Geison Lisboa despediu-se nesta segunda (02) da Rádio Guaíba depois de nove anos e dois meses na emissora. O jornalista está se transferindo para a Rádio Gaúcha. A saída de Geison se deu da melhor forma possível, com direito a homenagens, iniciadas no último dia 27 de setembro, na transmissão de Fluminense x Internacional, partida válida pela Copa Libertadores. Na ocasião, o repórter esteve no Maracanã para a cobertura do confronto.
Cristiano Silva, âncora daquela transmissão, foi o responsável por anunciar a mudança de ares do companheiro. Carlos Guimarães não economizou nos elogios a Geison.
Mas ainda havia mais por vir. Na edição do Repórter Esportivo houve a despedida oficial. Ao fazer o seu destaque final, o repórter Rafael Pfeiffer não fez o destaque final do Grêmio. “Foi demais trabalhar contigo”, disse.
“Te desejo muito sucesso”, afirmou Paulo Nunes, o setorista do Internacional. Coordenador de esportes da Guaíba esteve presente no estúdio e até fez uma brincadeira: “Sabe que ao contrário da outra , nós vamos deixar tu se despedir, pode fazer aqui tranquilo, não tem nenhum problema”, em uma evidente citação ao episódio vivido por Leonardo Meneghetti no Grupo Bandeirantes de Comunicação, de Porto Alegre.
“Tu é um cara que toda a equipe gosta. Certamente eu estou aqui em nome de toda a nossa equipe de esportes desejando a ti boa sorte no teu futuro, na tua jornada, na tua caminhada, tu deixas as portas abertas aqui na Rádio Guaíba, não tenha dúvidas disso. Foi um privilégio legal para todos nós termos estado com a tua convivência, com a tua companhia”, disse Oliveira.
Emocionado, Geison deixou um recado importante no ar: “Cuidem bem da Guaíba(…)Esse microfone, ele merece muito respeito. Durante esses nove anos, isso nunca faltou de minha parte”.
Uma pena que essa mudança vai significar o fim de um dos melhores podcasts de entrevistas da web, o Dus 2, que Geison comandava ao lado de Cristiano Silva.
Veja abaixo a despedida de Geison Lisboa no Repórter Esportivo.
Em 2012, logo após deixar a Rádio Bandeirantes, de Porto Alegre, Haroldo de Souza quase voltou para a Rádio Gaúcha. Hoje na Rádio Grenal, o narrador contou essa passagem de sua carreira em uma entrevista ao canal de Duda Garbi, no You Tube.
“Fui pedir emprego ao Nelson”, disse Haroldo, referindo-se a Nelson Sirotsky, atual presidente do Conselho de Administração do Grupo RBS que, entre outros veículos, controla a Gaúcha.
Durante a entrevista, o narrador fez questão de dizer que não sabia que naquela ocasião Pedro Ernesto Denardin, narrador titular da Gaúcha, estava passando por problemas de saúde e, conforme as palavras de Haroldo, houve o risco de Pedrão, como é carinhosamente chamado, não desempenhar mais sua atividade principal.
Ainda segundo o depoimento, Nelson aceitou a solicitação de seu antigo funcionário (Haroldo trabalhou na Gaúcha entre 1974 e 1991). “Ficou mais ou menos certo que eu estaria voltando”, disse. Entretanto, o retorno não se consumou. “Graças a Deus, o Pedro se recuperou e voltou para a rádio e aí a minha volta pra lá…”, declarou, fazendo depois um gesto negativo com os braços.
Ainda assim, Haroldo teve um benefício: ele recebeu salário do Grupo RBS durante um ano, mesmo trabalhando na Rádio Grenal, emissora em que estreou no dia 21 de outubro de 2012.
Apesar de tecer palavras elogiosas a Nelson, o locutor esportivo ainda faz questão de dizer que alguém da Rádio Gaúcha tem algo contra ele e dá como exemplo o fato de que muitos registros de gols foram apagados do arquivo.
E para terminar fica o registro de que o bom Duda Garbi se surpreendeu ao saber que a partida Grêmio x Hamburgo, decisão do Mundial (ou qualquer outro nome que os leitores queiram dar) de 1983 foi narrado por Haroldo na Gaúcha. “Eu só ouço as narrações do (Armindo Antonio) Ranzolin como se fossem na Gaúcha”, afirmou o youtuber. “O Ranzolin narrou na Guaíba”, respondeu Haroldo.
De fato, Haroldo de Souza narrou aquela histórica partida na Gaúcha, enquanto que Armindo Antonio Ranzolin fez sua transmissão pela Guaíba. O que talvez Duda não saiba é que ambas as emissoras fizeram um raro acordo no passado e trocaram seus áudios, como duas crianças trocam figurinhas.
