha para cobrir as despesas neste primeiro momento. Após a ação de amigos, ele acabou transferido para o Hospital Geral de Novo Hamburgo, onde fez um cateterismo. Ainda não foram divulgadas informações sobre velório e enterro. Ele tinha 67 anos.

Nascido em São Leopoldo, ele começou sua carreira no rádio em Novo Hamburgo, na Rádio Progresso. Posteriormente, trabalhou nas quatro principais emissoras de Porto Alegre que cobrem futebol: Guaíba (duas passagens). Gaúcha (duas passagens), Bandeirantes (três passagens – uma delas quando o nome ainda era Difusora) e Grenal.

Na Guaíba, integrou a equipe que fez a cobertura da Copa de 1990, na Itália. Ao lado de Wianey Carlet e Edegar Schimidt ele aparece no filme oficial da competição bem na parte onde é abordada a desclassificação do Brasil na partida contra a Alemanha.

Já na Gaúcha, narrou três finais seguidas de Copa:2006 (Alemanha), vencida pela Itália 2010 (África do Sul), com a Espanha campeã e a de 2014 (Brasil), com a Alemanha levantando o caneco.

E na Bandeirantes, outra marca importante em sua carreira: ele transmitiu ao lado do comentarista Claudio Duarte para todas as emissoras da rede a partida entre Uruguai x Arábia Saudita, vencida pelos uruguaios por 1 a 0 (gol de Suárez).

Após deixar a Bandeirantes, ele passou a fazer parte de projetos na internet, como no Canal do Baldasso e no 1903Play, este dedicado ao Grêmio. Nesta oportunidade, Marcão, abriu seu time de coração.

Vamos relembrar alguns momentos de Marco Antonio Pereira no rádio.

O gol de Caniggia, que desclassificou o Brasil na Copa de 1990

Um registro da final da Copa de 2006, na Alemanha

A narração da final da Copa de 2014, na Gaúcha

Em 2018, ele narrou em rede nacional Uruguai x Arábia Saudita pela Bandeirantes

Uma das estreias de Marco Antonio Pereira, em fevereiro de 2018, na Bandeirantes foi na transmissão de Internacional 3 x 1 Juventude, válida pelo campeonato gaúcho. Numa triste coincidência, ele morreu às vésperas de um confronto reunindo as duas equipes, válido pela semifinal do campeonato gaúcho de 2024.

Uma vitória do Grêmio sobre o Palmeiras, em 1990. Áudio da Rádio Guaíba

O registro do título do Novo Hamburgo em 2017, na Rádio Guaíba

Uma entrevista para o programa A Voz da Guaíba, comandado por Franklin Berwig

A morte de Marco Antonio Pereira foi anunciada por Carlos Guimarães no Posse de Bola, da Rádio Guaíba.

Painel cai durante programa da Rádio Guaíba

Por Rodney Brocanelli

Um painel com o logotipo da Rádio Guaíba caiu durante a edição do programa Ganhando o Jogo desta segunda (18). O incidente, que não teve grande maiores consequências, aconteceu no Estúdio Cristal, panorâmico, que permite a observação dos pedestres que passam pela Esquina da Comunicação, em Porto Alegre.

Durante o debate, Ana Aguiar e Luís Magno perceberam que havia algo de errado com painel. Ambos conseguiram, cada um a seu modo, amortizar a queda. Cristiano Silva e Cristiano Oliveira riram muito. Carlos Guimarães seguiu com sua tese. Em seguida, Oliveira colocou o painel de lado. Veja tudo no vídeo abaixo.

Em 2019, um outro incidente deste tipo aconteceu no estúdio principal da Guaíba, com a então apresentadora Ananda Muller (clique abaixo).

Mais uma contribuição para o debate sobre os direitos de transmissão para o radio esportivo

Por Rodney Brocanelli

O jornalista Carlos Guimarães, comentarista e coordenador de esportes da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, publicou na semana passada um importante artigo sobre os possíveis impactos da nova Lei Geral do Esporte para o rádio esportivo. Além de viver o dia-a-dia do veículo, Guimarães também é bastante ativo no meio acadêmico: ele é doutorando em Comunicação, tem mestrado em Comunicação e Informação e especialização em Jornalismo Esportivo.

