Pelé, o craque da era de ouro do rádio esportivo

Por Rodney Brocanelli

Morreu nesta quinta (29), Pelé. O atleta do século, o jogador que fez mais de mil gols em sua carreira, tricampeão mundial com a seleção brasileira de futebol, multicampeão com o Santos e o homem que foi chamado pelos americanos para ajudar a popularizar o futebol nos Estados Unidos. Ele estava internado no Hospital Albert Eintein, em São Paulo, desde o dia 29 de novembro, para tratamento de um câncer. Sua morte se deu às 15h37, devido à falência múltipla de orgãos, conforme comunicado assinado pelos médicos que cuidavam dele. Tinha 82 anos

Pelé explodiu para o futebol no final da década de 1950, uma época em que a televisão estava se estabelecendo no Brasil. Com isso, o rádio foi o principal veículo que propagou seus grandes feitos em quase 17 anos de carreira. As eras de ouro do rádio esportivo e de Pelé se misturaram.

A Copa de 1958, disputada na Suécia foi a oportunidade para que o mundo conhecesse Pelé e o que ele tinha a oferecer ao mundo de futebol. A competição foi acompanhada in loco e em tempo real pelo rádio. A seguir, destacamos seu primeiro gol na final contra os donos da casa, com a narração de Edson Leite, pela Rádio Bandeirantes.

Infelizmente não existe um registro do famoso gol de placa, que Pelé marcou contra o Fluminense, em pleno Maracanã no ano de 1961. Mas o som do rádio sobreviveu ao longo dos anos. Ouça a narração de Pedro Luiz, pela Rádio Bandeirantes. (Aliás, a ideia partiu do jornalista Joelmir Beting, admirado com a beleza do lance).

Em 1964, Pelé viveu um dia diferente no Santos. Ele marcou três gols na partida contra o Grêmio. Hoje, escreveriam e diriam que ele fez um “hat trick”. Depois, teve que ir para o gol em substituição a Gilmar, que havia sido expulso pelo árbitro. Ouça o registro da Flávio Araújo, pela Rádio Bandeirantes.

Outra emissora que acompanhou de perto a carreira de Pelé foi a extinta Super Rádio Tupi, de São Paulo. Ouça abaixo um dos gols da vitória contra o Palmeiras, pelo campeonato paulista de 1968 narrado por Haroldo Fernandes. A partida terminou 3 a 1 para a equipe santista.

A Super Rádio Tupi foi responsável por outra homenagem a Pelé. Logo após o gol 1000, a emissora decidiu entregar uma lembrança ao Rei do Futebol pelo gol 1040. Não foi por acaso. A emissora operava nos 1040Khz, em São Paulo. Lucas Neto um dos integrantes daquela equipe esportiva contou na Rádio Trianon os detalhes de como se deu todo o cerimonial, em uma partida na cidade de Erechim (RS). Seu colega Victor Moran foi o responsável por dar uma camisa especial a Pelé.

Outra tradição da Super Rádio Tupi era a entrega do Motoradio ao melhor em campo. Pelé ganhou vários deles e até por isso passou alguns de seus prêmios a colegas de Santos, como por exemplo Clodoaldo. Lucas Neto, também pela Rádio Trianon, é quem conta.

Os gols que Pelé não marcou foram, talvez, tão espetaculares quanto os que ele fez. Até hoje se fala na defesa do inglês Gordon Banks após uma cabeçada à queima roupa. Ouça a narração de Pedro Luiz, do pool de rádios paulistas que transmitiu a Copa de 1970.

Ouça abaixo o gol de Pelé na partida em homenagem a Garrincha, em 1973, com a narração de Armindo Antônio Ranzolin, na Rádio Guaíba, de Porto Alegre.

Mesmo que já encaminhando o encerramento de sua carreira na primeira metade da década de 1970, Pelé marcava seus gols importantes. Ouça abaixo um gol de Pelé em uma partida contra o Palmeiras, em 1974. Narração de Oswaldo Maciel, pela Rádio Gazeta.

