Edgar Mello Filho relembra a cobertura da Fórmula 1 pelo rádio

Por Rodney Brocanelli

Os fãs de Fórmula 1 certamente deverão se lembrar de Edgar Mello Filho. Por muitos anos, ele foi comentarista da Rádio Bandeirantes (SP) acompanhando as provas do circo entre os anos 1970 e 1980.  Recentemente, ele concedeu uma entrevista à Alltv,  emissora de televisão via web, para um programa sobre automobilismo, o TV Corrida. Houve um bom espaço na atração para que Edgar falasse sobre seus tempos de rádio. Ele começou numa emissora do litoral paulista, até que recebeu um convite de Hélio Ribeiro para trabalhar nas emissoras de rádio dos Diários Associados na capital.  Paralelamente a isso, desenvolveu sua carreira como piloto profissional.Na metade dos anos 1970, Helio Ribeiro, então na Bandeirantes, decidiu procurá-lo para ser comentarista nas transmissões do mundial daquele ano, em que Émerson Fittipaldi despontava como favorito. Paralelo a isso, ele também participou de coberturas de outros eventos esportivos, como boxe e handebol.

Ainda na entrevista, ele elogiou muitos narradores com os quais ele trabalhou, entre eles Flávio Araújo. No player abaixo, é possível assistir a íntegra do programa.

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João e Hélio

Por Rodney Brocanelli

João Antônio de Souza ( o Johnny Black) e Hélio Ribeiro formaram uma das maiores duplas do rádio brasileiro. Ambos trabalharam juntos por muitos anos e em várias emissoras. O que Hélio pensava, João executava. É a prova de que o trabalho em equipe sempre funciona. E que o comunicador não vive sem o operador de áudio. João depois seguiu seu caminho e se tornou conhecido da geração acima dos 30 anos por seu trabalho na televisão, especificamente no programa Perdidos na Noite, apresentador por Fausto Silva. Mesmo assim, os caminhos dessa dupla nunca deixaram de se cruzar. João morreu em junho de 1996. Emocionado, Hélio gravou um depoimento para o Sistema Globo de Rádio reconhecendo o talento de João. Uma simples, mas comovente homenagem.  Quatro anos mais tarde, no ano 2000, foi a vez de Hélio partir desta dimensão. A história que os dois escreveram não merece ser esquecida.

 

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O áudio foi extraído dos arquivos de Onofre Favotto, que estão disponíveis na Internet.

Se estivesse vivo, Hélio Ribeiro completaria hoje 78 anos

Por Rodney Brocanelli

Graças a cortesia de Celso Casemiro, do Memorial Hélio Ribeiro, publicamos na data em que completaria 78 anos se estivesse vivo, dois momentos deste grande comunicador que faz muita falta ao rádio brasileiro.

No primeiro registro, Hélio Ribeiro fala sobre o milionário Paul Gatty

No outro registro, ele homenageia Carlos Alberto, mais conhecido como Jacaré, competidor de provas de motovelocidade, que morreu de forma trágica em São Paulo na metade dos anos 80.

 

 

HelioRibeiro

12 anos sem Helio Ribeiro

Nesta data, há 12 anos, morria um dos grandes nomes do rádio brasileio: Helio Ribeiro. O blog Radioamantes relembra um de seus grandes momentos no veículo. A tradução para Bridge Over Trouble Water, de Simon & Garfunkel.

Chico Anysio e o rádio

Por Rodney Brocanelli (com a colaboração da equipe Webfutmundi)

Chico Anysio, morto nesta sexta-feira aos 80 anos, começou sua carreira no rádio. É célebre a história de que ele sempre ficou na segunda colocação em testes para locutor, derrotado por Silvio Santos. Mesmo assim, ele conseguiu seu espaço no veículo. Começou na Rádio Guanabara (atual Bandeirantes), nos anos 40, e lá desempenhou várias funções: ator, redator, locutor e comentarista esportivo. Mudou-se para a Rádio Mayrink Veiga algum tempo depois e nessa emissora criou um de seus tipos mais famosos: o professor Raymundo.

Como era de se esperar, Chico migrou para a televisão, veículo no qual ele conquistou o sucesso nacional e admiração dos fãs. Contudo, ele nunca deixou o rádio de lado. Um de seus personagens era uma verdadeira homenagem à estética e as figuras que fizeram este veículo ser o que é: Roberval Taylor.

Abaixo, Roberval dá as últimas do esporte.

No programa de Roberval não poderia faltar o horóscopo.

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Mas teve gente que não gostou muito desse personagem. O grande Helio Ribeiro achou que Roberval Taylor era uma paródia não muito lisonjeira ao seu estilo de fazer rádio. Quem conta mais detalhes é Sérgio Mattar, em texto extraído de seu blog.

Um certo dia, nos corredores da Rádio Bandeirantes de São Paulo, um acontecimento singular, foi a visita que Chico Anysio de Paula fez à Hélio Ribeiro, no estúdio A, durante o programa de maior audiência da rádio brasileira: “O Poder da Mensagem“.

Ribeiro com seus cabelos ondulados comprimia-os com enormes fones de ouvido plugados em um grande rádio portátil instalado ao lado de seu microfone. Sua voz personalíssima, ecoava naquele momento sobre a voz melodiosa de Frank Sinatra, versando nada mais do que “All the way”.

