Garotinho conquista marca pessoal com título do Flamengo

Por Rodney Brocanelli

José Carlos Araújo conquistou uma marca pessoal neste último sábado. Ele é o narrador que transmitiu mais títulos de Libertadores do Flamengo. Sua voz é ouvida nas transmissões das finais de 1981 (pela Rádio Nacional) , de 2019 e 2025 (ambas pela Super Rádio Tupi). O Garotinho só não fez a final de 2022 (Flamengo x Athletico-PR), narrada por Luiz Penido na mesma emissora.

Conforme Edu Cesar, do Papo de Bola, desde que Penido chegou à Tupi, em 2021, há uma alternância dos dois principais astros da emissora na narração nas finais de Libertadores. Colabora para isso o fato das equipes do Rio de Janeiro credenciarem-se para a disputa da taça mais cobiçada da América do Sul nos últimos anos.

O Flamengo conquistou a edição 2025 ao vencer o Palmeiras pelo placar de 1 a 0, gol de Danilo.

Ouça os gols da final de 1981.

Ouça os gols da final de 2019

Ouça o gol da final de 2025.

Os 10 anos do 7 a 1

Por Rodney Brocanelli

Nem é preciso escrever muita coisa. A goleada sofrida pelo Brasil, em casa, para a Alemanha, pelo placar de 7 a 1 completa 10 anos. E pelo jeito as lições não foram aprendidas (É um 7 a 1 todo dia, desde 2014). Ouça as principais narrações de rádio que estão disponíveis na Internet

Narração de José Silvério, pela Rádio Bandeirantes

Narração de Nilson Cesar, pela Rádio Jovem Pan

Narração de Oscar Ulisses, pela Rádio Globo (SP)

Narração de Luiz Penido, pela Rádio Globo (RJ)

Narração de Pedro Ernesto Denardin, pela Rádio Gaúcha

Narração de José Carlos Araújo, pela Rádio Transamérica (RJ)

Narração de Deva Pascovicci, pela CBN

Narração de Irismar França, pela Rádio Verdes Mares

Narração de Aroldo Costa, da Rádio Jornal

Éder Luiz narra o gol de Schürrle, pela Rede Transamérica

José Carlos Araújo comemora 60 anos de carreira

Por Rodney Brocanelli

O rádio esportivo está em festa devido aos 60 anos de carreira de José Carlos Araújo, completados no último dia 02 de abril. Fazendo jus ao apelido pelo qual é conhecido, Zé Carlos segue com pique de garotinho nas transmissões futebolísticas da Super Rádio Tupi e agora em seu podcast (ou mesacast, como queiram), o Cheguei, contando sempre com convidados relevantes.

Os primeiros passos foram na Rádio Roquette Pinto. Em seguida, passou por outras emissoras (as mais importantes foram Nacional e Globo), transformando-se em um nome em nível nacional. É difícil separar os melhores momentos de uma carreira tão longeva, mesmo assim vamos tentar.

Em 1978, ele narra, ainda pela Rádio Nacional, o título carioca do Flamengo, garantido nos últimos instantes de partida, com um gol de Rondinelli.

Já em 1984, assim que chegou à Globo, o Garotinho narraria o título do Fluminense, com um gol de Assis.

Em 1989, o Brasil parou para acompanhar o Botafogo sair de um período de longos anos sem título. O gol de Maurício ficou eternizado na voz do Garotinho.

Em 1987, o gol de Tita fez com que o Vasco fosse o grande campeão daquele ano.

Para os rubro-negros não reclamarem da seleção acima, um bônus: o emocionante gol de Petkovic que deu o título de 2001 para o Flamengo.

José Carlos Araújo tem dois títulos mundiais do Brasil no seu currículo. O primeiro veio em 1994, nos Estados Unidos.

Em 2002, ele também esteve lá

Em entrevista ao podcast do verdadeiro Garotinho, Evaldo José revela que irá voltar à África

Por Rodney Brocanelli

Em entrevista ao podcast Cheguei, de José Carlos Araújo, o colega Evaldo José , que hoje está na Band News FM (RJ) fez uma importante revelação sobre seu futuro profissional. A partir de julho, o narrador deverá retomar o seu trabalho voluntário junto aos refugiados que estão no Malawi, país da África Oriental que é o quarto mais pobre do mundo.