Pelé fez a sua despedida do futebol brasileiro naquele mesmo ano de 1974, em uma partida do Santos, contra a Ponte Preta, na Vila Belmiro. Ouça o registro da Rádio Bandeirantes, com Flávio Araújo e Fiori Gigliotti.

Pouco depois, já nos vestiários, ele responde brevemente a uma pergunta de um jovem Fausto Silva, então pela Rádio Jovem Pan. Registro da TV Gazeta.

O gol 1000 de Pelé já mereceu um post à parte do Radioamantes, com os principais registros de rádio para este grande momento da carreira do Atleta do Século.

Outras histórias de bastidores do gol 1040 podem ser vistas no post abaixo.

Morre Armindo Antônio Ranzolin

Por Rodney Brocanelli

Morreu nesta quarta (17) um dos maiores narradores esportivos brasileiros. Armindo Antônio Ranzolin. Ele estava internado em um hospital da cidade de Porto Alegre havia alguns dias enfrentando complicações do Mal de Alzheimer, doença com a qual conviveu, infelzimente nos últimos anos. Tinha 84 anos.

O velório deverá acontecer nesta quinta (18), a partir das 08h. E as 15h está programada a cerimônia de despedida, no Crematório Metropolitando.

Nascido em Caixas do Sul, mudou-se para Lages (SC) quando tinha um ano de vida. Formado em direito, começou sua carreira no rádio em 1956 na Rádio Difusora, de Lages. Foi para Porto Alegre no ano seguinte a fim de completar seus estudos. Em 1959, trabalhou brevemente na Rádio Guaíba. Não ficou na emissora devido a problemas internos. Em seguida, conseguiu uma vaga na Rádio Difusora (hoje Bandeirantes) e nela começou a narrar jogos de futebol.

Foi nessa emissora em que ele narrou seu primeiro Grenal, em 1961. Porém, ele teve que esperar um pouco. Poucos dias antes da partida ser disputada, explodiu toda a confusão causada pela renúncia de Jânio Quadros e as incertezas em torno de sua sucessão. Como se sabe, não havia boa vontade para com o vice, João Goulart, que estava na China e deveria assumir logo o cargo. O então governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, resolve confiscar a Rádio Guaíba por algum tempo e inicia a histórica Rede da Legalidade, que ganhou a adesão de diversas emissoras espalhadas pelo país.

Somente depois de toda essa questão política resolvida (40 ou 50 dias depois, conforme seu depoimento), é que Ranzolin pode irradiar o clássico. Entre 1961 e 1995 ele transmitiu 140 Grenais.

Em 1964, após deixar a Difusora de forma tumultuada, foi para a Rádio Farroupilha (então pertencente aos Diários Associados. Já em 1969, ele volta para a Rádio Guaíba trabalhando como narrador, ao lado de Pedro Carneiro Pereira. Em 1973, com a morte de Pereira em um episódio bastante conhecido e triste do rádio gaúcho, passa a ser titular na emissora. Aliás, foi na velha Guaíba que a carreira de Ranzolin começou a deslanchar.

No entanto, em 1984, ele faz seu último grande movimento profissional na carreira, sendo contratado pela Rádio Gaúcha e nela viveu duas fases. Uma como locutor de futebol, até 1995. A partir do momento em que parrou de narrar, permaneceu como apresentador do Gaúcha Atualidade e participando de diversas coberturas jornalísticas.

Tanto na Guaíba como na Gaúcha, Ranzolin exerceu cargos de comando, em paralelo a sua atividade como comunicador.

Ele decidiu se aposentar em 2006. Tinha como objetivos curtir um pouco mais a vida e trabalhar em suas memórias. Entretanto, os planos foram deixados de lado quando a doença se manifestou.

Em janeiro de 2022, Cristina Ranzolin, filha de Armindo Antônio e apresentadora do Jornal do Almoço, da RBS TV, decidiu tornar público os problemas de saúde do pai em um artigo escrito especialmente para o Zero Hora. “Infelizmente meu pai tem Alzheimer, essa doença danada que no início provoca esquecimentos, aos poucos vai roubando a memória e depois vai trazendo outras complicações e limitando cada vez mais os pacientes”.

