Opinião: uso da Inteligência Artifical no rádio deve ser responsável e transparente

Rodney Brocanelli comenta sobre o uso da Inteligência Artificial no rádio, especialmente para a criação de voz, a partir do episódio acontecido no último dia 10/09, quando a Band News FM usou um programa para dar voz a um comentário de Reinaldo Azevedo sobre o voto do ministro Luis Fux no julgamento no STF sobre o golpe de Estado. Azevedo está fora do ar desde o dia 03/10 devido a uma inflamação aguda na garganta. Para Rodney, esse uso de IA deve ser responsável e transparente. Clique e veja.

As últimas notícias sobre a Rede Transamérica

Neste vídeo, Rodney Brocanelli traz informações sobre a Rede Transamérica, que teve seu processo de compra (ou venda, depende do ponto de vista) aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Eis os assuntos:

-O Diário Oficial do dia 04 de agosto trouxe a aprovação desta transação.

-João Carlos Camargo já fala como dono das emissoras.

-A possível entrada de uma programação da CNN na Transamérica do Rio.

-Uma dúvida: quais foram as especulações anteriores sobre a Transamérica?

-Bruno Cantarelli deixa a Transamérica Rio para se dedicar ao Chala, o podcast do Evaristo de Macedo (brincadeira, tá?).

-Transamérica BH sem transmissões de futebol e programa esportivo.

-Em São Paulo, uma novidade na equipe esportiva: Gustavo Soler é o novo setorista do Palmeiras.

Clique e veja.

Um balanço do rádio na 1ª fase do Copa do Mundo de Clubes

Por Edu Cesar, do Papo de Bola, especial para o Radioamantes

Terminou nesta quinta-feira (dia 26) a primeira fase da Copa do Mundo de Clubes da FIFA, torneio que tem causado frisson e enorme repercussão com o público brasileiro. O rádio está presente através de dez emissoras (duas delas em dobradinha). Aqui você confere um resumo de destaques destes primeiros 48 jogos, baseado em levantamento completo feito em rigorosamente todos eles – e que prosseguirá também no mata-mata.

DESTAQUES DA NARRAÇÃO

Somente a Transamérica transmitiu todos os 48 jogos, sendo 37 em FM e outros 11 no YouTube – isto é: foram 47 jogos e meio transmitidos, dos quais 36 e meio em FM. Explica-se: no dia 20, Benfica 6 x 0 Auckland foi interrompido por alerta climático antes de começar o segundo tempo. Esta partida começou às 13h e logo em seguida viria Flamengo x Chelsea às 15h. Evidentemente, o dial comum privilegiou o rubro-negro diante dos ingleses, mas a etapa final dos portugueses contra os neo-zelandeses – que começou 2 horas e 14 minutos após o término da inicial – não foi feita nem sequer no YouTube.

Até devido à cobertura total da competição, os três narradores que mais gritaram gol na primeira fase foram da Transamérica: Ricardo Melo 45 vezes (que não foram 50 devido à não-transmissão do segundo tempo de Benfica x Auckland), Guilherme Lage 33 e Marcos Braga 30. Das outras estações, os dois que mais narraram bola na rede foram Gustavo Manhago, da Gaúcha, e José Manoel Barros, da Jovem Pan, ambos em 28 oportunidades.

Na média de gols por jogo que fez, Ricardo Melo também lidera. O narrador da Transamérica tem média 4,28. A seguir vêm os xarás Gabriel Andrezo, da Tupi, e Gabriel Dias, da Jovem Pan, pois a única partida de cada um teve 4 gols. A seguir, destacam-se: Anderson Gonçalves, da BandNews, com média 3,66; Nilson Cesar, da Jovem Pan, com média 3,4; Guilherme Lage na Transamérica, Rafael Navarro na Energia e Rafael Penido na Tupi, todos com média 3,33; Gustavo Manhago, da Gaúcha, com média 3,11; e Rogério Assis, da Bandeirantes, com média exata de 3.

BALANÇO COMPLETO DA 1ª FASE POR EMISSORA


BANDEIRANTES (São Paulo – FM 90,9; eFM 86,3)
16 jogos transmitidos

Dois profissionais estão presentes nos Estados Unidos: o repórter Gustavo Soler e o comentarista Leandro Quesada (este também por Placar). Além das do Palmeiras, algumas outras partidas envolvendo clubes cariocas foram feitas por ambos nos estádios.

Um destaque é a presença de Soler atrás do gol em alguns jogos, alternando com o co-irmão de grupo Maurício Ferreira (BandNews). Quando um cobre a partida atrás do gol, o outro faz um “flash interview”, que são entrevistas exclusivas com jogadores após o apito final – ou, neste caso, dentro do pós-jogo “Apito Final”.

A maioria dos jogos foi dividida por Rogério Assis e Pedro Martelli. Somente os do Palmeiras tiveram Ulisses Costa, que neste ínterim deu atenção também a eventos transmitidos por seu canal “UlissesTV” no YouTube.

PEDRO MARTELLI: 6 jogos e 8 gols narrados (1,33 por jogo)
Fluminense 0x0 Mamelodi
Botafogo 0x1 Atlético de Madrid
Botafogo 1×0 PSG
Real Madrid 1×1 Al Hilal
Fluminense 0x0 Borussia
PSG 4×0 Atlético de Madrid

ROGÉRIO ASSIS: 7 jogos e 21 gols narrados (3 por jogo)
Salzburg 0x3 Real Madrid
Los Angeles 1×1 Flamengo
Real Madrid 3×1 Pachuca
Fluminense 4×2 Ulsan
Flamengo 3×1 Chelsea
Flamengo 2×0 Espérance
Inter Miami 0x0 Al Ahly

ULISSES COSTA: 3 jogos e 6 gols narrados (2 por jogo)
Inter Miami 2×2 Palmeiras
Palmeiras 2×0 Al Ahly
Palmeiras 0x0 Porto


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BANDNEWS (São Paulo – FM 96,9; Rio de Janeiro – FM 90,3)
16 jogos transmitidos

Presente nos EUA, o repórter Maurício Ferreira cobre o Palmeiras e alguns jogos dos times cariocas em esquema semelhante a Gustavo Soler, da co-irmã Bandeirantes: quando um está atrás do gol, o outro faz o “flash interview” – e vice-versa.

O principal destaque é a união da equipe do Rio de Janeiro à de São Paulo, o que resultou em locutores fixos para os times brasileiros: Marcelo do Ó com o Palmeiras (este dividindo atenções com a Série B na RedeTV!, o que lhe permitiu narrar o sensacional gol de Renan Peixoto do meio de campo para o Athletico Paranaense contra o Avaí), Silva Júnior com o Flamengo, Luiz Carlos Silva com o Botafogo e Helder Martins com o Fluminense. Anderson Gonçalves ficou com jogos envolvendo gigantes europeus.