Guima, como é conhecido, acha que não será desta vez que o rádio deverá pagar para transmitir partidas de futebol ou de qualquer outro esporte. “Entretanto, estamos na contagem regressiva para que isto aconteça”, afimra.

O texto é bastante feliz ao incluir essa medida dentro do processo de elitização do futebol brasileiro, simbolizado pela construção das novas arenas, febre que se iniciou na esteira da nomeação do Brasil como sede da Copa do Mundo em 2014.

Em seguida, Guimarães escreve, em resumo, que o rádio não se modernizou: “Com tanto tempo de existência, da mesma forma que o rádio consolidou uma popularidade, ele não se renovou. Apegou-se numa tradição em que parece feio ou moderninho demais buscar algo novo nesse meio”.

Esse apego, conforme o jornalista, vem dos próprios profissionais: “O rádio rejeita o moderninho porque ele tem um limite para se renovar. É como se a tradição compusesse o seu ethos, a sua razão de existir. Vou dar um exemplo disso. Convivo com pesquisadores e radialistas cotidianamente. Sabe o que mais encanta os meus colegas? A narração de um gol em 1975, uma cobertura internacional de 1968, uma entrevista de 1982, uma vinheta de 1991. O rádio, quando olha para si, olha para trás, nunca para a frente”.

Aqui reside a primeira discordância. Quando se olha para o passado do rádio, isso nada mais é que uma forma de chamar a atenção para as novas gerações que o veículo fazia questão de estar presente em todos os acontecimentos. Quando se cultua a narração de um gol de 1975, é porque certamente narrador, repórter e comentarista estavam no estádio, independente da distância.

O mesmo vale para a cobertura internacional de 1968. O rádio marcava sua presença. Não se fazia uma cobertura à distância, algo que é muito comum nos dias de hoje.

A Rádio Guaíba tem um excelente programa de resgate de sua memória chamado Arquivo Guaíba. Pelo menos duas de suas edições trouxeram exemplos ricos disso, protagonizados pelo jornalista Flavio Alcaraz Gomes.

Em 1969, Gomes esteve em Cabo Canaveral para informar em tempo real sobre a partida da missão Apolo XI, famosa por colocar o homem na lua. Anos mais tarde, o mesmo profissional foi deslocado para o Oriente Médio a fim de acompanhar o conflito (mais um) entre árabes e israelenses naquela que ficou conhecida como a Guerra do Yon Kippur.

Reiterando: quando se cultua os grandes feitos do rádio, isso não quer dizer que seja um apego excessivo ao passado, aquele saudosismo do tipo “na minha época que era melhor”. É uma forma de mostrar o que o rádio já fez. Além disso, é um recado para chamar a atenção de que o veículo pode prosseguir fazendo isso, basta que existam recursos (abordo isso daqui a pouco).

Guima fala muito da linguagem do podcast, mas que na verdade ele nada mais é que um programa de rádio, divulgado em uma outra plataforma. O texto cita o recente sucesso do podcast A Casa da Mulher Abandonada, divulgado pelo jornal (ironia, não?) Folha de S. Paulo. Fica a pergunta: por que nenhuma rádio resolve investir nessa ideia?

Algumas respostas. Primeira é porque ela demanda tempo e na atual configuração das redações de rádio não existem recursos humanos disponíveis para investir em reportagens que deem um certo tipo de trabalho e cuja base não seja apenas feita de entrevistas por telefone ou outros meios. Depois, temos a questão do custo. Se render algum gasto que seja com combustível, por exemplo, a ideia é deixada de lado.

Outro ponto abordado por Gumarães é a linguagem da jornada esportiva. Ele destaca que houve uma evolução ao longos dos anos, apontando que as transmissões de hoje são melhores do que há 50 anos. Ela é “mais humana, menos robotizada, menos engessada, mais coloquial, mais conversada, mais próxima ao ouvinte”. Sem contestações quanto a isso, entretanto, hoje em dia ela é mais afastada das próprias partidas de futebol. Hoje em dia é muito comum a transmissão off tube, em que narrador, comentarista e repórter estão olhando o jogo na tela da tv em vez de ter a visão do estádio. Guma até fala sobre isso, mas como consequência, sem analisar de forma mais profunda a causa.

