ABERT confia que Senado manterá gratuidade das coberturas radiofônicas esportivas no Brasil

Por Rodney Brocanelli

A ABERT (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV) diz ter confiança que o Senado Federal deverá assegurar a manutenção da gratuidade das coberturas esportivas radiofônicas no Brasil. No começo do mês de julho, a Câmara dos Deputados aprovou a Lei Geral do Esporte, que apresenta artigos que poderão fazer com que as emissoras de rádio paguem pelos direitos de transmissão de torneios tradicionais, em especial os de futebol (saiba detalhes aqui).

Em nota encaminhada ao Radioamantes, a entidade diz que a não-cobrança de direitos é, “uma medida fundamental para a sociedade brasileira, bem como para as mais de cinco mil rádios comerciais em atividade no país que, justamente neste ano, comemoram os 100 anos das suas primeiras transmissões”.

A Lei Geral do Esporte foi aprovada pelos deputados com alterações em seu texto original. Com isso, o projeto deverá voltar ao Senado para novas discussões, ainda sem data definida. A esperança é de que os trechos que possam representar dano ao rádio possam ser suprimidos.

Leia abaixo a nota da ABERT:

“A transmissão de jogos de futebol por meio do rádio não apenas faz parte da cultura brasileira desde os primórdios do século passado, como também assegura a liberdade de expressão e o direito de acesso à informação aos mais de 210 milhões de cidadãos brasileiros, de uma ponta à outra do país, sem qualquer distinção de raça, credo ou classe social.

As razões que asseguram a gratuidade desta transmissão à população brasileira são, portanto, de natureza histórica, social e jurídico-constitucional.

Temos confiança que o Senado Federal, ao apreciar o tema, assegurará a manutenção da gratuidade das coberturas esportivas radiofônicas no país.

Trata-se de uma medida fundamental para a sociedade brasileira, bem como para as mais de cinco mil rádios comerciais em atividade no país que, justamente neste ano, comemoram os 100 anos das suas primeiras transmissões.”

E quase que sobrou para o rádio…

Por Rodney Brocanelli

No começo desta semana, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) baixou um novo protocolo de imprensa determinando que as emissoras de televisão que não detém os direitos de transmissão das competições organizadas pela entidade não possam transmitir imagens dos estádios onde acontecem os jogos, antes e depois dos jogos, por qualquer meio (tevê e internet).

Conforme o jornalista Rodrigo Mattos, do UOL, essa determinação atende a uma solicitação da Rede Globo. A emissora, segundo ele, acredita que seus contratos de direitos de transmissão estariam sendo desrespeitados pela concorrência. Os canais esportivos da tevê por assinatura costumam mostrar imagens dos estádios antes e depois dos jogos, como parte da cobertura eminentemente jornalística, ainda que não mostrem detalhes da bola rolando (veja mais aqui).

No entanto, quase que as emissoras de rádio entram nesta dança. Muitas delas transmitem as imagens de seus profissionais na cabine em outras plataformas de internet, como o YouTube ou o próprio Facebook.

Veja abaixo o exemplo da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte. As câmeras da emissora estavam focadas em seus narradores Osvaldo Reis e Alberto Rodrigues durante a partida entre Cruzeiro x Remo, válida pela Copa do Brasil.

Nota divulgada pela ACEB (Associação de Cronistas Esportivos do Brasil) informa que a ideia foi cogitada, mas posteriormente descartada. Conforme a entidade, “havia denúncias de que alguns veículos estariam burlando a norma, mostrando trechos do jogo, mas ficou claro que são casos fortuitos e que podem ser fiscalizados e coibidos” (saiba mais aqui).

A ACEB não informa, mas provavelmente essa irregularidade deva partir dos veículos exclusivamente de internet. Não foi divulgado como será a fiscalização daqui por diante.

Para Wanderley Nogueira, cartolas do futebol querem diminuir tom de críticas ao cobrar das rádios os direitos de transmissão

Por Rodney Brocanelli

Em vídeo postado em suas redes sociais, Wanderley Nogueira afirmou que a questão da venda de direitos de transmissão das partidas de futebol para as emissoras de rádio não é apenas uma questão financeira que vise o lucro para os clubes de futebol.

Para o jornalista da Rádio Jovem Pan, a intenção é outra, no sentido de diminuir o tom e o volume das críticas feitas por parte dos profissionais seja nos programas ou jornadas esportivas. “Tem muito mais atrás da intenção de gerar receitas para os clubes de futebol”, falou.

“O valor que seria arrecadado no volume, no Brasil, é irrisório para os clubes. E para as emissoras, qualquer valor seria relevante. Aliás, muitas não teriam condições de prosseguir com as transmissões. Outras teriam que promover um enxugamento. Aliás, mais um”, disse o jornalista.

Para Wanderley, os dirigentes de futebol entendem que com essa medida, o volume (e mesmo o tom) de críticas por parte dos profissionais de rádio iria diminuir sensivelmente. “Com o temor que o clube, ou clubes decidam não vender para uma emissora considerada, digamos, crítica demais, os cartolas esperam análises mais mansas”, explicou (veja mais aqui).