ANDERSON GONÇALVES: 3 jogos e 11 gols narrados (3,66 por jogo)
Salzburg 0x3 Real Madrid
Real Madrid 3×1 Pachuca
PSG 4×0 Atlético de Madrid

HELDER MARTINS: 3 jogos e 6 gols narrados (2 por jogo)
Fluminense 0x0 Mamelodi
Fluminense 4×2 Ulsan
Fluminense 0x0 Borussia

LUIZ CARLOS SILVA: 3 jogos e 5 gols narrados (1,66 por jogo)
Botafogo 0x1 Atlético de Madrid
Botafogo 1×0 PSG
Seattle 1×2 Botafogo

MARCELO DO Ó: 4 jogos e 6 gols narrados (1,5 por jogo)
Inter Miami 2×2 Palmeiras
Palmeiras 2×0 Al Ahly
Palmeiras 0x0 Porto
Inter Miami 0x0 Al Ahly

SILVA JÚNIOR: 3 jogos e 8 gols narrados (2,66 por jogo)
Los Angeles 1×1 Flamengo
Flamengo 3×1 Chelsea
Flamengo 2×0 Espérance


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CBN/GLOBO (São Paulo – FM 90,5; Rio de Janeiro – FM 92,5 e FM 98,1)
17 jogos transmitidos

De cobertura confirmada apenas na semana de início da competição, surpreendeu ao ter caminho oposto ao de BandNews e Transamérica e raras vezes unir as equipes da CBN SP e da Globo/CBN RJ. Quase sempre elas estão separadas, o que resulta numa situação até incompreensível: enquanto as partidas do Palmeiras têm Oscar Ulisses em rede, as dos times cariocas têm Edson Mauro ou Hugo Lago para os cariocas (exceção à estreia do Botafogo com Edson) e Rodrigo Bitar ou o próprio Oscar para os paulistanos.

Também chamou atenção a diferença de tratamento da Rede CBN: as três partidas do Palmeiras foram para toda a rede, resultando até na não-veiculação do “CBN Brasil” numa delas; porém, com jogos dos times do Rio a situação foi diferente, vide a estreia do Fluminense ser restrita à Rádio Globo pois o jornal de Carlos Alberto Sardenberg foi mantido normalmente. Também teve vez que o Botafogo foi preterido em São Paulo para privilégio ao “Estúdio CBN” de Tatiana Vasconcellos e Fernando Andrade.

EDSON MAURO: 8 jogos e 17 gols narrados (2,12 por jogo)
Fluminense 0x0 Mamelodi (RJ)
Los Angeles 1×1 Flamengo (RJ)
Botafogo 0x1 Atlético de Madrid (RJ)
Real Madrid 3×1 Pachuca (RJ)
Flamengo 3×1 Chelsea (RJ)
Botafogo 1×0 PSG (RJ)
Flamengo 2×0 Espérance (RJ)
Seattle 1×2 Botafogo (Rede)

HUGO LAGO: 4 jogos e 11 gols narrados (2,75 por jogo)
Salzburg 0x3 Real Madrid (RJ)
Inter de Milão 2×0 River Plate (RJ)
Fluminense 4×2 Ulsan (RJ)
Fluminense 0x0 Borussia (Globo RJ)

OSCAR ULISSES: 5 jogos e 14 gols narrados (2,8 por jogo)
Los Angeles 1×1 Flamengo (SP)
Inter Miami 2×2 Palmeiras (Rede)
Fluminense 4×2 Ulsan (SP)
Palmeiras 2×0 Al Ahly (Rede)
Palmeiras 0x0 Porto (Rede)

RODRIGO BITAR: 8 jogos e 20 gols narrados (2,5 por jogo)
Salzburg 0x3 Real Madrid (SP)
Inter de Milão 2×0 River Plate (SP)
Real Madrid 3×1 Pachuca (SP)
Flamengo 3×1 Chelsea (SP)
Botafogo 1×0 PSG (SP)
Flamengo 2×0 Espérance (SP)
PSG 4×0 Atlético de Madrid (Rede)
Inter Miami 0x0 Al Ahly (Rede)


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ENERGIA (São Paulo – FM 97,7)
20 jogos transmitidos

A novata dentre as veiculadoras da Copa do Mundo de Clubes aposta muito no formato “de torcedor para torcedor”, mas como apenas um dos quatro clubes paulistas está na competição, as equipes identificadas dos outros três se revezam em jogos dos times cariocas e outros envolvendo equipes europeias.

No entanto, nota-se a ausência de Cadu Santos, locutor do Peixe, nesta cobertura. Por sua vez, um narrador bem atuante tem sido Zé Henrique, repórter do Palmeiras. No mais, a mistura coloca lado a lado duplas como: Rafael Navarro (São Paulo) e Letícia Beppler (Corinthians); Zé Henrique e Ademir Quintino (Santos); e Luís Cláudio de Paula (Corinthians) e Marcão Borges (São Paulo).

Não há um profissional de transmissão enviado aos EUA, mas há participações diretas do repórter de torcida Danilo Soto (que também está pela CazéTV). Alguns jogos foram feitos apenas no YouTube em privilégio à programação musical em FM, enquanto outros da tarde não tiveram dial comum por este privilegiar especialmente o programa carro-chefe “Estádio 97”, iniciado ainda com bola rolando.

DOMENICO GATTO: 3 jogos e 6 gols narrados (2 por jogo)
Inter Miami 2×2 Palmeiras
Palmeiras 2×0 Al Ahly
Palmeiras 0x0 Porto

LUÍS CLÁUDIO DE PAULA: 6 jogos e 12 gols narrados (2 por jogo)
Fluminense 0x0 Mamelodi (YT)
Real Madrid 3×1 Pachuca
Flamengo 3×1 Chelsea
Botafogo 1×0 PSG
Fluminense 0x0 Borussia (YT)
Seattle 1×2 Botafogo

RAFAEL NAVARRO: 6 jogos e 20 gols narrados (3,33 por jogo)
Salzburg 0x3 Real Madrid
Los Angeles 1×1 Flamengo
Fluminense 4×2 Ulsan
Inter Miami 2×1 Porto (YT)
Real Madrid 1×1 Al Hilal (YT)
PSG 4×0 Atlético de Madrid

ZÉ HENRIQUE: 5 jogos e 8 gols narrados (1,6 por jogo)
Inter de Milão 2×0 River Plate
Botafogo 0x1 Atlético de Madrid
Bayern de Munique 2×1 Boca Juniors (YT)
Flamengo 2×0 Espérance
Inter Miami 0x0 Al Ahly (YT)


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GAÚCHA (Porto Alegre – FM 93,7)
23 jogos transmitidos

Se Grêmio e Internacional não estão no torneio, a estação da RBS bate ponto com direito à presença nos EUA de Rodrigo Oliveira, o “Repórter de Todas as Copas” (pois todas as Copas do Mundo realizadas desde que começou na imprensa têm sua presença, 2010 pela Guaíba e 2014 em diante pela Gaúcha, além de ser o primeiro do rádio a cobrir Copa do Mundo de seleções tanto dos homens quanto das mulheres, fora as presenças em Olimpíadas). Várias partidas ele faz no estádio e parte do foco é em personagens ou gaúchos ou ligados ao futebol do Rio Grande do Sul. Também há entradas na programação da RBS TV (Rede Globo).

Gustavo Manhago e André Silva foram os narradores mais ativos na primeira fase, bem menos jogos sendo feitos pelos também apresentadores de programas diários Marcelo de Bona e Luciano Périco. Titular de esportes, Pedro Ernesto Denardin entrará no certame a partir do mata-mata ao narrar Palmeiras x Botafogo neste sábado. Aliás: Manhago fez 9 jogos, mas era para ter sido 10; porém, Real Madrid x Al Hilal no dia 18 não foi transmitido – e o seria no YouTube pois o FM ficaria com Grêmio x Flamengo pela última rodada do Brasileirão Feminino, mas este jogo (feito por André) é que foi para o YouTube pois o dial comum colocou no ar a atração vespertina habitual “Gaúcha Mais” por prevalecer a cobertura das consequências da forte chuva no estado.

