Tem gravações de rádios do Recife dos anos 1970/1980? Kleber Mendonça quer falar com você

Por Marcos Lauro

O diretor de cinema Kleber Mendonça Filho (Bacurau, Aquarius, O Som Ao Redor) fez uma publicação em seu perfil do Facebook com um pedido muito comum entre os profissionais do audiovisual: para uma próxima produção, ainda não divulgada, Kleber precisa de gravações de rádios da cidade de Recife, preferencialmente dos anos 1970.

Esse tipo de pedido é comum, mas dificilmente tem seu fim com êxito quando o profissional de pesquisa procura as emissoras. Poucas delas têm um acervo próprio organizado e que compreende toda a sua existência. Quanto mais antigo o arquivo procurado, mais difícil.

Nesse caso, o audiovisual conta quase sempre com a colaboração dos próprios profissionais do rádio, que por conta própria se gravavam ou gravavam os colegas, e também dos fãs de rádio, que acumularam fitas e fitas de gravações durante a vida. Como exemplo: a produção do filme Carandiru (2003, Hector Babenco) precisava de gravações de rádios do começo dos anos 1990 para ambientar algumas cenas, já que o som do rádio era muito presente nos corredores do presídio. O filme acabou contando com a ajuda de colaboradores da Rádioficina, que se mobilizaram para cederem seus acervos pessoais.

Enfim, se você tem gravações de rádios do Recife, entre em contato com Kleber por meio do seu Facebook oficial. O audiovisual brasileiro agradece.

Conmebol proíbe novamente “lives” com imagem dos profissionais transmitindo jogos

Por Rodney Brocanelli

Pelo segundo ano seguido, a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) vai proibir que as emissoras de rádio façam transmissões dos jogos das copas Libertadores e Sul-Americana com imagens mesmo que sejam de seus narradores e comentaristas (as populares “lives”).

A medida foi divulgada pela entidade em janeiro deste ano, dentro de um pacote de normas que está compilada em um documento chamado Guía para los No Titulares de Derecho (NRH) (ou Guia para Não Detentores de Direitos). Ele está disponível no site oficial e pode ser visto aqui em espanhol.

“As rádios não estão autorizadas a fazer nenhum tipo de imagem, incluindo do narrador e dos comentaristas, em suas transmissões”, diz explicitamente o trecho.  O documento fala sobre o acesso desses “não detentores de diretos” dentro do estádio. Não há qualquer tipo de menção sobre narrações e comentários feitos nos estúdios das emissoras.

A medida em si não é inédita. Ela já foi implementada em 2019, com repercussão negativa por parte de alguns veículos. A Rádio Jovem Pan abordou o assunto no programa Esporte em Discussão. Por sua vez, a Rádio Inferno, emissora da internet ligada a profissionais que torcem pelo Internacional emitiu comunicado repudiando a medida (veja aqui).

confdsulamericana

Cobrança de direitos poderá significar o fim do rádio esportivo como o conhecemos

Por Rodney Brocanelli

O jornalista Filipe Gamba publicou em seu blog no site GaúchaZH algo que poderá modificar substancialmente a cobertura da mídia esportiva em relação aos jogos de futebol: a cobrança de direitos de transmissão das emissoras de rádio (clique aqui para ler). E não apenas esse veículo. Segundo a nota, outros meios também poderiam pagar: web rádio, portais e blogs. Segundo Gamba, essa ideia já estaria em discussão e ganhou visibilidade com a recente entrevista de Andrés Sanchez, presidente do Corinthians a jornalistas gaúchos, que questionou o número grande de veículos na cobertura de jogos de futebol.

O jornalista do GaúchaZH foi ouvir Francisco Novelletto, vice-presidente da CBF, que não apenas defendeu as mudanças a partir do ano que vem: “Eu estou falando pela minha cabeça e por mim: no ano que vem, só vai transmitir quem pagar, e está absolutamente certo. Tem que ser como na Copa do Mundo. Eu estou acelerando para que isso seja implementado já no ano que vem e posso dizer que o movimento se acelerou após a entrevista do Andrés. Ele que está puxando, mas já existem outros presidentes que são favoráveis”, afirmou.

Novelletto disse ainda que as federações estaduais poderão adotar a medida, com cada uma definindo seus critérios.