O jornalista considera que a política de preços possa variar de acordo com o veículo: “Pela linha editorial, para a Rádio A um preço, para a Rádio Z, outro”.

Entenda o caso

Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou a Lei Geral do Esporte, que na prática é uma atualização da antiga Lei Pelé e também serve para consolidar outras leis que tratam do tema esporte.

Entretanto, dois de seus artigos, o 159 e o 160 poderão ser danosos para o rádio esportivo. Em resumo, eles permitem a cobrança de direitos de qualquer evento em caráter nacional, independente da modalidade, para a transmissão em áudio.

O resultado mais prático se dá nas transmissões de futebol, objeto prioritário da cobertura da emissoras. Mas o “pagar para transmitir” poderá se estender a outros esportes como futsal, vôlei e basquete, por exemplo.

Como ocorreram alterações no texto por parte da Câmara, a Lei Geral do Esporte deverá ir para o Senado Federal. Na verdade, trata-se de um retorno, uma vez que o projeto já havia sido discutido por lá. Não há uma previsão de quando os nobres senadores deverão se debruçar novamente sobre o tema.

Associações de cronistas esportivos já se mobilizaram para convencer os senadores a não aprovar a lei com esses dois artigos (saiba mais aqui).

Associações de cronistas buscam apoio para vetar cobrança de direitos das rádios

Da ACEESP

A ACEESP (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo), em conjunto com a ACEB (associação dos Cronistas Esportivos do Brasil) deram ontem mais um passo importante na luta contra o projeto de lei que propõe a cobrança dos direitos de transmissão de eventos esportivos para as emissoras de rádio, como já ocorre em alguns casos com as emissoras de televisão. Os presidentes das duas entidades, os jornalistas Nelson Nunes (ACEESP) e Erick Castelhero (ACEB),  estiveram reunidos na manhã desta terça-feira (12 de julho) com a assessoria da senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), no gabinete da parlamentar na capital paulista.

Preocupados com os efeitos negativos da aprovação do PL 1153/19, de autoria do deputado Felipe Carreras (PSB-PE,  no dia 7 de julho, na Câmara dos Deputados, os dois representantes da crônica esportiva foram recebidos pela chefe de gabinete, Telma Charbel, e pelo assessor parlamentar/imprensa, Ricardo Vendramel. No encontro, pediram apoio da senadora paulista para que a proposta não prospere no âmbito do Senado, onde o tema nem sequer havia sido debatido nas  discussões da revisão da Lei geral do Esporte. Além desse tema, também foi mostrada a importância de o Senado manter a redação do PLS 68/2017, sob relatoria da senadora Leila Barros, que trata da questão do credenciamento dos jornalistas esportivos em eventos realizados no Brasil.

ACEESP e ACEB estão empenhadas em atuar contra essas alterações na lei, que trarão impacto negativo ao já ameaçado mercado de trabalho dos cronistas esportivos em todo o País. “A proposta de cobrança de direitos de transmissão para as rádios é inapropriada, inoportuna e injusta. O esporte brasileiro, em especial o futebol, chegou ao nível de profissionalismo que tem hoje fundamentalmente ao apoio e divulgação históricos recebido dos veículos de imprensa, sobretudo o rádio”, argumenta Nélson Nunes, presidente da ACEESP. “Essa é uma medida antidemocrática. Rádio é um dos poucos veículos de grande alcance no país que leva informação de forma gratuita à população. Também causa enorme preocupação com os postos de trabalho, que ficaram ainda mais ameaçados. Lutamos para que isso não avance”, completa Erick Castelhero, presidente da ACEB.

Câmara aprova artigos que fazem rádios pagar direitos de transmissão por partidas de futebol

Por Rodney Brocanelli

O rádio esportivo, como o conhecemos, está sob risco mais uma vez. A Lei Geral do Esporte, aprovada ontem na Câmara dos Deputados, tem dois artigos que caso sejam sancionados poderão fazer com que emissoras de rádio paguem para transmitir partidas de futebol. Durante a votação, o deputado Victor Mendes (MDB-BA) chamou a atenção para o fato: “lamentamos o que nós acabamos de fazer. Acabamos de votar um projeto tão importante, que esse projeto de atualização da lei do esporte, mas estamos sacrificando a radiodifusão. No texto que acabamos de votar, no art. 159 e 160, os programa (sic) de rádio passarão a ser cobrados pela transmissão dos eventos esportivos. Nós acabamos de onerar mais ainda a radiodifusão no País” (veja abaixo o vídeo).

Eis o que diz os artigos:

Art. 159. A difusão de imagens e/ou sons captadas em eventos
esportivos é passível de exploração comercial.
Parágrafo único. Os dados estatísticos decorrentes das partidas
disputadas em competições integram o rol de direitos comerciais e, portanto,
pertencem integral e exclusivamente às respectivas entidades de
administração do desporto.
Art. 160. Pertence às organizações esportivas mandantes que se
dedicam à prática esportiva em competições o direito de exploração e
comercialização de difusão de imagens e/ou sons, consistente na prerrogativa
privativa de negociar, autorizar ou proibir a captação, a fixação, a emissão, a
transmissão, a retransmissão ou a reprodução de imagens, por qualquer meio
ou processo, de evento esportivo de que participem.