Com isso, enquanto Haroldo esteve na Guaíba, os ouvintes ouviam a sua narração daquela decisão, enquanto que os ouvintes da Gaúcha escutavam a narração de Ranzolin. Isso valeu para outros áudios.
O aniversário da Rádio Guaíba, que comemora 66 anos neste dia 30 de abril, foi lembrado na jornada esportiva da Rádio Gaúcha, uma de suas principais concorrentes. Luciano Périco foi o responsável por citar a efeméride em um espaço dedicado ao registros de aniversários durante a jornada esportiva que envolveu a dupla Grenal. O comentarista Alex Bagé fez questão de dizer que começou sua carreira na emissora. Ouça e veja abaixo.
Em entrevista ao podcast Dus 2, Haroldo de Souza fez uma revelação curiosa. O narrador esportivo disse que fica feliz quando os repórteres de campo chamam sua atenção quando está identificando de forma equivocada um jogador durante a transmissão de uma partida. “O repórter que é bom, ajuda”, declarou.
No entanto, nem todos os colegas têm esse espírito colaborativo, segundo Haroldo. “Tem uns repórteres que não gostam de ajudar(…) eu fico mais feliz quando me chamam a atenção do que aquele que permite que eu faça o jogo inteiro com o nome trocado, sem que me avisem. Aí eu fico realmente pê da vida e muito magoado, seja quem for esse profissional”, afirmou.
Outra coisa que Haroldo gosta em uma jornada esportiva é que o repórter esteja ligado na hora do gol para ajudar na identificação de seu autor. Em muitos casos, o narrador estica o grito porque não conseguiu ver quem empurrou a bola para o fundo da rede. Em casos assim, quem está no gramado deve ajudar. “Pode falar forte, não tem problema (…) É o mínimo que a gente espera”, falou.
Não deixa de ser curiosa essa fala de Haroldo, um narrador consagrado, que está caminhando para os 50 anos de atuação no rádio de Porto Alegre (ele chegou à cidade em 1974). Colegas seus de outras praças já não toleram intervenções, especialmente durante os lances de gol.
Ainda durante a entrevista, Haroldo se disse favorável ao off tube, quando o narrador transmite o jogo dos estúdios, acompanhando os lances pela televisão. “Quando me colocam no tubo, eu não reclamo mais. Hoje eu já sou mais favorável porque que a gente é beneficiado”, disse.
Essa mudança de opinião de deve à estrutura de alguns estádios. O locutor que hoje está na Rádio Grenal disse ter muitas dificuldades na Arena do Grêmio: “Esqueceram do rádio quando construíram os novos estádios. A Arena é dose cavalar para você fazer jogo à noite, com aquele vidro na frente. Se o narrador que falar ‘eu não erro nome de jogador’ tá mentindo, seja ele quem for, porque a gente tem dificuldades, sim”, falou.
Durante o papo com Cristiano Silva e Geison Lisboa, o locutor esportivo fez um apanhando de sua carreira, que conta com passagens pelas rádios Gaúcha, Guaíba e Bandeirantes. Sobre a passagem nesta última emissora, que durou um ano e dez meses, ele não quis entrar em detalhes: “Eu me nego a falar sobre isso porque eu tenho 62 anos de profissão e é a única vez em que fui mandado embora do serviço, sem explicação”.
Talvez essa história seja contada com maior riqueza de detalhes em um livro que Haroldo está prometendo para breve. Veja abaixo a entrevista.
Morreu nesta quinta (29), Pelé. O atleta do século, o jogador que fez mais de mil gols em sua carreira, tricampeão mundial com a seleção brasileira de futebol, multicampeão com o Santos e o homem que foi chamado pelos americanos para ajudar a popularizar o futebol nos Estados Unidos. Ele estava internado no Hospital Albert Eintein, em São Paulo, desde o dia 29 de novembro, para tratamento de um câncer. Sua morte se deu às 15h37, devido à falência múltipla de orgãos, conforme comunicado assinado pelos médicos que cuidavam dele. Tinha 82 anos
Pelé explodiu para o futebol no final da década de 1950, uma época em que a televisão estava se estabelecendo no Brasil. Com isso, o rádio foi o principal veículo que propagou seus grandes feitos em quase 17 anos de carreira. As eras de ouro do rádio esportivo e de Pelé se misturaram.
A Copa de 1958, disputada na Suécia foi a oportunidade para que o mundo conhecesse Pelé e o que ele tinha a oferecer ao mundo de futebol. A competição foi acompanhada in loco e em tempo real pelo rádio. A seguir, destacamos seu primeiro gol na final contra os donos da casa, com a narração de Edson Leite, pela Rádio Bandeirantes.