Os velhos “olhos azuis” como era tratado o bom e velho Frank, irmanava-se ao dueto maravilhoso, na tradução simultânea do talento e criatividade de Hélio Ribeiro.

Neste exato momento adentra ao estúdio o genial Chico Anysio que, apesar de não conhecer Hélio pessoalmente se pôs ao seu lado, e sem nenhum constrangimento passou a imitá-lo. Tal e qual.

Terminada a música, com tradução do Hélio Ribeiro, houve a apresentação recíproca entre Chico e Hélio e aí, rolou um papo fenomenal intercalado por outras música e traduções, além, do “filosofar poético” do “O Poder da Mensagem”.

Após as despedidas Chico retorna ao Rio e a “vidinha” segue na sua normalidade.

A Rede Globo lança um novo programa no ar com forte alarido e participação de grande elenco do humorismo nacional… “Chico City”.

Programa idealizado por Chico Anysio colocava suas personagens em atividade plena. Seus coadjuvantes faziam a escada para Chico deitar e rolar.

De repente, um fato novo, uma personagem nova, uma voz nova na cidade de Chico, era um Chico diferente, “aquele” Chico do estúdio do “Poder da Mensagem”.

Surgia “Roberval Taylor” ou a caricatura de Hélio Ribeiro elevada a potência “n”.

Foi uma balbúrdia nacional. O meio artístico entrou em ebulição. Hélio Ribeiro que entendeu “Roberval Taylor” como uma ofensa ao seu trabalho e desempenho, disparou pelas ondas médias da Rádio Bandeirantes uma ofensiva à Chico Anysio.

Evidentemente, Chico que, quis homenageá-lo ao criar “Roberval Taylor”, se pôs a satirizar mais ainda a sua criação.

Por um tempo o “mal-estar” entre ambos pairava. Um dia, por iniciativa de amigos comuns de Chico e Hélio, foi improvisado um encontro no mesmo estúdio A, no mesmo horário do “Poder da Mensagem”, para a desfeita daquele tremendo mal entendido.

De fato, apesar de, temperamentos difíceis e personalidades fortes, tanto Hélio como Chico deram grandes gargalhadas e efusivos abraços, colocando um ponto final naquele equívoco que pairava na genialidade daquelas cabeças.

Chico, com o concentimento do Hélio Ribeiro, continuou com seu “Roberval Taylor” melhor e… com mais um fã de carteirinha.

Está aí uma ótima oportunidade para a Rádio Bandeirantes, na figura de Milton Parron, recuperar o áudio desse programa histórico reunindo dois gênios.

Abaixo, uma tradução toda especial de Roberval Talyor à musa do Karmanguia batido.

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Chico teve uma relação estreita com o rádio esportivo. Nos anos 90, chegou a ser comentarista nas transmissões de futebol na Rádio Tupi, do Rio de Janeiro. No livro Paixão pelo Rádio”, do Rodrigo Taves, José Carlos Araújo, narrador da Rádio Globo (RJ) deu seu depoimento sobre o humorista:

“(…) Chico Anysio puxa pela memória um grande amigo, a quem deu conselhos no início da carreira e convidou algumas vezes para participar de seu programa “Chico City”, na TV Globo. E solta um elogio:

“Existem três grandes locutores: Zé Carlos, Osmar Santos e Luís Penido. Cheguei a comentar dois jogos com o Osmar, cheguei a trabalhar com o Penido, mas nunca trabalhei com Zé Carlos, o melhor de todos. Gostaria de ter recebido um convite, sinto-me frustrado por nunca ter comentado um jogo com ele”.

Garotinho pensa o mesmo. Para ele, Chico é um dos três maiores artistas que o ajudaram. (…) E dele, guarda um ensinamento sábio, passado quando se conheceram nos anos 60 no estúdio da Rádio Globo: “A maior fonte de criação é o povo e, em contato com o povo, você aprende muito”.

“Sempre fomos chegados. Eu queria fazer um “Coalhada” (um dos grandes personagens de Chico) com ele, mas não teve jeito, não sei porque não foi possível. O vejo sempre aos domingos, gosto muito dele como pessoa e profissional também”, relata Chico.

(…) A relação de Garotinho com Chico Anysio sempre foi muito boa. Bruno Mazzeo, filho do humorista, foi um dos “torcedores do futuro” quando criança, e Chico já nem se lembra mais dos inúmeros bordões que sugeriu a Zé Carlos, mas sabe que sempre deu muitas ideias.

“Os bordões fazem o locutor, têm de existir. O Zé Carlos tem e usa na hora exata, não atrasa um segundo, você não perde um lance com ele. É um dos poucos que consegue inserir a propaganda sem você perder o jogo, o que é uma coisa difícil. Zé Carlos é um espetáculo!”, finaliza Chico”.

E o salário, ó!…

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O Show do Apolinho, na Rádio Tupi (RJ), veiculou uma reportagem especial sobre a perda de Chico Anysio.

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No programa Ensaio, da TV Cultura, Chico falou dessas suas passagens pelo rádio.

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Um de seus personagens mais marcantes, Alberto Roberto, em ação, entrevistando Galvão Bueno, que parece ter se divertido muito com essa participação em um quadro dos primórdios do Zorra Total.

Hélio Ribeiro para sempre

No player abaixo, uma tradução para Bridge Over Trouble Water, de Simon and Garfunkel