A opinião a respeito desse tema é apenas a repetição de várias outras que já foram explanadas aqui e em outros espaços. No que diz respeito ao rádio, não deverá ser cobrado um valor que seja compatível com a realidade atual do mercado. Vale destacar a iniciativa do Athletico-PR (que na época ainda se chamava Atlético) em 2008 (veja mais aqui).

Monopólio e desemprego

Além do mais, corre-se o risco de existir novamente um monopólio dos direitos, como já se observa na televisão. Um grande grupo poderá adquirir esses direitos de forma exclusiva e exercer a possibilidade de sublicenciamento apenas com veículos parceiros. Emissoras de rádio de pequeno e médio porte, além de grupos independentes (vamos colocar assim) correm o risco de ficar de fora.

Havendo esse monopólio ou falta de condições financeiras para o pagamento, emissoras com muitos anos ativas na cobertura esportiva deverão abrir mão dessa tradição. Resultado: (muito mais) profissionais desempregados. Quem fala em “farra do rádio” deveria pensar nessa possibilidade.

Gestão profissional

Ao GaúchaZH, Francisco Novelletto justificou sua decisão dizendo que os clubes precisam de dinheiro. É verdade. Porém, o que eles precisam também é de uma gestão profissional do dinheiro que já entra no cofre dos clubes, seja com bilheteria, direitos de televisão, contratos de patrocínio. São frequentes as noticias de salário jogadores encostados por não darem certo no elenco e com seus vencimentos sendo depositados religiosamente e de multas altíssimas pagas a técnicos demitidos. Aliás, existe um caso histórico de um determinado clube de futebol que teve de parcelar o valor de multas a três técnicos de forma simultânea. Gasta-se a torto e a direito e a culpa não é das rádios, que nada tem a ver com essa má gestão. Algumas delas, mais independentes, até colocam o dedo nessa ferida, para insatisfação de alguns cartolas.

Divididas e conquistadas

Quem poderia combater essa medida ou pelo menos procurar debatê-la de forma institucional?  Quando essa mesma ideia começou a ser ventilada em 2016, sugeriu-se que as associações de cronistas esportivos pudessem estar à frente dessa negociação (saiba mais aqui). Já escrevi na época e repito aqui: não existe uma associação única. Devido a divergências de toda espécie, no âmbito nacional temos a Abrace e a Aceb. Uma é dissidência da outra. Em São Paulo, aconteceu a mesma coisa. Existe a tradicional Aceesp e a recém-criada Aceisp. Isso enfraqueceu e muito a classe, fazendo com que CBF e clubes pudessem tomar decisões unilaterais, como a que proibiu a entrevistas de jogadores aos repórteres de rádio nos intervalos das partidas.

The end

A ideia não é nova. Volta e meia, ela surge e desaparece no âmbito doméstico. No entanto, parece que desta vez a vontade do dirigentes é para valer. Se ela for adiante, somada a iniciativa da Conmebol para vender direitos da Libertadores às rádios (veja aqui), isso tudo significaria o fim do rádio esportivo como o conhecemos atualmente.

futebol

Decreto presidencial libera rádios do Rio Grande do Sul da Voz do Brasil durante super quarta de futebol

Por Rodney Brocanelli

As rádios que transmitem futebol em Porto Alegre não precisaram fazer malabarismos usando frequências e outras emissoras para transmitir a super quarta de futebol que reuniu os times locais na semifinal da Copa do Brasil, envolvendo Grêmio e Internacional. Um decreto assinado pelo presidente Jair Bolsonaro dispensou a transmissão obrigatória da Voz do Brasil em todas as emissoras do Rio Grande do Sul. Não foi necessária nem mesmo a veiculação do programa oficial em horário alternativo.

O texto do decreto publicado em edição extraordinária do Diário Oficial diz: “Durante as partidas da Copa do Brasil 2019, disputadas no dia 4 de setembro de 2019, as emissoras de radiodifusão sonora em funcionamento no Estado do Rio Grande do Sul ficam dispensadas da obrigatoriedade de retransmitir o programa oficial de informações dos Poderes da República, nos termos do disposto na alínea “e” docaputdo art. 38 da Lei nº 4.117, de 27 de agosto de 1962 – Código Brasileiro de Telecomunicações”.