Infelizmente não existe um registro do famoso gol de placa, que Pelé marcou contra o Fluminense, em pleno Maracanã no ano de 1961. Mas o som do rádio sobreviveu ao longo dos anos. Ouça a narração de Pedro Luiz, pela Rádio Bandeirantes. (Aliás, a ideia partiu do jornalista Joelmir Beting, admirado com a beleza do lance).
Em 1964, Pelé viveu um dia diferente no Santos. Ele marcou três gols na partida contra o Grêmio. Hoje, escreveriam e diriam que ele fez um “hat trick”. Depois, teve que ir para o gol em substituição a Gilmar, que havia sido expulso pelo árbitro. Ouça o registro da Flávio Araújo, pela Rádio Bandeirantes.
Outra emissora que acompanhou de perto a carreira de Pelé foi a extinta Super Rádio Tupi, de São Paulo. Ouça abaixo um dos gols da vitória contra o Palmeiras, pelo campeonato paulista de 1968 narrado por Haroldo Fernandes. A partida terminou 3 a 1 para a equipe santista.
A Super Rádio Tupi foi responsável por outra homenagem a Pelé. Logo após o gol 1000, a emissora decidiu entregar uma lembrança ao Rei do Futebol pelo gol 1040. Não foi por acaso. A emissora operava nos 1040Khz, em São Paulo. Lucas Neto um dos integrantes daquela equipe esportiva contou na Rádio Trianon os detalhes de como se deu todo o cerimonial, em uma partida na cidade de Erechim (RS). Seu colega Victor Moran foi o responsável por dar uma camisa especial a Pelé.
Outra tradição da Super Rádio Tupi era a entrega do Motoradio ao melhor em campo. Pelé ganhou vários deles e até por isso passou alguns de seus prêmios a colegas de Santos, como por exemplo Clodoaldo. Lucas Neto, também pela Rádio Trianon, é quem conta.
Os gols que Pelé não marcou foram, talvez, tão espetaculares quanto os que ele fez. Até hoje se fala na defesa do inglês Gordon Banks após uma cabeçada à queima roupa. Ouça a narração de Pedro Luiz, do pool de rádios paulistas que transmitiu a Copa de 1970.
Ouça abaixo o gol de Pelé na partida em homenagem a Garrincha, em 1973, com a narração de Armindo Antônio Ranzolin, na Rádio Guaíba, de Porto Alegre.
Mesmo que já encaminhando o encerramento de sua carreira na primeira metade da década de 1970, Pelé marcava seus gols importantes. Ouça abaixo um gol de Pelé em uma partida contra o Palmeiras, em 1974. Narração de Oswaldo Maciel, pela Rádio Gazeta.
Pelé fez a sua despedida do futebol brasileiro naquele mesmo ano de 1974, em uma partida do Santos, contra a Ponte Preta, na Vila Belmiro. Ouça o registro da Rádio Bandeirantes, com Flávio Araújo e Fiori Gigliotti.
Pouco depois, já nos vestiários, ele responde brevemente a uma pergunta de um jovem Fausto Silva, então pela Rádio Jovem Pan. Registro da TV Gazeta.
O gol 1000 de Pelé já mereceu um post à parte do Radioamantes, com os principais registros de rádio para este grande momento da carreira do Atleta do Século.
Apresentador da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, Voltarie Porto foi encontrado sem vida por familiares em sua casa na última terça (13). Ele estava na emissora desde 2007. Nos últimos anos, apresentava o Bom Dia, jornalístico que abria a programação da emissora. Além disso, Porto também trabalhou na Record TV, do mesmo grupo. Nela, comandou as versões regionais do Balanço Geral e do Cidade Alerta. Deixou a tevê em março deste ano, ficando apenas no rádio. Tinha 47 anos.
Leia abaixo a nota de pesar emitida pela Guaíba:
A Rádio Guaíba lamenta profundamente a morte do jornalista e apresentador Voltaire Porto, ocorrida nesta terça-feira.
Voltaire comandava o programa Bom Dia, um dos mais tradicionais da grade da emissora, entre segunda e sexta-feira, das 5h30min às 7h.
Profissional versátil, dono de uma espontaneidade ímpar e detentor do dom da comunicação, o jornalista tinha uma audiência cativa.
Os amigos e colegas se solidarizam com a família neste momento de profunda dor.
O velório ocorre nesta quarta-feira, a partir das 15h30min, na capela 9 do Cemitério João XXIII (Av. Natal, 60), em Porto Alegre. O sepultamento está marcado para as 19h, no mesmo local.
A triste notícia foi dada pela Rádio Guaíba durante o programa Contraponto, apresentado por Fabiano Brasil na noite da terça-feira.
Veja abaixo a última edição do Bom Dia sob o comando de Voltarie Porto.