Vou dar um exemplo pessoal. Entre os anos 1980 e 1990, quando eu abaixava o som da tevê e aumentava o do rádio, eu estava em busca de algo que a imagem não me mostrasse. E digo que em 99% eu conseguia ter isso como consumidor, graças ao talento de profissionais como José Silvério, Wanderley Nogueira, entre tantos outros. Hoje é algo mais difícil de se conseguir devido a questões técnicas, mas ainda é possível.

Guima não esquece da precarização do rádio esportivo: “(…) reduziu-se o efetivo das redações com o profissional multimídia, aquele que cobra o escanteio e chega à área para cabecear. Menos gente fazendo mais coisas pelo mesmo salário. A baixa remuneração também impactou na qualidade dos profissionais. É mais fácil optar por uma outra atividade do que permanecer no rádio, ainda que se tenha paixão pelo meio. A prioridade da vida é pagar os boletos em dia”.

E aí surge a grande pergunta que eu me fiz a partir da leitura do texto: será que estaríamos falando de tudo isso caso as verbas de publicidade não fossem tão ínfimas para o meio rádio? Na última sexta-feira, Nando Gross disse ao podcast Dus 2 que o maior problema do rádio hoje é a questão financeira. “A verba sumiu”, disse ele. “Não temos mais os patrocinadores de R$ 100 mil por mês, como tínhamos nas jornadas. Isso acabou”, completou. (veja aqui). Gross fala com conhecimento de causa, de quem já foi gerente da Rádio Guaíba entre 2014 e 2020.

O rádio até que tem dado alguns passos no sentido de atrair mais verbas. Para isso, a Internet é usada como uma aliada fundamental. O que era antes um programa apenas sonoro, hoje virou visual. E os departamentos de publicidade esperam aquele filme (ainda se diz filme?) de 30 segundos para enriquecer o intervalo da live.

Como diz a letra de Rock Europeu, hit da banda Fellini, um dos expoentes do rock independente brasileiro dos anos 1980: “tudo foi sempre uma mera questão de dinheiro”.

Para quem quiser ler na íntegra o instigante texto de Carlos Guimarães, basta clicar no link abaixo.

https://csguimaraes.medium.com/%C3%A9-o-fim-do-r%C3%A1dio-ou-o-que-vem-por-a%C3%AD-732c696993ba

Cláudio Cabral é relembrado na Rádio Guaíba

Por Rodney Brocanelli

Na última quinta-feira (14), o programa Esperando o Futebol, da Rádio Guaíba, dedicou alguns minutos para relembrar o comentarista Cláudio Cabral. Não foi por acaso. A data marcava os dez anos de sua morte. Cristiano Silva e Carlos Guimarães falaram sobre a convivência com o Mestre Cabral, como ele era chamado pelos companheiros.

Durante a lembrança, foi rodado o trecho de uma homenagem feita na ocasião pela Rádio Bandeirantes, onde Cláudio Cabral trabalhava. No programa pós-jogo de Internacional x Cerâmica, partida válida pelo campeonato gaúcho de 2012, deu-se um jeito para que as notas dos jogadores do Inter fossem divulgadas pelo próprio Cabral.

Carlos Guimarães, que foi o âncora de toda a cobertura da morte de Cláudio Cabral pela Bandeirantes, em 2012, ficou comovido com a recuperação desse registro (ouça outros no post abaixo).

Arquivo Guaíba relembra MIlton Ferretti Jung

Por Rodney Brocanelli

Neste final de semana, o Arquivo Guaíba homenageou Milton Ferreti Jung, cuja trajetória se confunde com a da própria Rádio Guaíba, onde trabalhou de forma ininterrupta entre 1958 e 2014. O programa relembrou momentos de Jung como narrador esportivo e locutor noticiarista. A atração contou ainda com o depoimento de Carlos Guimarães, que destacou sua longevidade na emissora, passando por três gestões diferentes. ” Para mim talvez seja a voz mais marcante que vai remeter o ouvinte à Rádio Guaíba. Porque se a gente tem outros grandes nomes, eles dividiram suas vidas no rádio com outras casas(…). O Milton é da Rádio Guaíba”, disse.  Milton Ferretti Jung nasceu no dia 29 de outubro de 1935, portanto há 85 anos. Morreu em 28 de julho de 2019. Ouça abaixo a íntegra do Arquivo Guaíba, que tem a apresentação de Luís Magno.