Numa brevíssima entrevista à Rádio Guaíba, em abril de 2020, Cristina já havia antecipado que a situação de seu pai inspirava cuidados, mas sem citar diretamente a doença: “Meu pai está bastante limitado, infelizmente. Ele está adoentado há muito tempo. Agora ele está mais acamado. Ele está bastante debilitado. Tá indo, sabe? Ele é muito forte. Segue aqui com a gente, mas ele está, infelizmente,  numa situação difícil”, afirmou. A apresentadora fez uma breve participação na rádio de um grupo concorrente por ocasião da reprise de dois jogos do arquivo da Guaíba com a narração de Armindo Antônio Ranzolin. 

No último domingo, dia dos pais, Cristina postou uma foto em seu perfil no Instagram. Nela, está segurando a mão de Armindo, sendo possível ver uma pulseira de hospital e um fundo com lençóis brancos, dando a entender que ele estava internado. O começo do texto diz: “não, não era esse o Dia dos Pais que eu queria pra nós…”

Como voz das principais conquistas de Grêmio (o Brasileirão de 1981, a Libertadores e o Mundial de 1983 e ainda a Libertadores de 1995) e de Internacional (os Brasileirões de 1975,1976 e 1979), obviamente que houve uma curiosidade em se saber para qual dos dois times o narrador torcia. Até onde este blog sabe, nunca houve uma manifestação oficial por parte dele a esse respeito. Em uma palestra feita na Ulbra, ele declarou torcida para dois times do eixo Rio-SP: Vasco e Palmeiras (seus dois times de botão). Sua justificativa: como ele viveu sua infância em Santa Catarina, ouvia as rádios das duas cidades. Ranzolin só foi mesmo conhecer a rivalidade Grenal quando se mudou para Porto Alegre. Ouça abaixo.

Ouça abaixo a narração para o Gol de Baltazar, que garantiu ao Grêmio o título de campeão brasileiro de 1981.

Ouça o gol de Falcão, pelo Internacional na partida contra o Palmeiras, em 1979. O ex-jogador e técnico hoje é casado com Cristina Ranzolin.

E para finalizar, um gol da seleção brasileira: Júnior faz o gol da vitória sobre a Alemanha pelo placar de 1 a 0, em 1982.

Batalha do Sarriá completa 40 anos; ouça narrações de rádio

Por Rodney Brocanelli (*)

O dia 5 de julho marcou uma das datas mais tristes na história da seleção brasileira de futebol. Jogando no estádio Sarriá, em Barcelona, os comandados de Telê Santana perdiam para a Itália pelo placar de 3 a 2 e davam adeus à Copa que no ano de 1982 era disputada na Espanha. Mesmo com as conquistas de 1994 e 2002, torcedores e jornalistas se perguntam até hoje sobre o que deu errado naquele dia. Bastava apenas um empate para que o Brasil chegasse às semifinais. Mas a Squadra Azurra apareceu pelo caminho. Além de adiar o sonho da conquista do título mundial, aquele resultado serviu para sepultar de vez a prática do futebol arte. Desde então, tivemos apenas alguns lampejos que apareciam de forma individual, graças ao talento de Romário e Ronaldo, cada um em sua época.

O blog Radioamantes leva você de volta ao dia 5 de julho de 1982. A nossa máquina do tempo é o rádio.

O quinto sinal da Rádio Bandeirantes marcava pontualmente 12h15, 16h15, horário local. Fiori Gigliotti anuncia o início da partida.

Para espanto geral, a Itáia saia na frente, logo aos 4 minutos de partida. Defesa brasileira vacilou. Paolo Rossi marcava, de cabeça. José Silvério estava na Jovem Pan.

A resposta brasileira não tardou. Sócrates recebeu um belo lançamento de Zico e avançou até entrar na área. O goleiro Dino Zoff tentou fechar o ângulo. Mas o Doutor, com o sangue frio que lhe era pecuilar, mandou para o gol. Osmar Santos narrou esse lance na Rádio Globo.

Mas Paolo Rossi se aproveitava mais uma vez de uma falha da defesa brasileira para marcar o segundo gol da Itália. O lance pegou muita gente desprevenida. José Silvério narrou esse lance na Jovem Pan.