Os poucos repórteres de rádio que ainda entram em campo a fim de trabalhar nas partidas de futebol deverão ter muitos problemas com a temporada de chuvas que vem por aí. No último domingo (09), o repórter Marcio Torvano, da 105 FM, não pode abrir um simples guarda-chuva para se proteger do temporal que caiu na região do estádio do Morumbi antes da partida entre São Paulo x Botafogo, válida pelo campeonato brasileiro de 2022. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) proibiu o uso deste importante acessório (ouça abaixo).
No dia 9 de agosto, durante a transmissão de Grêmio x Operário-PR, partida válida pela série B, o repórter Rafael Pfeiffer relatou o mesmo tipo de situação em um dia chuvoso em Porto Alegre (ouça abaixo).
A restrição vale também para os repórteres-fotográficos. O grande problema é que tanto repórteres como fotógrafos usam equipamentos que podem ser danificados com a chuva. E tem mais: em dias frios, a chuva pode reduzir a temperatura corporal e isso faz com que o sistema imunológico tenha reações que o façam ficar vulnerável aos ataques de vírus (leia mais aqui).
Pode parecer meio óbvio constatar esses fatores de risco, mas, quem determinou esta norma na CBF, infelizmente, não pensou neles.
A Rádio Guaíba, de Porto Alegre, estreou neste sábado (10) uma nova atração futebolística. Comandada por Paulo Nunes, o Zona do Euro, vai falar sobre futebol europeu. Segundo Cristiano Oliveira, comentarista e coordenador de esportes da emissora, disse que a proposta é levar ao ouvinte curiosidades sobre o futebol do Velho Continente de forma descontraída e informal e agregar conhecimento a quem gosta de futebol internacional.
O Zona do Euro pretende também fugir da fórmula do “tablão”, com a simples divulgação dos jogos e os resultados. “Isso qualquer site faz, qualquer busca rápida no Google te dá”, disse Oliveira em manifestação divulgada logo no início do programa (ouça abaixo).
Outro ingrediente na fórmula para agradar a audiência será jogar luz nos clubes europeus que não são gigantes. “Real Madrid, Barcelona, Milan, esses times todo mundo conhece. Agora, o Braga, de Portugal, por exemplo, a rivalidade dos escoceses Glasgow Rangers e Celic, uma rivalidade que envolve religião e futebol, católicos e protestantes, sabe?”, disse Oliveira.
A proposta é mais que bem-vinda. No entanto, a grade de final de semana da Rádio Guaíba é bem flutuante, devido aos jogos da dupla Grenal. Portanto, quem não conseguir ouvir a exibição original do Zona do Euro, terá uma alternativa no perfil que a emissora no Spotify.
Morreu nesta quarta (17) um dos maiores narradores esportivos brasileiros. Armindo Antônio Ranzolin. Ele estava internado em um hospital da cidade de Porto Alegre havia alguns dias enfrentando complicações do Mal de Alzheimer, doença com a qual conviveu, infelzimente nos últimos anos. Tinha 84 anos.
O velório deverá acontecer nesta quinta (18), a partir das 08h. E as 15h está programada a cerimônia de despedida, no Crematório Metropolitando.
Nascido em Caixas do Sul, mudou-se para Lages (SC) quando tinha um ano de vida. Formado em direito, começou sua carreira no rádio em 1956 na Rádio Difusora, de Lages. Foi para Porto Alegre no ano seguinte a fim de completar seus estudos. Em 1959, trabalhou brevemente na Rádio Guaíba. Não ficou na emissora devido a problemas internos. Em seguida, conseguiu uma vaga na Rádio Difusora (hoje Bandeirantes) e nela começou a narrar jogos de futebol.
Foi nessa emissora em que ele narrou seu primeiro Grenal, em 1961. Porém, ele teve que esperar um pouco. Poucos dias antes da partida ser disputada, explodiu toda a confusão causada pela renúncia de Jânio Quadros e as incertezas em torno de sua sucessão. Como se sabe, não havia boa vontade para com o vice, João Goulart, que estava na China e deveria assumir logo o cargo. O então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, resolve confiscar a Rádio Guaíba por algum tempo e inicia a histórica Rede da Legalidade, que ganhou a adesão de diversas emissoras espalhadas pelo país.
Somente depois de toda essa questão política resolvida (40 ou 50 dias depois, conforme seu depoimento), é que Ranzolin pode irradiar o clássico. Entre 1961 e 1995 ele transmitiu 140 Grenais.
Em 1964, após deixar a Difusora de forma tumultuada, foi para a Rádio Farroupilha (então pertencente aos Diários Associados. Já em 1969, ele volta para a Rádio Guaíba trabalhando como narrador, ao lado de Pedro Carneiro Pereira. Em 1973, com a morte de Pereira em um episódio bastante conhecido e triste do rádio gaúcho, passa a ser titular na emissora. Aliás, foi na velha Guaíba que a carreira de Ranzolin começou a deslanchar.