“Desta vez, vai ser diferente(…)eu estou indo com passagem só de ida. Tou abraçando uma causa de novo lá”, disse Evaldo. Não é a primeira vez que ele deixa suas atividades profissionais no Brasil para ir até lá. Desde 2019, o narrador vem desenvolvendo esse trabalho de caráter humanitário no Malawi. Ele descreveu algumas de suas experiências em um livro Refugiados Invisíveis, lançado em 2022.

Evaldo contou que trabalha com uma ONG que cuida de refugiados de Ruanda, que sobreviveram ao conflito étnico protagonizado por Hutus e Tutsis (saiba mais aqui) que já matou mais de 1 milhão de pessoas. Devido a algumas restrições impostas pelo governo malauiano, a ONU não consegue ajudar de uma forma mais efetiva, limitando-se apenas a um auxílio financeiro.

Com relação ao seu futuro na Band News FM, o narrador brincou, deixando uma sugestão no ar: “tem que chamar o Rodolfo Schneider (atual diretor de conteúdo do Grupo Bandeirantes) e falar assim ‘você precisa contratar um correspondente no Malawi’. Vamos criar o quadro Vozes da África(…) atualizando diariamente as informações in loco, colocando no mapa do noticiário da América do Sul”.

Veja o trecho abaixo e aproveite para assistir a entrevista toda.

Anotações derradeiras da cobertura da Copa do Mundo pelo rádio

Por Rodney Brocanelli

Podemos fazer uma subdivisão na cobertura das emissoras de rádio que adquiriram direitos da Copa do Mundo entre aquelas que investiram e não investiram na cobertura.

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Na primeira categoria, podemos destacar as emissoras do Grupo Bandeirantes, Gaúcha, Itatiaia, Transamérica e Jornal, que enviaram profissionais ao Catar e, uma vez lá, espalharam-nos nos estádios, zonas mistas, entrevistas coletivas e outros lugares onde a notícia estava acontecendo.

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Outras emissoras preferiram fazer a Copa dos estúdios. E desse lado estão incluídas emissoras com enorme tradição, como Globo/CBN, Jovem Pan e Super Rádio Tupi, além da Energia 97, estreante em coberturas desse tipo.

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A Energia 97 apostou no carisma de seus profissionais, consagrados pelo sucesso de anos do Estádio 97, e na linguagem bem humorada. Se deu bem. Ajudou a consolidar seu projeto de transmissões esportivas.

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Domenico Gatto foi o narrador da grande final (e bota grande nisso) envolvendo Argentina x França pela já citada Energia 97.

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Luiz Penido transmitiu a final na Tupi. Por sua vez, José Carlos Araújo narrou a decisão do 3º lugar envolvendo Croácia x Marrocos. Será uma preparação para um futuro próximo?

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No mais, todas as outras emissoras escalaram seus narradores principais para a decisão do título.

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Alguém aí sabe o nome do estádio que foi palco da disputa do terceiro lugar? O Marcos Bertoncello, da Rádio Gaúcha, tem a resposta para você.

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Não sei se já estava nos planos, mas foi uma boa sacada a Gaúcha ter mantido o Pedro Ernesto Denardin na cobertura da Copa após a desclassificação do Brasil. Ele saiu de seu habitat natural (jogos da dupla Grenal e seleção brasileira) e deu vazão a um lado, digamos, internacional (nada a ver com o Colorado). Transmitiu França x Inglaterra, Argentina x Croácia, além da grande final. Claro que houve uma escorregada aqui e ali (ele demorou para se acostumar – ou reacostumar – com o nome do Mbappé), mas foi uma grande sequência de narrações.

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Pedrão ainda fez uma gracinha com Phil Foden, craque inglês, que é mais conhecido aqui no Brasil pela fonética de seu sobrenome.

Uma ausência sentida: uma final como a que tivemos neste domingo (18) merecia ter a narração de José Silvério.