Durante a jornada esportiva da Rádio Guaíba, Nando Gross, gerente geral da emissora, fez um agradecimento público pela liberação. “Há mais de 20 anos isso não acontecer (ter) uma liberação total. Não é apresentar em outro horário. Hoje o Rio Grande do Sul foi liberado da Voz do Brasil pra poder transmitir esse momento que é histórico. Houve sensibilidade com o rádio e com aqueles que amam ouvir futebol pelo rádio”. Ouça abaixo.

decreto

 

Chegada de Mario Celso Petraglia ao ministério do Esporte poderá ser um risco ao rádio esportivo

Por Rodney Brocanelli

Mario Celso Petraglia, atual homem forte do Atlético-PR, deverá fazer parte do governo de Jair Bolsonaro. Segundo a jornalista Tabata Viapiana, da CBN, o dirigente foi sondado para ser ministro do Esporte (veja aqui). Petraglia teria recusado o convite, mas desejaria fazer parte do próximo governo, ocupando uma secretaria. Eis algumas de suas intenções:  atuar firme no âmbito da Confederação Brasileira de Futebol e promover alterações na Lei Pelé. É aqui que mora o perigo, especialmente no que diz respeito ao rádio esportivo.

Petraglia é conhecido por desejar que as emissoras de rádio paguem pelos direitos de transmissões das competições de futebol brasileiro. Em 2008, às vésperas do campeonato brasileiro,  o Atlético-PR surgiu com a ideia de cobrar para que seus jogos fossem irradiados pelo rádio.  Na ocasião, foi oferecido um pacote para a transmissão dos 38 jogos que a equipe faria até o final no ano no valor de R$ 486 mil (veja aqui). O valor individual para cada partida foi fixado em R$ 15 mil. Na ocasião, Mario Celso Petraglia era presidente do conselho deliberativo do clube (veja aqui). Após a reação das emissoras de rádios e da associação que representa os seus interesses, a ideia não prosperou.

Apesar do fracasso da iniciativa de 2008,  assim que Petraglia assumiu novamente a presidência do Atlético-PR, em 2013,  ele impôs restrições ao trabalho da imprensa local, fazendo com que jogadores, dirigentes e membros das comissões técnicas que estiveram no clube desde então falassem apenas ao veículo oficial do clube (veja aqui). Em entrevistas à grandes veículos de imprensa, caso dos canais ESPN (veja aqui) e diário Lance (veja aqui), o cartola falou sobre sua iniciativa.

Em 2011, a lei 12.395, que promoveu alterações na Lei Pelé, tinha em seu texto original a obrigatoriedade da cobrança de direitos das emissoras de rádio de espetáculos esportivos. Na época, com a atuação do senador Álvaro Dias, então no PSDB, essa proposta foi suprimida (veja aqui).

Uma vez dentro do governo Bolsonaro e com poderes para mexer na Lei Pelé e conhecendo seu histórico, tudo indica que Mario Celso Petraglia poderá trabalhar bastante para colocar a sua ideia em prática.

Se por um lado, essa cobrança poderá representar uma fase de profissionalização na relação entre clubes e emissoras, por outro ela poderá ser danosa à classe dos cronistas esportivos. Em 2008, o valor cobrado pelo Atlético-PR foi de quase meio milhão de reais, valor considerado fora da realidade. O preço a possivelmente ser cobrado no futuro não deverá ser simbólico. Grandes emissoras (e bota grandes nisso) até poderão pagar o que lhes for cobrado, mas e as de médio e pequeno porte, especialmente as do interior do país?

Com isso, o panorama poderá ser sombrio: emissoras abandonado as transmissões esportivas e mais profissionais desempregados.