(veja melhor aqui).

Em outro trecho de sua fala, Mendes fez até uma autocrítica: “votamos muito rapidamente, sem, talvez, ter conhecimento do substitutivo”.

A grande ironia lembrada pelo deputado é que o ano de 2022 marca a comemoração oficial dos 100 anos da primeira transmissão radiofônica no país. Um presente de aniversário bem indigesto, como disse o deputado Victor Mendes: “nós demos um presente de grego: mais uma cobrança na radiodifusão agora, com esse texto que acabamos de aprovar. Antes, somente a TV pagava por transmissão; agora, a rádio vai pagar também, graças ao relatório apresentado e à nossa votação”.

O narrador esportivo e jornalista paranaense Gabriel Carriconde alertou em suas redes sociais para o que poderá acontecer caso a Lei Geral do Esporte com seja aprovada com esses artigos específicos: “se essa medida passar, é o fim da latinha”.

Carriconde avança: “e qual é o nível de gravidade disso? Onerar de vez um meio de comunicação que não te cobra nada para transmitir partidas que muitas vezes, só pagando para ver. Enfraquece a imprensa esportiva, e prioriza a rádio dos clubes”.

Conforme a Agência Câmara de Notícias, a foi aprovada na forma do substitutivo do relator, deputado Felipe Carreras (PSB-PE), para o Projeto de Lei 1153/19. A proposta teve origem no Senado e retornará para nova votação dos senadores, ainda sem data definida.

O que resta agora é que as associações de cronistas esportivos e a Abert se mobilizem novamente para tentar derrubar esses artigos, tal como já aconteceu quando a ideia de se cobrar das rádios foi levantada por cartolas do futebol em 2019 (saiba mais aqui).

Rádio Gaúcha transmite Olímpiada com exclusividade; Grupo Bandeirantes terá cobertura jornalística

Por Rodney Brocanelli

A Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, é a única emissora que está transmitindo com exclusividade os Jogos Olímpicos de Tóquio. Seus ouvintes já foram brindados com as transmissões das participações brasileiros no futebol masculino e feminino nos dois últimos dias e o cardápio de transmissões deverá ser ampliados com outros esportes, especialmente o vôlei, a partir de sábado. Luciano Périco será o narrador encarregado dessa transmissão.

O fato da Gaúcha ser a única emissora dedicada a essa cobertura é um fato a ser lamentado. Outras emissoras tradicionais como a Itatiaia, de Belo Horizionte, e as do Grupo Bandeirantes ficaram de fora, surpreendentemente.

Sobre o Grupo Bandeirantes, o site oficial dos jogos de Tóquio até alimentou uma esperança de que suas rádios abrissem espaço para algumas transmissões. Nele, consta um documento atualizado em 11 de julho trazendo uma listagem de emissoras de rádio e tv autorizadas a transmitir o evento por cada país (clique aqui). Estão indicados os nomes da TV Globo e do canal por assinatura BandSports na coluna dedicada às televisões. O nome do Sportv aparece em outro lugar do site (veja aqui).

Por sua vez, na coluna onde estão as emissoras de rádio estão informados os nomes da já citada Gaúcha e uma certa Rádio Band. Porém, não se trata de uma emissora do Grupo Bandeirantes como o nome sugere. Procurada pelo Radioamantes, a assessoria de imprensa do grupo informou que o único veículo que tem os direitos é o BandSports, canal por assinatura. Bandeirantes e Band News, assim como a TV Bandeirantes, farão a cobertura jornalística do evento. Leia abaixo a íntegra da nota encaminhada.

O único veículo do Grupo Bandeirantes que tem os direitos de transmissão é o BandSports. A Rádio Bandeirantes e a BandNews FM, assim como a TV aberta, farão apenas a cobertura jornalística do evento.

Com isso, surge o mistério. Que rádio é essa Band?

Clique aqui para ver a listagem mundial de emissoras autorizadas a transmitir os Jogos Olímpicos.

Em reunião com cronistas esportivos, CBF diz que não vai cobrar direitos de transmissão das rádios

Por Rodney Brocanelli

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) tomou uma posição oficial a respeito da cobrança de direitos de transmissão das partidas de futebol das competições nacionais por parte das emissoras de rádio. Integrantes de sua diretoria rebateram essa ideia, em reunião ocorrida nesta sexta (25) com representantes da ACEB (Associação de Cronistas Esportivos do Brasil).

“Essa pauta nunca chegou à CBF, nunca foi discutida, nem sequer comentada, seja em reunião oficial ou em reunião de bastidores”, disse Walter Feldman, secretário geral da CBF, em vídeo postado nas redes sociais da ACEB (veja abaixo). Por sua vez Rogério Caboclo, presidente da entidade máxima do futebol nacional declarou que “O rádio sempre foi um grande divulgador do futebol, veículo de capilaridade daquilo que é nossa paixão nacional”.