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Leia as outras anotações sobre a cobertura desta Copa nos links abaixo.

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Até a próxima Copa.

Novas anotações sobre a cobertura da Copa do Mundo pelo rádio

Por Rodney Brocanelli

Algo que incomoda muito em algumas transmissões futebolísticas, em rádio ou tevê, é tentar prever o que vai acontecer. Com o 1 a 0, já tinha narrador chamando plantão para informar que o Brasil iria pegar Argentina ou Holanda, sem colocar nada no condicional. Tinha gente até dizendo que iria deixar de ir ao cinema (as salas do Catar são de qualidade?). Pouco depois, a seleção brasileira levava o gol de empate. O resto o amigo leitor já sabe. Antes, esses profissionais tivessem bola de cristal para prever o futuro. Seriam milionários e aposto que não estariam no Catar e sim em uma ilha paradisíaca tomando um solzinho e uma birita. O jeito vai ser assistir ao filme do Pelé.

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E teve abraço para político durante a transmissão de Brasil x Holanda. Desta vez, foi para prefeito de capital. Não teve saudação para o presidente eleito, por que será?

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O sempre alerta Edu Cesar fez uma observação importante: resta ver como rádios como Bandeirantes, Gaúcha e Itatiaia (e acrescento a Band News) deverão se comportar após a desclassificação do Brasil. Certamente, muitos profissionais dessas emissoras citadas que estão no Catar já deverão estar arrumando as malas a fim de voltar pra casa. O Edu imagina que seja uma debandada em massa e que pouquíssimos profissionais permaneçam no país. Eu espero que não, mas entendo. Trata-se de um país muito caro.

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Outra questão a ser observada é o revezamento, que foi algo constante em muitas emissoras que transmitiram os jogos da Copa. Luiz Penido, da Super Rádio Tupi, e Luis Claudio de Paula, da Energia 97, narraram a desclassificação do Brasil (ou o triunfo da Croácia, dependendo do ponto de vista, é claro).

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José Carlos Araújo, também da Tupi, narrou Argentina x Holanda.

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Ausência sentida na transmissão de Brasil x Coreia do Sul, Washington Rodrigues, o Apolinho, voltou à cobertura da Copa pela Super Rádio Tupi na transmissão da partida entre Brasil x Croácia.

Luciano Potter, comunicador do Grupo RBS, deu sequência ao seu lado “repotter”, foi almoçar no mesmo restaurante em que é servida a tal “carne de ouro” e fez uma bela descrição da experiência no Show do Esporte, da Rádio Gaúcha. Ouça aqui.

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Esta coluna volta após a grande final da Copa do Mundo ou antes, em edição extraordinária.

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Ouça abaixo a narração de Pedro Ernesto Denardin para (mais uma) desclassificação do Brasil.

Outras anotações sobre a cobertura do rádio na Copa do Mundo

Por Rodney Brocanelli

Pedro Ernesto Denardin voltou a narrar um jogo do Brasil nesta Copa. Ele comandou a transmissão da goleada contra a Coreia do Sul pelo placar de 4 a 1 pela Rádio Gaúcha. No último jogo da fase de grupos, Marcelo de Bona transmitiu a derrota para Camarões. Pedrão esteve com a voz firme e forte.

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Plantão do revezamento: narraram este jogo do Brasil nas quartas Domenico Gatto, pela Energia 97 e José Carlos Araújo, pela Super Rádio Tupi.

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Quem surpreendeu foi a Itatiaia. Mario Caixa fez dois jogos seguidos da seleção brasileira: contra os camaroneses e contra os coreanos. Ênio Lima transmitiu o jogo contra a Tunísia.

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Por falar em Itatiaia, a emissora mineira foi a que mandou a maior quantade de profissionais ao Catar: 20 ao todo. No entanto, isso não significa a transmissão de uma grande quantidade de jogos. Japão x Croácia, partida que interessava muito ao torcedor brasileiro, foi deixada de lado e em seu lugar entrou uma edição do Rádio Esportes.