No entanto, em 1984, ele faz seu último grande movimento profissional na carreira, sendo contratado pela Rádio Gaúcha e nela viveu duas fases. Uma como locutor de futebol, até 1995. A partir do momento em que parrou de narrar, permaneceu como apresentador do Gaúcha Atualidade e participando de diversas coberturas jornalísticas.
Tanto na Guaíba como na Gaúcha, Ranzolin exerceu cargos de comando, em paralelo a sua atividade como comunicador.
Ele decidiu se aposentar em 2006. Tinha como objetivos curtir um pouco mais a vida e trabalhar em suas memórias. Entretanto, os planos foram deixados de lado quando a doença se manifestou.
Em janeiro de 2022, Cristina Ranzolin, filha de Armindo Antônio e apresentadora do Jornal do Almoço, da RBS TV, decidiu tornar público os problemas de saúde do pai em um artigo escrito especialmente para o Zero Hora. “Infelizmente meu pai tem Alzheimer, essa doença danada que no início provoca esquecimentos, aos poucos vai roubando a memória e depois vai trazendo outras complicações e limitando cada vez mais os pacientes”.
Numa brevíssima entrevista à Rádio Guaíba, em abril de 2020, Cristina já havia antecipado que a situação de seu pai inspirava cuidados, mas sem citar diretamente a doença: “Meu pai está bastante limitado, infelizmente. Ele está adoentado há muito tempo. Agora ele está mais acamado. Ele está bastante debilitado. Tá indo, sabe? Ele é muito forte. Segue aqui com a gente, mas ele está, infelizmente, numa situação difícil”, afirmou. A apresentadora fez uma breve participação na rádio de um grupo concorrente por ocasião da reprise de dois jogos do arquivo da Guaíba com a narração de Armindo Antônio Ranzolin.
No último domingo, dia dos pais, Cristina postou uma foto em seu perfil no Instagram. Nela, está segurando a mão de Armindo, sendo possível ver uma pulseira de hospital e um fundo com lençóis brancos, dando a entender que ele estava internado. O começo do texto diz: “não, não era esse o Dia dos Pais que eu queria pra nós…”
Como voz das principais conquistas de Grêmio (o Brasileirão de 1981, a Libertadores e o Mundial de 1983 e ainda a Libertadores de 1995) e de Internacional (os Brasileirões de 1975,1976 e 1979), obviamente que houve uma curiosidade em se saber para qual dos dois times o narrador torcia. Até onde este blog sabe, nunca houve uma manifestação oficial por parte dele a esse respeito. Em uma palestra feita na Ulbra, ele declarou torcida para dois times do eixo Rio-SP: Vasco e Palmeiras (seus dois times de botão). Sua justificativa: como ele viveu sua infância em Santa Catarina, ouvia as rádios das duas cidades. Ranzolin só foi mesmo conhecer a rivalidade Grenal quando se mudou para Porto Alegre. Ouça abaixo.
Ouça abaixo a narração para o Gol de Baltazar, que garantiu ao Grêmio o título de campeão brasileiro de 1981.
Ouça o gol de Falcão, pelo Internacional na partida contra o Palmeiras, em 1979. O ex-jogador e técnico hoje é casado com Cristina Ranzolin.
E para finalizar, um gol da seleção brasileira: Júnior faz o gol da vitória sobre a Alemanha pelo placar de 1 a 0, em 1982.
Um painel com o logotipo da Rádio Guaíba caiu durante a edição do programa Ganhando o Jogo desta segunda (18). O incidente, que não teve grande maiores consequências, aconteceu no Estúdio Cristal, panorâmico, que permite a observação dos pedestres que passam pela Esquina da Comunicação, em Porto Alegre.
Durante o debate, Ana Aguiar e Luís Magno perceberam que havia algo de errado com painel. Ambos conseguiram, cada um a seu modo, amortizar a queda. Cristiano Silva e Cristiano Oliveira riram muito. Carlos Guimarães seguiu com sua tese. Em seguida, Oliveira colocou o painel de lado. Veja tudo no vídeo abaixo.
Em 2019, um outro incidente deste tipo aconteceu no estúdio principal da Guaíba, com a então apresentadora Ananda Muller (clique abaixo).
O jornalista Carlos Guimarães, comentarista e coordenador de esportes da Rádio Guaíba, de Porto Alegre, publicou na semana passada um importante artigo sobre os possíveis impactos da nova Lei Geral do Esporte para o rádio esportivo. Além de viver o dia-a-dia do veículo, Guimarães também é bastante ativo no meio acadêmico: ele é doutorando em Comunicação, tem mestrado em Comunicação e Informação e especialização em Jornalismo Esportivo.