Em nota oficial divulgada no começo da noite desta sexta, a ACEB destacou a presença na reunião do senador Álvaro Dias (Podemos-PR), que saiu de Brasília especialmente para o encontro (clique aqui para ver a nota da ACEB).

O site oficial da CBF também destacou a reunião com os membros da ACEB e citou a questão dos direitos de transmissão no texto de divulgação: “Durante o encontro, a CBF esclareceu, por meio de seu presidente, que não está em pauta na entidade qualquer projeto para cobrança de direitos para transmissões de rádio em suas competições. Rogério Caboclo também reforçou seu desejo de construção de uma ampla parceria com todos os setores, incluindo os cronistas esportivos, para o aperfeiçoamento das competições nacionais, visando melhorar cada vez mais a média de público dos campeonatos, bem como a experiência vivida por esses torcedores nos estádios” (clique aqui para ver).

Representando a ACEB estiverem na sede da CBF Márcio Martins, seu atual presidente, Isaías Bessa, o 1º vice-presidente, Eraldo Leite o diretor financeiro da entidade e também presidente da ACERJ (Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro) e Erick Castelhero, integrante do conselho fiscal da ACEB e também presidente da Aceesp (Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo. Pelo lado da CBF, estiveram Rogério Caboclo, Walter Feldman, Douglas Lunardi, diretor de comunicação, Carlos Eugênio Lopes, vice-presidente jurídico e Manoel Flores, diretor de competições.

Para entender o caso, clique aqui e acompanhe os posts anteriores relacionados a esse tema.

CBF e ACEB

Divulgação: Lucas Figueiredo

Em debate sobre jornalismo esportivo, cronistas gaúchos abordam cobrança dos direitos de transmissão das rádios

Por Rodney Brocanelli (colaborou – e muito – Edu Cesar, do Papo de Bola)

Na última segunda (21), a Associação Riograndense de Imprensa promoveu mais uma edição do “Diálogos ARI de Jornalismo), cujo tema principal foi “Jornalismo Esportivo Além do Campo”.

Entre diversos assuntos relacionados ao tema principal, não faltaram manifestações sobre a recente discussão aberta nos últimos dias relacionada a possível cobrança de direitos de transmissão das competições do futebol nacional e sul-americano por parte das emissoras de rádio (saiba mais aqui).

Nando Gross, comentarista de gerente geral da Rádio Guaíba, citou exemplo históricos de tentativas nesse sentido, uma delas de Rubens Hoffmeister, então presidente da Federação Gaúcha de Futebol em 1980, que vendeu os direitos de transmissão do campeonato gaúcho daquele ano para a Rádio Farroupilha, então de propriedade dos Diários Associados. A outra, do Athletico-PR que em 2008 também tentou comercializar os direitos de seus jogos com emissoras de rádio. Ambas as iniciativas foram barradas pela Justiça.

Ainda em sua manifestação, Nando procurou explicar a diferença entre transmissão de rádio e direitos de imagem, algo que ele já havia feito no microfone da Rádio Guaíba (clique aqui).

Outro participante da mesa de discussão, Alex Bagé, aqui atuando muito mais como o presidente da ACEG – Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos do que como comentarista da Rádio e TV Bandeirantes, de Porto Alegre. Em sua rápida exposição, Bagé procurou diferenciar a intenção da Conmebol de cobrar por suas competições (saiba mais aqui) da intenção de dirigentes do futebol nacional (veja aqui). Ele diz que já teve reuniões com a atual presidência da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), destacou a atuação do senador Jorge Kajuru (CIDADANIA-GO) e também a parceria com colegas de São Paulo para tratar desse tema.

Bagé chamou a entrevista de Andrés Sanchez, presidente do Corinthians e de Francisco Novelletto, um dos vice-presidente da CBF de “balão de ensaio”. A partir de então, o presidente da ACEG acionou a sua diretoria jurídica, que fez contatos com políticos do estado do Rio Grande do Sul: o governador Eduardo Leite e o atual secretário de esportes João Derly. Além deles, outro político importante também está envolvido nesse processo, como o presidente Jair Bolsonaro, acionado por Jorge Kajuru.

Na avaliação de Alex Bagé, não há chances do atual quadro ser alterado, a não ser que exista algum tipo de modificação (via Congresso Nacional) na Lei Pelé, que regula a questão dos direitos de imagem. Outro ponto importante apontado por ele é que muitos políticos estão apoiando a questão da não cobrança de direitos das rádios porque eles são proprietários de emissoras de rádios. “A gente está buscando essa blingadem”, disse. Mesmo assim, em nível internacional, ainda há a questão da intenção da Conmebol, que,  segundo Bagé, não estando subordinada a uma lei do Brasil, pode querer passar a cobrar a qualquer momento.