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A Nova FM, do Rio de Janeiro estava entrando em cadeia com a Super Rádio Tupi para a transmissão dos jogos do Brasil. E as transmissões da dupla Garotinho-Penido também podem ser ouvidas pela Rádio Central, de Campinas.

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Pelo tom de voz que adota nas jornadas esportivas, Eduardo Gabardo, da Rádio Gaúcha, pode ser chamado de “repórter João Gilberto”. Algo diferente.

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Eduardo Castro, que apresenta o principal telejornal da Band News TV, atuou em várias transmissões da Rádio Bandeirantes como comentarista, especialmente nas partidas das seleções africanas. O jornalista morou muitos anos em Moçambique e de lá acompanhou as grandes competições do futebol no continente africano.

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Informa o sempre solerte Edu Cesar, do Papo de Bola: Renan Moura, da CBN/Globo, do Rio, foi o 41º narrador a transmitir um jogo nesta competição. Ele transmitiu a vitória da França sobre a Polônia.

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Zé Henrique narrou pela Energia 97 a partida entre Holanda x Estados Unidos. Talvez pelo nome, poucos lembrem de quem se trata. Ele é o Zé Mistério, que por muitos anos narrou jogos do Palmeiras na Web Rádio Verdão. Mais um bom exemplo de quem surgiu no rádio web e agora está mostrando seu talento no rádio dial.

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No post passado, falamos aqui de revezamentos históricos de narradores ao longo das Copas do Mundo. Então lá vai mais uma pitadinha histórica. Em 1978, na Rádio Gazeta, de São Paulo, Jota Jr. narrou a decisão do terceiro lugar do Mundial na Argentina, envolvendo Brasil e Itália. José Italiano havia feito todos os jogos da seleção brasileira até então. O Garganta de Aço foi deslocado para transmitir a grande final Alemanha x Argentina.

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Um aviso ao pessoal de rádio: está bem que alguns jogos da Copa são aborrecidos, mas não dá para deixar de lado a bola rolando e ficar passando o tempo com o estoque de curiosidades de histórias de almanaque. Neste domingo, o Radioamantes ouviu a transmissão de Inglaterra x Senenal. Em um determinado momento da segunda etapa, o narrador (um grande profissional, por sinal) passou a falar sobre dados históricos da seleção inglesa enquanto o jogo corria solto. E quem não está vendo o jogo por algum motivo e só tem o rádio, como fica? Tem um monte de gente que está no trânsito, nas estradas e não tem acesso às imagens da televisão. E mais. Existem muitos deficientes visuais que tem apenas na narração do rádio uma forma de poder acompanhar partidas de futebol. Tem que se pensar neles também.

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Força Pelé! Fique bem logo.

Série sobre rádio dos canais ESPN faz rir, faz chorar e faz pensar sobre o futuro do veículo

Por Rodney Brocanelli

Graças a um acaso e a uma dica do Milton Neves via Twitter (a melhor dica que ele deu em anos), pude assistir a série de documentários dos canais ESPN sobre os 100 anos do rádio no Brasil. No último sábado (10), o ESPN Extra exibiu os cinco episódios em sequência, a partir das 14h30. Todos eles já estão disponíveis no Star+, a plataforma de vídeos oficial da Disney.

A série aborda o rádio esportivo (ou futebolístico – acho que já está na hora de debater esse termo) e cinco grandes nomes foram escolhidos para que suas histórias, que se confundem com o próprio veículo, fossem contadas: Milton Neves, José Silvério, Osmar Santos, Pedro Ernesto Denardin e José Carlos Araújo).

Um dos inúmeros pontos positivos dessa série é o fato de que eles não são louvatórios. Por exemplo, todas as qualidades, defeitos e contradições (dentro e fora do ar) de personagens como Milton Neves e José Silvério foram abordadas. No caso de Milton, a questão dos merchans não foi deixada de lado, com pelo menos um depoimento fazendo um contraponto a essa prática.

No caso de Silvério, o fato de vetar a participação de repórteres nas jornadas esportivas por episódios que ele considerava como falta de profissionalismo foi devidamente destacado, com um breve momento de autocrítica do próprio narrador.