Outra curiosidade na Gaúcha tem sido presenças diferenciadas se misturando às vozes habituais da programação. Duas delas já haviam feito alguns jogos há muitos anos na Bandeirantes: Valter Júnior (Zero Hora) comentando e Alex Torrealba (GZH) na reportagem. Inter de Milão x River Plate, no dia 25, foi comentado por Fernando Becker, o mais tradicional repórter da RBS TV e do SporTV/Premiere.

Mas a melhor surpresa veio em RB Salzburg x Real Madrid no dia 26: a escala de Heloíse Bordin, editora de texto da TV que tem ganhado mais oportunidades como comentarista especialmente de futebol feminino, mas que já havia feito alguns jogos do Gauchão masculino deste ano em GZH e que no começo da carreira chegou a comentar poucas partidas de Grêmio e Internacional na Rádio Grenal. Na Gaúcha, ela é recorrente em debates do “Show dos Esportes”. Para um rádio esportivo resistente por décadas à presença feminina, como o gaúcho – e mais ainda em estações tradicionais, como neste caso -, um feito a ser muito louvado.

ANDRÉ SILVA: 7 jogos e 12 gols narrados (1,71 por jogo)
Inter de Milão 2×0 River Plate
Benfica 1×0 Bayern de Munique
River Plate 0x0 Monterrey
Bayern de Munique 2×1 Boca Juniors
Monterrey 1×1 Inter de Milão
PSG 4×0 Atlético de Madrid
Inter Miami 0x0 Al Ahly

GUSTAVO MANHAGO: 9 jogos e 28 gols narrados (3,11 por jogo)
Salzburg 0x3 Real Madrid
Fluminense 0x0 Mamelodi (YT)
Inter Miami 2×2 Palmeiras
Real Madrid 3×1 Pachuca
Fluminense 4×2 Ulsan
Flamengo 3×1 Chelsea
Inter Miami 2×1 Porto
Boca Juniors 2×2 Benfica
Palmeiras 0x0 Porto

LUCIANO PÉRICO: 3 jogos e 5 gols narrados (1,66 por jogo)
Los Angeles 1×1 Flamengo
Botafogo 1×0 PSG
Flamengo 2×0 Espérance

MARCELO DE BONA: 4 jogos e 10 gols narrados (2,5 por jogo)
Juventus 2×5 Manchester City
Botafogo 0x1 Atlético de Madrid
Palmeiras 2×0 Al Ahly
Fluminense 0x0 Borussia


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ITATIAIA (Belo Horizonte – AM 610 e FM 95,7)
13 jogos transmitidos

Presente nos EUA com o enviado Henrique André, setorista do Atlético nas mídias digitais, tem o reforço do tradicional correspondente Leonardo Baran, que cobre um evento FIFA pela 16ª vez – no entanto, ele protagonizou um momento inusitado em coletiva pré-jogo de Abel Ferreira, quando quis saber dele sobre um compatriota português que assumiria cargo diretivo no Vasco (Baran tem atualmente um canal no YouTube sobre o cruzmaltino). O técnico do Palmeiras deu chance para uma nova pergunta, mas não adiantou.

As partidas não tiveram ainda as presenças dos titulares dos dois grandes rivais mineiros, nem Mário Henrique (a voz do Galo fez in loco a decisão da Liga dos Campeões vencida pelo Paris Saint Germain sobre a Internazionale) e nem Osvaldo Reis (que terá no começo de julho partidas amistosas do Cruzeiro para transmitir no Espírito Santo, dentro da Copa Vitória). Dois dos três locutores acionados, Ênio Lima e Hugo Sérgio se dividem entre o Mundial na rádio e jogos do Módulo II do Campeonato Mineiro no canal do YouTube – e no caso do Ênio a divisão é tripla pois ainda há o América na Série B, que prossegue normalmente.

ANTÔNIO CARLOS: 4 jogos e 9 gols narrados (2,25 por jogo)
Fluminense 0x0 Mamelodi (YT)
Botafogo 0x1 Atlético de Madrid
Fluminense 4×2 Ulsan
Flamengo 2×0 Espérance

ÊNIO LIMA: 4 jogos e 9 gols narrados (2,25 por jogo)
Inter Miami 2×2 Palmeiras
Palmeiras 2×0 Al Ahly
Fluminense 0x0 Borussia (YT)
Seattle 1×2 Botafogo

HUGO SÉRGIO: 5 jogos e 11 gols narrados (2,2 por jogo)
Los Angeles 1×1 Flamengo
Real Madrid 3×1 Pachuca
Flamengo 3×1 Chelsea
Botafogo 1×0 PSG
Palmeiras 0x0 Porto

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JOVEM PAN (São Paulo – FM 100,9)
21 jogos transmitidos

Presente nos EUA com o comentarista Mauro Cezar Pereira (também por UOL Esporte, TV Cultura e seu canal no YouTube) – também está lá o repórter Victor Boni, mas pela CazéTV -, teve José Manoel de Barros como campeão de narrações na primeira fase da competição. Pai e filho respectivos, Nilson Cesar e Fausto Favara fizeram menos jogos. A curiosidade ficou para Gabriel Dias, que transmitiu uma única partida.

FAUSTO FAVARA: 5 jogos e 4 gols narrados (0,8 por jogo)
Fluminense 0x0 Mamelodi
Benfica 1×0 Bayern de Munique
Botafogo 0x1 Atlético de Madrid
Real Madrid 1×1 Al Hilal
Fluminense 0x0 Borussia (YT)

GABRIEL DIAS: 1 jogo e 4 gols narrados (4 por jogo)
Flamengo 3×1 Chelsea

JOSÉ MANOEL DE BARROS: 10 jogos e 28 gols narrados (2,8 por jogo)
Inter de Milão 2×0 River Plate
Los Angeles 1×1 Flamengo
Manchester City 6×0 Al Ain
Fluminense 4×2 Ulsan
Bayern de Munique 2×1 Boca Juniors
Botafogo 1×0 PSG
Monterrey 1×1 Inter de Milão
Flamengo 2×0 Espérance
PSG 4×0 Atlético de Madrid
Inter Miami 0x0 Al Ahly

NILSON CESAR: 5 jogos e 17 gols narrados (3,4 por jogo)
Juventus 2×5 Manchester City
Inter Miami 2×2 Palmeiras
Real Madrid 3×1 Pachuca
Palmeiras 2×0 Al Ahly
Palmeiras 0x0 Porto


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TRANSAMÉRICA (São Paulo – FM 100,1; Rio de Janeiro – FM 101,3)
47 jogos e meio transmitidos

Indiscutivelmente, a transmissão mais abrangente da Copa do Mundo de Clubes. Todas as partidas têm narração e comentários, seja no FM e no YouTube, seja somente no YT – no entanto, Benfica x Auckland City teve apenas o primeiro tempo veiculado, conforme explicado mais acima. Foram enviados aos EUA inicialmente os repórteres Leandro Boudakian e Caíque Silva, a eles se juntando no mata-mata Éder Luiz e o comentarista José Calil.

O “Dez do Rádio” foi quem fez menos partidas até aqui, mas sempre titular do Palmeiras. Todas dos clubes do Rio de Janeiro foram narradas por Vitor Costa e reportadas por Léo Pinheiro, que estão em São Paulo – notou-se a ausência de Bruno Cantarelli, presente nos EUA pelo “Charla Podcast” em dupla com Beto Júnior. Ricardo Melo e Guilherme Lage tiveram uma dezena de transmissões cada.