Guima, como é conhecido, acha que não será desta vez que o rádio deverá pagar para transmitir partidas de futebol ou de qualquer outro esporte. “Entretanto, estamos na contagem regressiva para que isto aconteça”, afimra.
O texto é bastante feliz ao incluir essa medida dentro do processo de elitização do futebol brasileiro, simbolizado pela construção das novas arenas, febre que se iniciou na esteira da nomeação do Brasil como sede da Copa do Mundo em 2014.
Em seguida, Guimarães escreve, em resumo, que o rádio não se modernizou: “Com tanto tempo de existência, da mesma forma que o rádio consolidou uma popularidade, ele não se renovou. Apegou-se numa tradição em que parece feio ou moderninho demais buscar algo novo nesse meio”.
Esse apego, conforme o jornalista, vem dos próprios profissionais: “O rádio rejeita o moderninho porque ele tem um limite para se renovar. É como se a tradição compusesse o seu ethos, a sua razão de existir. Vou dar um exemplo disso. Convivo com pesquisadores e radialistas cotidianamente. Sabe o que mais encanta os meus colegas? A narração de um gol em 1975, uma cobertura internacional de 1968, uma entrevista de 1982, uma vinheta de 1991. O rádio, quando olha para si, olha para trás, nunca para a frente”.
Aqui reside a primeira discordância. Quando se olha para o passado do rádio, isso nada mais é que uma forma de chamar a atenção para as novas gerações que o veículo fazia questão de estar presente em todos os acontecimentos. Quando se cultua a narração de um gol de 1975, é porque certamente narrador, repórter e comentarista estavam no estádio, independente da distância.
O mesmo vale para a cobertura internacional de 1968. O rádio marcava sua presença. Não se fazia uma cobertura à distância, algo que é muito comum nos dias de hoje.
A Rádio Guaíba tem um excelente programa de resgate de sua memória chamado Arquivo Guaíba. Pelo menos duas de suas edições trouxeram exemplos ricos disso, protagonizados pelo jornalista Flavio Alcaraz Gomes.
Em 1969, Gomes esteve em Cabo Canaveral para informar em tempo real sobre a partida da missão Apolo XI, famosa por colocar o homem na lua. Anos mais tarde, o mesmo profissional foi deslocado para o Oriente Médio a fim de acompanhar o conflito (mais um) entre árabes e israelenses naquela que ficou conhecida como a Guerra do Yon Kippur.
Reiterando: quando se cultua os grandes feitos do rádio, isso não quer dizer que seja um apego excessivo ao passado, aquele saudosismo do tipo “na minha época que era melhor”. É uma forma de mostrar o que o rádio já fez. Além disso, é um recado para chamar a atenção de que o veículo pode prosseguir fazendo isso, basta que existam recursos (abordo isso daqui a pouco).
Guima fala muito da linguagem do podcast, mas que na verdade ele nada mais é que um programa de rádio, divulgado em uma outra plataforma. O texto cita o recente sucesso do podcast A Casa da Mulher Abandonada, divulgado pelo jornal (ironia, não?) Folha de S. Paulo. Fica a pergunta: por que nenhuma rádio resolve investir nessa ideia?
Algumas respostas. Primeira é porque ela demanda tempo e na atual configuração das redações de rádio não existem recursos humanos disponíveis para investir em reportagens que deem um certo tipo de trabalho e cuja base não seja apenas feita de entrevistas por telefone ou outros meios. Depois, temos a questão do custo. Se render algum gasto que seja com combustível, por exemplo, a ideia é deixada de lado.
Outro ponto abordado por Gumarães é a linguagem da jornada esportiva. Ele destaca que houve uma evolução ao longos dos anos, apontando que as transmissões de hoje são melhores do que há 50 anos. Ela é “mais humana, menos robotizada, menos engessada, mais coloquial, mais conversada, mais próxima ao ouvinte”. Sem contestações quanto a isso, entretanto, hoje em dia ela é mais afastada das próprias partidas de futebol. Hoje em dia é muito comum a transmissão off tube, em que narrador, comentarista e repórter estão olhando o jogo na tela da tv em vez de ter a visão do estádio. Guma até fala sobre isso, mas como consequência, sem analisar de forma mais profunda a causa.
Vou dar um exemplo pessoal. Entre os anos 1980 e 1990, quando eu abaixava o som da tevê e aumentava o do rádio, eu estava em busca de algo que a imagem não me mostrasse. E digo que em 99% eu conseguia ter isso como consumidor, graças ao talento de profissionais como José Silvério, Wanderley Nogueira, entre tantos outros. Hoje é algo mais difícil de se conseguir devido a questões técnicas, mas ainda é possível.