 

Edegar Schmidt é homenageado no Arquivo Guaíba

Por Rodney Brocanelli

Neste último final de semana final de semana (15 e 16), o Arquivo Guaíba prestou uma homenagem ao comentarista esportivo Edegar Schmidt, que por muitos anos empunhou o microfone da Rádio Guaíba . O programa, com quase uma hora de duração, veiculou depoimentos de profissionais que conviveram ou trabalharam com ele. A lista conta com os nomes de Alex Bagé, Carlos Guimarães, Cristiano Silva, Gilberto Júnior, João Carlos Belmonte, Jorge Guirado, José Alberto Andrade, José Aldo Pinheiro, Jurandir Soares, Juremir Machado, Lauro Quadros, Maria Luiza Benitez, Mário Lima e Orestes de Andrade.

Schmidt morreu na última segunda (10), vítima do Covid-19, mais popularmente conhecido como Coronavírus (saiba mais aqui). Ele estava aposentado desde 2013 após sofrer um AVC.

Um dos destaques da programação da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, o Arquivo Guaíba vai ao ar em dois horários: sábado às 22h e domingo às 23h. A apresentação é de Luís Magno.

Ouça abaixo a íntegra do Arquivo Guaíba, que homenageou Edegar Schmidt.

Edegar Schmidt - Arquivo Guaíba

 

Diretor comercial da Guaíba comemora renovação de contrato dos anunciantes das transmissões esportivas

Por Rodney Brocanelli (com a colaboração de Edu Cesar, do Papo de Bola)

Luís Grisólio, diretor comercial da Rádio Guaíba comemorou a renovação do contrato comercial dos patrocinadores das transmissões esportivas. “A gente vê em outras emissoras, a gente vê na televisão os caras fazendo aquilo: ‘obrigado por terem renovado’. Nós também renovamos com todos nossos parceiros. Temos novidades para 2020. Um grande parceiro vai entrar conosco na jornada esportiva”.

Em seguida, informou que foi procurado por um colega de São Paulo para falar sobre o trabalho feito com um dos patrocinadores atuais, que é um instituto de cardiologia. “Ficou uma coisa muito bacana. Eles queiram saber mais detalhes. Por que o cardiologia entrou com a gente no futebol? Porque é exatamente isso: o cara trabalha 90 minutos com o coração e ele tem que estar com o coração em dia”. O narrador José Aldo Pinheiro completou: “de vez em quando morre um de ataque cardíaco por causa do futebol”.
Os agradecimentos de Grisólio aconteceram durante o serviço especial da Guaíba, que acompanhou a partida entre Liverpool x Flamengo válida pela final do Mundial de Clubes da Fifa. Além dele e do já citado José Aldo, participaram também dessa cobertura Daniel Oliveira, como convidado especial e o comentarista da casa Carlos Guimarães.

Luís Grisólio Guaíba

Em canal do YouTube, Daniel Oliveira apresenta entrevistas com nomes relevantes do rádio esportivo gaúcho

Por Rodney Brocanelli

Afastado do rádio (espera-se que momentaneamente), o narrador Daniel Oliveira está investindo em um canal no YouTube (clique aqui) no qual ele posta comentários sobre futebol, com ênfase nas coisas da dupla Grenal (Grêmio e Internacional). Outro atrativo desse espaço é uma série de entrevistas que ele vem fazendo com nomes relevantes do rádio esportivo gaúcho. Nesse “talk show”, os convidados têm a oportunidade de falar sobre carreira e histórias de bastidores (como no papo com Filipe Duarte, do Zero Hora) , novas mídias e novas linguagens (como na conversa com Carlos Guimarães, da Rádio Guaíba), além da nova fase das transmissões esportivas com as emissoras ligadas aos clubes, sejam elas oficiais ou não. O projeto do Grêmio foi devidamente representado pelo narrador Cristiano Oliveski (clique aqui para assistir). Nesta semana, o convidado foi também narrador Thiago Suman. Entre outros temas, ele abriu o coração sobre a sua experiência de passar a ser um narrador identificado com o  clube pelo qual torce, o Internacional, na Rádio Inferno. Thiago esteve por muitos anos na Rádio Grenal. Clique no player abaixo para acompanhar.