A principal curiosidade ficou para os jogos exclusivos do YouTube, todos eles feitos por Marcos Braga, mais conhecido como DJ musical e aqui exercendo sua verve de locutor esportivo – ele chegou a compor a equipe da Transamérica Rio em 2020, junto de Vitor Costa e à ocasião de Sidnei Marinho. Seu parceiro nos comentários foi Renato Tortorelli, o que conferiu doses generosas de humor às transmissões.

ÉDER LUIZ: 6 jogos e 12 gols narrados (2 por jogo)
Inter Miami 2×2 Palmeiras
Real Madrid 3×1 Pachuca
Palmeiras 2×0 Al Ahly
Real Madrid 1×1 Al Hilal
Palmeiras 0x0 Porto
Inter Miami 0x0 Al Ahly

GUILHERME LAGE: 10 jogos e 33 gols narrados (3,3 por jogo)
Juventus 2×5 Manchester City
Benfica 1×0 Bayern de Munique
Manchester City 6×0 Al Ain
Inter de Milão 2×1 Urawa
Bayern de Munique 2×1 Boca Juniors
Inter Miami 2×1 Porto
Manchester City 2×0 Wydad
Monterrey 1×1 Inter de Milão
Los Angeles 0x2 Chelsea
PSG 4×0 Atlético de Madrid

MARCOS BRAGA: 11 jogos e 30 gols narrados (2,72 por jogo)
Al Hilal 2×0 Pachuca (YT)
Wydad 1×2 Al Ain (YT)
Urawa 0x4 Monterrey (YT)
Borussia 1×0 Ulsan (YT)
Espérance 0x3 Chelsea (YT)
Auckland 1×1 Boca (YT)
Porto 4×4 Al Ahly (YT)
Seattle 0x2 PSG (YT)
Los Angeles 0x1 Espérance (YT)
Pachuca 1×2 Salzburg (YT)
Ulsan 0x1 Mamelodi (YT)

RICARDO MELO: 10 jogos e meio e 45 gols narrados (4,28 por jogo)
Salzburg 0 x 3 Real Madrid
Inter de Milão 2×0 River Plate
Juventus 4×1 Wydad
River Plate 0x0 Monterrey
Mamelodi 3×4 Borussia
Benfica 6×0 Auckland (primeiro tempo 1×0)
Seattle 1×3 Atlético de Madrid
Al Ain 0x5 Juventus
River Plate 3×1 Urawa
Boca Juniors 2×2 Benfica
Bayern 10×0 Auckland

VITOR COSTA: 10 jogos e 19 gols narrados (1,9 por jogo)
Fluminense 0x0 Mamelodi
Los Angeles 1×1 Flamengo
Botafogo 0x1 Atlético de Madrid
Salzburg 0x0 Al Hilal
Fluminense 4×2 Ulsan
Flamengo 3×1 Chelsea
Botafogo 1×0 PSG
Fluminense 0x0 Borussia
Flamengo 2×0 Espérance
Seattle 1×2 Botafogo


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TUPI (Rio de Janeiro – FM 96,5)
13 jogos transmitidos

Os co-titulares Luiz Penido e José Carlos Araújo mantém o revezamento nas transmissões dos clubes do Rio, mas a grande curiosidade ficou para raras partidas tanto com o Palmeiras quanto sem brasileiros em campo que a Tupi cobriu. O ponto negativo é a ausência de profissionais nos EUA, mesmo da reportagem.

GABRIEL ANDREZO: 1 jogo e 4 gols narrados (4 por jogo)
Inter Miami 2×2 Palmeiras

JOSÉ CARLOS ARAÚJO: 5 jogos e 8 gols narrados (1,6 por jogo)
Fluminense 0x0 Mamelodi
Botafogo 0x1 Atlético de Madrid
Flamengo 3×1 Chelsea
Fluminense 0x0 Borussia
Seattle 1×2 Botafogo

LUIZ PENIDO: 4 jogos e 11 gols narrados (2,75 por jogo)
Los Angeles 1×1 Flamengo
Fluminense 4×2 Ulsan
Botafogo 1×0 PSG
Flamengo 2×0 Espérance

RAFAEL PENIDO: 3 jogos e 10 gols narrados (3,33 por jogo)
Real Madrid 3×1 Pachuca
Palmeiras 2×0 Al Ahly (YT)
PSG 4×0 Atlético de Madrid

Um vídeo sobre o rádio, o YouTube e o canal Feras do Rádio

O vídeo de hoje é diferente (está aí embaixo). É sobre o canal Feras do Rádio no Youtube, que visa apenas e tão somente preservar a memória do rádio (tem rádio aí que nem dá bola para isso) e servir de apoio para o Radioamantes. No entanto, caso alguém se sentir prejudicado no que se refere a direitos autorais, basta seguir as instruções que estão no próprio vídeo ou então na página inicial do perfil: https://www.youtube.com/@ferasdoradio.

Os 20 anos da Band News FM

Rodney Brocanelli faz um apanhado dos 20 anos da Band News FM, a serem comemorados em 20 de maio. Veja abaixo.

Análise: a migração do AM para o FM virou uma esculhambação

Infelizmente, o processo de migração do AM para o FM estendo virou uma tremenda esculhambação (alô Wanderley Nogueira). Em vez das emissoras migrantes ajudarem a consolidar o FM estendido, em algumas cidades (especialmente capitais), é feita uma solicitação de mudança para o dial normal. É a migração da migração. Rodney Brocanelli analisa esse estado de coisas no vídeo abaixo.

Se você ainda não sabe o que é FM estendido, descubra do que se trata no link abaixo:

Clique e veja.

Vídeo: pautas positivas tentam trazer de volta anunciantes ao rádio

Volta e meia é possível encontrar em sites e redes sociais informações que falam sobre o alcance do rádio junto ao público. Essa e outras pautas positivas tem como finalidade trazer de volta o anunciante que migrou para Internet. Rodney Brocanelli fala sobre o assunto, citando declarações de Nando Gross e José Silvério, que sabem muito sobre o veículo. E ainda, uma triste constatação: a migração do AM para o FM virou uma esculhambação (alô Wanderley Nogueira). Veja abaixo.

Equipamentos de som,radio antigo,Rádio

Para pensar na cama, como diria o saudoso Joelmir…

Por Rodney Brocanelli

Uma reflexão em vídeo sobre a relação da grande mídia (jornais e portais) com o meio rádio. Veja abaixo.

Legado de Tuta: a revolução na Rádio Jovem Pan

Por Rodney Brocanelli

Antônio Augusto Amaral de Carvalho, o seu Tuta, morto aos 92 anos nesta segunda (04) conseguiu criar duas rádios. Explicando: no final dos anos 1960, a Rádio Panamericana era uma emissora “que estava sem rumo, sem faturamento, sem nada”, conforme palavras dele próprio ao livro “Jovem Pan, 50 anos”, lançado em 1994, pela Editora Maltese.

A partir de uma ideia do pai e então proprietário, Paulo Machado de Carvalho, a estação mudou de nome para Jovem Pan, a fim de aproveitar o sucesso do programa Jovem Guarda, da TV Record, comandado por Roberto Carlos.

Nesse processo de reformulação, a rádio se escorou em dois pilares. Um deles, a cobertura do futebol. O outro foi aproveitar a audiência a popularidade dos astros e estrelas da tevê e criar programas para eles na Pan.