Um dos grandes momentos do episódio com Osmar Santos foi quando lhe perguntaram se o rádio continuava a exercer o papel de informar ou se o veículo estava mais “fraquinho” no que diz respeito à informação. Em uma palavra só, um gênio definiu o estado de coisas: “fraquinho”.

Ainda sobre Osmar, todo o seu exemplo de vida é devidamente exaltado no documentário, mas há um breve espaço falar sobre o próprio rádio. Odinei Edson aparece como uma voz crítica à onda de “rádio com imagem”.

Não deixa de ser curioso ver a Rádio Guaíba e sua logomarca aparecer com tanto destaque em um programa dedicado a Pedro Ernesto, astro da Rádio Gaúcha. Explica-se: José Aldo Pinheiro e Carlos Guimarães, profissionais da concorrente deram seus depoimentos. Zé Aldo deu um depoimento pessoal e Guimarães deu uma aula sobre rádio esportivo (ou futebolístico) gaúcho para não iniciados. O amigo Marcos Garcia aponta um erro de legenda: o nome de Armindo Antonio Ranzolin foi grafado como Antonio Armindo. Falha que deveria ser sanada em uma revisão.

Pedro Ernesto, em dado momento, diz que talvez não fizesse sucesso em praças como Rio de Janeiro e São Paulo. Este radioamante discorda respeitosamente.

Além de falar da extensa carreira de José Carlos Araújo, o Garotinho, o documentário sobre ele tem o mérito de apresentar um contraponto ao tom oficialesco da comemoração dos 100 anos de rádio do Brasil. O depoimento do radialista e professor Marcus Aurélio cita as primeiras transmissões feitas antes do 7 de setembro de 1922, na cidade do Recife.

A série da ESPN traz imagens inesquecíveis, como o encontro de Osmar Santos e Milton Neves ou então o reencontro de Silvério com seus irmãos de leite. Sobre Neves, não deixa de ser inquietante ver como ele está fragilizado, especialmente depois da morte de Lenice, sua esposa. Além disso, a obra faz rir, faz chorar e faz pensar sobre o futuro do rádio.

Uma pena só que o rádio esportivo de Belo Horizonte e de cidades da região Nordeste foram deixados de lado. Há muita história para contar e personagens carismáticos para focalizar.

A série foi criada pelo núcleo de produções especiais da ESPN, com roteiro de Marcelo Gomes e Rafael Valente. 

Silvério para o rádio: “eu te decifrei e você não me devorou”

José Carlos Araújo se afasta do rádio e vai fazer um cateterismo

Por Rodney Brocanelli

O narrador José Carlos Araújo terá que se afastar do rádio por tempo indeterminado para cuidar da saúde. Em post divulgado hoje (11), o Garotinho informou que vai passar um cateterismo, procedimento previsto para acontecer ainda na tarde desta segunda-feira. Com isso, ele deixa de fazer suas participações regulares na Super Rádio Tupi, narrando jogos de futebol, e na filial carioca da Nova Brasil FM, onde apresenta um programa matinal. Não há previsão imediata para retorno.

Ontem, Zé Carlos narrou normalmente todas as emoções da vitória do Corinthians sobre o Flamengo pelo placar de 1 a 0.

Batalha do Sarriá completa 40 anos; ouça narrações de rádio

Por Rodney Brocanelli (*)

O dia 5 de julho marcou uma das datas mais tristes na história da seleção brasileira de futebol. Jogando no estádio Sarriá, em Barcelona, os comandados de Telê Santana perdiam para a Itália pelo placar de 3 a 2 e davam adeus à Copa que no ano de 1982 era disputada na Espanha. Mesmo com as conquistas de 1994 e 2002, torcedores e jornalistas se perguntam até hoje sobre o que deu errado naquele dia. Bastava apenas um empate para que o Brasil chegasse às semifinais. Mas a Squadra Azurra apareceu pelo caminho. Além de adiar o sonho da conquista do título mundial, aquele resultado serviu para sepultar de vez a prática do futebol arte. Desde então, tivemos apenas alguns lampejos que apareciam de forma individual, graças ao talento de Romário e Ronaldo, cada um em sua época.