Luis Carlos Reche, apresentador e comentarista da Rádio Grenal, elogiou a mobilização feita por Alex Bage até por que a categoria na categoria dos radialistas, “o que mais acontece é a gente tomar rasteira”. Diogo Olivier comentarista e colunista de RBS TV, Rádio Gaúcha e Zero Hora, destacou um outro ponto a respeito do contato direto com a fonte que, segundo ele, era muito mais responsável e maduro. “Há muitos obstáculos entre repórter e a fonte”, disse. Além disso, segundo ele, os clubes querem tirar a mediação entre os veículos e o público e fazer isso por conta própria. “Anuncia jogador pelo seu canal de comunicação. Tem dirigente que fica tempos sem dar entrevista e falam com seus canais de comunicação. Aí não é entrevistado, não é confrontado, não tem debate”.

O debate teve a mediação da jornalista Eduarda Streb.

 

ARI

Foto: Divulgação

Presidente da Federação Paraibana de Futebol nega participar de articulação para cobrar das rádios

Por Rodney Brocanelli

Michele Ramalho, presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), encaminhou nota aos veículos locais rebatendo declarações do senador Jorge Kajuru (CIDADANIA-GO) em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan no domingo passado (clique aqui). Segundo Kajuru, a federação paraibana estaria ao lado de outras articulando junto à CBF (Confederação Brasileira de Futebol) a adoção da cobrança de direitos de transmissão das partidas de futebol por parte das emissoras de rádio.

Segundo a nota, Michele negou a articulação e ainda defendeu as emissoras de rádio: “Respeito a opinião de quem é favorável a esta cobrança, mas eu não sou. Quero que o futebol seja cada vez mais difundido e as emissoras radiofônicas são importantes neste cenário”.

Leia abaixo a íntegra da nota:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A presidente da Federação Paraibana de Futebol, Michelle Ramalho, vem a público esclarecer as recentes acusações do senador Jorge Kajuru, em relação a um suposto pedido por parte de federações estaduais para que a CBF passe a cobrar para que as emissoras de rádio transmitam os jogos. Em pronunciamento, o político usou o nome da Paraíba e disse que a FPF estaria junto a outras entidades, em Brasília, na tentativa de concretizar a obrigatoriedade da referida cobrança.

“As rádios são instrumentos importantíssimos na divulgação e promoção das competições estaduais e nacionais. Nunca estive em Brasília com qualquer outro presidente de Federação pleiteando algo desse tipo, pelo contrário, o rádio é um símbolo que está inteiramente ligado ao futebol. Quem nunca viu um torcedor com o seu aparelho na arquibancada, vibrando com o grito de gol? Respeito a opinião de quem é favorável a esta cobrança, mas eu não sou. Quero que o futebol seja cada vez mais difundido e as emissoras radiofônicas são importantes neste cenário. O futebol da Paraíba será ainda mais forte, se tivermos uma presença constante e plural da imprensa”.

Michelle Ramalho
Presidente da FPF-PB

Michele Ramalho

Conmebol não deverá cobrar do rádio os direitos de transmissão. Por enquanto

Por Rodney Brocanelli

A Conmebol não deverá cobrar direitos de transmissão dos jogos das competições que organiza (Libertadores, eliminatórias para a Copa e Sul-americana) para o ano de 2020. No entanto, isso não significa que a entidade tenha deixado de lado essa ideia, pretendendo retomá-la mais adiante. Essas informações foram divulgadas pelo jornalista  Martin Gomez de Freitas, dirigente do Circulo de Periodistas Deportivos del Uruguay. Ele participou, via Whatsapp, do programa Esperando o Futebol, da Rádio Guaíba, nesta quinta (17 – ouça abaixo).

Em julho último, o jornalista Cristiano Silva, da Rádio Guaíba, divulgou a informação de que a Conmebol estaria propensa a cobrar das rádios os direitos de transmissão de suas competições (saiba mais) a partir do ano que vem.

Ainda segundo Freitas, em sua participação na Guaíba, existe um movimento de muitas rádios sul-americanas, lideradas por emissoras chilenas, para solicitar à Conmebol o não pagamento de direitos da próxima edição da Copa América de 2020, a ser disputada na Argentina e na Colômbia.

Esses veículos já pagaram para irradiar a edição disputada neste ano, aqui no Brasil. Eles até topam pagar pelas posições de transmissão no estádios, algo que é comum em competições dessa natureza, mas existe o incômodo de se pagar duas vezes os direitos de uma competição foi organizada dois anos em sequência.  (2019 e 2020). A Conmebol tomou essa medida para que a sua competição de seleções seja disputada no mesmo ano que a Eurocopa.

Embora Freitas não tenha dito claramente, provavelmente as emissoras do continente não tenham neste momento caixa suficiente para pagarem duas vezes seguidas para transmitir a Copa América.

A proposta das emissoras sul-americanas será apresentada no próximo dia 10 de dezembro, na Colômbia, em uma reunião que antecederá o sorteio de grupos da Copa América 2020.

confdsulamericana

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Rádio: cobrança de direitos parece não ser unanimidade dentro da CBF

Por Rodney Brocanelli

A proposta de se cobrar direitos de transmissão das emissoras de rádio para as partidas de futebol organizadas pela CBF parece não ser uma unanimidade dentro da entidade máxima do futebol nacional. Ednaldo Rodrigues, um de seus vices-presidentes, manifestou-se contrario à ideia em entrevista ao portal Bahia Notícias (clique aqui).