Ele conta: “(…) eu fui buscar o pessoal da TV Record para fazer programas na Jovem Pan. Vieram o Roberto Carlos, o Erasmo Carlos, a Wanderléia, o Agnaldo Rayol, Cidinha Campos, Hebe Camargo, Elis Regina, Jair Rodrigues, Miriam Batucada e muitos outros. A gente começou a fazer programas de 15 minutos, de meia-hora e até de uma hora, dependendo do artista”.

Os resultados, segundo Tuta, não tardaram a aparecer:

“A rádio começou a ficar conhecida. As pessoas queriam saber das coisas dos grandes ídolos da música popular brasileira e da TV Record. E tudo isso estava na Jovem Pan”.

A outra rádio veio depois: “(…) com o passar do tempo, a gente começou a colocar jornalismo. Eu sempre achei o jornalismo importante. Primeiro, criamos a Equipe Sete e Trinta”, depois o Jornal de Integração Nacional e, por fim o Jornal da Manhã (…) Primeiro, colocamos uma viatura de reportagem nas ruas. Depois duas. O número de viaturas foi crescendo. Hoje (1994) são 14, que estão em todos os lugares da cidade, informando sempre”.

Uma característica marcante desta Jovem Pan foi a prestação de serviço, iniciada com a Sala do Povo, comandada por Augusto Tovar, fazendo um atendimento constante ao ouvinte, encaminhando queixas às autoridades competentes e, depois, recebendo soluções. Isso depois foi ampliado e aperfeiçoado com as informações sobre trânsito e estradas.

Outro exemplo dessa prestação de serviço foi acompanhada durante os incêndios dos edifícios Andraus e Joelma, no centro de São Paulo. Durante a cobertura das tragédias, a Pan não se limitou apenas a acompanhar os fatos, mas passou a auxiliar a Defesa Civil, fazendo uma conexão de informações. No caso do Joelma, Muitos ouvintes chegaram a ligar para a redação da Pan e informar onde estavam as vitimas.

Não bastasse tudo isso, a Pan serviu de porta voz oficial do Corpo de Bombeiros para solicitar caminhões-pipa para ajudar no abastecimento de água.

Outras ideias pontuais de Tuta também deram o que falar. Em 2002, a Jovem Pan decidiu como forma de protesto não comprar os direitos de transmissão da Copa do Mundo a ser disputada naquele ano tanto na Coreia como no Japão. Era a primeira vez que que Rede Globo seria responsável pela venda e o preço foi muito salgado.

Para não ficar totalmente de fora, a emissora se escorou em dois pilares. Um deles foi o trabalho do enviado especial Wanderley Nogueira, que acompanhou o dia-a-dia da seleção brasileira. O outro foi o investimento em uma equipe de comentaristas ilustres. Técnicos de futebol, entre ele Wanderley Luxemburgo, Zagallo, Leão, entre outros, e jogadores como Romário, deixado de fora da convocação final.

Todos eles iram participar de uma espécie de mesa redonda ao vivo, durante os jogos da seleção. Não haveria narração, apenas opinião dessas figuras e dos integrantes da equipe de esportes da emissora.

O resultado: a cobertura da Jovem Pan teve audiência e gerou muita repercussão nas outras mídias, especialmente a impressa e também na incipiente Internet, cujos portais de notícias e blogs davam seus primeiros passos.

Outra inovação: mudar o jeito como se informa o tempo de jogo durante uma transmissão esportiva. Enquanto as outras emissoras informam o tempo crescente (de 1min. até 45min.), a rádio do seu Tuta resolveu ir na contagem decrescente e os narradores da emissora informavam quanto falta para o fim de jogo.

Tuta se afastou do dia-a-dia da emissora em 2014. Grande parte do que foi implantado por ele foi sendo modificada aos poucos. A prestação de serviços foi deixada de lado e em seu lugar o jornalismo opinativo veio ganhando força cada vez mais. Isso se expandiu para a emissora de televisão que hoje opera na tv por assinatura, criada sob as bases da rádio.

O esporte, por sua vez, teve seu espaço migrado para o YouTube. Apesar da presença de alguns veteranos da época de Tuta e ter audiência, a quantidade de horas no ar e a qualidade nem se compara aos anos 1970, 1980 e 1990.

A ausência de Tuta foi muito sentida por velhos companheiros. Um deles, Joseval Peixoto, em 2015, relembrou várias ideias que o patrão teve e que ele, Joseval, ajudou a executar na emissora, como a cobertura do carnaval e o sermão da Paixão, marcas registradas da Pan. “É um grande vazio a ausência do Tuta aqui na Jovem Pan”, disse o apresentador na ocasião. Ouça abaixo.

Anotações sobre a cobertura dos Jogos Olímpicos pelo rádio

Por Rodney Brocanelli (*)

De todas as emissoras de rádio que transmitiram os Jogos Olímpicos de Paris, a que mais se destacou foi a Rádio Gaúcha, de Porto Alegre. Tal como já havia feito em outras competições, a emissora investiu na reportagem, colocando seus profissionais nas arenas e estádios não só onde estavam os atletas brasileiros.

Essa estratégia de cobertura gerou grandes momentos. Um deles foi a entrevista com Novak Djokovic. Ao ver a bandeira do Brasil no uniforme usado pelo repórter Rodrigo Oliveira, o tenista mandou um abraço para a “galera” brasileira e ainda citou Guga Kuerten.

Outro momento, também protagonizado por Oliveira foi na entrevista com Augusto Akio, medalha de bronze no Skate Park. Assim que soube que o jornalista era gaúcho, o atleta lhe deu um abraço e fez uma declaração emocionada de solidariedade ao povo do Rio Grande do Sul: “Força, Rio Grande do Sul. Força mesmo. De verdade”.

Essa prioridade na reportagem fez com na final individual da ginástica artística, dois repórteres fossem escalados. Alice Bastos Neves e o já citado Oliveira ficaram em posições diferentes da zona mista. Alice “pressionou a saída de bola”, Rodrigo “ficou de líbero”, conforme a definição feita por ele na transmissão.

A cobertura ostensiva da Gaúcha não significou a derrubada de sua programação normal. Um exemplo: a semifinal do tênis de mesa, que teve a participação de Hugo Calderano, aconteceu bem no horário do Timeline Gaúcha. Com isso, os apresentadores Kelly Matos, Luciano Potter e Paulo Germano entraram para valer na transmissão, que contou com o quase onipresente Rodrigo Oliveira diretamente do local da disputa.

Outro exemplo aconteceu no Super Sábado, que mesclou cobertura do dia olímpico (foi justamente no sábado a fala já citada de Djokovic) , entrevistas e músicas ao vivo. Uma misturinha bem boa.

Sei que o destaque para Gaúcha vai ficar grande (entretanto ela merece), mas outro ponto positivo de suas transmissões foi a participação de Adriana Alves, coordenadora técnica da CBG (Confederação Brasileira de Ginástica), explicando didaticamente todos os movimentos de Rebeca Andrade, Simone Biles e das outras ginastas.

Outras emissoras também não abriram mão de sua programação normal. A Bandeirantes manteve toda sua grade, em especial a do período matutino. Quando havia alguma competição importante, era acionada a Central Olímpica, com os narradores Pedro Ramiro e Pedro Martelli, e o comentarista poliesportivo Marcelo Romano (uma grata surpresa).