Claro que tudo ainda está na base da hipótese. Petraglia precisa aceitar o convite e será necessário também ter ideia de qual será seu poder de atuação. No entanto, devido ao seu histórico, nunca é demais fazer esse alerta.

procuresaber

 

 

 

Rádios do Grupo Estado têm novo diretor

Por Rodney Brocanelli

Luís Fernando Bovo é o novo diretor do núcleo de rádios do Grupo Estado. Até então, o profissional vinha ocupando a editoria executiva de conteúdos digitais do Estadão. Bovo vai ocupar a vaga de Acácio Luiz Costa, que deixou o cargo há pouco mais de cinco meses. O novo diretor  tem ampla experiência em  jornal impresso, iniciando sua carreira nas edições regionais da Folha de S. Paulo no começo da década de 1990. Transferiu-se para o Estadão em 2004, onde foi chefe de reportagem em duas editorias e depois foi editor de política do portal estadao.com.br

RADIO_ESTADAO_SAO_PAULO

eldorado-fm-sp

Sertanejo domina o top 20 de músicas mais tocadas nas rádios em 2015

Entre as músicas mais bombadas de 2015, as músicas sertanejas dominam o top 20 das rádios do país. Anitta, que teve mais de um milhão de inserções no ano passado, aparece em 14º lugar e é o único nome que não integra o gênero a aparecer no top 20. Já a dupla Jorge e Mateus que apesar de notadamente ter a fama de não trabalharem muito suas canções nas rádios, com sua carreira de sucesso consolidado garantiram o 1º lugar no ranking geral com mais de 1.750.654 execuções, sendo que a música “Os anjos cantam nosso amor” fechou o ano passado em 7º no #top 200 como a mais tocada da dupla durante 2015, sozinha teve 444.666 execuções.

Mas aí você pergunta: “Como essa lista é feita e qual sua importância?” . Segundo a Connectmix, essa lista realmente é muito importante, pois existem artistas que apesar de não terem uma música “estourada” tem várias músicas com menor número de execuções, mas que na soma final ultrapassa e muito um artista com apenas um hit de sucesso.

Na lista de músicas mais executadas nas rádios no ano passado, duplas novatas como Henrique e Diego e Henrique e Juliano, que ainda não acumulam tantos sucessos nas breves trajetórias, não conseguiram o mesmo êxito no ranking dos artistas mais bem sucedidos de 2015. Segundo a empresa, o ranking artístico nacional é calculado pelo número de execuções das músicas de trabalho lançadas por todos os artistas no ano.

Entre os dez artistas mais executados nas emissoras ainda estão Jads e Jadson, Marcos e Belutti, Victor e Leo, Zezé di Camargo e Luciano, Michel Teló, Fernando e Sorocaba e João Bosco e Vinícius.

 

ranking

Rádios do Grupo Bandeirantes marcaram presença com estúdio na Bienal do Livro

Durante os dez dias da 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada entre os dias 22 e 31 de agosto, os visitantes da feira conferiram de perto a programação da rádios do Grupo Bandeirantes em um estúdio exclusivo montado no pavilhão.

A Rádio Bandeirantes apresentou o “Jornal em Três Tempos”, o programa “Concentração” e Milton Parron ancorou o “Ciranda da Cidade”. Já a Rádio BandNews FM transmitiu o “BandNews SP”, “Jornal do Meio Dia” e o programa “Alta Frequência” com  Néli Pereira, que entrevistou grandes nomes da literatura brasileira como Ziraldo e Mary Del Priore, autora do livro “A Carne e o Sangue”. O cantor Péricles esteve na feira para apresentar o “Band Brasil” da Band FM, que também agitou a feira com o “Axé Band”, que teve participação especial do grupo “É o Tchan”.  E o programa “Bicho Vai Pegar” da Rádio Bradesco Esportes FM animou os fãs de esporte.

Segundo a Reed Exhibition, organizadora do evento, 720 mil pessoas visitaram a 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo em dez dias. Entre o público, 120 mil foram estudantes de duas mil escolas. Mais de 400 mil pessoas visitaram os espaços culturais da Bienal, que receberam 186 autores brasileiros e 22 internacionais. A próxima edição da Bienal deve acontecer em agosto de 2016, mas sem data prevista.

Milton Parron apresenta o Ciranda da Cidade

Foto: Divulgação

Corinthians quer cobrar direitos de transmissão de suas partidas das emissoras de rádio

Por Rodney Brocanelli

A notícia saiu no blog de Eric Beting. Clique no link para ler

http://negociosdoesporte.blogosfera.uol.com.br/2013/08/05/apos-cronistas-corinthians-quer-fechar-cerco-a-radios/

Não é a primeira vez que se fala em cobrar direitos de transmissão das emissoras de rádio. Há quem veja nisso uma forma de profissionalização. Entretanto, conhecendo os usos e costumes do veículo, a corda vai sempre arrebentar para o lado mais fraco.