No segundo tempo, o Brasil veio com tudo para tentar ao menos o empate. Falcão, na época o Rei de Roma, mandou um belo chute de média distância. E um detalhe que a televisão não mostrou: Cerezo, um dos responsáveis pelo lance que originou o segundo gol da Itália, chorou de emoção. José Silvério observou bem esse detalhe na Pan.

Armindo Antônio Ranzolin traduziu na Rádio Guaíba todo o orgulho pelo gol do “compatriota” Falcão.

E mais: a emoção de Willy Gonser, enaltecendo o corta luz de Cerezo, pela Rádio Itatiaia.

Mas aquela não era a tarde do Brasil. Em um escanteio aparentemente inofensivo, a Itália chegaria ao seu terceiro gol. Mais uma vez, Paolo Rossi. Flávio Araújo, então na Rádio Gazeta (SP) não escondeu a decepção.

Na Rádio Nacional, o garotinho ligeiro José Carlos Araújo ficou de queixo caído com o gol de Rossi.

O Brasil quase conseguiu o empate em uma cabeçada do zagueiro Oscar. O goleiro Dino Zoff operou um verdadeiro milagre. José Carlos Araújo, na Rádio Nacional, viu essa bola no gol.

Não teve jeito para o Brasil. O árbitro israelense (o Wikipedia diz que ele tem também nacionalidade romena) Abraham Klein apitou o fim de jogo. A perplexidade tomava conta da torcida brasileira. Fiori Gigliotti traduzia bem esse sentimento na Rádio Bandeirantes.

Passado o impacto da derrota, nada melhor que uma avaliação fria para se concluir em que a seleção brasileira errou. Eis a palavra de João Saldanha, então na Rádio Tupi. A metáfora do macaquinho é impagável.

(*) post atualizado e republicado. O original foi divulgado há dez anos (veja aqui). Estamos mesmo ficando velhos.

Cristina Ranzolin informa que Armindo Ranzolin, seu pai, está com o mal de Alzheimer

Por Rodney Brocanelli

A edição deste final de semana (22/23) do Zero Hora, de Porto Alegre, trouxe um artigo escrito por Cristina Ranzolin, apresentadora do Jornal do Almoço, da RBS TV, também de Porto Alegre. O tema central é o estado de saúde de seu pai, Armindo Antônio Ranzolin, histórico narrador esportivo que fez carreira nos principais prefixos locais, entre os quais as rádios Guaíba e Gaúcha.

“Infelizmente meu pai tem Alzheimer, essa doença danada que no início provoca esquecimentos, aos poucos vai roubando a memória e depois vai trazendo outras complicações e limitando cada vez mais os pacientes”, escreveu Cristina.

Alguns parágrafos antes ela explicou a decisão de divulgar o estado de saúde de Armindo Ranzolin: “Os mais de 50 anos de carreira fizeram com que aqueles que ele chamava de amigos também acabassem considerando o Ranzolin um grande amigo, ou até alguém da família. E é para essas pessoas que resolvi escrever hoje. Muitos, mesmo depois de tanto tempo, não entenderam a sua aposentadoria e perguntam por onde ele anda e por que sumiu. Outros, quando veem uma postagem com fotos de minha família nas redes sociais, questionam por que ele não está ali…”.

Cristina informa seu pai está limitado. A voz não sai mais e as pernas já não permitem que ele caminhe. Porém, segundo ela, a família não poupa esforços para que ele se sinta confortável: “Minha mãe, eu e meu irmão fazemos todo o possível para que ele tenha conforto, estamos sempre atrás de tudo que possa lhe dar melhor qualidade de vida e bem-estar, mas sempre ficamos longe do que realmente gostaríamos de dar para ele”.

Leia o texto na íntegra, clicando no link abaixo.

https://gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/noticia/2022/01/cristina-ranzolin-alo-amigos-ckyototcz008d01885vu821yn.html

Em abril 2020, em uma brevíssima entrevista à Rádio Guaíba, Cristina já havia antecipado que a situação de seu pai inspirava cuidados, mas sem citar diretamente a doença: “Meu pai está bastante limitado, infelizmente. Ele está adoentado há muito tempo. Agora ele está mais acamado. Ele está bastante debilitado. Tá indo, sabe? Ele é muito forte. Segue aqui com a gente, mas ele está, infelizmente,  numa situação difícil”, afirmou.