Para este radiomante, foi difícil achar a cobertura da Transamérica. Na grande final dos 400m da natação masculina, com Guilherme “Cachorrão” Costa, em um sábado, a expectativa era ouvir Álvaro José. Entretanto, bem naquele momento, a emissora estava com a sua programação musical normal. A emissora, pelo jeito, priorizou os esportes coletivos e o foco não esteve apenas nas participações brasileiras. Na manhã deste domingo, houve a transmissão da final do vôlei feminino, envolvendo Itália x EUA, com a narração de Thomaz Rafael e comentários de William Carvalho, ex-jogador, medalhista olímpico e atual técnico.

Mal chegou à CBN e o narrador Rodrigo Bitar já participou de uma cobertura de fôlego. Ele narrou os principais jogos da seleção brasileira feminina até a grande final. Com Leonardo Dahi, ele fez duas finais seguidas, uma da ginástica e a do judô por equipes, além de outras participações importantes. A final do judô teve uma curiosidade bem legal: Bruno Faria, repórter da equipe esportiva de São Paulo, atuou como comentarista não por acaso. Ele praticou a modalidade, sendo federado por nove anos. Ou seja, procurando bem, dá para achar especialista jornalista.

Ainda sobre a CBN, importante notar que, ao contrário do que aconteceu em Tóquio 2021, a Globo Rio não participou desta cobertura.

Mario Henrique Caixa, da Itatiaia, talvez seja um dos poucos narradores titulares que não fica limitado apenas ao futebol, ou melhor apenas ao Atlético-MG. De Paris, ele narrou as partidas de vôlei masculino e feminino, além de fazer a grande final do futebol feminino.

Marcelo do Ó, da Band News FM, foi outro titular que fez outras modalidades. No entanto, seu perfil é muito mais poliesportivo (e com grande competência). Éder Luiz, na Transamérica, fez Brasil x EUA pelo futebol feminino e ainda teve gogó para narrar os instantes finais de Brasil x Turquia pelo vôlei feminino.

Como já escrito em outras ocasiões, uma pena que uma cobertura como essa não deixa legado. Certamente, não voltaremos a ter uma transmissão de tênis de mesa na Rádio Bandeirantes. As emissoras seguirão priorizando o futebol em seu cardápio, como em outras vezes.

Em comparação aos jogos de Tóquio, em 2021, tivemos mais rádios transmitindo os eventos de Paris 2024. Há três anos, apenas Gaúcha e Globo/CBN tiveram os direitos de transmissão. Naquela época, vivamos ainda sob a sombra da Covid-19, em termos sanitários e econômicos. Bom ouvir o Grupo Bandeirantes de volta, assim como Itatiaia e Transamérica.

Los Angeles é logo ali. Baseado no que aconteceu em 1984, o fuso horário poderá ajudar a uma cobertura mais extensiva do rádio por que os eventos principais acontecerão no período noturno. O único fator que poderá atrapalhar é o futebol doméstico. A inauguração está prevista para o dia 14 de julho de 2028. Começou a contagem regressiva!

(*) este post não seria possível sem o auxílio luxuoso de Edu Cesar, do Papo de Bola

2024.08.05 – Jogos Olímpicos Paris 2024 – Ginastica artistica – A ginasta brasileira Rebeca Andrade conquista a medalha de ouro na final do solo. Foto: Alexandre Loureiro/COB.

A Transamérica FM de Salvador vai ser vendida?

Por Rodney Brocanelli

A Rádio Transamérica FM de Salvador, uma das sete emissoras próprias da rede, vai ser vendida? Não sabemos. A única coisa que existe de concreto são informações veiculadas por veículos de imprensa. Na segunda quinzena de maio, o portal Alô Juca, que é da capital baiana, trouxe as primeiras notícias. A frequência de 100,1Mhz (a mesma de São Paulo, uma coincidência) seria comprada pelo Grupo Aratu (leia mais aqui).

Pouco mais de quinze dias depois, o colunista Rennan Setti, de O Globo, voltou ao tema, dizendo que “com a aquisição, o grupo Aratu vai entrar em um novo segmento de radiodifusão, e as herdeiras de Aloysio Faria vão acrescentar mais um cheque à sua ofensiva por liquidez” (veja aqui se o paywall deixar).

A Rede Transamérica é propriedade do Grupo Alfa, de propriedade das herdeiras do banqueiro Alyosio Faria, conhecido por ser controlador do Banco Real, que foi um dos maiores do Brasil e que foi sucedido pelo Santander. Faria morreu em setembro de 2020 (leia mais aqui).

Pouco tempos depois de sua morte, suas herdeiras decidiram se desfazer de uma série de empresas do grupo. Conforme o site Infomoney, em texto publicado em novembro de 2022, “o próprio Aloysio Faria deixou em seu testamento a recomendação, agora levada a cabo, da venda de ativos e da divisão de patrimônios em escritórios de administração de fortunas” (leia mais aqui).

Até então, nenhuma emissora própria da Transamérica (saiba quais são aqui) não havia entrado nessa onda de vendas. Muito pelo contrário, o braço radiofônico do Grupo Alfa tem feito investimentos importantes nos últimos tempos, entre eles a compra dos direitos do campeonato mundial feminino de futebol em 2023, o Mundial de Clubes da Fifa também de 2023 (vencido pelo Fluminense) e dos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.

Além disso, existe um processo de expansão de afiliadas. No último mês de março, foi inaugurada uma emissora em Campinas (SP).

Na parte de programação, é possível destacar a volta do Estúdio Ao Vivo, uma das atrações mais clássicas da emissora, que fez muito sucesso em 1990. São movimentações de muita importância para o mercado e que sinalizam uma continuidade, não uma ruptura.

O Radioamantes procurou a assessoria de comunicação da Transamérica para falar sobre essa possível venda. Até a publicação deste post, não veio qualquer resposta. O espaço segue aberto para qualquer manifestação oficial.

TV no rádio: áudio do Band News TV terá espaço nas madrugadas da Rádio Bandeirantes

Por Rodney Brocanelli

Antes ocupadas pelo tradicional Bandeirantes a Caminho do Sol, as madrugadas da Rádio Bandeirantes serão ocupadas com o áudio do Band News TV, canal de notícias da tv por assinatura. A informação foi dada por Flávio Ricco em sua coluna de sábado e confirmada pelo blog Radioamantes.

Coincidência ou não, tal medida ocorre quase dez anos depois que a atração passou por uma reformulação que a descaracterizou. Em um outro momento de crise do Grupo Bandeirantes, em agosto de 2013, a rádio passou por uma onda de demissões. Zancopé Simões, que na época, estava à frente do programa, foi dispensado. A partir de então, o programa alternava blocos musicais com reprises de programas e entrevistas veiculadas na programação normal da emissora.

Apenas em 2018, houve uma exceção e o programa foi todo ao vivo. Na virada de 6 para 7 de abril daquele ano houve toda a expectativa para a prisão de Luis Inácio Lula da Silva devido aos desdobramentos da Operação Lava Jato. João Paulo Cappellanes esteve na âncoragem, com intervenções ao vivo de Yuri Cavalieri, diretamente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, local onde Lula permaneceu até se entregar às autoridades.

Nos últimos anos, o Bandeirantes a Caminho do Sol voltou a ter apresentação ao vivo de forma mais regular, tendo a frente o jornalista Vitor Lupato.

Em 2022, o período das 04h às 06h passou a ser ocupado pela veículação do 1º Jornal, da TV Bandeirantes, apresentado por João Paulo Vergueiro.