Em 2008, o Atlético Paranaense propôs um pacote para as rádios que desejassem transmitir seus jogos: R$ 486 mil e englobaria 38 partidas até o final do ano. A taxa individual por partida foi fixada em R$ 15 mil. Muitas emissoras de rádio alegaram na época não ter condições de pagar. Algum tempo depois, a ideia foi deixada de lado. Leia mais a respeito nos links abaixo.

http://radiobaseurgente.blogspot.com.br/2008/04/atltico-pr-cobra-das-emissoras-de-rdio.html

http://radiobaseurgente.blogspot.com.br/2010/02/que-profissionalismo.html

Durante a Copa das Confederações, chamou a atenção da mídia, a cobertura que a Rádio Cultura, de Miracema do Norte (TO) fez das competições. O portal terra fez uma extensa reportagem a esse respeito e destacou os valores pagos pela emissora:

“(…)Ele tem dificuldades, e faz um pouco de mistério, para explicar o tamanho do investimento. Mas depois de alguns minutos de conversa, explica. “Para fazer uma cobertura meia boca, você precisa de US$ 500 mil (R$ 1,1 milhão). Nosso projeto é de US$ 1 milhão (R$ 2,2 milhões)”, diz o diretor, comentarista e, segundo ele próprio, até mesmo “carregador de equipamentos”.

(…)

“Há outro tipo de parceria ainda: 16 emissoras compraram um pacote diário com boletins, programas e entrevistas produzidos pela equipe de Salomão. O que rende, ainda de acordo com o diretor, R$ 64 mil no total. Muito, muito longe de fechar a conta junto à Fifa. “Juntei economias, vendi terrenos que tinha, fiz parcerias. Não é fácil sair de Tocantins e abrir esse espaço”, explica. Espaço que ele também abriu para a Copa 2010, Copa América 2011 e Olimpíada 2012”.

O link da reportagem está aqui

http://esportes.terra.com.br/futebol/copa-2014/exclusiva-radio-do-tocantins-investe-mais-de-r-2-mi-em-confederacoes,7bd5ac131af9f310VgnVCM3000009acceb0aRCRD.html

A rádio citada acima, é um caso à parte. Não podemos nos esquecer que há um intervalo entre competições como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Há um tempo para levantar a verba necessária para o investimento na cobertura. Aqui no Brasil, temos pelo menos três campeonatos que acontecem todos os anos: os regionais, a Copa do Brasil e o campeonato brasileiro. Será que a mesma rádio teria fôlego  financeiro para fazer todas essas competições?

Dependendo como a cobrança de direitos possa ser implantada, isso pode inviabilizar a manutenção da cobertura de futebol nas emissoras de rádio, com a consequente demissão de profissionais ou até mesmo o encerramento de departamentos esportivos.  Nunca é demais lembrar que, historicamente, o rádio sempre é pouco lembrado na distribuição das verbas publicitárias.

Revanchismo?

Vale lembrar que o Corinthians é o mesmo clube que tentou impedir o acesso à imprensa quando da partida contra o Millonarios, válida pela Copa Libertadores, em fevereiro último. Na ocasião, a Conmebol puniu o clube com pelo menos uma partida com portas fechadas, por causa do conhecido incidente que vitimou o torcedor Kevin Spada, em Oruro, na Bolívia. Uma medida que soou como um certo revanchismo dos atuais gestores com relação à análises feitas pela imprensa na ocasião.

(Em tempo: o Alético-PR, citado no texto de Eric Beting, tem como presidente o sr. Mario Celso Petraglia, que nos anos 1990 levou muita pancada da imprensa por causa de seu envolvimento no caso Ivens Mendes – saiba mais aqui. Sua atual postura de até proibir que seus jogadores concedam entrevistas para outros veículos também soa como um revanchismo, ainda que tardio).