“Pessoalmente sou contra a cobrança dos direitos de transmissão para as emissoras de rádio. E garanto que esse debate não existe dentro da CBF. Faço parte do Conselho de Administração da CBF e esse assunto nunca entrou em pauta. E se entrar em pauta, tenho certeza que não vai prosperar. Respeito a opinião de quem é a favor, mas eu sou contra”, declarou o dirigente. A acompanhar para saber se não haverá uma mudança de posicionamento nos próximos dias.

A atual estrutura administrativa da CBF tem oito vice-presidentes, abaixo do atual presidente Rogério Caboclo. São eles: Antônio Carlos Nunes, Antônio Aquino, Castellar Modesto Guimarães Neto, Ednaldo Rodrigues, Fernando Sarney, Francisco Novelletto, Gustavo Feijó e Marcus Vicente (saiba mais aqui).

Na semana passada, o gaúcho Francisco Novelletto, um dos vices da CBF, deu entrevista ao site GaúchaZH (clique aqui) defendendo a cobrança dos direitos de transmissão das emissoras de rádio. No que depender dele, tal medida passaria a valer em 2020.

Incômodo de Andrés

Nesta terça (15), o site da Rádio Jovem Pan publicou uma entrevista com o jornalista Filipe Gamba, do GaúchaZH, autor da reportagem que revelou a intenção de Novelletto. O jornalista revelou que houve um almoço entre o dirigente da CBF e Andrés Sanchez, atual presidente do Corinthians. Entre um arroto e outro, o cartola corinthiano se mostrou incomodado com o fato de não haver regulamentação para que a imprensa frequentasse os estádios de futebol no Brasil, especialmente em competições organizadas pela CBF.

“A partir daí, há um movimento que foi liderado pelo Andrés Sanchez e que, na CBF, está sendo comandado pelo Novelletto de, já no ano que vem, começar a fazer a cobrança dos direitos de transmissão não só das emissoras de rádio tradicionais, mas também de webrádios, portais, blogs… A leitura é simples: como só vai transmitir quem vai pagar e ter condições de comprar os direitos, esse número de pessoas que fazem parte da cobertura de um jogo de futebol hoje no estádio vai diminuir”, disse Gamba ao site da Jovem Pan.

Leia mais da entrevista de Filipe Gama no link abaixo:

https://jovempan.com.br/esportes/futebol/nao-e-so-por-dinheiro-entenda-por-que-andres-e-cbf-querem-cobrar-direitos-de-transmissao-das-emissoras-de-radio.html?fbclid=IwAR0FN1C5Z64ntI6DHfMNVnzG8zVsF-D4AaCEcsk7ZCKGqam9SFRIFQeu5QE

 

radioesportivo

Futebol: para Nando Gross, direito de imagem é diferente de transmissão em áudio

Por Rodney Brocanelli

Neste domingo (13), Nando Gross, comentarista esportivo e gerente geral da Rádio Guaíba, se posicionou em relação a intenção da CBF de comercializar direitos de transmissão para as emissoras de rádio (entenda mais clicando aqui). Ele disse que a medida será uma tragédia para o mercado, desempregando muita gente. No entanto Gross considera que para haver alguma mudança é necessário passar por cima da lei atual (no caso a Lei Pelé, artigo 42, que apenas se refere ao direito de imagem – saiba mais clicando aqui). O profissional citou também que já existe uma jurisprudência em relação ao tema quando, em 2008, as emissoras de rádio de Curitiba tiveram ganho de causa na Justiça, contra a intenção do Athlético-PR (na época conhecido apenas como Atlético-PR) que desejava pagamento para a transmissão de seus jogos (clique aqui).

Outro ponto levantado por Nando é que existe uma diferença entre direito de imagem e transmissão em áudio. Segundo ele, o que o rádio apresenta é uma narração, ou seja a visão do locutor que está irradiando a partida. A televisão, por sua vez, ela compra os direitos de uma imagem que, para ele, já vem pronta. Se as emissoras quiserem, podem apenas exibir a imagem, com o som da torcida, sem qualquer tipo de narração. “O áudio é diferente. Tem alguém que está contado a história. Não nos dão pronto como dão para a televisão”, disse Nando.

“Fico muito triste quando vejo um representante gaúcho sendo protagonista deste projeto”, afirmou Nando, se referindo a Francisco Novelletto, atual vice-presidente da CBF, entusiasta dessa ideia, conforme declarações dadas ao site GaúchaZH na semana passada.

Ouça a manifestação de Nando Gross, no player abaixo.