Reflexo de uma nova crise

Isto nada mais é que um reflexo de uma nova crise pela qual passa o Grupo Bandeirantes de Comunicação, deflagrada após o fracasso da passagem de Fausto Silva pela TV Bandeirantes, como apontam vários sites que cobrem o veículo.

Ao menos, mais dois reflexos foram sentidos nas emissoras de rádio do grupo. Uma foi a demissão de Agostinho Teixeira, que comandava o Manhã Bandeirantes ao lado de José Luiz Datena. A outra é que a Rádio Band News também foi atingida. Juliana Yamaoka, que integrava a equipe esportiva, deixou a emissora.

Ainda sobre a demissão de Agostinho Teixeira, o apresentador José Luiz Datena fez um desabafo: “Eu recebi como uma facada no meio do meu coração a demissão do meu irmão, amigo, camarada, parceiro, Agostinho Teixeira. Foi algo superinesperado. Não imaginei que no meio dessa tempestade eu iria perder, profissionalmente, um amigo tão importante na minha carreira aqui na Rádio Bandeirantes”.

Datena já havia sofrido um outro golpe após a perda de investimentos no Brasil Urgente, que apresenta na tv. A atração não conta mais com imagens aéreas de helicóptero, preciosas para a cobertura de fatos policiais.

TV no rádio

Voltando ao Bandeirantes a Caminho do Sol, o que está sendo feito com as madrugadas da Rádio Bandeirantes é um verdadeiro desperdício. Apesar de não existirem pesquisas que comprovem isso, existe uma parcela de público que está disponível para consumir qualquer tipo de conteúdo ao vivo.

A tv por assinatura e muito menos a tevê aberta não contemplam esse contingente de pessoas. O rádio poderia ocupar esse espaço para atendê-los.

E sobre o “tv no rádio”, quem sai perdendo é o ouvinte (sempre ele), que deverá usar muito mais a imaginação para acompanhar um jornalístico pensado e preparado para a televisão.

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Outras anotações sobre a cobertura da Copa do Mundo pelo rádio

Por Rodney Brocanelli

Pedro Ernesto Denardin não narrou o terceiro compromisso da seleção brasileira nesta fase de grupos da Copa do Mundo do Catar. Marcelo de Bona foi escalado para essa transmissão. No final do pós-jogo, Balanço Final, Pedro fez uma breve participação e disse que estava “entupido”. Pouco depois, ele comandou uma edição especial do Sala de Redação.

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E segue o rodízio de narradores nos jogos do Brasil na Energia 97. Fernando Camargo (ex-Bradesco Esportes) foi o titular de Camarões x Brasil. Domenico Gatto fez a estreia, contra a Sérvia. Por sua vez, Luiz Claudio de Paula transmitiu o jogo contra a Suíça.

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Luiz Penido irradiou o jogo do Brasil pela Super Rádio Tupi. E Mario Caixa levou as emoções da mesma partida pela Itatiaia. Ambos também estão no esquema de revezamento em suas emissoras. Espera-se que a seleção brasileira faça os sete jogos para conseguir administrar tantos narradores.

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Todos os citados narraram a derrota do Brasil para a seleção de Camarões: 0 x 1.

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Sem medo de errar, escrevo que o revezamento, antes pontual, é a grande novidade do rádio esportivo brasileiro em termos de Copa do Mundo.

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Pitadinha histórica, nos anos 1970, Fiori Gigliotti era o narrador principal da Rádio Bandeirantes. Nos mundiais de 1974 e 1978, respecitvamente, o Brasil participou da disputa do terceiro lugar e Flávio Araújo irradiou esses jogos.

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Por sua vez, em 1978, José Silvério fez jornada dupla: a decisão do terceiro lugar, envolvendo Brasil e Itália no sábado, e Argentina x Holanda, a final, no domingo. Tudo definido pelo Seu Tuta, o dono da Rádio Jovem Pan. Aquele final de semana foi complicado parao locutor porque ele teve um grave problema de saúde, com uma úlcera estourada. Silvério foi para o sacrifício e com mais um agravante: o segundo narrador já havia rumado para o Brasil.

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Em 1990, na Copa da Itália, Haroldo de Souza só conseguiu transmitir um jogo do Brasil naquela competição (contra a Costa Rica) porque ele foi falar com Nara, esposa de Nelson Sirotsky.

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Instituição no rádio esportivo do Rio Grande do Sul, a Rádio Gaúcha apelou para o duplex, ou, traduzindo, a transmissão simultânea de dois jogos. Isso foi útil porque os jogos da terceira rodada foram no mesmo horário para evitar possíveis marmeladas. O blog Radioamantes acompanhou a definição do grupo E que teve Gustavo Manhago em Espanha x Japão, e André Silva com Alemanha x Costa Rica.

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Homenageando o grande e saudoso Joelmir Beting. Para pensar na cama: será que um dia vamos ter duplex nos rádios esportivos do Rio e de São Paulo?

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A Rádio Bandeirantes interrompeu uma tradição que vinha das duas últimas copas anteriores. Ela não chamou ninguém de sua filial de Porto Alegre para a cobertura desta edição de 2022, pelo menos nesta primeira fase. Em 2014, Daniel Oliveira e Luiz Carlos Reche transmitiram Holanda x Austrália. Quatro anos depois, em 2018, Marco Antônio Pereira e Claudio Duarte foram convocados para a partida Uruguai x Arábia Saudita.

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Marcelo do Ó vem se destacando não apenas pelas suas transmissões na Band News FM, mas por sempre procurar mostrar detalhes de bastidores de cobertura em suas redes sociais. Em muitas das postagens, ele sempre lembra de sua trajetória e de quanto ralou para chegar a um grande evento como a Copa.

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Outro destaque é Luciano Potter, da Rádio Gaúcha. Ele tem participado das transmissões dos jogos de outras seleções, sempre como repórter (ou Repotter) nos estádios e conseguiu registrar declarações de estrelas internacionais do futebol. O craque francês não escapou do microfone de Potter, mas ele se limitou apenas a dizer um “thank you”. Bom, já é alguma coisa.

A falta de consenso sobre os 100 anos do rádio no Brasil

Por Rodney Brocanelli

Estamos chegando às vésperas dos 100 anos do rádio do Brasil, mas infelizmente a data serve para mostrar que não existe um consenso sobre o assunto por aqui. Explicando: a comemoração oficial está marcada para o próximo dia 7 de setembro, pois em 1922, por ocasião do centenário da Independência, ocorreu aquela que seria a primeira transmissão de rádio no Brasil.

Naquela ocasião, o discurso do então presidente Epitácio Pessoa foi transmitido pelas ondas do rádio a partir de um transmissor de 500 watts instalado no alto do Corcovado (RJ). A voz de Pessoa foi captada em receptores espalhados pela cidade do Rio e de municípios vizinhos como Niteroi e Petrópolis. Há quem diga que esse sinal chegou até a cidade de São Paulo.

Entretanto, nos últimos anos, ganhou corpo a tese de que a primeira transmissão de fato de rádio no Brasil teria acontecido muito antes, em 1910 em Recife. Um telegrafista e um grupo de estudantes uniram-se e montaram um equipamento amador e com ele passaram a fazer suas transmissões. A rádio até ganhou um nome: Rádio Clube de Pernambuco.