 

rádio

Saiba como as rádios de Brasília se viram para acompanhar o futebol local

A reportagem a seguir foi publicada no portal Jornalismo IESB, com assinatura de Aline Shauri Yamada de Souza.  O link é este aqui

http://php.iesb.br/pj/index.php?site=napratica_5&area=Esporte_31&pag=det&id=2081

Vale a republicação aqui (com citação de fonte e autoria) para que mais pessoas da realidade vivida pelo rádio na cobertura esportiva. Brasília é o foco da reportagem, mas poderia ser qualquer outra cidade do país (Rodney Brocanelli)

 

*

Os profissionais da imprensa esportiva afirmam que quem acompanha o esporte em Brasília pelos meios de comunicação não tem a real dimensão do que eles enfrentam para poder transmitir as notícias aos leitores, telespectadores e ouvintes. A imprensa esportiva da capital se defronta com dificuldades como a ausência de patrocínio para os programas e transmissões de rádio e TV, a falta de condições para trabalhar em alguns estádios, a carência de profissionais e a terceirização das programações.

De acordo com a Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos (ABCD), órgão que rege o trabalho da imprensa esportiva, há 380 jornalistas e 268 radialistas atuando nessa área do jornalismo em Brasília. Nos últimos anos, cerca de 80 profissionais deixaram a capital para trabalhar em outras praças.

Em cidades como Goiânia, São Paulo e Minas Gerais, os veículos contratam o jornalista esportivo, dando a ele a oportunidade de profissionalização. Em Brasília, isso ainda não ocorre. Isso faz com que o jornalista necessite de outra fonte de renda para poder se sustentar. “No caso do rádio, se o jornalista não tiver um contato comercial bom para vender uma transmissão, ele não vive”, afirma o narrador da Rádio Esportes Brasília e editor-chefe do site Clube do Esporte DF, Rener Lopes.

Outra dificuldade é com relação à terceirização das programações. Ailton Dias, mais conhecido como “o Show Man”, radialista da Bandeirantes que comanda os programas Grande Resenha Esportiva e Esporte em Debate, destaca que essa prática vem acontecendo no Brasil há muito tempo. Dias está no jornalismo esportivo há 31 anos e conhece bem essa atividade. “São poucas as emissoras, hoje, que contratam diretamente. E essa talvez seja a maior dificuldade do surgimento de novos profissionais”, disse.

Recorrente na maioria das pequenas emissoras, a falta de patrocínio para os programas e transmissões restringe a atuação dos jornalistas esportivos. Isso faz com que eles tenham que custear os equipamentos de trabalho, o transporte da equipe, uniformes e outras despesas.

Nos estádios, as condições disponibilizadas para o trabalho dos cronistas desportivos são precárias. “Para os repórteres que ficam em campo, não há um local coberto e, faça chuva ou faça sol, eles ficam ao relento para conseguir trabalhar”, comenta José Rodrigues, tesoureiro e representante da ABCD durante a realização de partidas e eventos esportivos.

Nas cabines de transmissão de rádio e TV, a situação não é diferente. A quantidade de cabines é insuficiente para as emissoras existentes, não há sinal de internet disponível para aquelas que transmitem os jogos on-line, algumas empresas de telecomunicações não fornecem as condições necessárias para transmitir os jogos ao vivo, apesar do serviço já ter sido pago, e fazem com que esse trabalho seja feito via celular. Além disso, não há bebedouros e banheiros em boas condições de uso nem lanchonetes para os profissionais.

Apesar das diversas dificuldades enfrentadas, os cronistas desportivos de Brasília esperam que a situação efetivamente mude. A expectativa é que a reforma do novo Estádio Nacional Mané Garrincha, traga a solução para todos os problemas enfrentados pelos profissionais.

A Secretaria de Esporte do Distrito Federal informou que já programou melhorias no novo estádio como uma entrada específica para o pessoal da imprensa, locais para os profissionais se alimentarem, cabines separadas, internet wi-fi e infraestrutura razoável para trabalhar. Porém, para o narrador Lopes, é preciso que isso não fique restrito apenas a essa grande construção, mas que vá também para os outros estádios.

 

Ouça

Observação: lista em constante atualização, dependendo também do tempo livre dos blogueiros. Qualquer indicação pode ser feita no sistema de comentários. De preferência, com o link.
São Paulo
Santos
Rio de Janeiro
Rio Grande do Sul
Minas Gerais
Goiás
Recife
Paraná
Santa Catarina
Bahia
Podcasts e outros
Rádios web