A apresentadora fez uma breve participação na rádio de um grupo concorrente por ocasião da reprise de dois jogos do arquivo da Guaíba com a narração de Armindo Antono Ranzolin. Saiba mais abaixo.

Arquivo Guaíba relembra Pedro Carneiro Pereira

Por Rodney Brocanelli

Neste sábado (10), o programa Arquivo Guaíba relembrou um dos profissionais mais importantes da história da Rádio Guaíba: o narrador Pedro Carneiro Pereira. A atração veiculou três registros de seus arquivos para destacá-lo. Um deles é o registro do acidente que tirou sua vida, em 21 de outubro de 1973. Paralelamente às suas atividades como comunicador, Pedro foi piloto de competição, participando de provas automobilísticas de forma mais regular a partir do ano de 1968.

Pedrinho, como era conhecido, foi disputar a quarta etapa do Campeonato Gaúcho de Turismo, no autódromo de Tarumã. Durante a corrida, ele se envolveu em um acidente com Ivã Iglesias. Depois do choque, os carros capotaram e se incendiaram logo em seguida. Infelizmente, não houve possibilidade para ambos escaparem com vida.

Essa prova teve cobertura da Rádio Guaíba. O repórter Clóvis Resende entrou no ar durante o pré-jogo da partida Internacional x São Paulo, válida pelo campeonato brasileiro de 1973 e, abalado, deu a notícia do acidente, ainda sem a possibilidade de identificar os envolvidos. Pouco tempo depois, o plantão esportivo Antônio Augusto dava a triste notícia: “Atenção. A Rádio Guaíba lamenta informar que hoje a tarde, quando se realizava a primeira bateria da prova para carros de turismo, ocorreu um sério acidente envolvendo dois carros. Do acidente, resultam mortos os pilotos Nelson Iglesias e Pedro Carneiro Pereira, titular de esportes da Rádio Guaíba”.

Embora a nota da Guaíba tenha informado Nelson Iglesias, o nome da outra vítima da tragédia era Ivã Iglesias Veiga.

Armindo Antonio Ranzolin, que narrava a partida, impactado pela notícia, informou aos ouvintes que não haveria a menor condição para seguir com a jornada esportiva daquele dia, que ainda previa a transmissão do jogo entre Desportiva (ES) x Grêmio. A partir de então, foi rodada uma programação musical, entremeada com algumas informações que chegavam de Tarumã, divulgada também por profissionais dos impressos da Empresa Caldas Júnior. Todos esses registros estão nesta edição do Arquivo Guaíba.

O programa também divulgou dos registros de Pedro Carneiro Pereira como narrador. O primeiro deles é a cobertura do GP Brasil de Fórmula 1 de 1973, disputado no mês de fevereiro no autódromo de Interlagos. Foi a primeira prova oficial da categoria máxima do automobilismo mundial por aqui. Pedrinho teve a companhia de Armindo Ranzloin e João Carlos Belmonte. A prova foi vencida por Émerson Fittipaldi.

Além disso, o programa veiculou o compacto da partida entre Grêmio x Remo, disputada em 14 de outubro de 1973, válida também pelo Brasileirão daquele ano. O tricolor saiu com a vitória pelo placar de 3 a 0, embora apenas os dois primeiros gols foram veiculados. Foi a última partida narrada por Pedro Carneiro Pereira pela Rádio Guaíba. Além dele, estiveram nesta transmissão o comentarista Lauro Quadros e os repórteres João Carlos Belmonte e Lupi Martins. Ouça no player abaixo.

O Arquivo Guaíba tem apresentação de Luis Magno.