Infelizmente, a comunidade acadêmica ainda não chegou a um acordo sobre isso. Veja alguns exemplos de quem defende a primazia de Recife aqui, aqui e aqui. Porém existe uma outra corrente que despreza essa questão e segue firme com a data de 1922. É o caso de uma pesquisadora da USP, que participou do programa Canal Livre, da TV Bandeirantes há algumas semanas (veja aqui). Ela até falou de passagem sobre “experiências radiofônicas” feitas antes (citando Recife), sem entrar em detalhes.

Espera-se que se chegue a um consenso a respeito desse assunto. Este radioamante agradece.

Mais uma contribuição para o debate sobre os direitos de transmissão para o radio esportivo

Por Rodney Brocanelli

O jornalista Carlos Guimarães, comentarista e coordenador de esportes da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, publicou na semana passada um importante artigo sobre os possíveis impactos da nova Lei Geral do Esporte para o rádio esportivo. Além de viver o dia-a-dia do veículo, Guimarães também é bastante ativo no meio acadêmico: ele é doutorando em Comunicação, tem mestrado em Comunicação e Informação e especialização em Jornalismo Esportivo.

Guima, como é conhecido, acha que não será desta vez que o rádio deverá pagar para transmitir partidas de futebol ou de qualquer outro esporte. “Entretanto, estamos na contagem regressiva para que isto aconteça”, afimra.

O texto é bastante feliz ao incluir essa medida dentro do processo de elitização do futebol brasileiro, simbolizado pela construção das novas arenas, febre que se iniciou na esteira da nomeação do Brasil como sede da Copa do Mundo em 2014.

Em seguida, Guimarães escreve, em resumo, que o rádio não se modernizou: “Com tanto tempo de existência, da mesma forma que o rádio consolidou uma popularidade, ele não se renovou. Apegou-se numa tradição em que parece feio ou moderninho demais buscar algo novo nesse meio”.

Esse apego, conforme o jornalista, vem dos próprios profissionais: “O rádio rejeita o moderninho porque ele tem um limite para se renovar. É como se a tradição compusesse o seu ethos, a sua razão de existir. Vou dar um exemplo disso. Convivo com pesquisadores e radialistas cotidianamente. Sabe o que mais encanta os meus colegas? A narração de um gol em 1975, uma cobertura internacional de 1968, uma entrevista de 1982, uma vinheta de 1991. O rádio, quando olha para si, olha para trás, nunca para a frente”.

Aqui reside a primeira discordância. Quando se olha para o passado do rádio, isso nada mais é que uma forma de chamar a atenção para as novas gerações que o veículo fazia questão de estar presente em todos os acontecimentos. Quando se cultua a narração de um gol de 1975, é porque certamente narrador, repórter e comentarista estavam no estádio, independente da distância.

O mesmo vale para a cobertura internacional de 1968. O rádio marcava sua presença. Não se fazia uma cobertura à distância, algo que é muito comum nos dias de hoje.

A Rádio Guaíba tem um excelente programa de resgate de sua memória chamado Arquivo Guaíba. Pelo menos duas de suas edições trouxeram exemplos ricos disso, protagonizados pelo jornalista Flavio Alcaraz Gomes.

Em 1969, Gomes esteve em Cabo Canaveral para informar em tempo real sobre a partida da missão Apolo XI, famosa por colocar o homem na lua. Anos mais tarde, o mesmo profissional foi deslocado para o Oriente Médio a fim de acompanhar o conflito (mais um) entre árabes e israelenses naquela que ficou conhecida como a Guerra do Yon Kippur.

Reiterando: quando se cultua os grandes feitos do rádio, isso não quer dizer que seja um apego excessivo ao passado, aquele saudosismo do tipo “na minha época que era melhor”. É uma forma de mostrar o que o rádio já fez. Além disso, é um recado para chamar a atenção de que o veículo pode prosseguir fazendo isso, basta que existam recursos (abordo isso daqui a pouco).

Guima fala muito da linguagem do podcast, mas que na verdade ele nada mais é que um programa de rádio, divulgado em uma outra plataforma. O texto cita o recente sucesso do podcast A Casa da Mulher Abandonada, divulgado pelo jornal (ironia, não?) Folha de S. Paulo. Fica a pergunta: por que nenhuma rádio resolve investir nessa ideia?

Algumas respostas. Primeira é porque ela demanda tempo e na atual configuração das redações de rádio não existem recursos humanos disponíveis para investir em reportagens que deem um certo tipo de trabalho e cuja base não seja apenas feita de entrevistas por telefone ou outros meios. Depois, temos a questão do custo. Se render algum gasto que seja com combustível, por exemplo, a ideia é deixada de lado.

Outro ponto abordado por Gumarães é a linguagem da jornada esportiva. Ele destaca que houve uma evolução ao longos dos anos, apontando que as transmissões de hoje são melhores do que há 50 anos. Ela é “mais humana, menos robotizada, menos engessada, mais coloquial, mais conversada, mais próxima ao ouvinte”. Sem contestações quanto a isso, entretanto, hoje em dia ela é mais afastada das próprias partidas de futebol. Hoje em dia é muito comum a transmissão off tube, em que narrador, comentarista e repórter estão olhando o jogo na tela da tv em vez de ter a visão do estádio. Guma até fala sobre isso, mas como consequência, sem analisar de forma mais profunda a causa.

Vou dar um exemplo pessoal. Entre os anos 1980 e 1990, quando eu abaixava o som da tevê e aumentava o do rádio, eu estava em busca de algo que a imagem não me mostrasse. E digo que em 99% eu conseguia ter isso como consumidor, graças ao talento de profissionais como José Silvério, Wanderley Nogueira, entre tantos outros. Hoje é algo mais difícil de se conseguir devido a questões técnicas, mas ainda é possível.

Guima não esquece da precarização do rádio esportivo: “(…) reduziu-se o efetivo das redações com o profissional multimídia, aquele que cobra o escanteio e chega à área para cabecear. Menos gente fazendo mais coisas pelo mesmo salário. A baixa remuneração também impactou na qualidade dos profissionais. É mais fácil optar por uma outra atividade do que permanecer no rádio, ainda que se tenha paixão pelo meio. A prioridade da vida é pagar os boletos em dia”.

E aí surge a grande pergunta que eu me fiz a partir da leitura do texto: será que estaríamos falando de tudo isso caso as verbas de publicidade não fossem tão ínfimas para o meio rádio? Na última sexta-feira, Nando Gross disse ao podcast Dus 2 que o maior problema do rádio hoje é a questão financeira. “A verba sumiu”, disse ele. “Não temos mais os patrocinadores de R$ 100 mil por mês, como tínhamos nas jornadas. Isso acabou”, completou. (veja aqui). Gross fala com conhecimento de causa, de quem já foi gerente da Rádio Guaíba entre 2014 e 2020.

O rádio até que tem dado alguns passos no sentido de atrair mais verbas. Para isso, a Internet é usada como uma aliada fundamental. O que era antes um programa apenas sonoro, hoje virou visual. E os departamentos de publicidade esperam aquele filme (ainda se diz filme?) de 30 segundos para enriquecer o intervalo da live.

Como diz a letra de Rock Europeu, hit da banda Fellini, um dos expoentes do rock independente brasileiro dos anos 1980: “tudo foi sempre uma mera questão de dinheiro”.

Para quem quiser ler na íntegra o instigante texto de Carlos Guimarães, basta clicar no link abaixo.

https://csguimaraes.medium.com/%C3%A9-o-fim-do-r%C3%A1dio-ou-o-que-vem-por-a%C3%AD-732c696993ba