Guima não esquece da precarização do rádio esportivo: “(…) reduziu-se o efetivo das redações com o profissional multimídia, aquele que cobra o escanteio e chega à área para cabecear. Menos gente fazendo mais coisas pelo mesmo salário. A baixa remuneração também impactou na qualidade dos profissionais. É mais fácil optar por uma outra atividade do que permanecer no rádio, ainda que se tenha paixão pelo meio. A prioridade da vida é pagar os boletos em dia”.
E aí surge a grande pergunta que eu me fiz a partir da leitura do texto: será que estaríamos falando de tudo isso caso as verbas de publicidade não fossem tão ínfimas para o meio rádio? Na última sexta-feira, Nando Gross disse ao podcast Dus 2 que o maior problema do rádio hoje é a questão financeira. “A verba sumiu”, disse ele. “Não temos mais os patrocinadores de R$ 100 mil por mês, como tínhamos nas jornadas. Isso acabou”, completou. (veja aqui). Gross fala com conhecimento de causa, de quem já foi gerente da Rádio Guaíba entre 2014 e 2020.
O rádio até que tem dado alguns passos no sentido de atrair mais verbas. Para isso, a Internet é usada como uma aliada fundamental. O que era antes um programa apenas sonoro, hoje virou visual. E os departamentos de publicidade esperam aquele filme (ainda se diz filme?) de 30 segundos para enriquecer o intervalo da live.
Como diz a letra de Rock Europeu, hit da banda Fellini, um dos expoentes do rock independente brasileiro dos anos 1980: “tudo foi sempre uma mera questão de dinheiro”.
Para quem quiser ler na íntegra o instigante texto de Carlos Guimarães, basta clicar no link abaixo.
O dia 5 de julho marcou uma das datas mais tristes na história da seleção brasileira de futebol. Jogando no estádio Sarriá, em Barcelona, os comandados de Telê Santana perdiam para a Itália pelo placar de 3 a 2 e davam adeus à Copa que no ano de 1982 era disputada na Espanha. Mesmo com as conquistas de 1994 e 2002, torcedores e jornalistas se perguntam até hoje sobre o que deu errado naquele dia. Bastava apenas um empate para que o Brasil chegasse às semifinais. Mas a Squadra Azurra apareceu pelo caminho. Além de adiar o sonho da conquista do título mundial, aquele resultado serviu para sepultar de vez a prática do futebol arte. Desde então, tivemos apenas alguns lampejos que apareciam de forma individual, graças ao talento de Romário e Ronaldo, cada um em sua época.
O blog Radioamantes leva você de volta ao dia 5 de julho de 1982. A nossa máquina do tempo é o rádio.
O quinto sinal da Rádio Bandeirantes marcava pontualmente 12h15, 16h15, horário local. Fiori Gigliotti anuncia o início da partida.
Para espanto geral, a Itáia saia na frente, logo aos 4 minutos de partida. Defesa brasileira vacilou. Paolo Rossi marcava, de cabeça. José Silvério estava na Jovem Pan.
A resposta brasileira não tardou. Sócrates recebeu um belo lançamento de Zico e avançou até entrar na área. O goleiro Dino Zoff tentou fechar o ângulo. Mas o Doutor, com o sangue frio que lhe era pecuilar, mandou para o gol. Osmar Santos narrou esse lance na Rádio Globo.
Mas Paolo Rossi se aproveitava mais uma vez de uma falha da defesa brasileira para marcar o segundo gol da Itália. O lance pegou muita gente desprevenida. José Silvério narrou esse lance na Jovem Pan.
No segundo tempo, o Brasil veio com tudo para tentar ao menos o empate. Falcão, na época o Rei de Roma, mandou um belo chute de média distância. E um detalhe que a televisão não mostrou: Cerezo, um dos responsáveis pelo lance que originou o segundo gol da Itália, chorou de emoção. José Silvério observou bem esse detalhe na Pan.
Armindo Antônio Ranzolin traduziu na Rádio Guaíba todo o orgulho pelo gol do “compatriota” Falcão.
E mais: a emoção de Willy Gonser, enaltecendo o corta luz de Cerezo, pela Rádio Itatiaia.
Mas aquela não era a tarde do Brasil. Em um escanteio aparentemente inofensivo, a Itália chegaria ao seu terceiro gol. Mais uma vez, Paolo Rossi. Flávio Araújo, então na Rádio Gazeta (SP) não escondeu a decepção.
Na Rádio Nacional, o garotinho ligeiro José Carlos Araújo ficou de queixo caído com o gol de Rossi.
O Brasil quase conseguiu o empate em uma cabeçada do zagueiro Oscar. O goleiro Dino Zoff operou um verdadeiro milagre. José Carlos Araújo, na Rádio Nacional, viu essa bola no gol.
Não teve jeito para o Brasil. O árbitro israelense (o Wikipedia diz que ele tem também nacionalidade romena) Abraham Klein apitou o fim de jogo. A perplexidade tomava conta da torcida brasileira. Fiori Gigliotti traduzia bem esse sentimento na Rádio Bandeirantes.