Nando Gross

Rádio: em defesa da isenção dos direitos de transmissão, Jorge Kajuru diz que vai se reunir com Bolsonaro e coletar assinaturas

Por Rodney Brocanelli

Em entrevista concedida neste domingo à Rádio Jovem Pan, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) prometeu mobilização contra a possível cobrança das emissoras de rádio para que estas transmitam as partidas  de futebol organizadas pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Kajuru disse que já marcou uma audiência o presidente Jair Bolsonaro. Além disso, ele afirmou que está coletando assinaturas de seus colegas e informa já ter um total de 43 delas. O senador declarou também que enviou um requerimento a Paulo Tonet, presidente da ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV) e vice-presidente da Rede Globo, procurando mostrar a importância do rádio para o futebol.

Durante a entrevista concedida a Wanderley Nogueira e Flavio Prado, o senador fez duras criticas aos dirigentes de futebol: Não tem cabimento esse vice-presidente da CBF, que está morrendo de medo da CPI do Esporte e toda hora manda recados para mim, dizendo que ‘essa CBF é diferente da outra’, dizer que é igual Copa do Mundo… Que comparação chumbrega! Querer comparar venda de direitos de transmissão de um evento que ocorre a cada quatro anos no mundo, que movimenta bilhões de dólares, com Campeonato Brasileiro… Querer cobrar Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro e Estaduais com o intuito exclusivo de enriquecer ainda mais as federações em sua maioria corruptas, essas que recebem mensalinho? São elas que estão forçando a CBF para que o rádio pague direitos de transmissão”, disse.

O debate sobre a venda de direitos de transmissões das partidas de futebol organizadas pela CBF ganhou corpo novamente após as declarações de Francisco Novelletto, vice-presidente da entidade ao site GaúchaZH: “Eu estou falando pela minha cabeça e por mim: no ano que vem, só vai transmitir quem pagar, e está absolutamente certo. Tem que ser como na Copa do Mundo. Eu estou acelerando para que isso seja implementado já no ano que vem e posso dizer que o movimento se acelerou após a entrevista do Andrés. Ele que está puxando, mas já existem outros presidentes que são favoráveis”. O cartola cita uma entrevista de Andrés Sanches, presidente do Corinthians, no sábado retrasado, antes de Grêmio x Corinthians, em que questionou a presença de um grande número de veículos de comunicação para a cobertura da partida (saiba mais aqui). O dirigente corinthiano foi duramente criticado pelo senador Jorge Kajuru em sua entrevista à Jovem Pan.

Ouça a entrevista do senador Jorge Kajuru à Rádio Jovem Pan clicando no link abaixo:

https://jovempan.com.br/esportes/futebol/fim-do-futebol-no-radio-kajuru-se-revolta-marca-audiencia-com-bolsonaro-e-detona-andres-e-um-lixo-nao-reciclavel.html

senador5895

Cobrança de direitos poderá significar o fim do rádio esportivo como o conhecemos

Por Rodney Brocanelli

O jornalista Filipe Gamba publicou em seu blog no site GaúchaZH algo que poderá modificar substancialmente a cobertura da mídia esportiva em relação aos jogos de futebol: a cobrança de direitos de transmissão das emissoras de rádio (clique aqui para ler). E não apenas esse veículo. Segundo a nota, outros meios também poderiam pagar: web rádio, portais e blogs. Segundo Gamba, essa ideia já estaria em discussão e ganhou visibilidade com a recente entrevista de Andrés Sanchez, presidente do Corinthians a jornalistas gaúchos, que questionou o número grande de veículos na cobertura de jogos de futebol.

O jornalista do GaúchaZH foi ouvir Francisco Novelletto, vice-presidente da CBF, que não apenas defendeu as mudanças a partir do ano que vem: “Eu estou falando pela minha cabeça e por mim: no ano que vem, só vai transmitir quem pagar, e está absolutamente certo. Tem que ser como na Copa do Mundo. Eu estou acelerando para que isso seja implementado já no ano que vem e posso dizer que o movimento se acelerou após a entrevista do Andrés. Ele que está puxando, mas já existem outros presidentes que são favoráveis”, afirmou.

Novelletto disse ainda que as federações estaduais poderão adotar a medida, com cada uma definindo seus critérios.

A opinião a respeito desse tema é apenas a repetição de várias outras que já foram explanadas aqui e em outros espaços. No que diz respeito ao rádio, não deverá ser cobrado um valor que seja compatível com a realidade atual do mercado. Vale destacar a iniciativa do Athletico-PR (que na época ainda se chamava Atlético) em 2008 (veja mais aqui).

Monopólio e desemprego

Além do mais, corre-se o risco de existir novamente um monopólio dos direitos, como já se observa na televisão. Um grande grupo poderá adquirir esses direitos de forma exclusiva e exercer a possibilidade de sublicenciamento apenas com veículos parceiros. Emissoras de rádio de pequeno e médio porte, além de grupos independentes (vamos colocar assim) correm o risco de ficar de fora.

Havendo esse monopólio ou falta de condições financeiras para o pagamento, emissoras com muitos anos ativas na cobertura esportiva deverão abrir mão dessa tradição. Resultado: (muito mais) profissionais desempregados. Quem fala em “farra do rádio” deveria pensar nessa possibilidade.