Entrevistas Daniel Oliveira

Na Rádio Guaíba, um bate papo com Cláudio Brito sobre ele próprio, comunicação e outros assuntos

Por Rodney Brocanelli

No domingo retrasado (15), a Rádio Guaíba teve um convidado muito especial dentro do programa Bate Pronto.: Claudio Brito, um dos grandes nomes do rádio rio-grandense, com longa atuação nos veículos do Grupo RBS. O comando foi de Carlos Guimarães e a atração contou ainda com a participação do jornalista Haroldo Santos.

Guimarães definiu esse encontro como uma entrevista, em que Brito pode falar sobre vários aspectos de sua carreira, como inclusive sua passagem pela produção do programa do animador Chacrinha, que em fins da década de 1960 ainda não era em rede, tendo edições diferentes pela TV Globo do Rio e TV Globo de São Paulo. Pena só que não foi abordada a passagem de Brito pelo Notícias Populares, extinto jornal popular/popularesco que era conhecido pelo slogan informal “se espremer, sai sangue”.

Além disso, outros temas entraram entraram nesse bate papo agradável: passado e presente do rádio, novos formatos, como o do podcast, um espaço para discussões metafísicas, tendo como base a maçonaria e histórias do futebol, em especial envolvendo o Grêmio, que no dia da veiculação do programa estava comemorando 116 anos de fundação.

O convite a Brito gerou até uma expectativa de que ele fosse convidado para trabalhar na Guaíba. Vários ouvintes manifestaram essa expectativa durante o programa. No entanto, no início da semana passada, o jornalista acertou com o Grupo Sinos, de São Leopoldo. Lá ele irá participar de programas da Rádio ABC e irá escrever para os jornais impressos do grupo (saiba mais aqui).

Claudio Brito na Guaíba

Conmebol caminha para vender direitos de transmissão da Libertadores e Sul-americana à rádios

Por Rodney Brocanelli, com a colaboração de Edu Cesar

A edição desta sexta-feira (26) do Ganhando o Jogo, da Rádio Guaíba, trouxe uma informação que poderá mudar os rumos da transmissão esportiva pelo rádio. Segundo o repórter Cristiano Silva, a Conmebol, organizadora das principais competições interclubes do continente deverá cobrar direitos de transmissão para os jogos da Copa Libertadores e Copa Sulamericana. Cristiano revelou alguns valores: R$ 15 mil apenas para uma cabine para três pessoas no estádio. Para colocar repórter no gramado: R$ 10 mil. Para um repórter estar na zona mista e entrevistar jogadores, mais R$ 5 mil. E para participar da entrevista coletiva, a emissora desembolsará mais R$ 10 mil.

Ainda conforme Cristiano Silva, essa cobrança era para ter acontecido há muito mais tempo. Esse plano só não foi colocado em prática, devido aos escândalos que a Conmebol enfrentou nos últimos anos. Agora, sob nova direção, tudo caminha para a implantação dessa medida a partir do ano que vem. Existem conversas com emissoras de rádio em andamento, entre elas a Itatiaia, de Belo Horizonte.

O comentarista Carlos Guimarães disse temer que esse processo, o qual chamou de elitização, possa gerar um monopólio em que só quem tenha dinheiro consiga comprar esses direitos de transmissão que serão cobrados no futuro.

Outros temas ligados à comunicação  também entraram na conversa, como a precarização da profissão de jornalista e especialmente da de radialista, a transmissão de jogos de futebol  via tubo, a moda dos podcasts, programas de rádio veiculados com imagem em redes sociais, entre outros. Ouça abaixo.

Ganhando o Jogo Guaiba

 

Memória: sete anos sem Cláudio Cabral

Por Rodney Brocanelli

Na madrugada do dia 14 de abril de 2012, um sábado, morria Cláudio Cabral, comentarista esportivo da Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre. Ele havia dado entrada no Instituto de Cardiologia de Porto Alegre durante a madrugada. Não resistiu a uma parada cardíaca. Nesse dia, Cabral estava escalado para a transmissão de Internacional x Cerâmica, partida válida pelo campeonato gaúcho daquele ano, ao lado de Daniel Oliveira. A dupla de cabine acabou substituída por Marcos Couto e João Garcia.