O blog Radioamantes leva você de volta ao dia 5 de julho de 1982. A nossa máquina do tempo é o rádio.

O quinto sinal da Rádio Bandeirantes marcava pontualmente 12h15, 16h15, horário local. Fiori Gigliotti anuncia o início da partida.

Para espanto geral, a Itáia saia na frente, logo aos 4 minutos de partida. Defesa brasileira vacilou. Paolo Rossi marcava, de cabeça. José Silvério estava na Jovem Pan.

A resposta brasileira não tardou. Sócrates recebeu um belo lançamento de Zico e avançou até entrar na área. O goleiro Dino Zoff tentou fechar o ângulo. Mas o Doutor, com o sangue frio que lhe era pecuilar, mandou para o gol. Osmar Santos narrou esse lance na Rádio Globo.

Mas Paolo Rossi se aproveitava mais uma vez de uma falha da defesa brasileira para marcar o segundo gol da Itália. O lance pegou muita gente desprevenida. José Silvério narrou esse lance na Jovem Pan.

No segundo tempo, o Brasil veio com tudo para tentar ao menos o empate. Falcão, na época o Rei de Roma, mandou um belo chute de média distância. E um detalhe que a televisão não mostrou: Cerezo, um dos responsáveis pelo lance que originou o segundo gol da Itália, chorou de emoção. José Silvério observou bem esse detalhe na Pan.

Armindo Antônio Ranzolin traduziu na Rádio Guaíba todo o orgulho pelo gol do “compatriota” Falcão.

E mais: a emoção de Willy Gonser, enaltecendo o corta luz de Cerezo, pela Rádio Itatiaia.

Mas aquela não era a tarde do Brasil. Em um escanteio aparentemente inofensivo, a Itália chegaria ao seu terceiro gol. Mais uma vez, Paolo Rossi. Flávio Araújo, então na Rádio Gazeta (SP) não escondeu a decepção.

Na Rádio Nacional, o garotinho ligeiro José Carlos Araújo ficou de queixo caído com o gol de Rossi.

O Brasil quase conseguiu o empate em uma cabeçada do zagueiro Oscar. O goleiro Dino Zoff operou um verdadeiro milagre. José Carlos Araújo, na Rádio Nacional, viu essa bola no gol.

Não teve jeito para o Brasil. O árbitro israelense (o Wikipedia diz que ele tem também nacionalidade romena) Abraham Klein apitou o fim de jogo. A perplexidade tomava conta da torcida brasileira. Fiori Gigliotti traduzia bem esse sentimento na Rádio Bandeirantes.

Passado o impacto da derrota, nada melhor que uma avaliação fria para se concluir em que a seleção brasileira errou. Eis a palavra de João Saldanha, então na Rádio Tupi. A metáfora do macaquinho é impagável.

(*) post atualizado e republicado. O original foi divulgado há dez anos (veja aqui). Estamos mesmo ficando velhos.

José Aldo Pinheiro conta histórias e elege Osmar Santos como o grande narrador da história

Por Rodney Brocanelli

Em entrevista ao podcast Dus 2, o narrador esportivo José Aldo Pinheiro, atualmente empunhando o microfone da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, teceu fortes elogios a um colega que marcou história no rádio esportivo brasileiro: Osmar Santos. “Se nós podemos dizer que tem um narrador que alcançou um nível de perfeição na narração, este narrador é o Osmar Santos. Ele tinha dicção, ele tinha carisma, ele tinha improviso, ele tinha voz e ele tinha criatividade. Então, o Osmar tinha uma linguagem universal. O Osmar foi o grande narrador de todos os tempos”, afirmou.

Mesmo colocando Osmar no topo, ainda houve espaço para que outros grandes locutores fossem citados por Zé Aldo: “Nós temos um outro que desenvolveu com com perfeição a técnica da narração esportiva que é o (Armindo Antônio) Ranzolin, mas ele era um narrador com linguagem clássica, mas com característica de um comunicador regional. Não era tão universal como o Osmar Santos. Então, ele era um narrador mais conservador, atingia um público mais maduro”, disse.

