Para Wanderley Nogueira, cartolas do futebol querem diminuir tom de críticas ao cobrar das rádios os direitos de transmissão

Por Rodney Brocanelli

Em vídeo postado em suas redes sociais, Wanderley Nogueira afirmou que a questão da venda de direitos de transmissão das partidas de futebol para as emissoras de rádio não é apenas uma questão financeira que vise o lucro para os clubes de futebol.

Para o jornalista da Rádio Jovem Pan, a intenção é outra, no sentido de diminuir o tom e o volume das críticas feitas por parte dos profissionais seja nos programas ou jornadas esportivas. “Tem muito mais atrás da intenção de gerar receitas para os clubes de futebol”, falou.

“O valor que seria arrecadado no volume, no Brasil, é irrisório para os clubes. E para as emissoras, qualquer valor seria relevante. Aliás, muitas não teriam condições de prosseguir com as transmissões. Outras teriam que promover um enxugamento. Aliás, mais um”, disse o jornalista.

Para Wanderley, os dirigentes de futebol entendem que com essa medida, o volume (e mesmo o tom) de críticas por parte dos profissionais de rádio iria diminuir sensivelmente. “Com o temor que o clube, ou clubes decidam não vender para uma emissora considerada, digamos, crítica demais, os cartolas esperam análises mais mansas”, explicou (veja mais aqui).

O jornalista considera que a política de preços possa variar de acordo com o veículo: “Pela linha editorial, para a Rádio A um preço, para a Rádio Z, outro”.

Entenda o caso

Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou a Lei Geral do Esporte, que na prática é uma atualização da antiga Lei Pelé e também serve para consolidar outras leis que tratam do tema esporte.

Entretanto, dois de seus artigos, o 159 e o 160 poderão ser danosos para o rádio esportivo. Em resumo, eles permitem a cobrança de direitos de qualquer evento em caráter nacional, independente da modalidade, para a transmissão em áudio.

O resultado mais prático se dá nas transmissões de futebol, objeto prioritário da cobertura da emissoras. Mas o “pagar para transmitir” poderá se estender a outros esportes como futsal, vôlei e basquete, por exemplo.

Como ocorreram alterações no texto por parte da Câmara, a Lei Geral do Esporte deverá ir para o Senado Federal. Na verdade, trata-se de um retorno, uma vez que o projeto já havia sido discutido por lá. Não há uma previsão de quando os nobres senadores deverão se debruçar novamente sobre o tema.

Associações de cronistas esportivos já se mobilizaram para convencer os senadores a não aprovar a lei com esses dois artigos (saiba mais aqui).

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