A Radio Bandeirantes, de Porto Alegre, derrubou toda a sua programação daquela tarde e passou a falar de Cláudio Cabral. Personalidades esportivas, jornalistas e companheiros entraram no ar para relembrar fatos, convivência, manifestar pesar e saudades. Além disso, a emissora escalou o repórter Fabiano Brasil na capela do Cemitério São Miguel e Almas para o acompanhamento in loco do velório e enterro. Carlos Guimarães foi o âncora daquela inesperada cobertura

O narrador Marcos Couto teve a primeira oportunidade no rádio de Porto Alegre dada por Cláudio Cabral na Rádio Bandeirantes, na metade dos anos 1990. Cabral, por muitos anos, foi o gestor do departamento de esportes da emissora, ainda na fase tercerizada. Marcão contou na ocasião que as primeiras viagens para fora do estado e para fora do país como narrador foram proporcionadas por escalas feitas por Cláudio Cabral.

Quem também falou sobre Claudio Cabral nessa cobertura da Bandeirantes foi Lauro Quadros, que na época era apresentador da Rádio Gaúcha. Ambos trabalharam em rádios como Guaíba e Gaúcha. Lauro contou histórias sobre a família de Cabral (Cid, o pai, também foi jornalista, e Efraim, o tio, presidiu o Internacional e teve atuação na política de Porto Alegre), e sobre a participação de Claudio como dirigente de futebol no Internacional, nos anos 1970.

Wianey Carlet, então comentarista da Rádio Gaúcha, participou por telefone. Disse que costumava conversar com Cabral nas cabines dos estádios de futebol e, na ocasião, manifestou muita tristeza por não poder mais ouvir a sua voz miúda, mas transmissora de muito conhecimento. Falou que sempre procurava por Cabral nas cabines dos estádios de futebol. Fez questão de dizer que seus colegas de Bandeirantes prestaram a maior homenagem que ele poderia ter ao chamá-lo de Mestre Cabral.

No trecho abaixo, destacamos os depoimentos de Débora de Oliveira (hoje no SBT) e Paulo Pires (histórico nome da Bandeirantes) ao repórter Fabiano Brasil. Carlos Guimarães e João Garcia, então na equipe esportiva da emissora, aproveitaram para também falar dele.

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Bate papo com Lauro Quadros na Guaíba faz ponte entre passado e futuro da comunicação

Por Rodney Brocanelli

Neste domingo (23), a Rádio Guaíba, de Porto Alegre, veiculou um excelente especial de final de ano com Lauro Quadros, nome histórico do rádio do Rio Grande do Sul. Apresentado por Carlos Guimarães e com a participação do professor universitário Luiz Artur Ferraretto, o programa fez uma ponte entre o passado, com as lembranças de Quadros, quando o rádio realizava transmissões externas dos jogos de futebol com o SSB,  e uma projeção para o futuro com as novas tecnologias. Apenas um reparo: Lauro Quadros levou ao estúdio várias fotos, cujas histórias foram contadas no ar. Quem apenas ouviu pelo rádio, teve de usar a imaginação (aliás, essa é uma das funções do rádio puro) e a transmissão em vídeo no Facebook não se preocupou em destacá-las. Tirando esse senão, o papo foi ótimo para quem gosta de comunicação e futebol. Ouça abaixo.

 

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Ouça o Radioamantes no Ar

Nesta semana, o Radioamantes no Ar registrou as perdas dos radialistas Ricardo Hill, Julio Anderson e Vicente de Paula Santos. Outros assuntos: a permanência de Carlos Guimarães na Rádio Guaíba e o futuro da Cultura FM, de Porto Alegre que, ao lado da TVE, poderá ser entregue à iniciativa privada. O Radioamantes no Ar é veiculado todas as sextas, sempre a partir das 09h pela web rádio Showtime (http://showtimeradio.com.br). Com Rodney Brocanelli, João Alckmin e Flavio Aschar.

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