Ainda na mesma resposta, Zé Aldo fez uma comparação entre Ranzolin e Osmar: “O Osmar pegava todos os públicos. Ele (Osmar) pegava o povão, mas ele pegava também a elite intelectual que se identificava com a linguagem dele”.

Outro profissional elogiado foi José Carlos Araújo, o Garotinho: “ele tem uma narração que não se desatualiza, que não envelhece porque ele é à frente do tempo dele. Ele nos anos 90 já narrava numa linguagem dos anos 2000. Ele cata na linguagem das pessoas das ruas os seus bordões. Essa linguagem do povo, toca no povo”, falou.

Mas a entrevista não ficou apenas nessa questão dos narradores. José Aldo Pinheiro falou sobre aspectos de sua carreira, iniciada precocemente, em São Luis Gonzaga. Ainda houve espaço para uma importante história de bastidores: ele foi convidado por Leonardo Meneghetti, diretor geral do Grupo Bandeirantes, em Porto Alegre, para voltar à Rádio Bandeirantes local, para um projeto em que narradores e outros integrantes da equipe de transmissão seriam identificados com os times locais.

O time que Zé Aldo iria acompanhar não foi revelado. Essa ideia seria igual ao que já faz a Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte, que tem uma equipe engajada transmitindo os jogos do Atlético-MG e outra cobrindo as partidas do Cruzeiro.

Como se nota pelo estilo de transmissão adotado pela Bandeirantes porto-alegrense, a medida não foi adotada, ao menos até agora.

Outra questão colocada na mesa foi a saída de Zé Aldo da Rádio Gaúcha. Embora ele tenha usado um tom comedido para abordar o tema, fica claro que a saída não foi amistosa.

O Dus 2 é comandado por Cristiano Silva e Geison Lisboa. Ouça e veja a íntegra abaixo.

José Carlos Araújo diz que pagou pelo uso de um de seus mais famosos bordões

Por Rodney Brocanelli

Um dos bordões mais conhecidos de José Carlos Araújo, atualmente na Super Rádio Tupi, teve um preço. Foi o que ele contou em entrevista recente ao Charla Podcast, comandado por Bruno Cantarelli e Beto Júnior. Ele disse que foi com sua esposa comprar ingressos para um espetáculo de teatro em Copacabana. Assim que desceu do seu carro, ele foi abordado por um casal, “com jaqueta jeans e todo cheio de baseado, muita fumaça na cabeça”, conforme seu relato.

Um deles foi pedir dinheiro: “Me dá 5 reais?”. Garotinho respondeu: “5 eu não tenho. Tenho 10, 5 pra cada um”. Feliz, um deles agradeceu: “Valeuuuuuuuuuuuuuu”. Surgia assim um dos mais conhecidos bordões do narrador, usado especialmente após os lances de gol.

Ainda sobre essa questão, o locutor disse seguir uma dica do humorista Chico Anysío: “Não fica preocupado em criar. Fica antenado no que o povo fala”.

Nessa mesma entrevista, Garotinho explicou a origem de outros bordões. O “entrou” foi adaptado das transmissões de basquete que ele fazia na década de 1960 para a Rádio Globo (RJ). E o “sou eu” veio das chamadas de presença feitas pelos professores na escola. Veja abaixo.

Em pouco mais de 1h20min, José Carlos Araújo falou ao Charla Podcast sobre outros aspectos de sua carreira. Clique aqui e veja.

Globo/CBN e Super Rádio Tupi (RJ) vão transmitir o Mundial de Clubes 2019

Por Rodney Brocanelli

Globo/CBN e Super Rádio Tupi serão as emissoras do Rio de Janeiro que transmitirão os jogos do Mundial de Clubes da Fifa, que está em disputa no Catar. O interesse é justificável pela participação do Flamengo, atual campeão da Copa Libertadores  (saiba mais sobre a competição clicando aqui).

Até a última sexta (14), a participação da Super Rádio Tupi estava indefinida. Era o prazo final estipulado pelo detentor dos direitos em território brasileiro para o pagamento do valor de US$ 55 mil. Adivinhem só quem tem os direitos de transmissão deste torneio? O Grupo Globo, que um dia já foi um grande adversário da Tupi no rádio do Rio de Janeiro (informações do Mídia de Verdade, clique aqui).