Gestão profissional

Ao GaúchaZH, Francisco Novelletto justificou sua decisão dizendo que os clubes precisam de dinheiro. É verdade. Porém, o que eles precisam também é de uma gestão profissional do dinheiro que já entra no cofre dos clubes, seja com bilheteria, direitos de televisão, contratos de patrocínio. São frequentes as noticias de salário jogadores encostados por não darem certo no elenco e com seus vencimentos sendo depositados religiosamente e de multas altíssimas pagas a técnicos demitidos. Aliás, existe um caso histórico de um determinado clube de futebol que teve de parcelar o valor de multas a três técnicos de forma simultânea. Gasta-se a torto e a direito e a culpa é das rádios, que não tem nada a ver com essa má gestão. Algumas delas, mais independentes, até colocam o dedo nessa ferida, para insatisfação de alguns cartolas.

Divididas e conquistadas

Quem poderia combater essa media ou pelo menos procurar debatê-la de forma institucional. Quando essa mesma ideia começou a ser ventilada em 2016, sugeriu-se que as associações de cronistas esportivos pudessem estar à frente dessa negociação (saiba mais aqui). Já escrevi na época e repito aqui: não existe uma associação única. Devido a divergências de toda espécie, no âmbito nacional temos a Abrace e a Aceb. Uma é dissidência da outra. Em São Paulo, aconteceu a mesma coisa. Existe a tradicional Aceesp e a recém-criada Aceisp. Isso enfraqueceu e muito a classe, fazendo com que CBF e clubes pudessem tomar decisões unilaterais, como a que proibiu a entrevistas de jogadores aos repórteres de rádio nos intervalos das partidas.

The end

A ideia não é nova. Volta e meia, ela surge e desaparece no âmbito doméstico. No entanto, parece que desta vez a vontade do dirigentes é para valer. Se ela for adiante, somada a iniciativa da Conmebol para vender direitos da Libertadores às rádios (veja aqui), isso tudo significaria o fim do rádio esportivo como o conhecemos atualmente.

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Acordo entre Palmeiras e Globo coloca fim à breve “era do rádio”

Por Rodney Brocanelli

Após semanas de tratativas, Palmeiras e Rede Globo chegaram a um acordo para a transmissão dos jogos do clube alviverde em tv aberta e no paw per view. Em nota oficial (leia mais aqui), o clube anunciou que o novo contrato terá validade por seis anos. Esse acerto colocou fim à breve era do rádio proporcionada pelo impasse nas negociações.

Desde o momento em que ambas as partes enfrentaram um impasse que fez demorar uma conclusão para essa negociação, parte considerável do torcedor palmeirense teve de recorrer ao rádio para se informar a respeito de pelo menos dois jogos de seu clube: CSA x Palmeiras e Atlético-MG x Palmeiras. Como o clube paulista havia fechado acordo apenas com a TNT/EI, apenas os jogos contra times que fecharam com o mesmo canal (Athletico, Fortaleza, Inter e Santos) poderiam ser transmitidos pela tv. CSA e Atlético-MG têm contratos com a Globo.

Na partida contra o CSA, pelo menos duas emissoras de rádio aproveitaram essa situação e se mobilizaram para enviar profissionais até Maceió a fim de transmitir a partida: Transamérica e Bandeirantes. No jogo contra o Atlético-MG, o número de emissoras dobrou: 105, Transamérica, Bandeirantes e Globo. Algumas enviaram equipe completa, com narrador, comentarista, repórter e operador de áudio. Outras, apenas não mandaram comentarista.

Essa iniciativa fez com que a transmissão de futebol pelo rádio, ainda que por algum tempo, voltasse a chamar a atenção de uma grande parcela do público e da imprensa. Não faltaram coleguinhas que aproveitaram o momento para reclamar via redes socais da gratuidade das transmissões pelo veículo. Não precisa ser bidu para saber que se um dia o rádio tiver de pagar para transmitir os jogos das competições interclubes do continente, a situação que já não é boa, passaria a ser desesperadora.

Por outro lado, foi interessante ver que outros tipos  veículos de comunicação, como o jornal impresso, que pouco dá espaço ao rádio em seu noticiário, resolveu abrir espaço a ele, como O Estado de S. Paulo, entrevistando os principais narradores esportivos de São Paulo a fim de abordar esse momento (leia mais aqui).

Depois do acerto entre Palmeiras e Globo, as coisas no rádio esportivo de São Paulo deverão voltar ao normal. O impasse contratual de ambas as partes, infelizmente, não deverá deixar qualquer tipo de legado. O tubão (ou geladão), quando as emissoras fazem seus profissionais transmitirem os jogos assistindo a uma tela de tv (ou de computador, caso o jogo seja transmitido pela DAZN), vai prosseguir.

Se ainda estivesse na ativa, o grande Haroldo Fernandes, narrador histórico da antiga Rádio Tupi, de São Paulo diria a respeito desse estado de coisas: “Quem viajou, viajou. Quem não viajou, não viaja mais”.

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