 

Rádio Guaíba programa a reprise de mais dois jogos do passado para este final de semana

Por Rodney Brocanelli

Neste final de semana, a Rádio Guaíba vai reprisar mais dois jogos do passado em sua programação. Neste sábado, a partir das 17h, a emissora irá veicular a partida entre Internacional x Barcelona, válida pelo Mundial de Clubes da Fifa, disputada em 2006, com vitória colorada. A narração é de Haroldo de Souza.

Por sua vez, a torcida tricolor será contemplada no domingo, também as 17h, com o replay de Lanús x Grêmio, final da Copa Libertadores de 2017, marcada pela conquista do time brasileiro. A narração deste jogo é de José Aldo Pinheiro.

No final de semana passado, a Guaíba colocou no ar, em datas diferentes, duas conquistas históricas da dupla Grenal: Grêmio x Hamburgo, final do campeonato mundial (ou Interclubes), de 1983, e Internacional x Cruzeiro, decisão do campeonato brasileiro de 1975, ambos os jogos com a narração de Armindo Antonio Ranzolin. Foi a saída encontrada enquanto vigora a paralisação dos campeonatos de futebol.

A iniciativa da emissora gerou boa repercussão nas redes sociais. A apresentadora Cristina Ranzolin, da RBS TV, grupo concorrente ao da Guaíba, entrou no ar após a reprise de Internacional x Cruzeiro, no domingo passado. para agrader pela homenagem indireta feita a seu pai, responsável pela irradiação dos dois jogos (clique aqui para ver).

Guaíba

Rádio Guaíba abre arquivo e reprisa conquistas históricas da dupla Grenal

Por Rodney Brocanelli

A Rádio Guaíba, de Porto Alegre, vai abrir seu arquivo neste final de semana para relembrar conquistas históricas de Grêmio e Internacional no âmbito nacional. No sábado, a partir das 16h,  a emissora irá relembrar a conquista tricolor do campeonato mundial (ou interclubes) de 1983, em Tóquio,  sobre o Hamburgo (Ale). No domingo, no mesmo horário, o torcedor colorado poderá acompanhar a conquista do campeonato brasileiro de 1975 sobre o Cruzeiro.

Essas transmissões serão veiculadas com o som original, com a narração de Armindo Antônio Ranzolin. Haverá a presença de convidados, que vão relembrar fatos e curiosidades ligadas aos dois jogos.

Para divulgar essas reprises, a Guaíba divulgou em suas redes sociais um vídeo bem-humorado, envolvendo grande parte dos integrantes de sua equipe esportiva (veja abaixo).

Com a paralisação das competições de futebol, em nível nacional e mundial, algumas emissoras estão recorrendo aos seus arquivos para não deixar seus ouvintes sem a emoção da bola rolando.

Rádio Guaíba - reprises

 

Armindo Antônio Ranzolin comemora 80 anos de idade

Por Rodney Brocanelli

Um dos grandes nomes da história do rádio riograndense, Armindo Antônio Ranzolin comemora hoje 80 anos de vida.  Em sua carreira, ele esteve empunhando dois microfones de peso da região: Guaíba e Gaúcha. Ranzolin nasceu em Caixas do Sul, mas seu mudou ainda criança para Lages (SC). Nessa cidade, ele passou a dar seus primeiros passos como jornalista no ano de 1956 e logo ocupou a função de narrador esportivo da Rádio Diário da Manhã. Em 1959, já em Porto Alegre, teve uma breve passagem pela Rádio Guaíba. Pouco depois, se transferiu para a Difusora (hoje Bandeirantes). No ano de 1964, acabou deixando a emissora devido a questões relacionadas ao golpe militar. Foi para a Rádio Farroupilha e, em seguida, voltou para a Guaíba, onde ficou até 1984. Neste ano, ele foi contratado pela Gaúcha e por lá permaneceu até encerrar a carreira, em 2006. Ocupou a função de narrador esportivo e diretor da emissora.

Em uma palestra na Ulbra, Ranzolin falou como ele administrava a questão das narrações de partidas da dupla Grenal. Ele disse que sempre procurava fazer a festa do vencedor, até por, segundo ele, o torcedor do time derrotado sempre desligava o rádio antes do fim de jogo. Uma curiosidade: ele se declara torcedor de Vasco e de Palmeiras.