No entanto, já nos acréscimos da segunda etapa, tal como o Flamengo na final da Libertadores contra o River Plate, a Super Rádio Tupi virou o jogo (leia aqui), conseguindo levantar a quantia necessária para fechar o acordo para a compra dos direitos com a Globo (Nota do Redator: não sei dizer se foi assim mesmo, mas não resisti à tentação de fazer essa relação no texto).

Voltando a falar sério, em se confirmando valor divulgado pelo Mídia de Verdade, nota-se que houve um aumento do valor cobrado para a transmissão. Em 2017, por ocasião da participação do Grêmio no Mundial de Clubes, o blogueiro gaúcho José Luiz Previdi publicou uma lista de custos para uma cobertura como essa. Os direitos estavam estipulados em US$ 20 mil (veja mais aqui e role a tela para baixo).

As rádios cariocas não deverão fazer grandes investimentos para a cobertura desta edição. A Globo/CBN enviou apenas o repórter Renan Moura ao Catar. A narração dos jogos, a cargo de Luiz Penido,  deverá ser feita dos estúdios. Mesmo caso da Tupi, que não deverá enviar profissionais para a cobertura in loco e deverá basear todo seu marketing no carisma do trio José Carlos Araújo, Washington Rodrigues e Gilson Ricardo, que já chamou bastante a atenção nas redes sociais, por ocasião da final da Libertadores (veja aqui).

Globo e Tupi

 

 

Cabeças de rede poderiam ceder seus astros da narração para afiliadas

Por Rodney Brocanelli

No último sábado, José Carlos Araújo narrou Ceará x Fortaleza, clássico do Ceara, pela Rádio Clube, de Fortaleza, emissora dos Diários Associados (conglomerado a qual pertence a Super Rádio Tupi). Esse evento fez parte do aniversário de 85 anos da emissora cearense. Ocorreram algumas falhas técnicas, especialmente de áudio, que não chegaram a comprometer a iniciativa como um todo (saiba mais aqui).

A partir dessa iniciativa, cabe a pergunta: por que outras emissoras, cabeças de rede, não fazem o mesmo de ceder seus astros da narração para suas principais afiliadas? Já pensaram no José Silvério narrando Vila Nova x Atlético-GO, clássico goiano da série B (vai acontecer em 11/10) pela Rádio Bandeirantes, de Goiânia? Ou então, que tal o Nilson Cesar narrando o Fortaleza x Ceará do returno (no mesmo 11/10) pela Jovem Pan News, de Fortaleza?

Sabe-se que a rede da Gaúcha é mais restrita ao Rio Grande do Sul, mas por que não a Rádio Globo, de São Paulo, por uma afinidade entre os grupos RBS e Globo, importar o Pedro Ernesto para fazer um clássico paulistano? Seria enorme o burburinho. Oscar Ulisses e Luiz Penido, por sua vez, poderiam fazer um América x ABC pela Globo Natal. Situações como essas, colocadas em prática, atrairiam grande atenção não apenas do público, mas da mídia (não só a especializada) também. Para pensar.

Nilson Silvério Pedro Oscar

José Carlos Araújo narra vitória do Ceará sobre o Fortaleza pela Rádio Clube

Por Rodney Brocanelli

José Carlos Araújo transmitiu neste sábado (03) a vitória do Ceará sobre o Fortaleza pelo placar de 2 a 1, pela Rádio Clube, de Fortaleza, em partida válida pelo campeonato brasileiro de futebol. A emissora está comemorando 85 anos de existência e pertence aos Diários Associados. Isto facilitou o convite a um dos astros da Super Rádio Tupi, que esteve no Castelão.

A transmissão teve algumas falhas técnicas. Exemplo : o áudio do plantão esportivo Renato Wanderley entrou saturado em todas suas intervenções durante a bola rolando. No entanto, estes problemas não tiraram o brilho total da iniciativa. Ouça abaixo a narração dos gols.

JCA em Fortaleza