Por Rodney Brocanelli
O rádio esportivo do Brasil está em festa. O dia 7 de julho marca a comemoração dos 40 anos de vínculo profissional de Wanderley Nogueira com a Rádio Jovem Pan, de São Paulo. Antes de chegar à emissora, Wanderley teve passagens pelas rádios Marconi e Piratininga. No entanto, antes de acertar com a Pan, ele trabalhou por muito tempo no Grupo Silvio Santos, especialmente na área de Propaganda e Marketing. A troca de emprego foi uma decisão muito bem pensada, e que contou com a ajuda de Nilde, sua esposa. Como executivo, ele ganhava muito bem, cinco vezes mais que a proposta salarial da Pan. Mesmo assim, ele optou pela vaga de repórter. O jornalismo saiu ganhando com isso.
Nas transmissões de futebol, Wanderley fazia “o outro lado do jogo”, levando ao ar curiosidades e fatos pitorescos ligados a uma partida de futebol (parêntese aqui: uma pena que isso se perdeu ao longo dos anos). Com o tempo, começou a participar de coberturas internacionais e não perdeu uma Copa do Mundo desde 1978. Mesmo quando a Jovem Pan não teve os direitos de transmissão do Mundial de 2002, lá estava ele participando das coletivas do então técnico Luiz Felipe Scolari. Enfrentando várias limitações, Wanderley contou a cumplicidade dos jogadores que iam até seu quarto para serem entrevistados.
Aliás, uma das qualidades reconhecidas de Wanderley é como entrevistador. Em entrevista à Álvaro Alves de Faria, no livro “Jovem Pan, A Voz do Rádio”, ele conta que não é necessário entrar em rota de colisão com o entrevistado para conseguir o que se deseja: “eu pergunto o que eu quero para quem eu quero perguntar, sem nenhum tipo de censura e o cara me responde porque eu pergunto com respeito. Eu não trato o entrevistado como interrogado. É diferente: as pessoas confundem entrevista com interrogatório. Não existe comigo esse negócio de brigar com entrevistado. E fazer a entrevista se transformar numa discussão. Isso ocorre e dizem que tudo aquilo ficou bonito naqueles trinta segundos no ar. ‘Nossa, que impacto!’ E daí? Eu não quero brigar com o entrevistado. Quem tem de brigar com o entrevistado é o júri, é o promotor de justiça, não é o repórter. Eu quero perguntar e quero a resposta. A vida é prática assim. Você quer pegar uma formiga, você pega com um pratinho de mel, não pega com pratinho de vinagre. No vinagre, elas desaparecem, no mel, pulam todas. Então, acho que se você souber perceber que essa relação é importante, conversar com pessoas, acho que você cresce todos os dias. Acho que essa é a minha filosofia. Como jornalista, pergunto para todo mundo o que quero e obtenho as respostas sem precisar dar uma bofetada no entrevistado. Mas é uma questão de linha, postura, respeito. As minhas observações fazem com que eu perceba que essa é a linha que funciona”.
Fora do futebol, Wanderley Nogueira já tomou parte em outras coberturas de jornalismo geral pela Jovem Pan. Ele esteve no enterro do presidente eleito, mas não empossado, Tancredo Neves, em São João Del Rey (MG), além de acompanhar catástrofes naturais na Colômbia e no México.
Atualmente, Wanderley comanda os programas “Jornal dos Esportes” e “Esporte em Discussão” e “Plantão de Domingo” Participa das transmissões esportivas da Pan e ainda comanda a cobertura dos desfiles das escolas de samba do grupo especial de São Paulo.
A seguir, alguns registros de Wanderley Nogueira na Jovem Pan.
De 1979, uma entrevista com Jorge Mendonça, atacante do Palmeiras, que estava as voltas com o nascimento de seu filho e além disso era multado em 20% de seu salário pelo clube.
De 2008, o detalhe no gol de Valdivia que definiu a vitória do Palmeiras sobre o Corinthians em partida válida pelo campeonato paulista.
De 2012, um momento divertido do Esporte em Discussão. Ele passou a ler a súmula do árbitro Elmo Alves Resende Cunha em que ele relata as circunstâncias da expulsão do atacante Luis Fabiano na partida entre São Paulo e Atlético-MG, válida pelo campeonato brasileiro. O relatório do apitador registrou todos os xingamentos do atleta são-paulino de forma literal. Na medida do possível, Wanderley conseguiu driblar os palavrões de maneira inteligente e bem-humorada, provocando risos dos outros participantes do programa.
De 2014, os momentos da última edição de No Pique da Pan, atração que esteve por quase 30 anos na grade da Jovem Pan.
De 1998, a apresentação da retrospectiva do futebol em 1998.
Aqui, ele participa do Intervalo Inteligente e do Terceiro Tempo da partida Brasil 3 x 4 Nigéria, partida válida pela semifinal do torneio de futebol dos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996). Participam deste registro Israel Gimpel, Milton Neves e Flávio Prado.
E de 1994, Wanderley comanda as entrevistas pós-Brasil x Suécia, semifinal da Copa dos EUA.
ESSE MERECE MEU RESPEITO, O WANDERLEY NOGUEIRA é um verdadeiro profissional do RÁDIO, faz ele o bem, merecido essa homenagem porque sabe fazer com maestria os seus programas desse meio de comunicação que pra mim é o melhor do MUNDO, esse profissional é de pura qualidade sou fã dele de muito tempo, muitas glórias pra ele e sua família.
CurtirCurtir