Passado o impacto da derrota, nada melhor que uma avaliação fria para se concluir em que a seleção brasileira errou. Eis a palavra de João Saldanha, então na Rádio Tupi. A metáfora do macaquinho é impagável.
(*) post atualizado e republicado. O original foi divulgado há dez anos (veja aqui). Estamos mesmo ficando velhos.
No último final de semana (18 e 19), o Arquivo Guaíba veiculou uma edição especial de aproximadamente duas horas relembrando a história do jogador Gérson. Destaque do Internacional no início da década de 1990, atuando como centroavante, ele teve de parar com sua carreira após ser diagnosticado com o vírus HIV.
O programa veiculou reportagens de arquivo, datados do ano de 1992 (portanto, há 30 anos) entremeadas com um depoimento recente de Andréa da Silva, com quem Gérson estava casado na ocasião. Em alguns momentos, ela disse ter ficado emocionada ao ouvir esses registros.
Chama a atenção um dos áudios que é de uma entrevista de Luiz Carlos Reche, então repórter da Guaíba, feita com Gérson e sua então esposa na residência do casal. Nos dias de hoje, com atletas de futebol sendo blindados por assessorias, algo do tipo seria impensável.
O programa fez um bom painel de todos os acontecimentos daquela época, com áudios de entrevistas também de médicos e dirigentes do Internacional.
A produção é de Rodrigo Ramos e a apresentação de Luís Magno. Ouça abaixo.
Maria Luiza Benitez, cantora, locutora, jornalista, apresentadora, jogadora de futebol, foi a primeira mulher a fazer reportagem de campo em transmissões de futebol. Benitez, atualmente na Rádio Guaíba, de Porto Alegre, concedeu uma entrevista ao podcast Dus 2 na última sexta (20), em que contou esses e outros detalhes de sua trajetória na comunicação e na música.
Natural de Bagé, em 1969, Benitez escrevia uma crônica para o jornal Correio do Sul, da mesma cidade. Segundo ela, houve um convite vindo da Rádio Cultura, também de Bagé, para que ela participasse do jornal apresentado ao meio dia lendo seus textos. Com o tempo, passou a desempenhar outras atividades na emissora, comandando um programa infantil, programa sobre moda e lendo os avisos tradicionais em rádios do interior.
Foi o radialista Edgar Muza que a chamou para fazer reportagem de futebol, em 1970, ainda em Bagé. Na época, a reação do público que ia aos estádios não era simpática: “Puta! Puta! Puta!”. O xingamento em uníssono não abalou Benitez: “Eu abanava, sorria, distribuía brindes como se nada estivesse acontecendo”, disse. Sua atuação era limitada apenas ao campo de jogo, não havia acesso aos vestiários.
Foi por intermédio de uma reportagem assinada Edegar Schmidt na Folha da Tarde (RS) que a história de Maria Luiza Benitez como repórter de campo ficou conhecida em todo o Rio Grande do Sul.
Um belo dia, em 1976, Benitez decidiu ir até Porto Alegre foi bater logo na porta da Rádio Gaúcha. Após esperar muito, ela fez um teste de locução, de redação e ainda teve de criar um programa feminino: ” A Hora e a Vez da Mulher”.
Da Gaúcha ela foi trabalhar na Rádio Princesa, mas já pensando em um outro salto. Ela foi ouvida por um diretor da Rádio Guaíba e chamada para fazer um teste, em que desta vez ela leu diversos textos comerciais.
Sua rotina não era fácil. Como cantava na noite, Benitez saia direto de suas apresentações para fazer a locução no período da manhã. Entre uma intervenção e outra, ela tirava um cochilo em um piano de cauda que tinha na emissora e coberta com páginas do jornal Correio do Povo. Na crise que assolou a emissora, ela pediu para sair. Voltou algum tempo tempo, como locutora dos tradicionais noticiosos.
No papo conduzido por Cristiano Silva e Geison Lisboa, Benitez também falou sobre sua carreira musical, que começou até antes de sua carreira como comunicadora. Seu nome é intimamente ligado à música nativista (saiba mais o que é clicando aqui), lançou discos, CDs e faz shows pelo interior gaúcho.
Calma, não é isso que vocês estão pensando. O narrador da Rádio Guaíba fez uma participação especial no programa de Clóvis Monteiro, na Super Rádio Tupi nesta última sexta, 29 de abril. Engana-se quem pensou que o tema foi algo ligado ao futebol. José Aldo Pinheiro entrou no ar para relatar dois casos policiais, chacinas ocorridas em um intervalo de 48 horas na cidade de Porto Alegre. A vítimas eram de classe média e as tragédias tiveram motivações financeiras. Ouça abaixo.