Ouça abaixo os gols de Renato Gaúcho na espetacular vitória do Grêmio sobre o Hamburgo, na final do Mundial Interclubes de 1983. Ranzolin estava na Guaíba nesta ocasião

Ouça abaixo os gols do Internacional, na semifinal do campeonato brasileiro de 1989. Na ocasição, o Colocado bateu o Grêmio pelo placar de 2 a 1. Esta narração de Ranzolin foi pela Gaúcha.

ranzolin

5 de julho de 1982. Há 30 anos, Brasil e Itália faziam uma das mais eletrizantes partidas da história das Copas

Por Rodney Brocanelli

O dia 5 de julho marcou uma das datas mais tristes na história da seleção brasileira de futebol. Jogando no estádio Sarriá, em Barcelona, os comandados de Telê Santana perdiam para a Itália pelo placar de 3 a 2 e davam adeus à Copa que no ano de 1982 era disputada na Espanha. Mesmo com as conquistas de 1994 e 2002, torcedores e jornalistas se perguntam até hoje sobre o que deu errado naquele dia. Bastava apenas um empate para que o Brasil chegasse às semifinais. Mas a Squadra Azurra apareceu pelo caminho. Além de adiar o sonho da conquista do título mundial, aquele resultado serviu para sepultar de vez a prática do futebol arte. Desde então, tivemos apenas alguns lampejos que apareciam de forma individual, graças ao talento de Romário e Ronaldo, cada um em sua época.

O blog Radioamantes leva você de volta ao dia 5 de julho de 1982. A nossa máquina do tempo é o rádio.

O quinto sinal da Rádio Bandeirantes marcava pontualmente 12h15, 16h15, horário local. Fiori Gigliotti anuncia o início da partida.

Para espanto geral, a Itáia saia na frente, logo aos 4 minutos de partida. Defesa brasileira vacilou. Paolo Rossi marcava, de cabeça. José Silvério estava na Jovem Pan.

A resposta brasileira não tardou. Sócrates recebeu um belo lançamento de Zico e avançou até entrar na área. O goleiro Dino Zoff tentou fechar o ângulo. Mas o Doutor, com o sangue frio que lhe era pecuilar, mandou para o gol. Osmar Santos narrou esse lance na Rádio Globo.

Mas Paolo Rossi se aproveitava mais uma vez de uma falha da defesa brasileira para marcar o segundo gol da Itália. O lance pegou muita gente desprevenida. José Silvério narrou esse lance na Jovem Pan.

No segundo tempo, o Brasil veio com tudo para tentar ao menos o empate. Falcão, na época o Rei de Roma, mandou um belo chute de média distância. E um detalhe que a televisão não mostrou: Cerezo, um dos responsáveis pelo lance que originou o segundo gol da Itália, chorou de emoção. José Silvério observou bem esse detalhe na Pan.

Armindo Antônio Ranzolin traduziu na Rádio Guaíba todo o orgulho pelo gol do “compatriota” Falção.

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Mas aquela não era a tarde do Brasil. Em um escanteio aparentemente inofensivo, a Itália chegaria ao seu terceiro gol. Mais uma vez, Paolo Rossi. Flávio Araújo, então na Rádio Gazeta (SP) não escondeu a decepção.

Na Rádio Nacional, o garotinho ligeiro José Carlos Araújo ficou de queixo caído com o gol de Rossi.

O Brasil quase conseguiu o empate em uma cabeçada do zagueiro Oscar. O goleiro Dino Zoff operou um verdadeiro milagre. José Carlos Araújo, na Rádio Nacional, viu essa bola no gol.

Não teve jeito para o Brasil. O árbitro israelense (o Wikipedia diz que ele tem também nacionalidade romena) Abraham Klein apitou o fim de jogo. A perplexidade tomava conta da torcida brasileira. Fiori Gigliotti traduzia bem esse sentimento na Rádio Bandeirantes.

Passado o impacto da derrota, nada melhor que uma avaliação fria para se concluir em que a seleção brasileira errou. Eis a palavra de João Saldanha, então na Rádio Tupi. A metáfora do macaquinho é impagável.